Opinião|Brasil precisa ampliar investimentos em inteligência artificial


Grande entrave é a fuga de cérebros acadêmicos rumo às multinacionais em busca de salários mais sedutores

Por Patrick Burnett

O Brasil tem plenas condições de pegar o trem das 20 nações mais competitivas em inteligência artificial, a partir de um investimento federal de R$ 1 bilhão por ano. Esse dado, que saiu de um estudo da Academia Brasileira de Ciências (ABC) em novembro do ano passado, deveria servir como um empurrão decisivo para mobilizar o Poder Público nessa corrida enquanto ela ainda sai barata. Em vez disso, o que vemos é uma política pública que ainda engatinha nessa área, atrasando nosso embarque no vagão. O Brasil tem apenas São Paulo como hotspot de IA em seu território, quatro posições atrás de Buenos Aires.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, até acenou em novembro com uma linha de crédito de R$ 2 bilhões para negócios em inteligência artificial. Mas de concreto mesmo, só vemos o esforço do Ministério da Ciência e Tecnologia em aportar fundos da ordem de R$ 170 milhões – ou seja, menos de 10% do total estipulado pela ABC – através da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, órgão de fomento ligado ao MCTI) para o desenvolvimento da inteligência artificial na indústria. O que é bom, mas insuficiente para superar a desvantagem.

O grande entrave, segundo a ABC, é a fuga de cérebros acadêmicos rumo às multinacionais, em busca de salários mais sedutores. Por isso, para que o Brasil passe de mero consumidor de tecnologia a player capaz de acelerar setores nos quais o país tem condição de liderar – como, por exemplo, a energia limpa –, o documento da ABC prescreve que cerca de um R$ 1 bilhão anual seja destinado a uma agência. Esse órgão seria focado no desenvolvimento da IA nos setores público e privado e no estímulo à pesquisa acadêmica. Recomenda-se também a esperada regulamentação de empresas fundadas por professores e pesquisadores, especialmente em universidades públicas, gerando condições mais competitivas ante os salários do mercado.

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Inteligência artificial tem aplicações em diversos setores Foto: Tumisu / Pixabay

Por fim, a corrida pela inteligência artificial será, sem dúvida, uma grande mola de desenvolvimento, mas vai afetar de forma decisiva os trabalhos sem diploma universitário, ampliando o gap salarial. Pode ter implicações consistentes no avanço da educação e da saúde, além de auxiliar muito as empresas de um modo geral, em especial no setor financeiro, pela capacidade de processar dados. O fundamental agora é aceitarmos que não se pode mais adiar o salto de educação que envolve desde o ensino básico até as transformações e os recursos de que as universidades tanto precisam nessas áreas. Ainda há espaço nesses vagões, e a passagem hoje é menos cara do que será no futuro.

O Brasil tem plenas condições de pegar o trem das 20 nações mais competitivas em inteligência artificial, a partir de um investimento federal de R$ 1 bilhão por ano. Esse dado, que saiu de um estudo da Academia Brasileira de Ciências (ABC) em novembro do ano passado, deveria servir como um empurrão decisivo para mobilizar o Poder Público nessa corrida enquanto ela ainda sai barata. Em vez disso, o que vemos é uma política pública que ainda engatinha nessa área, atrasando nosso embarque no vagão. O Brasil tem apenas São Paulo como hotspot de IA em seu território, quatro posições atrás de Buenos Aires.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, até acenou em novembro com uma linha de crédito de R$ 2 bilhões para negócios em inteligência artificial. Mas de concreto mesmo, só vemos o esforço do Ministério da Ciência e Tecnologia em aportar fundos da ordem de R$ 170 milhões – ou seja, menos de 10% do total estipulado pela ABC – através da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, órgão de fomento ligado ao MCTI) para o desenvolvimento da inteligência artificial na indústria. O que é bom, mas insuficiente para superar a desvantagem.

O grande entrave, segundo a ABC, é a fuga de cérebros acadêmicos rumo às multinacionais, em busca de salários mais sedutores. Por isso, para que o Brasil passe de mero consumidor de tecnologia a player capaz de acelerar setores nos quais o país tem condição de liderar – como, por exemplo, a energia limpa –, o documento da ABC prescreve que cerca de um R$ 1 bilhão anual seja destinado a uma agência. Esse órgão seria focado no desenvolvimento da IA nos setores público e privado e no estímulo à pesquisa acadêmica. Recomenda-se também a esperada regulamentação de empresas fundadas por professores e pesquisadores, especialmente em universidades públicas, gerando condições mais competitivas ante os salários do mercado.

Inteligência artificial tem aplicações em diversos setores Foto: Tumisu / Pixabay

Por fim, a corrida pela inteligência artificial será, sem dúvida, uma grande mola de desenvolvimento, mas vai afetar de forma decisiva os trabalhos sem diploma universitário, ampliando o gap salarial. Pode ter implicações consistentes no avanço da educação e da saúde, além de auxiliar muito as empresas de um modo geral, em especial no setor financeiro, pela capacidade de processar dados. O fundamental agora é aceitarmos que não se pode mais adiar o salto de educação que envolve desde o ensino básico até as transformações e os recursos de que as universidades tanto precisam nessas áreas. Ainda há espaço nesses vagões, e a passagem hoje é menos cara do que será no futuro.

O Brasil tem plenas condições de pegar o trem das 20 nações mais competitivas em inteligência artificial, a partir de um investimento federal de R$ 1 bilhão por ano. Esse dado, que saiu de um estudo da Academia Brasileira de Ciências (ABC) em novembro do ano passado, deveria servir como um empurrão decisivo para mobilizar o Poder Público nessa corrida enquanto ela ainda sai barata. Em vez disso, o que vemos é uma política pública que ainda engatinha nessa área, atrasando nosso embarque no vagão. O Brasil tem apenas São Paulo como hotspot de IA em seu território, quatro posições atrás de Buenos Aires.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, até acenou em novembro com uma linha de crédito de R$ 2 bilhões para negócios em inteligência artificial. Mas de concreto mesmo, só vemos o esforço do Ministério da Ciência e Tecnologia em aportar fundos da ordem de R$ 170 milhões – ou seja, menos de 10% do total estipulado pela ABC – através da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, órgão de fomento ligado ao MCTI) para o desenvolvimento da inteligência artificial na indústria. O que é bom, mas insuficiente para superar a desvantagem.

O grande entrave, segundo a ABC, é a fuga de cérebros acadêmicos rumo às multinacionais, em busca de salários mais sedutores. Por isso, para que o Brasil passe de mero consumidor de tecnologia a player capaz de acelerar setores nos quais o país tem condição de liderar – como, por exemplo, a energia limpa –, o documento da ABC prescreve que cerca de um R$ 1 bilhão anual seja destinado a uma agência. Esse órgão seria focado no desenvolvimento da IA nos setores público e privado e no estímulo à pesquisa acadêmica. Recomenda-se também a esperada regulamentação de empresas fundadas por professores e pesquisadores, especialmente em universidades públicas, gerando condições mais competitivas ante os salários do mercado.

Inteligência artificial tem aplicações em diversos setores Foto: Tumisu / Pixabay

Por fim, a corrida pela inteligência artificial será, sem dúvida, uma grande mola de desenvolvimento, mas vai afetar de forma decisiva os trabalhos sem diploma universitário, ampliando o gap salarial. Pode ter implicações consistentes no avanço da educação e da saúde, além de auxiliar muito as empresas de um modo geral, em especial no setor financeiro, pela capacidade de processar dados. O fundamental agora é aceitarmos que não se pode mais adiar o salto de educação que envolve desde o ensino básico até as transformações e os recursos de que as universidades tanto precisam nessas áreas. Ainda há espaço nesses vagões, e a passagem hoje é menos cara do que será no futuro.

Opinião por Patrick Burnett

Presidente do Lide Inovação

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