A Caixa Econômica Federal (CEF) quer lançar ainda neste ano uma linha de financiamento habitacional voltada exclusivamente para os brasileiros residentes no exterior. "Estamos falando de um mercado que pode chegar aos 2,5 milhões de pessoas", disse à Agência Estado o superintendente nacional de negócios internacionais da CEF, Flávio Petró. A idéia é adequar o novo produto os anseios dos imigrantes brasileiros que vivem no Japão, nos Estados Unidos e na Europa. "Provavelmente o prazo de financiamento será reduzido dos nossos 20 anos habituais para algo mais próximo dos cinco anos", comentou o executivo da CEF. Pelas sondagens já feitas, o superintendente de negócios internacionais da CEF disse que já foi possível identificar que boa parte dos brasileiros que foram morar no exterior tem planos para comprar um imóvel no Brasil num prazo mais curto. "Muitos não querem ficar fora do País por um período de tempo muito longo", comentou. Com prazo menor, o custo do empréstimo também poderá ficar mais em conta para o imigrante. "Os juros serão proporcionais ao prazo do financiamento", disse Petro. Os recursos do financiamento, segundo o executivo da CEF, só poderão ser usados na aquisição de imóveis no Brasil. O pedido do empréstimo terá que ser feito diretamente na página da CEF na internet. "A internet já é muito usada pelos imigrantes nas remessas de recursos para contas de poupança mantida na Caixa", contou Petro. O lançamento do novo produto faz parte da estratégia de internacionalização da CEF iniciada ainda no segundo semestre de 2006, quando a instituição recebeu do Banco Central (BC) o sinal verde para operar com câmbio. É dentro deste contexto que a CEF espera conseguir abrir ainda neste primeiro trimestre do ano escritórios no Japão e nos Estados Unidos. "No momento, os órgãos de regulação dos dois países estão analisando nosso pleito", disse o superintendente nacional de negócios internacionais da CEF. A expectativa é de que se conseguir autorização para a abertura de um escritório em Hamamatsu, no Japão, no final deste mês ou no início de fevereiro. "Conseguiremos as autorizações sem problema", afirmou. Internamente, a CEF já começou a fazer um teste numa agência de Brasília e em outras três unidades do Rio de Janeiro. "São operações de compra e venda de moeda estrangeira apenas com funcionários do banco", comentou Petró. Em julho, a CEF já quer estar pronta para realizar operações de câmbio e de transferência de recursos ao exterior. "Queremos atender os participantes dos jogos pan-americanos do Rio de Janeiro. Afinal somos o banco do pan", disse. Outro projeto da CEF é conseguir viabilizar, com a autorização para operar com câmbio, os financiamentos para as exportações dos micro e pequenos empresários brasileiros. Em outras ocasiões, a presidente da CEF, Maria Fernanda Coelho, já havia dito que a atuação da instituição está focada no segmento das micro e pequenas empresas.