Câmara aprova urgência de dois projetos do pacote de corte de gastos do governo Lula


Propostas incluem limitação ao crescimento do salário mínimo, mudança de regras no BPC, novos gatilhos para o arcabouço e autorização para bloqueio de emendas

Por Giordanna Neves
Atualização:

BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 4, o requerimento de urgência de dois projetos de lei que integram o pacote de corte de gastos anunciado na semana passada pela equipe econômica do governo Lula.

O requerimento para o projeto de lei complementar que traz novos gatilhos do arcabouço fiscal e autoriza o bloqueio de emendas parlamentares foi aprovado por 260 votos a favor e 98 contra – eram necessários 257 votos. Em seguida, foi aprovado por 267 votos a favor e 156 contra o requerimento para o projeto de lei que limita o crescimento do salário mínimo às travas do arcabouço.

Após a votação da urgência, há expectativa de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indique em breve o relator da proposta. O líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), garantiu que não haverá atropelo na discussão do projeto.

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Após a votação da urgência, há expectativa de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indique em breve o relator da proposta. Foto: Marina Ramos/Agência Câmara

“Definindo relator, vamos ter toda sensibilidade política que nos é muito peculiar para discutir com bancadas, discutir com todos os setores que fazem ponderações sobre o mérito da matéria. É responsabilidade nossa, do nosso governo com o País. Não se trata de retirar direitos. Vamos discutir na hora certa isso”, disse Guimarães em plenário.

Ele reforçou que o acordo feito entre governo e Parlamento para destravar a votação da urgência era de justamente avançar na negociação em torno das emendas parlamentares. “Nós vamos na próximas horas buscar solução para execução das emendas que são legítimas e precisam ser executadas”, disse ele em plenário.

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Como mostrou o Estadão, houve resistência de parte da Câmara em apoiar as urgências aos projetos do pacote de ajuste fiscal devido à insatisfação com as novas exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a distribuição e a execução das emendas parlamentares.

Salário mínimo e BPC

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Pelo projeto de lei ordinária, o ganho real (acima da inflação) do salário mínimo não poderá ser superior a 2,5% ao ano, nem inferior a 0,6% – seguindo as travas do arcabouço.

Na prática, a proposta prevê que o salário mínimo continuará sendo corrigido pela inflação mais a variação do PIB de dois anos antes, desde que dentro dos limites da regra fiscal.

A expectativa inicial era de que essa proposta resultasse em economia de R$ 11,9 bilhões em 2025 e 2026. No entanto, a revisão para cima do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 aumentará para R$ 15 bilhões a projeção de economia de gastos com a medida neste período, como mostrou o Estadão/Broadcast.

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O projeto também prevê mudanças nas regras de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. determinando que a renda familiar vai considerar a soma dos rendimentos mensais de membros da família e proibindo deduções não previstas em lei.

Quem tiver bens ou propriedade que superem o valor de isenção referente ao patrimônio na declaração de Imposto de Renda não poderá usufruir do benefício.

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O texto inclui, também, a obrigatoriedade de cadastro biométrico para concessão, manutenção e renovação de benefícios de seguridade social. Além disso, prevê que o Proagro respeite a disponibilidade orçamentária.

O projeto também muda os parâmetros relativos à permanência no Bolsa Família, incluindo o estabelecimento de índices máximos de famílias unipessoais. Prevê, ainda, que a despesa federal alocada no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) cresça limitada ao IPCA.

Emendas

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No caso das emendas parlamentares, o projeto recupera alguns itens da proposta de lei já sancionada por Lula. A proposta autoriza o contingenciamento e bloqueio nas emendas parlamentares na mesma proporção das demais despesas discricionárias (não obrigatórias, como investimentos e custeio), com uma trava limitando a contenção a 15% do total das emendas.

O texto do projeto ainda diz que a contenção de emendas observará necessariamente as prioridades elencadas pelo Poder Legislativo. Se o montante de despesas obrigatórias for inferior ao valor que gerou o bloqueio, haverá reversão. O crédito orçamentário para a suplementação de despesas obrigatórias também poderá ser realizado sem anular as dotações orçamentárias.

Gatilhos

O novos gatilhos ao arcabouço fiscal para conter o crescimento de despesas obrigatórias e benefícios fiscais a partir de 2027. Há um dispositivo com a previsão de que as despesas decorrentes de qualquer criação ou prorrogação de novos benefícios da seguridade social pela União terão sua variação limitada à regra de crescimento do arcabouço fiscal.

Os gatilhos determinam que, em caso de déficit e de redução nominal das despesas não obrigatórias, ficam proibidos a concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos ou benefícios de natureza tributária até 2030, e também o crescimento do montante de despesas com pessoal e encargos acima do piso de crescimento real do arcabouço.

Há exceção para caso de concessão judicial. A proposta também autoriza o executivo a limitar a utilização de créditos para compensação de débitos de tributos ou contribuições no caso de resultado fiscal negativo.

O projeto também permite que recursos de fundos públicos que estão parados na conta única da União possam ser direcionados livremente no Orçamento – o que, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, abre a margem para ampliar despesas.

BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 4, o requerimento de urgência de dois projetos de lei que integram o pacote de corte de gastos anunciado na semana passada pela equipe econômica do governo Lula.

O requerimento para o projeto de lei complementar que traz novos gatilhos do arcabouço fiscal e autoriza o bloqueio de emendas parlamentares foi aprovado por 260 votos a favor e 98 contra – eram necessários 257 votos. Em seguida, foi aprovado por 267 votos a favor e 156 contra o requerimento para o projeto de lei que limita o crescimento do salário mínimo às travas do arcabouço.

Após a votação da urgência, há expectativa de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indique em breve o relator da proposta. O líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), garantiu que não haverá atropelo na discussão do projeto.

Após a votação da urgência, há expectativa de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indique em breve o relator da proposta. Foto: Marina Ramos/Agência Câmara

“Definindo relator, vamos ter toda sensibilidade política que nos é muito peculiar para discutir com bancadas, discutir com todos os setores que fazem ponderações sobre o mérito da matéria. É responsabilidade nossa, do nosso governo com o País. Não se trata de retirar direitos. Vamos discutir na hora certa isso”, disse Guimarães em plenário.

Ele reforçou que o acordo feito entre governo e Parlamento para destravar a votação da urgência era de justamente avançar na negociação em torno das emendas parlamentares. “Nós vamos na próximas horas buscar solução para execução das emendas que são legítimas e precisam ser executadas”, disse ele em plenário.

Como mostrou o Estadão, houve resistência de parte da Câmara em apoiar as urgências aos projetos do pacote de ajuste fiscal devido à insatisfação com as novas exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a distribuição e a execução das emendas parlamentares.

Salário mínimo e BPC

Pelo projeto de lei ordinária, o ganho real (acima da inflação) do salário mínimo não poderá ser superior a 2,5% ao ano, nem inferior a 0,6% – seguindo as travas do arcabouço.

Na prática, a proposta prevê que o salário mínimo continuará sendo corrigido pela inflação mais a variação do PIB de dois anos antes, desde que dentro dos limites da regra fiscal.

A expectativa inicial era de que essa proposta resultasse em economia de R$ 11,9 bilhões em 2025 e 2026. No entanto, a revisão para cima do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 aumentará para R$ 15 bilhões a projeção de economia de gastos com a medida neste período, como mostrou o Estadão/Broadcast.

O projeto também prevê mudanças nas regras de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. determinando que a renda familiar vai considerar a soma dos rendimentos mensais de membros da família e proibindo deduções não previstas em lei.

Quem tiver bens ou propriedade que superem o valor de isenção referente ao patrimônio na declaração de Imposto de Renda não poderá usufruir do benefício.

O texto inclui, também, a obrigatoriedade de cadastro biométrico para concessão, manutenção e renovação de benefícios de seguridade social. Além disso, prevê que o Proagro respeite a disponibilidade orçamentária.

O projeto também muda os parâmetros relativos à permanência no Bolsa Família, incluindo o estabelecimento de índices máximos de famílias unipessoais. Prevê, ainda, que a despesa federal alocada no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) cresça limitada ao IPCA.

Emendas

No caso das emendas parlamentares, o projeto recupera alguns itens da proposta de lei já sancionada por Lula. A proposta autoriza o contingenciamento e bloqueio nas emendas parlamentares na mesma proporção das demais despesas discricionárias (não obrigatórias, como investimentos e custeio), com uma trava limitando a contenção a 15% do total das emendas.

O texto do projeto ainda diz que a contenção de emendas observará necessariamente as prioridades elencadas pelo Poder Legislativo. Se o montante de despesas obrigatórias for inferior ao valor que gerou o bloqueio, haverá reversão. O crédito orçamentário para a suplementação de despesas obrigatórias também poderá ser realizado sem anular as dotações orçamentárias.

Gatilhos

O novos gatilhos ao arcabouço fiscal para conter o crescimento de despesas obrigatórias e benefícios fiscais a partir de 2027. Há um dispositivo com a previsão de que as despesas decorrentes de qualquer criação ou prorrogação de novos benefícios da seguridade social pela União terão sua variação limitada à regra de crescimento do arcabouço fiscal.

Os gatilhos determinam que, em caso de déficit e de redução nominal das despesas não obrigatórias, ficam proibidos a concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos ou benefícios de natureza tributária até 2030, e também o crescimento do montante de despesas com pessoal e encargos acima do piso de crescimento real do arcabouço.

Há exceção para caso de concessão judicial. A proposta também autoriza o executivo a limitar a utilização de créditos para compensação de débitos de tributos ou contribuições no caso de resultado fiscal negativo.

O projeto também permite que recursos de fundos públicos que estão parados na conta única da União possam ser direcionados livremente no Orçamento – o que, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, abre a margem para ampliar despesas.

BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 4, o requerimento de urgência de dois projetos de lei que integram o pacote de corte de gastos anunciado na semana passada pela equipe econômica do governo Lula.

O requerimento para o projeto de lei complementar que traz novos gatilhos do arcabouço fiscal e autoriza o bloqueio de emendas parlamentares foi aprovado por 260 votos a favor e 98 contra – eram necessários 257 votos. Em seguida, foi aprovado por 267 votos a favor e 156 contra o requerimento para o projeto de lei que limita o crescimento do salário mínimo às travas do arcabouço.

Após a votação da urgência, há expectativa de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indique em breve o relator da proposta. O líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), garantiu que não haverá atropelo na discussão do projeto.

Após a votação da urgência, há expectativa de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indique em breve o relator da proposta. Foto: Marina Ramos/Agência Câmara

“Definindo relator, vamos ter toda sensibilidade política que nos é muito peculiar para discutir com bancadas, discutir com todos os setores que fazem ponderações sobre o mérito da matéria. É responsabilidade nossa, do nosso governo com o País. Não se trata de retirar direitos. Vamos discutir na hora certa isso”, disse Guimarães em plenário.

Ele reforçou que o acordo feito entre governo e Parlamento para destravar a votação da urgência era de justamente avançar na negociação em torno das emendas parlamentares. “Nós vamos na próximas horas buscar solução para execução das emendas que são legítimas e precisam ser executadas”, disse ele em plenário.

Como mostrou o Estadão, houve resistência de parte da Câmara em apoiar as urgências aos projetos do pacote de ajuste fiscal devido à insatisfação com as novas exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a distribuição e a execução das emendas parlamentares.

Salário mínimo e BPC

Pelo projeto de lei ordinária, o ganho real (acima da inflação) do salário mínimo não poderá ser superior a 2,5% ao ano, nem inferior a 0,6% – seguindo as travas do arcabouço.

Na prática, a proposta prevê que o salário mínimo continuará sendo corrigido pela inflação mais a variação do PIB de dois anos antes, desde que dentro dos limites da regra fiscal.

A expectativa inicial era de que essa proposta resultasse em economia de R$ 11,9 bilhões em 2025 e 2026. No entanto, a revisão para cima do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 aumentará para R$ 15 bilhões a projeção de economia de gastos com a medida neste período, como mostrou o Estadão/Broadcast.

O projeto também prevê mudanças nas regras de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. determinando que a renda familiar vai considerar a soma dos rendimentos mensais de membros da família e proibindo deduções não previstas em lei.

Quem tiver bens ou propriedade que superem o valor de isenção referente ao patrimônio na declaração de Imposto de Renda não poderá usufruir do benefício.

O texto inclui, também, a obrigatoriedade de cadastro biométrico para concessão, manutenção e renovação de benefícios de seguridade social. Além disso, prevê que o Proagro respeite a disponibilidade orçamentária.

O projeto também muda os parâmetros relativos à permanência no Bolsa Família, incluindo o estabelecimento de índices máximos de famílias unipessoais. Prevê, ainda, que a despesa federal alocada no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) cresça limitada ao IPCA.

Emendas

No caso das emendas parlamentares, o projeto recupera alguns itens da proposta de lei já sancionada por Lula. A proposta autoriza o contingenciamento e bloqueio nas emendas parlamentares na mesma proporção das demais despesas discricionárias (não obrigatórias, como investimentos e custeio), com uma trava limitando a contenção a 15% do total das emendas.

O texto do projeto ainda diz que a contenção de emendas observará necessariamente as prioridades elencadas pelo Poder Legislativo. Se o montante de despesas obrigatórias for inferior ao valor que gerou o bloqueio, haverá reversão. O crédito orçamentário para a suplementação de despesas obrigatórias também poderá ser realizado sem anular as dotações orçamentárias.

Gatilhos

O novos gatilhos ao arcabouço fiscal para conter o crescimento de despesas obrigatórias e benefícios fiscais a partir de 2027. Há um dispositivo com a previsão de que as despesas decorrentes de qualquer criação ou prorrogação de novos benefícios da seguridade social pela União terão sua variação limitada à regra de crescimento do arcabouço fiscal.

Os gatilhos determinam que, em caso de déficit e de redução nominal das despesas não obrigatórias, ficam proibidos a concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos ou benefícios de natureza tributária até 2030, e também o crescimento do montante de despesas com pessoal e encargos acima do piso de crescimento real do arcabouço.

Há exceção para caso de concessão judicial. A proposta também autoriza o executivo a limitar a utilização de créditos para compensação de débitos de tributos ou contribuições no caso de resultado fiscal negativo.

O projeto também permite que recursos de fundos públicos que estão parados na conta única da União possam ser direcionados livremente no Orçamento – o que, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, abre a margem para ampliar despesas.

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