O Brasil é o País com os encargos trabalhistas mais elevados em um grupo de 25 nações analisadas pela rede mundial de auditoria e contabilidade UHY. Nesse grupo, que inclui o G7 - grupo dos sete países mais industrializados - e os Brics - principais economias emergentes -, o Brasil desponta como líder mundial ao pagar, em média, 57,56% do valor bruto do salário em tributos. A média global é de 22,52%.Esse volume de tributos significa dizer que, ao pagar um salário anual bruto de US$ 30 mil, o empresário brasileiro paga US$ 17,267 mil adicionais de contribuições trabalhistas, incluindo todos os custos empregatícios mandatórios como coberturas de saúde e provisões de pensões. A média mundial implica em US$ 6,757 mil extras, menos da metade do que é pago no Brasil."Isso demonstra que o Brasil tem um grande problema, já que esse volume de contribuições acaba influenciando o aparecimento de trabalhadores informais e barra o empreendedorismo, porque onera muito o empreendedor", disse o diretor de outsourcing e consultoria da UHY Moreira-Auditores, Erick Waidergorn.Na sequência do Brasil, o ranking segue com a Itália, que paga 51,84% (US$ 15,544 mil), França, 42,79% (US$ 12,836 mil); Eslováquia, 35,20% (US$ 10,560 mil) e República Checa, 34%, (US$ 10,200 mil). A média dos Brics - Brasil, Rússia, Índia e China - é de 28,29% (US$ 8,488 mil)."Os governos de muitos países têm estabelecido custos trabalhistas elevados sobre os empregadores durante a última década. Em países com posições financeiras precárias e problemas de desemprego, estes custos desestimulam a geração de empregos", complementou Diego Moreira, diretor técnico da UHY Moreira-Auditores e membro do board da rede.Na contrapartida, os países com menor contribuição são: Estados Unidos, 8,84% (US$ 2,652 mil); Reino Unido, 8,29% (US$ 2,486 mil); Emirados Árabes, 7,26%(US$ 2,182 mil); Dinamarca, 5,44% (US$ 1,632 mil) e Índia, 3,67% (US$ 1,101 mil). Os empregadores do G7 têm que pagar em média 24,21% (US$ 7,263 mil) adicionais sobre esse salário bruto."A redução de custos extras sobre os salários estimularia a criação de empresas e, consequentemente, de novas vagas. Um fator positivo nesse sentido seria o Brasil manter um teto para os custos do seguro social. É preciso rever com urgência a estruturação da seguridade social, colocada em prática décadas atrás. Alguns especialistas argumentam que o aumento dos custos para os empregadores ocorreu em função disso", acrescentou Moreira.Em faixas salariais mais elevadas, o Brasil continua na liderança, já que mantém o mesmo porcentual de contribuições, de 57,56%. Na faixa salarial de US$ 75 mil, o Brasil é seguido pela Itália, 49,86%, (US$ 37,374 mil); França, 43,04% (US$ 32,277 mil); Áustria, 31,19% (US$ 23,392 mil) e República Checa, 30,36% (US$ 22,774 mil). A média mundial é de 19,44% (US$ 14,582 mil); dos Brics, 22% (US$ 16,500 mil) e do G7, 23,78% (US$ 17,830 mil).Nesta faixa, as menores contribuições ficam a cargo dos EUA, 8,24% (US$ 6,182 mil); Canadá, 6,99% (US$ 5,242 mil); Emirados Árabes, 6,35% (US$ 4,772 mil); Índia, 3,67% (US$ 2,753 mil) e Dinamarca, 2,78% (US$ 2,082 mil).Waidergorn afirma ainda que esse porcentual de 57,56% cobrado no Brasil é uma taxa média, baseada na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e não inclui taxas estaduais ou acordos sindicais. "Se incluíssemos essas outras contribuições, veríamos esse valor, em alguns casos, praticamente dobrado", avaliou.
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