‘Brasil pagou R$ 4,7 trilhões de juros em dez anos em vez de investir na indústria’, diz Josué


‘Fico feliz que estejamos aqui na Faria Lima, símbolo do rentismo, para falar da importância da indústria, futuro do País’, afirmou o presidente da Fiesp no evento CNN Talks

Por Eduardo Geraque
Atualização:

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, aproveitou o local de realização do CNN Talks sobre o futuro da indústria para fazer uma analogia com o Brasil. “Fico feliz que estejamos aqui na Faria Lima, símbolo do rentismo, para falar da importância da indústria”, disse o executivo, nesta quinta-feira, 29. O evento realizado pela emissora ocorreu no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira.

Os números apresentados por Josué dão uma ideia de quanto o Brasil pagou de juros em dez anos. Segundo os cálculos da Fiesp, a conta chega a R$ 4,7 trilhões. Mais do que a soma do investimento em saúde (R$ 1,85 trilhão); educação (R$ 1,76 trilhão) e infraestrutura (R$ 830 bilhões), no mesmo período da última década.

“O País não terá futuro se o investidor preferir renda a uma atividade produtiva. A indústria cria. Precisamos ter uma indústria forte. Espero que eles, aqui na Faria Lima, saiam da bolha deles e vejam a importância do setor produtivo. A indústria não é o passado, é o futuro do País”, afirmou Josué.

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A mudança de visão sobre a indústria também balizou a fala de Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estados de São Paulo (Ciesp). “Temos de ser mais ousados. Com novos pensamentos e novas conexões. Para isso, precisamos de políticas industriais duradouras para não perder incríveis janelas de oportunidades que estão aí.” Para o executivo, países como a China e até o México, no caso da América Latina, são exemplos de como políticas públicas de Estado, e não de governo, podem dar resultados.

Participantes do CNN Talks, no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira, listaram o que no entender deles falta para que o futuro da indústria - e do País - seja maelhor  Foto: Werther Santana/Estadão

A taxa de juros em padrões elevados, para Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é outro fator que anula uma série de vantagens competitivas que o Brasil pode ter. “Os juros estão artificialmente elevados, o que gera distorções desde a época da estabilização. Quem perde com isso é quase toda a sociedade brasileira, desde famílias a empresas.”

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Para Lucchesi, a elevada concentração bancária é uma das explicações para a taxa de juros estar fora do razoável. Enquanto a média no mundo está em 7%, índice usado pelo Peru, por exemplo, no Brasil, o spread (a diferença entre o que as instituições pagam para captar dinheiro e o que cobram quando o emprestam) é de 31% ao ano, lembrou o dirigente da CNI.

Previsibilidade

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Em tese, como afirmou Marco Saltini, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), previsibilidade, continuidade e cuidado com o ambiente de negócios são linhas mestras que grandes políticas industriais, inclusive a das grandes potências, precisam ter. “Tanto o exemplo do Plano Safra, para o agronegócio, quanto o do Proálcool, mais atrás, que também trouxe desenvolvimento tecnológico para a indústria nacional, nos mostram caminhos que nos preparam para sermos competitivos.”

Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare

Josué Gomes, presidente da Fiesp

Josué ressaltou características do País que mostram 'a nação próspera que podemos ser' Foto: Werther Santana/Estadão
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O fato de o Brasil ter muito potencial, em várias frentes, além de principalmente possuir material humano de altíssima qualidade, é que classifica o Brasil como “a maior potência verde do planeta”, segundo o presidente da Fiesp. “Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare. Exportamos água doce quando exportamos soja e milho. Existem, ainda, as riquezas minerais no subsolo. E o combustível fóssil que será fundamental para financiar a transição energética. Tudo isso deixa claro a nação próspera que podemos ser”, defendeu Josué.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, aproveitou o local de realização do CNN Talks sobre o futuro da indústria para fazer uma analogia com o Brasil. “Fico feliz que estejamos aqui na Faria Lima, símbolo do rentismo, para falar da importância da indústria”, disse o executivo, nesta quinta-feira, 29. O evento realizado pela emissora ocorreu no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira.

Os números apresentados por Josué dão uma ideia de quanto o Brasil pagou de juros em dez anos. Segundo os cálculos da Fiesp, a conta chega a R$ 4,7 trilhões. Mais do que a soma do investimento em saúde (R$ 1,85 trilhão); educação (R$ 1,76 trilhão) e infraestrutura (R$ 830 bilhões), no mesmo período da última década.

“O País não terá futuro se o investidor preferir renda a uma atividade produtiva. A indústria cria. Precisamos ter uma indústria forte. Espero que eles, aqui na Faria Lima, saiam da bolha deles e vejam a importância do setor produtivo. A indústria não é o passado, é o futuro do País”, afirmou Josué.

A mudança de visão sobre a indústria também balizou a fala de Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estados de São Paulo (Ciesp). “Temos de ser mais ousados. Com novos pensamentos e novas conexões. Para isso, precisamos de políticas industriais duradouras para não perder incríveis janelas de oportunidades que estão aí.” Para o executivo, países como a China e até o México, no caso da América Latina, são exemplos de como políticas públicas de Estado, e não de governo, podem dar resultados.

Participantes do CNN Talks, no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira, listaram o que no entender deles falta para que o futuro da indústria - e do País - seja maelhor  Foto: Werther Santana/Estadão

A taxa de juros em padrões elevados, para Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é outro fator que anula uma série de vantagens competitivas que o Brasil pode ter. “Os juros estão artificialmente elevados, o que gera distorções desde a época da estabilização. Quem perde com isso é quase toda a sociedade brasileira, desde famílias a empresas.”

Para Lucchesi, a elevada concentração bancária é uma das explicações para a taxa de juros estar fora do razoável. Enquanto a média no mundo está em 7%, índice usado pelo Peru, por exemplo, no Brasil, o spread (a diferença entre o que as instituições pagam para captar dinheiro e o que cobram quando o emprestam) é de 31% ao ano, lembrou o dirigente da CNI.

Previsibilidade

Em tese, como afirmou Marco Saltini, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), previsibilidade, continuidade e cuidado com o ambiente de negócios são linhas mestras que grandes políticas industriais, inclusive a das grandes potências, precisam ter. “Tanto o exemplo do Plano Safra, para o agronegócio, quanto o do Proálcool, mais atrás, que também trouxe desenvolvimento tecnológico para a indústria nacional, nos mostram caminhos que nos preparam para sermos competitivos.”

Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare

Josué Gomes, presidente da Fiesp

Josué ressaltou características do País que mostram 'a nação próspera que podemos ser' Foto: Werther Santana/Estadão

O fato de o Brasil ter muito potencial, em várias frentes, além de principalmente possuir material humano de altíssima qualidade, é que classifica o Brasil como “a maior potência verde do planeta”, segundo o presidente da Fiesp. “Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare. Exportamos água doce quando exportamos soja e milho. Existem, ainda, as riquezas minerais no subsolo. E o combustível fóssil que será fundamental para financiar a transição energética. Tudo isso deixa claro a nação próspera que podemos ser”, defendeu Josué.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, aproveitou o local de realização do CNN Talks sobre o futuro da indústria para fazer uma analogia com o Brasil. “Fico feliz que estejamos aqui na Faria Lima, símbolo do rentismo, para falar da importância da indústria”, disse o executivo, nesta quinta-feira, 29. O evento realizado pela emissora ocorreu no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira.

Os números apresentados por Josué dão uma ideia de quanto o Brasil pagou de juros em dez anos. Segundo os cálculos da Fiesp, a conta chega a R$ 4,7 trilhões. Mais do que a soma do investimento em saúde (R$ 1,85 trilhão); educação (R$ 1,76 trilhão) e infraestrutura (R$ 830 bilhões), no mesmo período da última década.

“O País não terá futuro se o investidor preferir renda a uma atividade produtiva. A indústria cria. Precisamos ter uma indústria forte. Espero que eles, aqui na Faria Lima, saiam da bolha deles e vejam a importância do setor produtivo. A indústria não é o passado, é o futuro do País”, afirmou Josué.

A mudança de visão sobre a indústria também balizou a fala de Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estados de São Paulo (Ciesp). “Temos de ser mais ousados. Com novos pensamentos e novas conexões. Para isso, precisamos de políticas industriais duradouras para não perder incríveis janelas de oportunidades que estão aí.” Para o executivo, países como a China e até o México, no caso da América Latina, são exemplos de como políticas públicas de Estado, e não de governo, podem dar resultados.

Participantes do CNN Talks, no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira, listaram o que no entender deles falta para que o futuro da indústria - e do País - seja maelhor  Foto: Werther Santana/Estadão

A taxa de juros em padrões elevados, para Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é outro fator que anula uma série de vantagens competitivas que o Brasil pode ter. “Os juros estão artificialmente elevados, o que gera distorções desde a época da estabilização. Quem perde com isso é quase toda a sociedade brasileira, desde famílias a empresas.”

Para Lucchesi, a elevada concentração bancária é uma das explicações para a taxa de juros estar fora do razoável. Enquanto a média no mundo está em 7%, índice usado pelo Peru, por exemplo, no Brasil, o spread (a diferença entre o que as instituições pagam para captar dinheiro e o que cobram quando o emprestam) é de 31% ao ano, lembrou o dirigente da CNI.

Previsibilidade

Em tese, como afirmou Marco Saltini, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), previsibilidade, continuidade e cuidado com o ambiente de negócios são linhas mestras que grandes políticas industriais, inclusive a das grandes potências, precisam ter. “Tanto o exemplo do Plano Safra, para o agronegócio, quanto o do Proálcool, mais atrás, que também trouxe desenvolvimento tecnológico para a indústria nacional, nos mostram caminhos que nos preparam para sermos competitivos.”

Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare

Josué Gomes, presidente da Fiesp

Josué ressaltou características do País que mostram 'a nação próspera que podemos ser' Foto: Werther Santana/Estadão

O fato de o Brasil ter muito potencial, em várias frentes, além de principalmente possuir material humano de altíssima qualidade, é que classifica o Brasil como “a maior potência verde do planeta”, segundo o presidente da Fiesp. “Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare. Exportamos água doce quando exportamos soja e milho. Existem, ainda, as riquezas minerais no subsolo. E o combustível fóssil que será fundamental para financiar a transição energética. Tudo isso deixa claro a nação próspera que podemos ser”, defendeu Josué.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, aproveitou o local de realização do CNN Talks sobre o futuro da indústria para fazer uma analogia com o Brasil. “Fico feliz que estejamos aqui na Faria Lima, símbolo do rentismo, para falar da importância da indústria”, disse o executivo, nesta quinta-feira, 29. O evento realizado pela emissora ocorreu no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira.

Os números apresentados por Josué dão uma ideia de quanto o Brasil pagou de juros em dez anos. Segundo os cálculos da Fiesp, a conta chega a R$ 4,7 trilhões. Mais do que a soma do investimento em saúde (R$ 1,85 trilhão); educação (R$ 1,76 trilhão) e infraestrutura (R$ 830 bilhões), no mesmo período da última década.

“O País não terá futuro se o investidor preferir renda a uma atividade produtiva. A indústria cria. Precisamos ter uma indústria forte. Espero que eles, aqui na Faria Lima, saiam da bolha deles e vejam a importância do setor produtivo. A indústria não é o passado, é o futuro do País”, afirmou Josué.

A mudança de visão sobre a indústria também balizou a fala de Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estados de São Paulo (Ciesp). “Temos de ser mais ousados. Com novos pensamentos e novas conexões. Para isso, precisamos de políticas industriais duradouras para não perder incríveis janelas de oportunidades que estão aí.” Para o executivo, países como a China e até o México, no caso da América Latina, são exemplos de como políticas públicas de Estado, e não de governo, podem dar resultados.

Participantes do CNN Talks, no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira, listaram o que no entender deles falta para que o futuro da indústria - e do País - seja maelhor  Foto: Werther Santana/Estadão

A taxa de juros em padrões elevados, para Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é outro fator que anula uma série de vantagens competitivas que o Brasil pode ter. “Os juros estão artificialmente elevados, o que gera distorções desde a época da estabilização. Quem perde com isso é quase toda a sociedade brasileira, desde famílias a empresas.”

Para Lucchesi, a elevada concentração bancária é uma das explicações para a taxa de juros estar fora do razoável. Enquanto a média no mundo está em 7%, índice usado pelo Peru, por exemplo, no Brasil, o spread (a diferença entre o que as instituições pagam para captar dinheiro e o que cobram quando o emprestam) é de 31% ao ano, lembrou o dirigente da CNI.

Previsibilidade

Em tese, como afirmou Marco Saltini, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), previsibilidade, continuidade e cuidado com o ambiente de negócios são linhas mestras que grandes políticas industriais, inclusive a das grandes potências, precisam ter. “Tanto o exemplo do Plano Safra, para o agronegócio, quanto o do Proálcool, mais atrás, que também trouxe desenvolvimento tecnológico para a indústria nacional, nos mostram caminhos que nos preparam para sermos competitivos.”

Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare

Josué Gomes, presidente da Fiesp

Josué ressaltou características do País que mostram 'a nação próspera que podemos ser' Foto: Werther Santana/Estadão

O fato de o Brasil ter muito potencial, em várias frentes, além de principalmente possuir material humano de altíssima qualidade, é que classifica o Brasil como “a maior potência verde do planeta”, segundo o presidente da Fiesp. “Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare. Exportamos água doce quando exportamos soja e milho. Existem, ainda, as riquezas minerais no subsolo. E o combustível fóssil que será fundamental para financiar a transição energética. Tudo isso deixa claro a nação próspera que podemos ser”, defendeu Josué.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, aproveitou o local de realização do CNN Talks sobre o futuro da indústria para fazer uma analogia com o Brasil. “Fico feliz que estejamos aqui na Faria Lima, símbolo do rentismo, para falar da importância da indústria”, disse o executivo, nesta quinta-feira, 29. O evento realizado pela emissora ocorreu no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira.

Os números apresentados por Josué dão uma ideia de quanto o Brasil pagou de juros em dez anos. Segundo os cálculos da Fiesp, a conta chega a R$ 4,7 trilhões. Mais do que a soma do investimento em saúde (R$ 1,85 trilhão); educação (R$ 1,76 trilhão) e infraestrutura (R$ 830 bilhões), no mesmo período da última década.

“O País não terá futuro se o investidor preferir renda a uma atividade produtiva. A indústria cria. Precisamos ter uma indústria forte. Espero que eles, aqui na Faria Lima, saiam da bolha deles e vejam a importância do setor produtivo. A indústria não é o passado, é o futuro do País”, afirmou Josué.

A mudança de visão sobre a indústria também balizou a fala de Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estados de São Paulo (Ciesp). “Temos de ser mais ousados. Com novos pensamentos e novas conexões. Para isso, precisamos de políticas industriais duradouras para não perder incríveis janelas de oportunidades que estão aí.” Para o executivo, países como a China e até o México, no caso da América Latina, são exemplos de como políticas públicas de Estado, e não de governo, podem dar resultados.

Participantes do CNN Talks, no Solar Fábio Prado, antiga sede do Museu da Casa Brasileira, listaram o que no entender deles falta para que o futuro da indústria - e do País - seja maelhor  Foto: Werther Santana/Estadão

A taxa de juros em padrões elevados, para Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é outro fator que anula uma série de vantagens competitivas que o Brasil pode ter. “Os juros estão artificialmente elevados, o que gera distorções desde a época da estabilização. Quem perde com isso é quase toda a sociedade brasileira, desde famílias a empresas.”

Para Lucchesi, a elevada concentração bancária é uma das explicações para a taxa de juros estar fora do razoável. Enquanto a média no mundo está em 7%, índice usado pelo Peru, por exemplo, no Brasil, o spread (a diferença entre o que as instituições pagam para captar dinheiro e o que cobram quando o emprestam) é de 31% ao ano, lembrou o dirigente da CNI.

Previsibilidade

Em tese, como afirmou Marco Saltini, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), previsibilidade, continuidade e cuidado com o ambiente de negócios são linhas mestras que grandes políticas industriais, inclusive a das grandes potências, precisam ter. “Tanto o exemplo do Plano Safra, para o agronegócio, quanto o do Proálcool, mais atrás, que também trouxe desenvolvimento tecnológico para a indústria nacional, nos mostram caminhos que nos preparam para sermos competitivos.”

Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare

Josué Gomes, presidente da Fiesp

Josué ressaltou características do País que mostram 'a nação próspera que podemos ser' Foto: Werther Santana/Estadão

O fato de o Brasil ter muito potencial, em várias frentes, além de principalmente possuir material humano de altíssima qualidade, é que classifica o Brasil como “a maior potência verde do planeta”, segundo o presidente da Fiesp. “Poucos países têm o território que temos e a fotossíntese que tempos, representada pela disponibilidade de Sol, que pode produzir de duas a três safras no mesmo hectare. Exportamos água doce quando exportamos soja e milho. Existem, ainda, as riquezas minerais no subsolo. E o combustível fóssil que será fundamental para financiar a transição energética. Tudo isso deixa claro a nação próspera que podemos ser”, defendeu Josué.

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