Brasil quer concluir antes do prazo acordo com Paraguai sobre Itaipu


Ministro Alexandre Silveira se reuniu com o chanceler Mauro Vieira e pediu celeridade para finalizar negociação antes de 31 de dezembro; acordo tem que passar pelo crivo do Congresso

Por Mariana Carneiro, Luiz Araújo e Renan Monteiro

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está confiante que o Brasil pode concluir o acordo com o Paraguai sobre as condições e o preço da energia elétrica de Itaipu antes do prazo final, em 31 de dezembro.

Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, ele disse que se reuniu com o chanceler Mauro Vieira, na semana passada, para acelerar os trâmites do contrato bilateral.

“A obrigação nossa é fazer acontecer. Nós assinamos um acordo e a data limite é 31 de dezembro. Tem espaço plenamente (para antecipar). Tem todo o espaço político para isso”, disse.

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No início deste mês, Brasil e Paraguai anunciaram que haviam chegado a um consenso sobre o preço do megawatt/hora da energia vendida pela usina hidrelétrica. O valor ficou em US$ 16,71, o mesmo aplicado atualmente, até o fim de 2026, com o compromisso de cessar investimentos socioambientais feitos pela companhia que oneram o custo da energia.

Dessa forma, o preço do megawatt/hora cairá para algo em torno de US$ 10 e US$ 12, segundo estimativas oficiais do governo brasileiro. Para ser concluído, os detalhes do acordo no chamado Anexo C têm que passar pelo detalhamento técnico e pela aprovação do Legislativo dos dois países.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira Foto: Ricardo Botelho/MME
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Representantes de grandes consumidores do lado brasileiro criticaram o acordo com o argumento de que era possível reduzir o preço da energia no País imediatamente, caso a companhia deixasse de comprometer seu caixa com investimentos que não têm relação com o setor elétrico.

No ano passado, o número de municípios brasileiros atendidos por ações socioambientais financiadas por Itaipu chegou a 399, incluindo cidades no Mato Grosso do Sul e no Paraná, Estado que é reduto político de figuras de destaque do PT, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e do governador aliado Ratinho Jr. (PSD), que é do mesmo partido de Silveira.

O ministro, por sua vez, afirma que o Paraguai insistiu para que a energia fosse ainda mais cara, em US$ 22,75, e considera o acordo uma vitória.

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“Eu não vou alimentar a ilusão de que nós vamos, dentro do mandato do (presidente paraguaio Santigo Peña) conseguir sensibilizá-los de reduzir (o preço). Nós fizemos o acordo. Eu entendo, e o setor elétrico também entende, que é um grande acordo para o Brasil, porque tem um fator aí também que vocês têm que levar em consideração: é uma usina binacional, por isso não existe saída fora de acordo. Não sou eu que decido, quem decide é a relação”.

O fim dos investimentos socioambientais é uma demanda também de parte do Congresso Nacional e o tema voltará à discussão quando o texto for levado à apreciação dos legislativos dos dois países.

A expectativa do governo brasileiro é que a promessa de encerrar esses aportes a partir de 2027 possa minimizar as críticas.

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Mas também no setor privado de geração de energia há preocupações com o impacto de uma possível sobreoferta de energia. Isso porque, em outro trecho do documento, o governo brasileiro autoriza que o Paraguai possa vender parte da energia que lhe cabe a grandes consumidores brasileiros do mercado livre. Até agora, essa venda só pode ser feita no mercado regulado, formado por consumidores domésticos e da indústria e comércio que compram energia de distribuidoras.

Silveira defende a decisão. “Aqui neste ministério, se você espirra, tem alguém para reclamar. Eu não posso atender aos interesses corporativos. Pode piorar para o mercado livre, mas vai, com certeza, até a gente abrir totalmente o mercado, beneficiar o mercado regulado”, afirma.

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está confiante que o Brasil pode concluir o acordo com o Paraguai sobre as condições e o preço da energia elétrica de Itaipu antes do prazo final, em 31 de dezembro.

Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, ele disse que se reuniu com o chanceler Mauro Vieira, na semana passada, para acelerar os trâmites do contrato bilateral.

“A obrigação nossa é fazer acontecer. Nós assinamos um acordo e a data limite é 31 de dezembro. Tem espaço plenamente (para antecipar). Tem todo o espaço político para isso”, disse.

No início deste mês, Brasil e Paraguai anunciaram que haviam chegado a um consenso sobre o preço do megawatt/hora da energia vendida pela usina hidrelétrica. O valor ficou em US$ 16,71, o mesmo aplicado atualmente, até o fim de 2026, com o compromisso de cessar investimentos socioambientais feitos pela companhia que oneram o custo da energia.

Dessa forma, o preço do megawatt/hora cairá para algo em torno de US$ 10 e US$ 12, segundo estimativas oficiais do governo brasileiro. Para ser concluído, os detalhes do acordo no chamado Anexo C têm que passar pelo detalhamento técnico e pela aprovação do Legislativo dos dois países.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira Foto: Ricardo Botelho/MME

Representantes de grandes consumidores do lado brasileiro criticaram o acordo com o argumento de que era possível reduzir o preço da energia no País imediatamente, caso a companhia deixasse de comprometer seu caixa com investimentos que não têm relação com o setor elétrico.

No ano passado, o número de municípios brasileiros atendidos por ações socioambientais financiadas por Itaipu chegou a 399, incluindo cidades no Mato Grosso do Sul e no Paraná, Estado que é reduto político de figuras de destaque do PT, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e do governador aliado Ratinho Jr. (PSD), que é do mesmo partido de Silveira.

O ministro, por sua vez, afirma que o Paraguai insistiu para que a energia fosse ainda mais cara, em US$ 22,75, e considera o acordo uma vitória.

“Eu não vou alimentar a ilusão de que nós vamos, dentro do mandato do (presidente paraguaio Santigo Peña) conseguir sensibilizá-los de reduzir (o preço). Nós fizemos o acordo. Eu entendo, e o setor elétrico também entende, que é um grande acordo para o Brasil, porque tem um fator aí também que vocês têm que levar em consideração: é uma usina binacional, por isso não existe saída fora de acordo. Não sou eu que decido, quem decide é a relação”.

O fim dos investimentos socioambientais é uma demanda também de parte do Congresso Nacional e o tema voltará à discussão quando o texto for levado à apreciação dos legislativos dos dois países.

A expectativa do governo brasileiro é que a promessa de encerrar esses aportes a partir de 2027 possa minimizar as críticas.

Mas também no setor privado de geração de energia há preocupações com o impacto de uma possível sobreoferta de energia. Isso porque, em outro trecho do documento, o governo brasileiro autoriza que o Paraguai possa vender parte da energia que lhe cabe a grandes consumidores brasileiros do mercado livre. Até agora, essa venda só pode ser feita no mercado regulado, formado por consumidores domésticos e da indústria e comércio que compram energia de distribuidoras.

Silveira defende a decisão. “Aqui neste ministério, se você espirra, tem alguém para reclamar. Eu não posso atender aos interesses corporativos. Pode piorar para o mercado livre, mas vai, com certeza, até a gente abrir totalmente o mercado, beneficiar o mercado regulado”, afirma.

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está confiante que o Brasil pode concluir o acordo com o Paraguai sobre as condições e o preço da energia elétrica de Itaipu antes do prazo final, em 31 de dezembro.

Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, ele disse que se reuniu com o chanceler Mauro Vieira, na semana passada, para acelerar os trâmites do contrato bilateral.

“A obrigação nossa é fazer acontecer. Nós assinamos um acordo e a data limite é 31 de dezembro. Tem espaço plenamente (para antecipar). Tem todo o espaço político para isso”, disse.

No início deste mês, Brasil e Paraguai anunciaram que haviam chegado a um consenso sobre o preço do megawatt/hora da energia vendida pela usina hidrelétrica. O valor ficou em US$ 16,71, o mesmo aplicado atualmente, até o fim de 2026, com o compromisso de cessar investimentos socioambientais feitos pela companhia que oneram o custo da energia.

Dessa forma, o preço do megawatt/hora cairá para algo em torno de US$ 10 e US$ 12, segundo estimativas oficiais do governo brasileiro. Para ser concluído, os detalhes do acordo no chamado Anexo C têm que passar pelo detalhamento técnico e pela aprovação do Legislativo dos dois países.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira Foto: Ricardo Botelho/MME

Representantes de grandes consumidores do lado brasileiro criticaram o acordo com o argumento de que era possível reduzir o preço da energia no País imediatamente, caso a companhia deixasse de comprometer seu caixa com investimentos que não têm relação com o setor elétrico.

No ano passado, o número de municípios brasileiros atendidos por ações socioambientais financiadas por Itaipu chegou a 399, incluindo cidades no Mato Grosso do Sul e no Paraná, Estado que é reduto político de figuras de destaque do PT, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e do governador aliado Ratinho Jr. (PSD), que é do mesmo partido de Silveira.

O ministro, por sua vez, afirma que o Paraguai insistiu para que a energia fosse ainda mais cara, em US$ 22,75, e considera o acordo uma vitória.

“Eu não vou alimentar a ilusão de que nós vamos, dentro do mandato do (presidente paraguaio Santigo Peña) conseguir sensibilizá-los de reduzir (o preço). Nós fizemos o acordo. Eu entendo, e o setor elétrico também entende, que é um grande acordo para o Brasil, porque tem um fator aí também que vocês têm que levar em consideração: é uma usina binacional, por isso não existe saída fora de acordo. Não sou eu que decido, quem decide é a relação”.

O fim dos investimentos socioambientais é uma demanda também de parte do Congresso Nacional e o tema voltará à discussão quando o texto for levado à apreciação dos legislativos dos dois países.

A expectativa do governo brasileiro é que a promessa de encerrar esses aportes a partir de 2027 possa minimizar as críticas.

Mas também no setor privado de geração de energia há preocupações com o impacto de uma possível sobreoferta de energia. Isso porque, em outro trecho do documento, o governo brasileiro autoriza que o Paraguai possa vender parte da energia que lhe cabe a grandes consumidores brasileiros do mercado livre. Até agora, essa venda só pode ser feita no mercado regulado, formado por consumidores domésticos e da indústria e comércio que compram energia de distribuidoras.

Silveira defende a decisão. “Aqui neste ministério, se você espirra, tem alguém para reclamar. Eu não posso atender aos interesses corporativos. Pode piorar para o mercado livre, mas vai, com certeza, até a gente abrir totalmente o mercado, beneficiar o mercado regulado”, afirma.

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está confiante que o Brasil pode concluir o acordo com o Paraguai sobre as condições e o preço da energia elétrica de Itaipu antes do prazo final, em 31 de dezembro.

Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, ele disse que se reuniu com o chanceler Mauro Vieira, na semana passada, para acelerar os trâmites do contrato bilateral.

“A obrigação nossa é fazer acontecer. Nós assinamos um acordo e a data limite é 31 de dezembro. Tem espaço plenamente (para antecipar). Tem todo o espaço político para isso”, disse.

No início deste mês, Brasil e Paraguai anunciaram que haviam chegado a um consenso sobre o preço do megawatt/hora da energia vendida pela usina hidrelétrica. O valor ficou em US$ 16,71, o mesmo aplicado atualmente, até o fim de 2026, com o compromisso de cessar investimentos socioambientais feitos pela companhia que oneram o custo da energia.

Dessa forma, o preço do megawatt/hora cairá para algo em torno de US$ 10 e US$ 12, segundo estimativas oficiais do governo brasileiro. Para ser concluído, os detalhes do acordo no chamado Anexo C têm que passar pelo detalhamento técnico e pela aprovação do Legislativo dos dois países.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira Foto: Ricardo Botelho/MME

Representantes de grandes consumidores do lado brasileiro criticaram o acordo com o argumento de que era possível reduzir o preço da energia no País imediatamente, caso a companhia deixasse de comprometer seu caixa com investimentos que não têm relação com o setor elétrico.

No ano passado, o número de municípios brasileiros atendidos por ações socioambientais financiadas por Itaipu chegou a 399, incluindo cidades no Mato Grosso do Sul e no Paraná, Estado que é reduto político de figuras de destaque do PT, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e do governador aliado Ratinho Jr. (PSD), que é do mesmo partido de Silveira.

O ministro, por sua vez, afirma que o Paraguai insistiu para que a energia fosse ainda mais cara, em US$ 22,75, e considera o acordo uma vitória.

“Eu não vou alimentar a ilusão de que nós vamos, dentro do mandato do (presidente paraguaio Santigo Peña) conseguir sensibilizá-los de reduzir (o preço). Nós fizemos o acordo. Eu entendo, e o setor elétrico também entende, que é um grande acordo para o Brasil, porque tem um fator aí também que vocês têm que levar em consideração: é uma usina binacional, por isso não existe saída fora de acordo. Não sou eu que decido, quem decide é a relação”.

O fim dos investimentos socioambientais é uma demanda também de parte do Congresso Nacional e o tema voltará à discussão quando o texto for levado à apreciação dos legislativos dos dois países.

A expectativa do governo brasileiro é que a promessa de encerrar esses aportes a partir de 2027 possa minimizar as críticas.

Mas também no setor privado de geração de energia há preocupações com o impacto de uma possível sobreoferta de energia. Isso porque, em outro trecho do documento, o governo brasileiro autoriza que o Paraguai possa vender parte da energia que lhe cabe a grandes consumidores brasileiros do mercado livre. Até agora, essa venda só pode ser feita no mercado regulado, formado por consumidores domésticos e da indústria e comércio que compram energia de distribuidoras.

Silveira defende a decisão. “Aqui neste ministério, se você espirra, tem alguém para reclamar. Eu não posso atender aos interesses corporativos. Pode piorar para o mercado livre, mas vai, com certeza, até a gente abrir totalmente o mercado, beneficiar o mercado regulado”, afirma.

Entrevista por Mariana Carneiro

Repórter especial de Economia em Brasília. Foi editora da Coluna do Estadão. Graduada em comunicação social pela PUC-Rio, com MBA em mercado financeiro pela B3 e especialização em análise de conjuntura econômica pela UFRJ. Foi correspondente na Argentina (2015) pela Folha e trabalhou nas redações de O Globo, TV Globo, JB e Jornal do Commercio.

Luiz Araújo

Repórter do Broadcast, formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com extensão em jornalismo econômico pela FGV. Em Brasília, integra a equipe de Economia, sendo setorista de Infraestrutura desde julho de 2023, acompanhando políticas públicas para transportes, habitação e telecomunicações. Em Goiás, cobriu as editorias de Política e Cidades.

Renan Monteiro

Repórter do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Cobre Energia. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e com MBA em Negócios pela USP/Esalq. Passou pelo jornal O GLOBO, Revista Veja e foi trainee de jornalismo econômico do jornal O Estado de S. Paulo e FGV.

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