Brasil é modelo em geração de energia limpa


No caso da matriz elétrica nacional, 82,9% das fontes energéticas são sustentáveis, enquanto a média global é de 26,7%

Por Redação
Atualização:
Media Lab Estadão 

A matriz energética do Brasil é três vezes mais sustentável que a média global. Enquanto 46,1% da energia produzida no País para os mais diversos fins comerciais e residenciais – iluminação, aquecimento, abastecimento de máquinas, transporte, preparação de alimentos – provém de fontes renováveis, o patamar mundial está em apenas 14,2%. Quando falamos da matriz elétrica, que diz respeito exclusivamente às formas de geração de energia elétrica, a proporção em relação à média global é mantida, mas com um cenário ainda mais sustentável: 82,9% da energia elétrica que o País produz vem de fontes renováveis, contra a média global de 26,7%.

A maior adoção pelo Brasil de fontes renováveis é resultado principalmente de dois projetos bem-sucedidos desenvolvidos ao longo de décadas. Um deles é a ampla adoção de usinas hidrelétricas, origem de quase dois terços da energia elétrica produzida atualmente no País. O outro é a utilização de etanol de cana-de-açúcar como combustível de automóveis, principal fonte renovável da matriz energética nacional. No ano passado, o País consumiu 32,8 bilhões de litros, o que representou um crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior.

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Em 2020, a pandemia fez o consumo de etanol regredir em 15%, mas a expectativa do mercado para 2021 é positiva, inclusive por conta da visão de que a crise da Covid-19 está contribuindo para acelerar projetos de sustentabilidade ao redor do planeta. “Neste momento em que o mundo todo discute a retomada verde, é importante destacarmos as vantagens do etanol para a redução de emissões de gases de efeito estufa e de poluição em grandes metrópoles”, afirma Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única).

Energia eólica se expande

Mesmo com o quadro privilegiado em relação à média global, oBrasil tem conseguido bom desempenho ao impulsionar ainda mais a produção de energias renováveis. Um exemplo é o crescimento da geração eólica. Com 7.578 aerogeradores instalados em 619 parques eólicos ao final de 2019, o País vem galgando posições no ranking global de produção de energia pela força dos ventos – já chegou à oitava posição, de acordo com o Global Wind Energy Council (GWEC).

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E deve subir ainda mais, graças a investimentos de R$ 67 bilhões ao longo da última década – sendo R$ 13 bilhões só no ano passado. Considerando leilões já realizados e os contratos firmados no Mercado Livre de energia, a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) projeta que a capacidade instalada no País chegará a 24 GW até 2024, aumento de 50% em relação ao patamar atual.

O aumento da escala e a adoção de novas soluções técnicas vêm contribuindo para uma forte redução dos custos da energia eólica ao longo da última década no Brasil. De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço médio do MWh caiu no período de R$ 262,35 para R$ 100,70, retração acima de 60%. Com isso, o preço médio da energia eólica (R$ 174,90) foi o segundo menor entre todas as fontes energéticas, perdendo apenas para as usinas hidrelétricas (R$ 169,30).

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Gás natural, energia de transição

Outra alternativa relevante para o Brasil na década que está começando é aumentar a exploração do gás natural, considerada a modalidade perfeita para sustentar a transição entre uma matriz energética predominantemente composta por fontes não-renováveis para uma matriz de maioria renovável. “Aumentar a participação do gás natural na nossa matriz energética seria um contraponto para a crescente participação das fontes intermitentes, que têm como característica a dependência de fatores variáveis, como a força dos ventos, a incidência de sol e a vazão dos rios”, diz Efrain Cruz, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Um dos benefícios diretos desse processo seria a redução da volatilidade do preço da energia no Brasil. É um problema que a população brasileira está sentindo neste momento. O baixo nível dos reservatórios e a previsão de poucas chuvas em dezembro fez o Operador Nacional do Sistema (ONS) lançar um alerta sobre dificuldades no abastecimento de energia, base da decisão da Aneel de autorizar cobrança extra na conta dos consumidores.

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Desafios da ampliação do gás natural

A produção brasileira de gás natural subiu 9,5% no ano passado, o que permitiu a redução de 7,5% nas importações. A rede de gasodutos cresceu 5,1% – foram 1.780 km adicionais. São números ainda tímidos, no entanto, considerando o potencial de crescimento da produção nacional. O País está na 29ª posição no ranking mundial.

Há a perspectiva real de um salto na produção de gás natural no Brasil ao longo dos próximos anos, por conta das reservas comprovadas do pré-sal – 360 bilhões de metros cúbicos. Com isso, o País poderá passar da condição de tradicional importador para se tornar autossuficiente nesse recurso. Para dar vazão ao potencial representado pelas reservas de gás natural no pré-sal, é preciso que haja uma demanda regular no mercado interno. Espera-se que a aprovação do novo marco regulatório do setor, ao final de quase dez anos de tramitação, contribua para aumentar a segurança jurídica e atrair investidores.

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Concentração na costa

A utilização de gás natural no Brasil está muito concentrada nas regiões costeiras. O estado que mais consome gás no País, hoje, é São Paulo, que já tem três grandes concessionárias desenvolvendo o mercado de gás e mais de dois milhões de residências alcançadas. Hoje, mais de 80% do gás brasileiro é extraído junto com o petróleo. Sem demanda suficiente, a solução encontrada tem sido reinjetar boa parte do gás nos poços, com a perspectiva de que venha a ser retirado no futuro.

Só o crescimento da demanda justificaria os investimentos para construir gasodutos e instalar térmicas em pontos estratégicos dos percursos até capitais e cidade importantes ainda não abastecidas, como Brasília, Goiânia, São Luís, Teresina, Belém, Londrina e Uberlândia.

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Empresas se concentram no meio ambiente

Além de trabalhar para o crescimento das modalidades de produção sustentável de energia no Brasil, as empresas do setor estão empenhadas em dar o exemplo ao adotar ações ambientalmente corretas em seus processos internos. A Companhia Paranaense de Energia (Copel), por exemplo, desenvolveu um programa de redução do uso de papel para impressão, depois de ter concluído que nos últimos cinco anos consumiu o equivalente a 7 mil árvores só nesse item. A queda alcançada no primeiro semestre deste ano foi de 50% em comparação ao semestre anterior – a adoção do trabalho remoto por conta da pandemia ajudou a conscientizar as pessoas sobre a importância de evitar o uso de papel e de usar os dois lados da folha sempre que possível.

Influenciar positivamente os consumidores é outra missão das empresas do setor elétrico. O Grupo Neoenergia, que reúne distribuidoras como Coelba, Celpe, Cosern e Elektro, aplica 0,4% das receitas operacionais líquidas em ações que incentivem mudanças de hábitos para o consumo consciente e estimulem o desenvolvimento e a consolidação de novas tecnologias que reduzam o consumo de energia elétrica.

As ações são voltadas especialmente aos consumidores de baixa renda, por meio de projetos de substituição de lâmpadas incandescentes e fluorescentes por LED e campanhas de educação. Há também incentivo à prática de reciclagem – o programaVale Luz concede descontos nas faturas em troca da entrega de resíduos e cooperativas e indústrias que fazem o reaproveitamento desses materiais.

 

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A matriz energética do Brasil é três vezes mais sustentável que a média global. Enquanto 46,1% da energia produzida no País para os mais diversos fins comerciais e residenciais – iluminação, aquecimento, abastecimento de máquinas, transporte, preparação de alimentos – provém de fontes renováveis, o patamar mundial está em apenas 14,2%. Quando falamos da matriz elétrica, que diz respeito exclusivamente às formas de geração de energia elétrica, a proporção em relação à média global é mantida, mas com um cenário ainda mais sustentável: 82,9% da energia elétrica que o País produz vem de fontes renováveis, contra a média global de 26,7%.

A maior adoção pelo Brasil de fontes renováveis é resultado principalmente de dois projetos bem-sucedidos desenvolvidos ao longo de décadas. Um deles é a ampla adoção de usinas hidrelétricas, origem de quase dois terços da energia elétrica produzida atualmente no País. O outro é a utilização de etanol de cana-de-açúcar como combustível de automóveis, principal fonte renovável da matriz energética nacional. No ano passado, o País consumiu 32,8 bilhões de litros, o que representou um crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior.

Em 2020, a pandemia fez o consumo de etanol regredir em 15%, mas a expectativa do mercado para 2021 é positiva, inclusive por conta da visão de que a crise da Covid-19 está contribuindo para acelerar projetos de sustentabilidade ao redor do planeta. “Neste momento em que o mundo todo discute a retomada verde, é importante destacarmos as vantagens do etanol para a redução de emissões de gases de efeito estufa e de poluição em grandes metrópoles”, afirma Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única).

Energia eólica se expande

Mesmo com o quadro privilegiado em relação à média global, oBrasil tem conseguido bom desempenho ao impulsionar ainda mais a produção de energias renováveis. Um exemplo é o crescimento da geração eólica. Com 7.578 aerogeradores instalados em 619 parques eólicos ao final de 2019, o País vem galgando posições no ranking global de produção de energia pela força dos ventos – já chegou à oitava posição, de acordo com o Global Wind Energy Council (GWEC).

E deve subir ainda mais, graças a investimentos de R$ 67 bilhões ao longo da última década – sendo R$ 13 bilhões só no ano passado. Considerando leilões já realizados e os contratos firmados no Mercado Livre de energia, a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) projeta que a capacidade instalada no País chegará a 24 GW até 2024, aumento de 50% em relação ao patamar atual.

O aumento da escala e a adoção de novas soluções técnicas vêm contribuindo para uma forte redução dos custos da energia eólica ao longo da última década no Brasil. De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço médio do MWh caiu no período de R$ 262,35 para R$ 100,70, retração acima de 60%. Com isso, o preço médio da energia eólica (R$ 174,90) foi o segundo menor entre todas as fontes energéticas, perdendo apenas para as usinas hidrelétricas (R$ 169,30).

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Gás natural, energia de transição

Outra alternativa relevante para o Brasil na década que está começando é aumentar a exploração do gás natural, considerada a modalidade perfeita para sustentar a transição entre uma matriz energética predominantemente composta por fontes não-renováveis para uma matriz de maioria renovável. “Aumentar a participação do gás natural na nossa matriz energética seria um contraponto para a crescente participação das fontes intermitentes, que têm como característica a dependência de fatores variáveis, como a força dos ventos, a incidência de sol e a vazão dos rios”, diz Efrain Cruz, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Um dos benefícios diretos desse processo seria a redução da volatilidade do preço da energia no Brasil. É um problema que a população brasileira está sentindo neste momento. O baixo nível dos reservatórios e a previsão de poucas chuvas em dezembro fez o Operador Nacional do Sistema (ONS) lançar um alerta sobre dificuldades no abastecimento de energia, base da decisão da Aneel de autorizar cobrança extra na conta dos consumidores.

Desafios da ampliação do gás natural

A produção brasileira de gás natural subiu 9,5% no ano passado, o que permitiu a redução de 7,5% nas importações. A rede de gasodutos cresceu 5,1% – foram 1.780 km adicionais. São números ainda tímidos, no entanto, considerando o potencial de crescimento da produção nacional. O País está na 29ª posição no ranking mundial.

Há a perspectiva real de um salto na produção de gás natural no Brasil ao longo dos próximos anos, por conta das reservas comprovadas do pré-sal – 360 bilhões de metros cúbicos. Com isso, o País poderá passar da condição de tradicional importador para se tornar autossuficiente nesse recurso. Para dar vazão ao potencial representado pelas reservas de gás natural no pré-sal, é preciso que haja uma demanda regular no mercado interno. Espera-se que a aprovação do novo marco regulatório do setor, ao final de quase dez anos de tramitação, contribua para aumentar a segurança jurídica e atrair investidores.

Concentração na costa

A utilização de gás natural no Brasil está muito concentrada nas regiões costeiras. O estado que mais consome gás no País, hoje, é São Paulo, que já tem três grandes concessionárias desenvolvendo o mercado de gás e mais de dois milhões de residências alcançadas. Hoje, mais de 80% do gás brasileiro é extraído junto com o petróleo. Sem demanda suficiente, a solução encontrada tem sido reinjetar boa parte do gás nos poços, com a perspectiva de que venha a ser retirado no futuro.

Só o crescimento da demanda justificaria os investimentos para construir gasodutos e instalar térmicas em pontos estratégicos dos percursos até capitais e cidade importantes ainda não abastecidas, como Brasília, Goiânia, São Luís, Teresina, Belém, Londrina e Uberlândia.

Empresas se concentram no meio ambiente

Além de trabalhar para o crescimento das modalidades de produção sustentável de energia no Brasil, as empresas do setor estão empenhadas em dar o exemplo ao adotar ações ambientalmente corretas em seus processos internos. A Companhia Paranaense de Energia (Copel), por exemplo, desenvolveu um programa de redução do uso de papel para impressão, depois de ter concluído que nos últimos cinco anos consumiu o equivalente a 7 mil árvores só nesse item. A queda alcançada no primeiro semestre deste ano foi de 50% em comparação ao semestre anterior – a adoção do trabalho remoto por conta da pandemia ajudou a conscientizar as pessoas sobre a importância de evitar o uso de papel e de usar os dois lados da folha sempre que possível.

Influenciar positivamente os consumidores é outra missão das empresas do setor elétrico. O Grupo Neoenergia, que reúne distribuidoras como Coelba, Celpe, Cosern e Elektro, aplica 0,4% das receitas operacionais líquidas em ações que incentivem mudanças de hábitos para o consumo consciente e estimulem o desenvolvimento e a consolidação de novas tecnologias que reduzam o consumo de energia elétrica.

As ações são voltadas especialmente aos consumidores de baixa renda, por meio de projetos de substituição de lâmpadas incandescentes e fluorescentes por LED e campanhas de educação. Há também incentivo à prática de reciclagem – o programaVale Luz concede descontos nas faturas em troca da entrega de resíduos e cooperativas e indústrias que fazem o reaproveitamento desses materiais.

 

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A matriz energética do Brasil é três vezes mais sustentável que a média global. Enquanto 46,1% da energia produzida no País para os mais diversos fins comerciais e residenciais – iluminação, aquecimento, abastecimento de máquinas, transporte, preparação de alimentos – provém de fontes renováveis, o patamar mundial está em apenas 14,2%. Quando falamos da matriz elétrica, que diz respeito exclusivamente às formas de geração de energia elétrica, a proporção em relação à média global é mantida, mas com um cenário ainda mais sustentável: 82,9% da energia elétrica que o País produz vem de fontes renováveis, contra a média global de 26,7%.

A maior adoção pelo Brasil de fontes renováveis é resultado principalmente de dois projetos bem-sucedidos desenvolvidos ao longo de décadas. Um deles é a ampla adoção de usinas hidrelétricas, origem de quase dois terços da energia elétrica produzida atualmente no País. O outro é a utilização de etanol de cana-de-açúcar como combustível de automóveis, principal fonte renovável da matriz energética nacional. No ano passado, o País consumiu 32,8 bilhões de litros, o que representou um crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior.

Em 2020, a pandemia fez o consumo de etanol regredir em 15%, mas a expectativa do mercado para 2021 é positiva, inclusive por conta da visão de que a crise da Covid-19 está contribuindo para acelerar projetos de sustentabilidade ao redor do planeta. “Neste momento em que o mundo todo discute a retomada verde, é importante destacarmos as vantagens do etanol para a redução de emissões de gases de efeito estufa e de poluição em grandes metrópoles”, afirma Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única).

Energia eólica se expande

Mesmo com o quadro privilegiado em relação à média global, oBrasil tem conseguido bom desempenho ao impulsionar ainda mais a produção de energias renováveis. Um exemplo é o crescimento da geração eólica. Com 7.578 aerogeradores instalados em 619 parques eólicos ao final de 2019, o País vem galgando posições no ranking global de produção de energia pela força dos ventos – já chegou à oitava posição, de acordo com o Global Wind Energy Council (GWEC).

E deve subir ainda mais, graças a investimentos de R$ 67 bilhões ao longo da última década – sendo R$ 13 bilhões só no ano passado. Considerando leilões já realizados e os contratos firmados no Mercado Livre de energia, a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) projeta que a capacidade instalada no País chegará a 24 GW até 2024, aumento de 50% em relação ao patamar atual.

O aumento da escala e a adoção de novas soluções técnicas vêm contribuindo para uma forte redução dos custos da energia eólica ao longo da última década no Brasil. De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço médio do MWh caiu no período de R$ 262,35 para R$ 100,70, retração acima de 60%. Com isso, o preço médio da energia eólica (R$ 174,90) foi o segundo menor entre todas as fontes energéticas, perdendo apenas para as usinas hidrelétricas (R$ 169,30).

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Gás natural, energia de transição

Outra alternativa relevante para o Brasil na década que está começando é aumentar a exploração do gás natural, considerada a modalidade perfeita para sustentar a transição entre uma matriz energética predominantemente composta por fontes não-renováveis para uma matriz de maioria renovável. “Aumentar a participação do gás natural na nossa matriz energética seria um contraponto para a crescente participação das fontes intermitentes, que têm como característica a dependência de fatores variáveis, como a força dos ventos, a incidência de sol e a vazão dos rios”, diz Efrain Cruz, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Um dos benefícios diretos desse processo seria a redução da volatilidade do preço da energia no Brasil. É um problema que a população brasileira está sentindo neste momento. O baixo nível dos reservatórios e a previsão de poucas chuvas em dezembro fez o Operador Nacional do Sistema (ONS) lançar um alerta sobre dificuldades no abastecimento de energia, base da decisão da Aneel de autorizar cobrança extra na conta dos consumidores.

Desafios da ampliação do gás natural

A produção brasileira de gás natural subiu 9,5% no ano passado, o que permitiu a redução de 7,5% nas importações. A rede de gasodutos cresceu 5,1% – foram 1.780 km adicionais. São números ainda tímidos, no entanto, considerando o potencial de crescimento da produção nacional. O País está na 29ª posição no ranking mundial.

Há a perspectiva real de um salto na produção de gás natural no Brasil ao longo dos próximos anos, por conta das reservas comprovadas do pré-sal – 360 bilhões de metros cúbicos. Com isso, o País poderá passar da condição de tradicional importador para se tornar autossuficiente nesse recurso. Para dar vazão ao potencial representado pelas reservas de gás natural no pré-sal, é preciso que haja uma demanda regular no mercado interno. Espera-se que a aprovação do novo marco regulatório do setor, ao final de quase dez anos de tramitação, contribua para aumentar a segurança jurídica e atrair investidores.

Concentração na costa

A utilização de gás natural no Brasil está muito concentrada nas regiões costeiras. O estado que mais consome gás no País, hoje, é São Paulo, que já tem três grandes concessionárias desenvolvendo o mercado de gás e mais de dois milhões de residências alcançadas. Hoje, mais de 80% do gás brasileiro é extraído junto com o petróleo. Sem demanda suficiente, a solução encontrada tem sido reinjetar boa parte do gás nos poços, com a perspectiva de que venha a ser retirado no futuro.

Só o crescimento da demanda justificaria os investimentos para construir gasodutos e instalar térmicas em pontos estratégicos dos percursos até capitais e cidade importantes ainda não abastecidas, como Brasília, Goiânia, São Luís, Teresina, Belém, Londrina e Uberlândia.

Empresas se concentram no meio ambiente

Além de trabalhar para o crescimento das modalidades de produção sustentável de energia no Brasil, as empresas do setor estão empenhadas em dar o exemplo ao adotar ações ambientalmente corretas em seus processos internos. A Companhia Paranaense de Energia (Copel), por exemplo, desenvolveu um programa de redução do uso de papel para impressão, depois de ter concluído que nos últimos cinco anos consumiu o equivalente a 7 mil árvores só nesse item. A queda alcançada no primeiro semestre deste ano foi de 50% em comparação ao semestre anterior – a adoção do trabalho remoto por conta da pandemia ajudou a conscientizar as pessoas sobre a importância de evitar o uso de papel e de usar os dois lados da folha sempre que possível.

Influenciar positivamente os consumidores é outra missão das empresas do setor elétrico. O Grupo Neoenergia, que reúne distribuidoras como Coelba, Celpe, Cosern e Elektro, aplica 0,4% das receitas operacionais líquidas em ações que incentivem mudanças de hábitos para o consumo consciente e estimulem o desenvolvimento e a consolidação de novas tecnologias que reduzam o consumo de energia elétrica.

As ações são voltadas especialmente aos consumidores de baixa renda, por meio de projetos de substituição de lâmpadas incandescentes e fluorescentes por LED e campanhas de educação. Há também incentivo à prática de reciclagem – o programaVale Luz concede descontos nas faturas em troca da entrega de resíduos e cooperativas e indústrias que fazem o reaproveitamento desses materiais.

 

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A matriz energética do Brasil é três vezes mais sustentável que a média global. Enquanto 46,1% da energia produzida no País para os mais diversos fins comerciais e residenciais – iluminação, aquecimento, abastecimento de máquinas, transporte, preparação de alimentos – provém de fontes renováveis, o patamar mundial está em apenas 14,2%. Quando falamos da matriz elétrica, que diz respeito exclusivamente às formas de geração de energia elétrica, a proporção em relação à média global é mantida, mas com um cenário ainda mais sustentável: 82,9% da energia elétrica que o País produz vem de fontes renováveis, contra a média global de 26,7%.

A maior adoção pelo Brasil de fontes renováveis é resultado principalmente de dois projetos bem-sucedidos desenvolvidos ao longo de décadas. Um deles é a ampla adoção de usinas hidrelétricas, origem de quase dois terços da energia elétrica produzida atualmente no País. O outro é a utilização de etanol de cana-de-açúcar como combustível de automóveis, principal fonte renovável da matriz energética nacional. No ano passado, o País consumiu 32,8 bilhões de litros, o que representou um crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior.

Em 2020, a pandemia fez o consumo de etanol regredir em 15%, mas a expectativa do mercado para 2021 é positiva, inclusive por conta da visão de que a crise da Covid-19 está contribuindo para acelerar projetos de sustentabilidade ao redor do planeta. “Neste momento em que o mundo todo discute a retomada verde, é importante destacarmos as vantagens do etanol para a redução de emissões de gases de efeito estufa e de poluição em grandes metrópoles”, afirma Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única).

Energia eólica se expande

Mesmo com o quadro privilegiado em relação à média global, oBrasil tem conseguido bom desempenho ao impulsionar ainda mais a produção de energias renováveis. Um exemplo é o crescimento da geração eólica. Com 7.578 aerogeradores instalados em 619 parques eólicos ao final de 2019, o País vem galgando posições no ranking global de produção de energia pela força dos ventos – já chegou à oitava posição, de acordo com o Global Wind Energy Council (GWEC).

E deve subir ainda mais, graças a investimentos de R$ 67 bilhões ao longo da última década – sendo R$ 13 bilhões só no ano passado. Considerando leilões já realizados e os contratos firmados no Mercado Livre de energia, a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) projeta que a capacidade instalada no País chegará a 24 GW até 2024, aumento de 50% em relação ao patamar atual.

O aumento da escala e a adoção de novas soluções técnicas vêm contribuindo para uma forte redução dos custos da energia eólica ao longo da última década no Brasil. De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço médio do MWh caiu no período de R$ 262,35 para R$ 100,70, retração acima de 60%. Com isso, o preço médio da energia eólica (R$ 174,90) foi o segundo menor entre todas as fontes energéticas, perdendo apenas para as usinas hidrelétricas (R$ 169,30).

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Gás natural, energia de transição

Outra alternativa relevante para o Brasil na década que está começando é aumentar a exploração do gás natural, considerada a modalidade perfeita para sustentar a transição entre uma matriz energética predominantemente composta por fontes não-renováveis para uma matriz de maioria renovável. “Aumentar a participação do gás natural na nossa matriz energética seria um contraponto para a crescente participação das fontes intermitentes, que têm como característica a dependência de fatores variáveis, como a força dos ventos, a incidência de sol e a vazão dos rios”, diz Efrain Cruz, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Um dos benefícios diretos desse processo seria a redução da volatilidade do preço da energia no Brasil. É um problema que a população brasileira está sentindo neste momento. O baixo nível dos reservatórios e a previsão de poucas chuvas em dezembro fez o Operador Nacional do Sistema (ONS) lançar um alerta sobre dificuldades no abastecimento de energia, base da decisão da Aneel de autorizar cobrança extra na conta dos consumidores.

Desafios da ampliação do gás natural

A produção brasileira de gás natural subiu 9,5% no ano passado, o que permitiu a redução de 7,5% nas importações. A rede de gasodutos cresceu 5,1% – foram 1.780 km adicionais. São números ainda tímidos, no entanto, considerando o potencial de crescimento da produção nacional. O País está na 29ª posição no ranking mundial.

Há a perspectiva real de um salto na produção de gás natural no Brasil ao longo dos próximos anos, por conta das reservas comprovadas do pré-sal – 360 bilhões de metros cúbicos. Com isso, o País poderá passar da condição de tradicional importador para se tornar autossuficiente nesse recurso. Para dar vazão ao potencial representado pelas reservas de gás natural no pré-sal, é preciso que haja uma demanda regular no mercado interno. Espera-se que a aprovação do novo marco regulatório do setor, ao final de quase dez anos de tramitação, contribua para aumentar a segurança jurídica e atrair investidores.

Concentração na costa

A utilização de gás natural no Brasil está muito concentrada nas regiões costeiras. O estado que mais consome gás no País, hoje, é São Paulo, que já tem três grandes concessionárias desenvolvendo o mercado de gás e mais de dois milhões de residências alcançadas. Hoje, mais de 80% do gás brasileiro é extraído junto com o petróleo. Sem demanda suficiente, a solução encontrada tem sido reinjetar boa parte do gás nos poços, com a perspectiva de que venha a ser retirado no futuro.

Só o crescimento da demanda justificaria os investimentos para construir gasodutos e instalar térmicas em pontos estratégicos dos percursos até capitais e cidade importantes ainda não abastecidas, como Brasília, Goiânia, São Luís, Teresina, Belém, Londrina e Uberlândia.

Empresas se concentram no meio ambiente

Além de trabalhar para o crescimento das modalidades de produção sustentável de energia no Brasil, as empresas do setor estão empenhadas em dar o exemplo ao adotar ações ambientalmente corretas em seus processos internos. A Companhia Paranaense de Energia (Copel), por exemplo, desenvolveu um programa de redução do uso de papel para impressão, depois de ter concluído que nos últimos cinco anos consumiu o equivalente a 7 mil árvores só nesse item. A queda alcançada no primeiro semestre deste ano foi de 50% em comparação ao semestre anterior – a adoção do trabalho remoto por conta da pandemia ajudou a conscientizar as pessoas sobre a importância de evitar o uso de papel e de usar os dois lados da folha sempre que possível.

Influenciar positivamente os consumidores é outra missão das empresas do setor elétrico. O Grupo Neoenergia, que reúne distribuidoras como Coelba, Celpe, Cosern e Elektro, aplica 0,4% das receitas operacionais líquidas em ações que incentivem mudanças de hábitos para o consumo consciente e estimulem o desenvolvimento e a consolidação de novas tecnologias que reduzam o consumo de energia elétrica.

As ações são voltadas especialmente aos consumidores de baixa renda, por meio de projetos de substituição de lâmpadas incandescentes e fluorescentes por LED e campanhas de educação. Há também incentivo à prática de reciclagem – o programaVale Luz concede descontos nas faturas em troca da entrega de resíduos e cooperativas e indústrias que fazem o reaproveitamento desses materiais.

 

Media Lab Estadão 

A matriz energética do Brasil é três vezes mais sustentável que a média global. Enquanto 46,1% da energia produzida no País para os mais diversos fins comerciais e residenciais – iluminação, aquecimento, abastecimento de máquinas, transporte, preparação de alimentos – provém de fontes renováveis, o patamar mundial está em apenas 14,2%. Quando falamos da matriz elétrica, que diz respeito exclusivamente às formas de geração de energia elétrica, a proporção em relação à média global é mantida, mas com um cenário ainda mais sustentável: 82,9% da energia elétrica que o País produz vem de fontes renováveis, contra a média global de 26,7%.

A maior adoção pelo Brasil de fontes renováveis é resultado principalmente de dois projetos bem-sucedidos desenvolvidos ao longo de décadas. Um deles é a ampla adoção de usinas hidrelétricas, origem de quase dois terços da energia elétrica produzida atualmente no País. O outro é a utilização de etanol de cana-de-açúcar como combustível de automóveis, principal fonte renovável da matriz energética nacional. No ano passado, o País consumiu 32,8 bilhões de litros, o que representou um crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior.

Em 2020, a pandemia fez o consumo de etanol regredir em 15%, mas a expectativa do mercado para 2021 é positiva, inclusive por conta da visão de que a crise da Covid-19 está contribuindo para acelerar projetos de sustentabilidade ao redor do planeta. “Neste momento em que o mundo todo discute a retomada verde, é importante destacarmos as vantagens do etanol para a redução de emissões de gases de efeito estufa e de poluição em grandes metrópoles”, afirma Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única).

Energia eólica se expande

Mesmo com o quadro privilegiado em relação à média global, oBrasil tem conseguido bom desempenho ao impulsionar ainda mais a produção de energias renováveis. Um exemplo é o crescimento da geração eólica. Com 7.578 aerogeradores instalados em 619 parques eólicos ao final de 2019, o País vem galgando posições no ranking global de produção de energia pela força dos ventos – já chegou à oitava posição, de acordo com o Global Wind Energy Council (GWEC).

E deve subir ainda mais, graças a investimentos de R$ 67 bilhões ao longo da última década – sendo R$ 13 bilhões só no ano passado. Considerando leilões já realizados e os contratos firmados no Mercado Livre de energia, a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) projeta que a capacidade instalada no País chegará a 24 GW até 2024, aumento de 50% em relação ao patamar atual.

O aumento da escala e a adoção de novas soluções técnicas vêm contribuindo para uma forte redução dos custos da energia eólica ao longo da última década no Brasil. De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço médio do MWh caiu no período de R$ 262,35 para R$ 100,70, retração acima de 60%. Com isso, o preço médio da energia eólica (R$ 174,90) foi o segundo menor entre todas as fontes energéticas, perdendo apenas para as usinas hidrelétricas (R$ 169,30).

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Gás natural, energia de transição

Outra alternativa relevante para o Brasil na década que está começando é aumentar a exploração do gás natural, considerada a modalidade perfeita para sustentar a transição entre uma matriz energética predominantemente composta por fontes não-renováveis para uma matriz de maioria renovável. “Aumentar a participação do gás natural na nossa matriz energética seria um contraponto para a crescente participação das fontes intermitentes, que têm como característica a dependência de fatores variáveis, como a força dos ventos, a incidência de sol e a vazão dos rios”, diz Efrain Cruz, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Um dos benefícios diretos desse processo seria a redução da volatilidade do preço da energia no Brasil. É um problema que a população brasileira está sentindo neste momento. O baixo nível dos reservatórios e a previsão de poucas chuvas em dezembro fez o Operador Nacional do Sistema (ONS) lançar um alerta sobre dificuldades no abastecimento de energia, base da decisão da Aneel de autorizar cobrança extra na conta dos consumidores.

Desafios da ampliação do gás natural

A produção brasileira de gás natural subiu 9,5% no ano passado, o que permitiu a redução de 7,5% nas importações. A rede de gasodutos cresceu 5,1% – foram 1.780 km adicionais. São números ainda tímidos, no entanto, considerando o potencial de crescimento da produção nacional. O País está na 29ª posição no ranking mundial.

Há a perspectiva real de um salto na produção de gás natural no Brasil ao longo dos próximos anos, por conta das reservas comprovadas do pré-sal – 360 bilhões de metros cúbicos. Com isso, o País poderá passar da condição de tradicional importador para se tornar autossuficiente nesse recurso. Para dar vazão ao potencial representado pelas reservas de gás natural no pré-sal, é preciso que haja uma demanda regular no mercado interno. Espera-se que a aprovação do novo marco regulatório do setor, ao final de quase dez anos de tramitação, contribua para aumentar a segurança jurídica e atrair investidores.

Concentração na costa

A utilização de gás natural no Brasil está muito concentrada nas regiões costeiras. O estado que mais consome gás no País, hoje, é São Paulo, que já tem três grandes concessionárias desenvolvendo o mercado de gás e mais de dois milhões de residências alcançadas. Hoje, mais de 80% do gás brasileiro é extraído junto com o petróleo. Sem demanda suficiente, a solução encontrada tem sido reinjetar boa parte do gás nos poços, com a perspectiva de que venha a ser retirado no futuro.

Só o crescimento da demanda justificaria os investimentos para construir gasodutos e instalar térmicas em pontos estratégicos dos percursos até capitais e cidade importantes ainda não abastecidas, como Brasília, Goiânia, São Luís, Teresina, Belém, Londrina e Uberlândia.

Empresas se concentram no meio ambiente

Além de trabalhar para o crescimento das modalidades de produção sustentável de energia no Brasil, as empresas do setor estão empenhadas em dar o exemplo ao adotar ações ambientalmente corretas em seus processos internos. A Companhia Paranaense de Energia (Copel), por exemplo, desenvolveu um programa de redução do uso de papel para impressão, depois de ter concluído que nos últimos cinco anos consumiu o equivalente a 7 mil árvores só nesse item. A queda alcançada no primeiro semestre deste ano foi de 50% em comparação ao semestre anterior – a adoção do trabalho remoto por conta da pandemia ajudou a conscientizar as pessoas sobre a importância de evitar o uso de papel e de usar os dois lados da folha sempre que possível.

Influenciar positivamente os consumidores é outra missão das empresas do setor elétrico. O Grupo Neoenergia, que reúne distribuidoras como Coelba, Celpe, Cosern e Elektro, aplica 0,4% das receitas operacionais líquidas em ações que incentivem mudanças de hábitos para o consumo consciente e estimulem o desenvolvimento e a consolidação de novas tecnologias que reduzam o consumo de energia elétrica.

As ações são voltadas especialmente aos consumidores de baixa renda, por meio de projetos de substituição de lâmpadas incandescentes e fluorescentes por LED e campanhas de educação. Há também incentivo à prática de reciclagem – o programaVale Luz concede descontos nas faturas em troca da entrega de resíduos e cooperativas e indústrias que fazem o reaproveitamento desses materiais.

 

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