RIO - O presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Paulo Emílio Valadão de Miranda, avalia que o Brasil tem todas as condições de se tornar exportador de hidrogênio, apontado como o combustível do futuro. Para isso, no entanto, terá de desenvolver um mercado consumidor interno.
Segundo ele, em 2050, o mundo estará consumindo mais de 500 milhões de toneladas do combustível, e o Brasil tem todas as chances de participar da oferta global.
“Aos poucos, o hidrogênio deixará de ser cativo das empresas e será exportado, mas antes o Brasil tem de ter um mercado interno forte”, disse ele, durante o seminário “Conexão Internacional de Hidrogênio”, promovido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Durante o evento, a Firjan vai apresentar o “Mapa Estratégico do Hidrogênio para o Rio de Janeiro”, produzido pela entidade, Senai e Sesi, destacando o Estado fluminense com forte potencial produtor de hidrogênio.
De acordo com o levantamento, o Rio tem essa vocação por ser o maior produtor de gás natural, ter geração de energia nuclear e projetos para expandir as fronteiras de produção de energias renováveis, com a implantação de eólicas offshore ao longo da costa.
“Estamos comprometidos com o desenvolvimento de tecnologias e com a formação de profissionais para encontrar respostas aos inúmeros desafios que precisam ser enfrentados para viabilizarmos esse combustível”, afirmou o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, na abertura do evento.
Às vésperas da aprovação do Marco Legal do Hidrogênio pelo Congresso Nacional, a entidade informa que estão sendo investidos, desde 2022, mais de R$ 636 milhões em 46 projetos para pesquisa e desenvolvimento de tecnologia relacionada ao hidrogênio em todo o País.
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“Deste valor, mais da metade dos recursos são aplicados em 14 projetos no Estado do Rio de Janeiro”, informou.
Além da regulação e legislação adequadas, a gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso, disse que entre os desafios para estimular a demanda por hidrogênio está a competitividade do preço do energético frente a outras soluções, o que pode ocorrer a partir de um ambiente com maior oferta, mais desenvolvimento tecnológico e regras propícias para possibilitar negócios.