Brasil e Europa: estilos complementares


Painel avaliou o ‘choque de culturas’ entre a tradição europeia de planejamento e a capacidade brasileira de adaptabilidade

Por Imagem Corporativa, Estadão Blue Studio
Atualização:

Ao apresentar os convidados do painel de encerramento do European Day, Ciro Dias Reis, presidente da Imagem Corporativa, lembrou que uma das diferenças marcantes do estilo de gestão europeu em relação ao brasileiro é a ênfase no planejamento de longo prazo. A questão fomentou o debate do painel “Comércio Brasil-Europa – perspectivas e visão de longo prazo”.

Anders Norinder, Senior Advisor da Business Sweden, Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, Stephan Wilken, presidente do Deutsche Bank Brasil, e Ciro Reis, presidente da Imagem Corporativa Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

O executivo sueco Anders Norinder, que mora há 20 anos no Brasil – foi CEO da Volvo Cars para a América Latina – e agora atua como conselheiro sênior da Business Sweden, entidade mantida pelo governo sueco para impulsionar as exportações do país, lembrou que o planejamento de longo prazo é, acima de tudo, uma estratégia de sobrevivência para a Suécia. “Um país pequeno, com apenas 10 milhões de habitantes, precisa administrar bem os seus recursos.”

A busca por mercados externos faz parte dessa mesma mentalidade. Embora tenha população e território 20 vezes inferiores aos do Brasil, a Suécia consegue alcançar um PIB que é apenas 2,5 vezes menor. Hoje, cerca de 200 empresas de origem sueca atuam no País. Muitas são marcas conhecidas do público, como Volvo, Scania, Electrolux, Tetra Pak e Spotify. Além disso, a maior venda comercial da história da Suécia foi feita para o Brasil – a compra de 36 caças Gripen da Saab, em 2014, por US$ 5,4 bilhões, ponto de partida para uma parceria de transferência de tecnologia entre a empresa sueca e a Embraer.

Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, citou justamente a Embraer como exemplo de empresa brasileira que é competente ao fazer planejamento de longo prazo. “Normalmente são necessários entre sete e oito anos entre o início de um projeto e a entrega da primeira unidade de um avião”, ele descreveu.

Schneider ressaltou que a dificuldade para planejamento de longo prazo das empresas brasileiras não é uma preferência nem uma escolha, mas resultado da soma de várias circunstâncias. “É preciso resgatar a capacidade de planejamento do Estado, pensar no Brasil como uma nação. O que permite o planejamento de longo prazo é a previsibilidade, mas no Brasil as premissas mudam o tempo todo.”

Stephan Wilken, presidente do Deustche Bank Brasil e líder regional do banco para a América Latina, lembrou que as “emergências” do dia a dia podem facilmente fazer com que as empresas esqueçam as tendências de longo prazo. “Essas tendências não podem ser subestimadas, porque têm impacto muito maior”, avaliou o executivo. Ao mesmo tempo, lembrou Wilken, a habilidade para lidar com imprevistos e mudanças de rumo é bem-vinda, especialmente no mercado financeiro. “Se na Europa somos bons em planejar, os brasileiros são bons em improvisar. Esse é um bom casamento”, disse o alemão.

Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

Apoio especializado é crucial

A União Europeia é o principal investidor estrangeiro no Brasil, responsável atualmente por quase 50% dos investimentos feitos no País. Esse foi um dos dados ressaltados pela ministra Ana Beatriz Martins, chefe de delegação adjunta da União Europeia no Brasil, em um pronunciamento feito por videoconferência, de Brasília, durante o European Day. “Cento e trinta projetos de infraestrutura no Brasil tiveram a participação de empresas europeias nos últimos 20 anos”, acrescentou a ministra, que destacou as novas oportunidades de parcerias decorrentes de tendências recentes, como a digitalização e a necessidade global de transição para fontes de energia renováveis.

Na sequência do evento, o advogado Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados, falou sobre os desafios da legislação e regulação nas relações comerciais Brasil-Europa. Ele ressaltou que atuar no Brasil é visto como algo complexo pelas empresas estrangeiras, mas há também uma série de verificações que uma empresa brasileira precisa fazer ao planejar presença no mercado europeu. “Há regras que se aplicam à comunidade europeia como um todo e outras que são específicas de cada país”, lembrou o advogado.

Ao apresentar os convidados do painel de encerramento do European Day, Ciro Dias Reis, presidente da Imagem Corporativa, lembrou que uma das diferenças marcantes do estilo de gestão europeu em relação ao brasileiro é a ênfase no planejamento de longo prazo. A questão fomentou o debate do painel “Comércio Brasil-Europa – perspectivas e visão de longo prazo”.

Anders Norinder, Senior Advisor da Business Sweden, Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, Stephan Wilken, presidente do Deutsche Bank Brasil, e Ciro Reis, presidente da Imagem Corporativa Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

O executivo sueco Anders Norinder, que mora há 20 anos no Brasil – foi CEO da Volvo Cars para a América Latina – e agora atua como conselheiro sênior da Business Sweden, entidade mantida pelo governo sueco para impulsionar as exportações do país, lembrou que o planejamento de longo prazo é, acima de tudo, uma estratégia de sobrevivência para a Suécia. “Um país pequeno, com apenas 10 milhões de habitantes, precisa administrar bem os seus recursos.”

A busca por mercados externos faz parte dessa mesma mentalidade. Embora tenha população e território 20 vezes inferiores aos do Brasil, a Suécia consegue alcançar um PIB que é apenas 2,5 vezes menor. Hoje, cerca de 200 empresas de origem sueca atuam no País. Muitas são marcas conhecidas do público, como Volvo, Scania, Electrolux, Tetra Pak e Spotify. Além disso, a maior venda comercial da história da Suécia foi feita para o Brasil – a compra de 36 caças Gripen da Saab, em 2014, por US$ 5,4 bilhões, ponto de partida para uma parceria de transferência de tecnologia entre a empresa sueca e a Embraer.

Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, citou justamente a Embraer como exemplo de empresa brasileira que é competente ao fazer planejamento de longo prazo. “Normalmente são necessários entre sete e oito anos entre o início de um projeto e a entrega da primeira unidade de um avião”, ele descreveu.

Schneider ressaltou que a dificuldade para planejamento de longo prazo das empresas brasileiras não é uma preferência nem uma escolha, mas resultado da soma de várias circunstâncias. “É preciso resgatar a capacidade de planejamento do Estado, pensar no Brasil como uma nação. O que permite o planejamento de longo prazo é a previsibilidade, mas no Brasil as premissas mudam o tempo todo.”

Stephan Wilken, presidente do Deustche Bank Brasil e líder regional do banco para a América Latina, lembrou que as “emergências” do dia a dia podem facilmente fazer com que as empresas esqueçam as tendências de longo prazo. “Essas tendências não podem ser subestimadas, porque têm impacto muito maior”, avaliou o executivo. Ao mesmo tempo, lembrou Wilken, a habilidade para lidar com imprevistos e mudanças de rumo é bem-vinda, especialmente no mercado financeiro. “Se na Europa somos bons em planejar, os brasileiros são bons em improvisar. Esse é um bom casamento”, disse o alemão.

Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

Apoio especializado é crucial

A União Europeia é o principal investidor estrangeiro no Brasil, responsável atualmente por quase 50% dos investimentos feitos no País. Esse foi um dos dados ressaltados pela ministra Ana Beatriz Martins, chefe de delegação adjunta da União Europeia no Brasil, em um pronunciamento feito por videoconferência, de Brasília, durante o European Day. “Cento e trinta projetos de infraestrutura no Brasil tiveram a participação de empresas europeias nos últimos 20 anos”, acrescentou a ministra, que destacou as novas oportunidades de parcerias decorrentes de tendências recentes, como a digitalização e a necessidade global de transição para fontes de energia renováveis.

Na sequência do evento, o advogado Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados, falou sobre os desafios da legislação e regulação nas relações comerciais Brasil-Europa. Ele ressaltou que atuar no Brasil é visto como algo complexo pelas empresas estrangeiras, mas há também uma série de verificações que uma empresa brasileira precisa fazer ao planejar presença no mercado europeu. “Há regras que se aplicam à comunidade europeia como um todo e outras que são específicas de cada país”, lembrou o advogado.

Ao apresentar os convidados do painel de encerramento do European Day, Ciro Dias Reis, presidente da Imagem Corporativa, lembrou que uma das diferenças marcantes do estilo de gestão europeu em relação ao brasileiro é a ênfase no planejamento de longo prazo. A questão fomentou o debate do painel “Comércio Brasil-Europa – perspectivas e visão de longo prazo”.

Anders Norinder, Senior Advisor da Business Sweden, Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, Stephan Wilken, presidente do Deutsche Bank Brasil, e Ciro Reis, presidente da Imagem Corporativa Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

O executivo sueco Anders Norinder, que mora há 20 anos no Brasil – foi CEO da Volvo Cars para a América Latina – e agora atua como conselheiro sênior da Business Sweden, entidade mantida pelo governo sueco para impulsionar as exportações do país, lembrou que o planejamento de longo prazo é, acima de tudo, uma estratégia de sobrevivência para a Suécia. “Um país pequeno, com apenas 10 milhões de habitantes, precisa administrar bem os seus recursos.”

A busca por mercados externos faz parte dessa mesma mentalidade. Embora tenha população e território 20 vezes inferiores aos do Brasil, a Suécia consegue alcançar um PIB que é apenas 2,5 vezes menor. Hoje, cerca de 200 empresas de origem sueca atuam no País. Muitas são marcas conhecidas do público, como Volvo, Scania, Electrolux, Tetra Pak e Spotify. Além disso, a maior venda comercial da história da Suécia foi feita para o Brasil – a compra de 36 caças Gripen da Saab, em 2014, por US$ 5,4 bilhões, ponto de partida para uma parceria de transferência de tecnologia entre a empresa sueca e a Embraer.

Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, citou justamente a Embraer como exemplo de empresa brasileira que é competente ao fazer planejamento de longo prazo. “Normalmente são necessários entre sete e oito anos entre o início de um projeto e a entrega da primeira unidade de um avião”, ele descreveu.

Schneider ressaltou que a dificuldade para planejamento de longo prazo das empresas brasileiras não é uma preferência nem uma escolha, mas resultado da soma de várias circunstâncias. “É preciso resgatar a capacidade de planejamento do Estado, pensar no Brasil como uma nação. O que permite o planejamento de longo prazo é a previsibilidade, mas no Brasil as premissas mudam o tempo todo.”

Stephan Wilken, presidente do Deustche Bank Brasil e líder regional do banco para a América Latina, lembrou que as “emergências” do dia a dia podem facilmente fazer com que as empresas esqueçam as tendências de longo prazo. “Essas tendências não podem ser subestimadas, porque têm impacto muito maior”, avaliou o executivo. Ao mesmo tempo, lembrou Wilken, a habilidade para lidar com imprevistos e mudanças de rumo é bem-vinda, especialmente no mercado financeiro. “Se na Europa somos bons em planejar, os brasileiros são bons em improvisar. Esse é um bom casamento”, disse o alemão.

Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

Apoio especializado é crucial

A União Europeia é o principal investidor estrangeiro no Brasil, responsável atualmente por quase 50% dos investimentos feitos no País. Esse foi um dos dados ressaltados pela ministra Ana Beatriz Martins, chefe de delegação adjunta da União Europeia no Brasil, em um pronunciamento feito por videoconferência, de Brasília, durante o European Day. “Cento e trinta projetos de infraestrutura no Brasil tiveram a participação de empresas europeias nos últimos 20 anos”, acrescentou a ministra, que destacou as novas oportunidades de parcerias decorrentes de tendências recentes, como a digitalização e a necessidade global de transição para fontes de energia renováveis.

Na sequência do evento, o advogado Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados, falou sobre os desafios da legislação e regulação nas relações comerciais Brasil-Europa. Ele ressaltou que atuar no Brasil é visto como algo complexo pelas empresas estrangeiras, mas há também uma série de verificações que uma empresa brasileira precisa fazer ao planejar presença no mercado europeu. “Há regras que se aplicam à comunidade europeia como um todo e outras que são específicas de cada país”, lembrou o advogado.

Ao apresentar os convidados do painel de encerramento do European Day, Ciro Dias Reis, presidente da Imagem Corporativa, lembrou que uma das diferenças marcantes do estilo de gestão europeu em relação ao brasileiro é a ênfase no planejamento de longo prazo. A questão fomentou o debate do painel “Comércio Brasil-Europa – perspectivas e visão de longo prazo”.

Anders Norinder, Senior Advisor da Business Sweden, Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, Stephan Wilken, presidente do Deutsche Bank Brasil, e Ciro Reis, presidente da Imagem Corporativa Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

O executivo sueco Anders Norinder, que mora há 20 anos no Brasil – foi CEO da Volvo Cars para a América Latina – e agora atua como conselheiro sênior da Business Sweden, entidade mantida pelo governo sueco para impulsionar as exportações do país, lembrou que o planejamento de longo prazo é, acima de tudo, uma estratégia de sobrevivência para a Suécia. “Um país pequeno, com apenas 10 milhões de habitantes, precisa administrar bem os seus recursos.”

A busca por mercados externos faz parte dessa mesma mentalidade. Embora tenha população e território 20 vezes inferiores aos do Brasil, a Suécia consegue alcançar um PIB que é apenas 2,5 vezes menor. Hoje, cerca de 200 empresas de origem sueca atuam no País. Muitas são marcas conhecidas do público, como Volvo, Scania, Electrolux, Tetra Pak e Spotify. Além disso, a maior venda comercial da história da Suécia foi feita para o Brasil – a compra de 36 caças Gripen da Saab, em 2014, por US$ 5,4 bilhões, ponto de partida para uma parceria de transferência de tecnologia entre a empresa sueca e a Embraer.

Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, citou justamente a Embraer como exemplo de empresa brasileira que é competente ao fazer planejamento de longo prazo. “Normalmente são necessários entre sete e oito anos entre o início de um projeto e a entrega da primeira unidade de um avião”, ele descreveu.

Schneider ressaltou que a dificuldade para planejamento de longo prazo das empresas brasileiras não é uma preferência nem uma escolha, mas resultado da soma de várias circunstâncias. “É preciso resgatar a capacidade de planejamento do Estado, pensar no Brasil como uma nação. O que permite o planejamento de longo prazo é a previsibilidade, mas no Brasil as premissas mudam o tempo todo.”

Stephan Wilken, presidente do Deustche Bank Brasil e líder regional do banco para a América Latina, lembrou que as “emergências” do dia a dia podem facilmente fazer com que as empresas esqueçam as tendências de longo prazo. “Essas tendências não podem ser subestimadas, porque têm impacto muito maior”, avaliou o executivo. Ao mesmo tempo, lembrou Wilken, a habilidade para lidar com imprevistos e mudanças de rumo é bem-vinda, especialmente no mercado financeiro. “Se na Europa somos bons em planejar, os brasileiros são bons em improvisar. Esse é um bom casamento”, disse o alemão.

Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

Apoio especializado é crucial

A União Europeia é o principal investidor estrangeiro no Brasil, responsável atualmente por quase 50% dos investimentos feitos no País. Esse foi um dos dados ressaltados pela ministra Ana Beatriz Martins, chefe de delegação adjunta da União Europeia no Brasil, em um pronunciamento feito por videoconferência, de Brasília, durante o European Day. “Cento e trinta projetos de infraestrutura no Brasil tiveram a participação de empresas europeias nos últimos 20 anos”, acrescentou a ministra, que destacou as novas oportunidades de parcerias decorrentes de tendências recentes, como a digitalização e a necessidade global de transição para fontes de energia renováveis.

Na sequência do evento, o advogado Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados, falou sobre os desafios da legislação e regulação nas relações comerciais Brasil-Europa. Ele ressaltou que atuar no Brasil é visto como algo complexo pelas empresas estrangeiras, mas há também uma série de verificações que uma empresa brasileira precisa fazer ao planejar presença no mercado europeu. “Há regras que se aplicam à comunidade europeia como um todo e outras que são específicas de cada país”, lembrou o advogado.

Ao apresentar os convidados do painel de encerramento do European Day, Ciro Dias Reis, presidente da Imagem Corporativa, lembrou que uma das diferenças marcantes do estilo de gestão europeu em relação ao brasileiro é a ênfase no planejamento de longo prazo. A questão fomentou o debate do painel “Comércio Brasil-Europa – perspectivas e visão de longo prazo”.

Anders Norinder, Senior Advisor da Business Sweden, Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, Stephan Wilken, presidente do Deutsche Bank Brasil, e Ciro Reis, presidente da Imagem Corporativa Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

O executivo sueco Anders Norinder, que mora há 20 anos no Brasil – foi CEO da Volvo Cars para a América Latina – e agora atua como conselheiro sênior da Business Sweden, entidade mantida pelo governo sueco para impulsionar as exportações do país, lembrou que o planejamento de longo prazo é, acima de tudo, uma estratégia de sobrevivência para a Suécia. “Um país pequeno, com apenas 10 milhões de habitantes, precisa administrar bem os seus recursos.”

A busca por mercados externos faz parte dessa mesma mentalidade. Embora tenha população e território 20 vezes inferiores aos do Brasil, a Suécia consegue alcançar um PIB que é apenas 2,5 vezes menor. Hoje, cerca de 200 empresas de origem sueca atuam no País. Muitas são marcas conhecidas do público, como Volvo, Scania, Electrolux, Tetra Pak e Spotify. Além disso, a maior venda comercial da história da Suécia foi feita para o Brasil – a compra de 36 caças Gripen da Saab, em 2014, por US$ 5,4 bilhões, ponto de partida para uma parceria de transferência de tecnologia entre a empresa sueca e a Embraer.

Jackson Schneider, presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, citou justamente a Embraer como exemplo de empresa brasileira que é competente ao fazer planejamento de longo prazo. “Normalmente são necessários entre sete e oito anos entre o início de um projeto e a entrega da primeira unidade de um avião”, ele descreveu.

Schneider ressaltou que a dificuldade para planejamento de longo prazo das empresas brasileiras não é uma preferência nem uma escolha, mas resultado da soma de várias circunstâncias. “É preciso resgatar a capacidade de planejamento do Estado, pensar no Brasil como uma nação. O que permite o planejamento de longo prazo é a previsibilidade, mas no Brasil as premissas mudam o tempo todo.”

Stephan Wilken, presidente do Deustche Bank Brasil e líder regional do banco para a América Latina, lembrou que as “emergências” do dia a dia podem facilmente fazer com que as empresas esqueçam as tendências de longo prazo. “Essas tendências não podem ser subestimadas, porque têm impacto muito maior”, avaliou o executivo. Ao mesmo tempo, lembrou Wilken, a habilidade para lidar com imprevistos e mudanças de rumo é bem-vinda, especialmente no mercado financeiro. “Se na Europa somos bons em planejar, os brasileiros são bons em improvisar. Esse é um bom casamento”, disse o alemão.

Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados Foto: Alex Silva/Estadão Blue Studio

Apoio especializado é crucial

A União Europeia é o principal investidor estrangeiro no Brasil, responsável atualmente por quase 50% dos investimentos feitos no País. Esse foi um dos dados ressaltados pela ministra Ana Beatriz Martins, chefe de delegação adjunta da União Europeia no Brasil, em um pronunciamento feito por videoconferência, de Brasília, durante o European Day. “Cento e trinta projetos de infraestrutura no Brasil tiveram a participação de empresas europeias nos últimos 20 anos”, acrescentou a ministra, que destacou as novas oportunidades de parcerias decorrentes de tendências recentes, como a digitalização e a necessidade global de transição para fontes de energia renováveis.

Na sequência do evento, o advogado Thomas Felsberg, sócio-fundador do escritório Felsberg Advogados, falou sobre os desafios da legislação e regulação nas relações comerciais Brasil-Europa. Ele ressaltou que atuar no Brasil é visto como algo complexo pelas empresas estrangeiras, mas há também uma série de verificações que uma empresa brasileira precisa fazer ao planejar presença no mercado europeu. “Há regras que se aplicam à comunidade europeia como um todo e outras que são específicas de cada país”, lembrou o advogado.

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