Brasil retorna à elite mundial dos produtores de alumínio e recupera autossuficiência na oferta


Indústria brasileira de metal primário saltou para 8º lugar no ranking em 2023 com retomada das operações da fábrica da Alumar, no Maranhão, após investimento de R$ 1 bilhão de Alcoa e South32

Por Ivo Ribeiro

Após mais de uma década, o Brasil volta à elite dos produtores mundiais de alumínio, posto que perdeu com o fechamento e paralisação de várias fundições de metal primário no País a partir de 2010. De acordo com dados que acabam de ser finalizados pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a indústria brasileira ficou em oitavo lugar no ranking mundial de países fabricantes em 2023. O setor produziu 1,022 milhão de toneladas no ano passado.

A indústria nacional chegou a ser a sexta maior produtora global no início dos anos 2000. Com o encerramento de operações, no entanto, despencou para a 15ª posição e, ultimamente, vinha-se equilibrando na 12ª colocação. O ranking dos dez maiores produtores, em 2023, traz a China como líder internacional, bem à frente das demais nações, com 41 milhões de toneladas. A potência industrial asiática é seguida por Índia, Rússia, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Austrália, Brasil, Malásia e Estados Unidos.

O salto do Brasil se deve à retomada das operações da Alumar, fundição (“smelter”) que fica em uma ilha ao lado de São Luís, a capital maranhense. O projeto é por um consórcio formado entre a americana Alcoa e a australiana South32. Em 2022, as duas companhias multinacionais decidiram religar os fornos da Alumar, alcançando produção de 238 mil toneladas no ano passado. Para 2024, a expectativa é de que os fornos operem à plena capacidade de 447 mil toneladas.

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Janaina Donas, presidente-executiva da Abal, destacou ao Estadão que essa retomada foi crucial para o setor no País. “O ano passado marca um momento de virada. Além de encerrar um ciclo de crescimento marginal, conseguimos recuperar a autossuficiência no suprimento de metal e subir quatro posições no ranking global de produção de metal primário”, disse. O objetivo é eliminar a dependência de importação de alumínio primário vista a partir de 2014. A oferta do metal aos transformadores locais, com o religamento da Alumar, cresceu 26% no ano passado ante 2022 e a expectativa é que suba mais em 2024 - ao menos 20%.

Atualmente, a capacidade de produção brasileira de metal primário, em três sites, é de 1,36 milhão de toneladas. São operados pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), localizada em Alumínio (SP), pela Albrás, que fica em Barcarena (PA), 40 km ao sul de Belém, e pela Alumar. As três unidades fabris têm capacidade similar.

O auge de produção do País ocorreu em 2008, com 1,66 milhão de toneladas, retroagindo, gradualmente, até atingir 650 mil toneladas em 2019. Em 2021, com a forte recuperação do consumo interno de produtos em alumínio, o Brasil teve de importar mais de 620 mil toneladas para poder atender à demanda do mercado.

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A partir de 2015, apenas CBA, controlada pelo grupo Votorantim e única de capital nacional, e Albrás, joint venture entre a norueguesa Hydro e um consórcio japonês, permaneceram produzindo. Os fechamentos se deveram, principalmente ao custo elevado de energia para quem não tinha geração própria do insumo, primordial no processo de fundição - responde por 35% a 50% do custo cash de produção. Outro motivo foi a escala competitiva de produção das fundições - as pequenas e mais antigas sofreram mais.

Bobinas de alumínio produzidas pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA, em Alumínio, interior paulista; fábrica da Alumar, em São Luís, retomou as operações no fim de 2022.Foto CBA/Divulgação 

Desde 2010, encerraram atividades Aluvale/Valesul, Novelis (antiga Alcan, em Ouro Preto-MG) e a operação da Alcoa em Poços de Caldas (MG). A Alumar abafou seus fornos entre 2014 e 2015, deixando de produzir até 2022.

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O Brasil, afirma Donas, conta com a vantagem de dispor de uma produção grande de material reciclado de alumínio, que atinge 850 mil toneladas por ano. Grande parte dessa sucata são latinhas de bebidas (cervejas, refrigerantes, sucos), mas há uma variedade de itens que vão de utensílios domésticos a sucata industrial.

No todo, o volume corresponde a 56,6% do consumo nacional de produtos transformados, como cabos elétricos, peças de motores de automóveis, embalagens, material extrudado para construção civil e outros. Em embalagens de alumínio para bebidas, o País atingiu 100% de índice de reciclagem - ou seja, tudo que fabricou de latas retornou ao processo após uso.

O setor, afirma Donas, de 2021 a 2025, está investindo R$ 30 bilhões em toda a cadeia de produção, que vai da extração mineral da bauxita até instalações de reciclagem. A retomada da Alumar, com quase R$ 1 bilhão de aporte, é um dos exemplos. No ano passado, o volume de recursos aplicado somou R$ 5,6 bilhões, levemente acima da cifra de 2022.

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No ranking mundial, o Brasil detém a quarta maior reserva de bauxita e a mesma posição em volume de produção do mineral. E é o terceiro principal fabricante de alumina (matéria-prima intermediária do metal feita com a bauxita), tendo à frente China e Austrália.

Consumo interno reage

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Globalmente, diz a presidente da Abal, o alumínio tem um promissor crescimento da demanda no futuro, fruto de aplicações na transição energética e por demanda na mobililidade elétrica, no cenário de redução das emissões de carbono e aquecimento climático. O metal é leve e ótimo condutor de energia. As projeções indicam que poderá mais que duplicar seu uso em carros movidos a baterias elétricas. “Até 2030, estima-se crescimento de 40% na demanda mundial”, diz a executiva.

No ano passado, o mundo consumiu 98 milhões de toneladas de alumínio - 69 milhões oriundas de metal primário e 29 milhões (quase 30%) de material reciclado. Por segmento, o setor de transportes (indústria automotiva e outras) respondeu por 26%, construção civil, 21%, eletricidade, 16%, e embalagens,15%. Máquinas e equipamentos e bens de consumo somaram 17%. “Com maiores perspectivas de puxarem esse crescimento despontam transportes, eletricidade e bens de consumo”, informa Donas.

Esse movimento deve sustentar os preços do metal, que é cotado na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês). Após atingir a média de US$ 2.716 a tonelada em 2022, recuou para US$ 2.286 no ano passado, mas já sinalizou recuperação no primeiro semestre de 2024.

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Especificamente no Brasil, embalagens é o segmento que mais utiliza o alumínio, com destaque para fabricação de latinhas de bebidas. Mas esse mercado recuou nos dois últimos anos, em linha com o consumo aparente nacional de produtos transformados do metal. O consumo total do País caiu 40 mil toneladas frente a 2022, somando 1,48 milhão de toneladas (menos 2,7%). Os principais mercados foram: embalagens (mais de 31 bilhões de latinhas), transportes e fundidos (setor automotivo), itens para construção civil (extrudados) e cabos elétricos.

No primeiro trimestre de 2024, segundo a executiva, o mercado brasileiro teve, de forma geral, crescimento relevante - aumento de 6,3%, para 386,9 mil toneladas, ante o mesmo período de 2023. “Sinaliza a possibilidade de encerramento de um ciclo de crescimento marginal visto desde o final de 2021″, afirmou Donas.

A alta foi puxada por cabos elétricos - reflexo da demanda gerada pelos leilões de novas linhas de transmissão de energia e manutenção de antigas -, extrudados e bens de consumo. Setores de bens de capital e embalagens registraram recuos.

”Vemos ainda impacto positivo da redução da taxa Selic a partir de agosto do ano passado, a recuperação do mercado de trabalho (aumento da renda das famílias e confiança dos agentes econômicos)”, diz a executiva, que ressalva ser 2024 ainda um ano de acomodação. “Esse cenário ainda deve ser confirmado nos próximos trimestres”, afirma, evitando, por ora, fazer projeção de desempenho do setor no ano. A interrupção dos cortes na Selic gera incertezas ao crescimento econômico.

Após mais de uma década, o Brasil volta à elite dos produtores mundiais de alumínio, posto que perdeu com o fechamento e paralisação de várias fundições de metal primário no País a partir de 2010. De acordo com dados que acabam de ser finalizados pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a indústria brasileira ficou em oitavo lugar no ranking mundial de países fabricantes em 2023. O setor produziu 1,022 milhão de toneladas no ano passado.

A indústria nacional chegou a ser a sexta maior produtora global no início dos anos 2000. Com o encerramento de operações, no entanto, despencou para a 15ª posição e, ultimamente, vinha-se equilibrando na 12ª colocação. O ranking dos dez maiores produtores, em 2023, traz a China como líder internacional, bem à frente das demais nações, com 41 milhões de toneladas. A potência industrial asiática é seguida por Índia, Rússia, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Austrália, Brasil, Malásia e Estados Unidos.

O salto do Brasil se deve à retomada das operações da Alumar, fundição (“smelter”) que fica em uma ilha ao lado de São Luís, a capital maranhense. O projeto é por um consórcio formado entre a americana Alcoa e a australiana South32. Em 2022, as duas companhias multinacionais decidiram religar os fornos da Alumar, alcançando produção de 238 mil toneladas no ano passado. Para 2024, a expectativa é de que os fornos operem à plena capacidade de 447 mil toneladas.

Janaina Donas, presidente-executiva da Abal, destacou ao Estadão que essa retomada foi crucial para o setor no País. “O ano passado marca um momento de virada. Além de encerrar um ciclo de crescimento marginal, conseguimos recuperar a autossuficiência no suprimento de metal e subir quatro posições no ranking global de produção de metal primário”, disse. O objetivo é eliminar a dependência de importação de alumínio primário vista a partir de 2014. A oferta do metal aos transformadores locais, com o religamento da Alumar, cresceu 26% no ano passado ante 2022 e a expectativa é que suba mais em 2024 - ao menos 20%.

Atualmente, a capacidade de produção brasileira de metal primário, em três sites, é de 1,36 milhão de toneladas. São operados pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), localizada em Alumínio (SP), pela Albrás, que fica em Barcarena (PA), 40 km ao sul de Belém, e pela Alumar. As três unidades fabris têm capacidade similar.

O auge de produção do País ocorreu em 2008, com 1,66 milhão de toneladas, retroagindo, gradualmente, até atingir 650 mil toneladas em 2019. Em 2021, com a forte recuperação do consumo interno de produtos em alumínio, o Brasil teve de importar mais de 620 mil toneladas para poder atender à demanda do mercado.

A partir de 2015, apenas CBA, controlada pelo grupo Votorantim e única de capital nacional, e Albrás, joint venture entre a norueguesa Hydro e um consórcio japonês, permaneceram produzindo. Os fechamentos se deveram, principalmente ao custo elevado de energia para quem não tinha geração própria do insumo, primordial no processo de fundição - responde por 35% a 50% do custo cash de produção. Outro motivo foi a escala competitiva de produção das fundições - as pequenas e mais antigas sofreram mais.

Bobinas de alumínio produzidas pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA, em Alumínio, interior paulista; fábrica da Alumar, em São Luís, retomou as operações no fim de 2022.Foto CBA/Divulgação 

Desde 2010, encerraram atividades Aluvale/Valesul, Novelis (antiga Alcan, em Ouro Preto-MG) e a operação da Alcoa em Poços de Caldas (MG). A Alumar abafou seus fornos entre 2014 e 2015, deixando de produzir até 2022.

O Brasil, afirma Donas, conta com a vantagem de dispor de uma produção grande de material reciclado de alumínio, que atinge 850 mil toneladas por ano. Grande parte dessa sucata são latinhas de bebidas (cervejas, refrigerantes, sucos), mas há uma variedade de itens que vão de utensílios domésticos a sucata industrial.

No todo, o volume corresponde a 56,6% do consumo nacional de produtos transformados, como cabos elétricos, peças de motores de automóveis, embalagens, material extrudado para construção civil e outros. Em embalagens de alumínio para bebidas, o País atingiu 100% de índice de reciclagem - ou seja, tudo que fabricou de latas retornou ao processo após uso.

O setor, afirma Donas, de 2021 a 2025, está investindo R$ 30 bilhões em toda a cadeia de produção, que vai da extração mineral da bauxita até instalações de reciclagem. A retomada da Alumar, com quase R$ 1 bilhão de aporte, é um dos exemplos. No ano passado, o volume de recursos aplicado somou R$ 5,6 bilhões, levemente acima da cifra de 2022.

No ranking mundial, o Brasil detém a quarta maior reserva de bauxita e a mesma posição em volume de produção do mineral. E é o terceiro principal fabricante de alumina (matéria-prima intermediária do metal feita com a bauxita), tendo à frente China e Austrália.

Consumo interno reage

Globalmente, diz a presidente da Abal, o alumínio tem um promissor crescimento da demanda no futuro, fruto de aplicações na transição energética e por demanda na mobililidade elétrica, no cenário de redução das emissões de carbono e aquecimento climático. O metal é leve e ótimo condutor de energia. As projeções indicam que poderá mais que duplicar seu uso em carros movidos a baterias elétricas. “Até 2030, estima-se crescimento de 40% na demanda mundial”, diz a executiva.

No ano passado, o mundo consumiu 98 milhões de toneladas de alumínio - 69 milhões oriundas de metal primário e 29 milhões (quase 30%) de material reciclado. Por segmento, o setor de transportes (indústria automotiva e outras) respondeu por 26%, construção civil, 21%, eletricidade, 16%, e embalagens,15%. Máquinas e equipamentos e bens de consumo somaram 17%. “Com maiores perspectivas de puxarem esse crescimento despontam transportes, eletricidade e bens de consumo”, informa Donas.

Esse movimento deve sustentar os preços do metal, que é cotado na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês). Após atingir a média de US$ 2.716 a tonelada em 2022, recuou para US$ 2.286 no ano passado, mas já sinalizou recuperação no primeiro semestre de 2024.

Especificamente no Brasil, embalagens é o segmento que mais utiliza o alumínio, com destaque para fabricação de latinhas de bebidas. Mas esse mercado recuou nos dois últimos anos, em linha com o consumo aparente nacional de produtos transformados do metal. O consumo total do País caiu 40 mil toneladas frente a 2022, somando 1,48 milhão de toneladas (menos 2,7%). Os principais mercados foram: embalagens (mais de 31 bilhões de latinhas), transportes e fundidos (setor automotivo), itens para construção civil (extrudados) e cabos elétricos.

No primeiro trimestre de 2024, segundo a executiva, o mercado brasileiro teve, de forma geral, crescimento relevante - aumento de 6,3%, para 386,9 mil toneladas, ante o mesmo período de 2023. “Sinaliza a possibilidade de encerramento de um ciclo de crescimento marginal visto desde o final de 2021″, afirmou Donas.

A alta foi puxada por cabos elétricos - reflexo da demanda gerada pelos leilões de novas linhas de transmissão de energia e manutenção de antigas -, extrudados e bens de consumo. Setores de bens de capital e embalagens registraram recuos.

”Vemos ainda impacto positivo da redução da taxa Selic a partir de agosto do ano passado, a recuperação do mercado de trabalho (aumento da renda das famílias e confiança dos agentes econômicos)”, diz a executiva, que ressalva ser 2024 ainda um ano de acomodação. “Esse cenário ainda deve ser confirmado nos próximos trimestres”, afirma, evitando, por ora, fazer projeção de desempenho do setor no ano. A interrupção dos cortes na Selic gera incertezas ao crescimento econômico.

Após mais de uma década, o Brasil volta à elite dos produtores mundiais de alumínio, posto que perdeu com o fechamento e paralisação de várias fundições de metal primário no País a partir de 2010. De acordo com dados que acabam de ser finalizados pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a indústria brasileira ficou em oitavo lugar no ranking mundial de países fabricantes em 2023. O setor produziu 1,022 milhão de toneladas no ano passado.

A indústria nacional chegou a ser a sexta maior produtora global no início dos anos 2000. Com o encerramento de operações, no entanto, despencou para a 15ª posição e, ultimamente, vinha-se equilibrando na 12ª colocação. O ranking dos dez maiores produtores, em 2023, traz a China como líder internacional, bem à frente das demais nações, com 41 milhões de toneladas. A potência industrial asiática é seguida por Índia, Rússia, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Austrália, Brasil, Malásia e Estados Unidos.

O salto do Brasil se deve à retomada das operações da Alumar, fundição (“smelter”) que fica em uma ilha ao lado de São Luís, a capital maranhense. O projeto é por um consórcio formado entre a americana Alcoa e a australiana South32. Em 2022, as duas companhias multinacionais decidiram religar os fornos da Alumar, alcançando produção de 238 mil toneladas no ano passado. Para 2024, a expectativa é de que os fornos operem à plena capacidade de 447 mil toneladas.

Janaina Donas, presidente-executiva da Abal, destacou ao Estadão que essa retomada foi crucial para o setor no País. “O ano passado marca um momento de virada. Além de encerrar um ciclo de crescimento marginal, conseguimos recuperar a autossuficiência no suprimento de metal e subir quatro posições no ranking global de produção de metal primário”, disse. O objetivo é eliminar a dependência de importação de alumínio primário vista a partir de 2014. A oferta do metal aos transformadores locais, com o religamento da Alumar, cresceu 26% no ano passado ante 2022 e a expectativa é que suba mais em 2024 - ao menos 20%.

Atualmente, a capacidade de produção brasileira de metal primário, em três sites, é de 1,36 milhão de toneladas. São operados pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), localizada em Alumínio (SP), pela Albrás, que fica em Barcarena (PA), 40 km ao sul de Belém, e pela Alumar. As três unidades fabris têm capacidade similar.

O auge de produção do País ocorreu em 2008, com 1,66 milhão de toneladas, retroagindo, gradualmente, até atingir 650 mil toneladas em 2019. Em 2021, com a forte recuperação do consumo interno de produtos em alumínio, o Brasil teve de importar mais de 620 mil toneladas para poder atender à demanda do mercado.

A partir de 2015, apenas CBA, controlada pelo grupo Votorantim e única de capital nacional, e Albrás, joint venture entre a norueguesa Hydro e um consórcio japonês, permaneceram produzindo. Os fechamentos se deveram, principalmente ao custo elevado de energia para quem não tinha geração própria do insumo, primordial no processo de fundição - responde por 35% a 50% do custo cash de produção. Outro motivo foi a escala competitiva de produção das fundições - as pequenas e mais antigas sofreram mais.

Bobinas de alumínio produzidas pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA, em Alumínio, interior paulista; fábrica da Alumar, em São Luís, retomou as operações no fim de 2022.Foto CBA/Divulgação 

Desde 2010, encerraram atividades Aluvale/Valesul, Novelis (antiga Alcan, em Ouro Preto-MG) e a operação da Alcoa em Poços de Caldas (MG). A Alumar abafou seus fornos entre 2014 e 2015, deixando de produzir até 2022.

O Brasil, afirma Donas, conta com a vantagem de dispor de uma produção grande de material reciclado de alumínio, que atinge 850 mil toneladas por ano. Grande parte dessa sucata são latinhas de bebidas (cervejas, refrigerantes, sucos), mas há uma variedade de itens que vão de utensílios domésticos a sucata industrial.

No todo, o volume corresponde a 56,6% do consumo nacional de produtos transformados, como cabos elétricos, peças de motores de automóveis, embalagens, material extrudado para construção civil e outros. Em embalagens de alumínio para bebidas, o País atingiu 100% de índice de reciclagem - ou seja, tudo que fabricou de latas retornou ao processo após uso.

O setor, afirma Donas, de 2021 a 2025, está investindo R$ 30 bilhões em toda a cadeia de produção, que vai da extração mineral da bauxita até instalações de reciclagem. A retomada da Alumar, com quase R$ 1 bilhão de aporte, é um dos exemplos. No ano passado, o volume de recursos aplicado somou R$ 5,6 bilhões, levemente acima da cifra de 2022.

No ranking mundial, o Brasil detém a quarta maior reserva de bauxita e a mesma posição em volume de produção do mineral. E é o terceiro principal fabricante de alumina (matéria-prima intermediária do metal feita com a bauxita), tendo à frente China e Austrália.

Consumo interno reage

Globalmente, diz a presidente da Abal, o alumínio tem um promissor crescimento da demanda no futuro, fruto de aplicações na transição energética e por demanda na mobililidade elétrica, no cenário de redução das emissões de carbono e aquecimento climático. O metal é leve e ótimo condutor de energia. As projeções indicam que poderá mais que duplicar seu uso em carros movidos a baterias elétricas. “Até 2030, estima-se crescimento de 40% na demanda mundial”, diz a executiva.

No ano passado, o mundo consumiu 98 milhões de toneladas de alumínio - 69 milhões oriundas de metal primário e 29 milhões (quase 30%) de material reciclado. Por segmento, o setor de transportes (indústria automotiva e outras) respondeu por 26%, construção civil, 21%, eletricidade, 16%, e embalagens,15%. Máquinas e equipamentos e bens de consumo somaram 17%. “Com maiores perspectivas de puxarem esse crescimento despontam transportes, eletricidade e bens de consumo”, informa Donas.

Esse movimento deve sustentar os preços do metal, que é cotado na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês). Após atingir a média de US$ 2.716 a tonelada em 2022, recuou para US$ 2.286 no ano passado, mas já sinalizou recuperação no primeiro semestre de 2024.

Especificamente no Brasil, embalagens é o segmento que mais utiliza o alumínio, com destaque para fabricação de latinhas de bebidas. Mas esse mercado recuou nos dois últimos anos, em linha com o consumo aparente nacional de produtos transformados do metal. O consumo total do País caiu 40 mil toneladas frente a 2022, somando 1,48 milhão de toneladas (menos 2,7%). Os principais mercados foram: embalagens (mais de 31 bilhões de latinhas), transportes e fundidos (setor automotivo), itens para construção civil (extrudados) e cabos elétricos.

No primeiro trimestre de 2024, segundo a executiva, o mercado brasileiro teve, de forma geral, crescimento relevante - aumento de 6,3%, para 386,9 mil toneladas, ante o mesmo período de 2023. “Sinaliza a possibilidade de encerramento de um ciclo de crescimento marginal visto desde o final de 2021″, afirmou Donas.

A alta foi puxada por cabos elétricos - reflexo da demanda gerada pelos leilões de novas linhas de transmissão de energia e manutenção de antigas -, extrudados e bens de consumo. Setores de bens de capital e embalagens registraram recuos.

”Vemos ainda impacto positivo da redução da taxa Selic a partir de agosto do ano passado, a recuperação do mercado de trabalho (aumento da renda das famílias e confiança dos agentes econômicos)”, diz a executiva, que ressalva ser 2024 ainda um ano de acomodação. “Esse cenário ainda deve ser confirmado nos próximos trimestres”, afirma, evitando, por ora, fazer projeção de desempenho do setor no ano. A interrupção dos cortes na Selic gera incertezas ao crescimento econômico.

Após mais de uma década, o Brasil volta à elite dos produtores mundiais de alumínio, posto que perdeu com o fechamento e paralisação de várias fundições de metal primário no País a partir de 2010. De acordo com dados que acabam de ser finalizados pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a indústria brasileira ficou em oitavo lugar no ranking mundial de países fabricantes em 2023. O setor produziu 1,022 milhão de toneladas no ano passado.

A indústria nacional chegou a ser a sexta maior produtora global no início dos anos 2000. Com o encerramento de operações, no entanto, despencou para a 15ª posição e, ultimamente, vinha-se equilibrando na 12ª colocação. O ranking dos dez maiores produtores, em 2023, traz a China como líder internacional, bem à frente das demais nações, com 41 milhões de toneladas. A potência industrial asiática é seguida por Índia, Rússia, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Austrália, Brasil, Malásia e Estados Unidos.

O salto do Brasil se deve à retomada das operações da Alumar, fundição (“smelter”) que fica em uma ilha ao lado de São Luís, a capital maranhense. O projeto é por um consórcio formado entre a americana Alcoa e a australiana South32. Em 2022, as duas companhias multinacionais decidiram religar os fornos da Alumar, alcançando produção de 238 mil toneladas no ano passado. Para 2024, a expectativa é de que os fornos operem à plena capacidade de 447 mil toneladas.

Janaina Donas, presidente-executiva da Abal, destacou ao Estadão que essa retomada foi crucial para o setor no País. “O ano passado marca um momento de virada. Além de encerrar um ciclo de crescimento marginal, conseguimos recuperar a autossuficiência no suprimento de metal e subir quatro posições no ranking global de produção de metal primário”, disse. O objetivo é eliminar a dependência de importação de alumínio primário vista a partir de 2014. A oferta do metal aos transformadores locais, com o religamento da Alumar, cresceu 26% no ano passado ante 2022 e a expectativa é que suba mais em 2024 - ao menos 20%.

Atualmente, a capacidade de produção brasileira de metal primário, em três sites, é de 1,36 milhão de toneladas. São operados pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), localizada em Alumínio (SP), pela Albrás, que fica em Barcarena (PA), 40 km ao sul de Belém, e pela Alumar. As três unidades fabris têm capacidade similar.

O auge de produção do País ocorreu em 2008, com 1,66 milhão de toneladas, retroagindo, gradualmente, até atingir 650 mil toneladas em 2019. Em 2021, com a forte recuperação do consumo interno de produtos em alumínio, o Brasil teve de importar mais de 620 mil toneladas para poder atender à demanda do mercado.

A partir de 2015, apenas CBA, controlada pelo grupo Votorantim e única de capital nacional, e Albrás, joint venture entre a norueguesa Hydro e um consórcio japonês, permaneceram produzindo. Os fechamentos se deveram, principalmente ao custo elevado de energia para quem não tinha geração própria do insumo, primordial no processo de fundição - responde por 35% a 50% do custo cash de produção. Outro motivo foi a escala competitiva de produção das fundições - as pequenas e mais antigas sofreram mais.

Bobinas de alumínio produzidas pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA, em Alumínio, interior paulista; fábrica da Alumar, em São Luís, retomou as operações no fim de 2022.Foto CBA/Divulgação 

Desde 2010, encerraram atividades Aluvale/Valesul, Novelis (antiga Alcan, em Ouro Preto-MG) e a operação da Alcoa em Poços de Caldas (MG). A Alumar abafou seus fornos entre 2014 e 2015, deixando de produzir até 2022.

O Brasil, afirma Donas, conta com a vantagem de dispor de uma produção grande de material reciclado de alumínio, que atinge 850 mil toneladas por ano. Grande parte dessa sucata são latinhas de bebidas (cervejas, refrigerantes, sucos), mas há uma variedade de itens que vão de utensílios domésticos a sucata industrial.

No todo, o volume corresponde a 56,6% do consumo nacional de produtos transformados, como cabos elétricos, peças de motores de automóveis, embalagens, material extrudado para construção civil e outros. Em embalagens de alumínio para bebidas, o País atingiu 100% de índice de reciclagem - ou seja, tudo que fabricou de latas retornou ao processo após uso.

O setor, afirma Donas, de 2021 a 2025, está investindo R$ 30 bilhões em toda a cadeia de produção, que vai da extração mineral da bauxita até instalações de reciclagem. A retomada da Alumar, com quase R$ 1 bilhão de aporte, é um dos exemplos. No ano passado, o volume de recursos aplicado somou R$ 5,6 bilhões, levemente acima da cifra de 2022.

No ranking mundial, o Brasil detém a quarta maior reserva de bauxita e a mesma posição em volume de produção do mineral. E é o terceiro principal fabricante de alumina (matéria-prima intermediária do metal feita com a bauxita), tendo à frente China e Austrália.

Consumo interno reage

Globalmente, diz a presidente da Abal, o alumínio tem um promissor crescimento da demanda no futuro, fruto de aplicações na transição energética e por demanda na mobililidade elétrica, no cenário de redução das emissões de carbono e aquecimento climático. O metal é leve e ótimo condutor de energia. As projeções indicam que poderá mais que duplicar seu uso em carros movidos a baterias elétricas. “Até 2030, estima-se crescimento de 40% na demanda mundial”, diz a executiva.

No ano passado, o mundo consumiu 98 milhões de toneladas de alumínio - 69 milhões oriundas de metal primário e 29 milhões (quase 30%) de material reciclado. Por segmento, o setor de transportes (indústria automotiva e outras) respondeu por 26%, construção civil, 21%, eletricidade, 16%, e embalagens,15%. Máquinas e equipamentos e bens de consumo somaram 17%. “Com maiores perspectivas de puxarem esse crescimento despontam transportes, eletricidade e bens de consumo”, informa Donas.

Esse movimento deve sustentar os preços do metal, que é cotado na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês). Após atingir a média de US$ 2.716 a tonelada em 2022, recuou para US$ 2.286 no ano passado, mas já sinalizou recuperação no primeiro semestre de 2024.

Especificamente no Brasil, embalagens é o segmento que mais utiliza o alumínio, com destaque para fabricação de latinhas de bebidas. Mas esse mercado recuou nos dois últimos anos, em linha com o consumo aparente nacional de produtos transformados do metal. O consumo total do País caiu 40 mil toneladas frente a 2022, somando 1,48 milhão de toneladas (menos 2,7%). Os principais mercados foram: embalagens (mais de 31 bilhões de latinhas), transportes e fundidos (setor automotivo), itens para construção civil (extrudados) e cabos elétricos.

No primeiro trimestre de 2024, segundo a executiva, o mercado brasileiro teve, de forma geral, crescimento relevante - aumento de 6,3%, para 386,9 mil toneladas, ante o mesmo período de 2023. “Sinaliza a possibilidade de encerramento de um ciclo de crescimento marginal visto desde o final de 2021″, afirmou Donas.

A alta foi puxada por cabos elétricos - reflexo da demanda gerada pelos leilões de novas linhas de transmissão de energia e manutenção de antigas -, extrudados e bens de consumo. Setores de bens de capital e embalagens registraram recuos.

”Vemos ainda impacto positivo da redução da taxa Selic a partir de agosto do ano passado, a recuperação do mercado de trabalho (aumento da renda das famílias e confiança dos agentes econômicos)”, diz a executiva, que ressalva ser 2024 ainda um ano de acomodação. “Esse cenário ainda deve ser confirmado nos próximos trimestres”, afirma, evitando, por ora, fazer projeção de desempenho do setor no ano. A interrupção dos cortes na Selic gera incertezas ao crescimento econômico.

Após mais de uma década, o Brasil volta à elite dos produtores mundiais de alumínio, posto que perdeu com o fechamento e paralisação de várias fundições de metal primário no País a partir de 2010. De acordo com dados que acabam de ser finalizados pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a indústria brasileira ficou em oitavo lugar no ranking mundial de países fabricantes em 2023. O setor produziu 1,022 milhão de toneladas no ano passado.

A indústria nacional chegou a ser a sexta maior produtora global no início dos anos 2000. Com o encerramento de operações, no entanto, despencou para a 15ª posição e, ultimamente, vinha-se equilibrando na 12ª colocação. O ranking dos dez maiores produtores, em 2023, traz a China como líder internacional, bem à frente das demais nações, com 41 milhões de toneladas. A potência industrial asiática é seguida por Índia, Rússia, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Austrália, Brasil, Malásia e Estados Unidos.

O salto do Brasil se deve à retomada das operações da Alumar, fundição (“smelter”) que fica em uma ilha ao lado de São Luís, a capital maranhense. O projeto é por um consórcio formado entre a americana Alcoa e a australiana South32. Em 2022, as duas companhias multinacionais decidiram religar os fornos da Alumar, alcançando produção de 238 mil toneladas no ano passado. Para 2024, a expectativa é de que os fornos operem à plena capacidade de 447 mil toneladas.

Janaina Donas, presidente-executiva da Abal, destacou ao Estadão que essa retomada foi crucial para o setor no País. “O ano passado marca um momento de virada. Além de encerrar um ciclo de crescimento marginal, conseguimos recuperar a autossuficiência no suprimento de metal e subir quatro posições no ranking global de produção de metal primário”, disse. O objetivo é eliminar a dependência de importação de alumínio primário vista a partir de 2014. A oferta do metal aos transformadores locais, com o religamento da Alumar, cresceu 26% no ano passado ante 2022 e a expectativa é que suba mais em 2024 - ao menos 20%.

Atualmente, a capacidade de produção brasileira de metal primário, em três sites, é de 1,36 milhão de toneladas. São operados pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), localizada em Alumínio (SP), pela Albrás, que fica em Barcarena (PA), 40 km ao sul de Belém, e pela Alumar. As três unidades fabris têm capacidade similar.

O auge de produção do País ocorreu em 2008, com 1,66 milhão de toneladas, retroagindo, gradualmente, até atingir 650 mil toneladas em 2019. Em 2021, com a forte recuperação do consumo interno de produtos em alumínio, o Brasil teve de importar mais de 620 mil toneladas para poder atender à demanda do mercado.

A partir de 2015, apenas CBA, controlada pelo grupo Votorantim e única de capital nacional, e Albrás, joint venture entre a norueguesa Hydro e um consórcio japonês, permaneceram produzindo. Os fechamentos se deveram, principalmente ao custo elevado de energia para quem não tinha geração própria do insumo, primordial no processo de fundição - responde por 35% a 50% do custo cash de produção. Outro motivo foi a escala competitiva de produção das fundições - as pequenas e mais antigas sofreram mais.

Bobinas de alumínio produzidas pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA, em Alumínio, interior paulista; fábrica da Alumar, em São Luís, retomou as operações no fim de 2022.Foto CBA/Divulgação 

Desde 2010, encerraram atividades Aluvale/Valesul, Novelis (antiga Alcan, em Ouro Preto-MG) e a operação da Alcoa em Poços de Caldas (MG). A Alumar abafou seus fornos entre 2014 e 2015, deixando de produzir até 2022.

O Brasil, afirma Donas, conta com a vantagem de dispor de uma produção grande de material reciclado de alumínio, que atinge 850 mil toneladas por ano. Grande parte dessa sucata são latinhas de bebidas (cervejas, refrigerantes, sucos), mas há uma variedade de itens que vão de utensílios domésticos a sucata industrial.

No todo, o volume corresponde a 56,6% do consumo nacional de produtos transformados, como cabos elétricos, peças de motores de automóveis, embalagens, material extrudado para construção civil e outros. Em embalagens de alumínio para bebidas, o País atingiu 100% de índice de reciclagem - ou seja, tudo que fabricou de latas retornou ao processo após uso.

O setor, afirma Donas, de 2021 a 2025, está investindo R$ 30 bilhões em toda a cadeia de produção, que vai da extração mineral da bauxita até instalações de reciclagem. A retomada da Alumar, com quase R$ 1 bilhão de aporte, é um dos exemplos. No ano passado, o volume de recursos aplicado somou R$ 5,6 bilhões, levemente acima da cifra de 2022.

No ranking mundial, o Brasil detém a quarta maior reserva de bauxita e a mesma posição em volume de produção do mineral. E é o terceiro principal fabricante de alumina (matéria-prima intermediária do metal feita com a bauxita), tendo à frente China e Austrália.

Consumo interno reage

Globalmente, diz a presidente da Abal, o alumínio tem um promissor crescimento da demanda no futuro, fruto de aplicações na transição energética e por demanda na mobililidade elétrica, no cenário de redução das emissões de carbono e aquecimento climático. O metal é leve e ótimo condutor de energia. As projeções indicam que poderá mais que duplicar seu uso em carros movidos a baterias elétricas. “Até 2030, estima-se crescimento de 40% na demanda mundial”, diz a executiva.

No ano passado, o mundo consumiu 98 milhões de toneladas de alumínio - 69 milhões oriundas de metal primário e 29 milhões (quase 30%) de material reciclado. Por segmento, o setor de transportes (indústria automotiva e outras) respondeu por 26%, construção civil, 21%, eletricidade, 16%, e embalagens,15%. Máquinas e equipamentos e bens de consumo somaram 17%. “Com maiores perspectivas de puxarem esse crescimento despontam transportes, eletricidade e bens de consumo”, informa Donas.

Esse movimento deve sustentar os preços do metal, que é cotado na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês). Após atingir a média de US$ 2.716 a tonelada em 2022, recuou para US$ 2.286 no ano passado, mas já sinalizou recuperação no primeiro semestre de 2024.

Especificamente no Brasil, embalagens é o segmento que mais utiliza o alumínio, com destaque para fabricação de latinhas de bebidas. Mas esse mercado recuou nos dois últimos anos, em linha com o consumo aparente nacional de produtos transformados do metal. O consumo total do País caiu 40 mil toneladas frente a 2022, somando 1,48 milhão de toneladas (menos 2,7%). Os principais mercados foram: embalagens (mais de 31 bilhões de latinhas), transportes e fundidos (setor automotivo), itens para construção civil (extrudados) e cabos elétricos.

No primeiro trimestre de 2024, segundo a executiva, o mercado brasileiro teve, de forma geral, crescimento relevante - aumento de 6,3%, para 386,9 mil toneladas, ante o mesmo período de 2023. “Sinaliza a possibilidade de encerramento de um ciclo de crescimento marginal visto desde o final de 2021″, afirmou Donas.

A alta foi puxada por cabos elétricos - reflexo da demanda gerada pelos leilões de novas linhas de transmissão de energia e manutenção de antigas -, extrudados e bens de consumo. Setores de bens de capital e embalagens registraram recuos.

”Vemos ainda impacto positivo da redução da taxa Selic a partir de agosto do ano passado, a recuperação do mercado de trabalho (aumento da renda das famílias e confiança dos agentes econômicos)”, diz a executiva, que ressalva ser 2024 ainda um ano de acomodação. “Esse cenário ainda deve ser confirmado nos próximos trimestres”, afirma, evitando, por ora, fazer projeção de desempenho do setor no ano. A interrupção dos cortes na Selic gera incertezas ao crescimento econômico.

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