O presidente do BNDES, Guido Mantega, disse hoje, no Fórum Especial organizado pelo ex-ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, que o Brasil tem hoje seu menor grau de vulnerabilidade a crises externas. "Não digo que não é vulnerável, pois o Brasil é um país emergente. Mas o grau de dependência de capital externo é muito menor", disse Mantega. Ele também destacou, em sua apresentação, que o Brasil está conseguindo manter o nível de crescimento e, ao mesmo tempo, conviver com uma inflação sob controle. Ele lembrou que esse cenário, no passado, não era comum. Mantega também destacou o equilíbrio das contas públicas. Diante desses dados, o presidente do BNDES também afirmou que a crise política vivida atualmente não é a mais grave e nem uma das mais graves desde a redemocratização do País, em 1945. Ele lembrou também que as instituições democráticas têm maior solidez hoje do que nas crises em 1954, quando ocorreu o suicídio do presidente Getúlio Vargas; em 1964, com a deposição de João Goulart; e mesmo em 1992, quando houve o impeachment do presidente Fernando Collor de Melo. O presidente do BNDES disse que, hoje, a sociedade está organizada e que os Poderes funcionam de forma independente. "Eu acredito que a democracia nunca esteve tão avançada", disse Mantega. Ele também destacou a atuação dos órgãos de investigação do Poder Judiciário, da Receita Federal, da Polícia Federal e dos tribunais de contas. Apesar do otimismo, Mantega destacou que espera que a solução da crise atual venha resultar em um avanço da organização política do País. Segundo ele, haverá uma frustração se essa organização não se tomar melhor do que era quando a crise começou.