Camex avalia necessidade de cortar tarifa do trigo


Por ISABEL VERSIANI E ROBERTO SAMORA

O Ministério da Fazenda pediu à Câmara de Comércio Exterior (Camex) que avalie a necessidade de reduzir a tarifa de importação de trigo, numa medida para conter a inflação, informou o ministro Guido Mantega nesta segunda-feira. A medida ocorreria em um momento em que os preços da farinha de trigo estão sendo impulsionados pelas cotações mais elevadas da commodity no mercado internacional. O Brasil tem importado cerca de 70 por cento de seu consumo de trigo, estimado em 10,5 milhões de toneladas. Mantega ponderou, entretanto, que como a maior parte do trigo importado pelo Brasil vem da Argentina, que já conta com alíquota zero de tarifa, a medida pode não ter eficácia. Para os países de fora do Mercosul, a alíquota é hoje de 10 por cento. "Não é decisão ainda tomada, mas passamos para a Camex para que ela avalie a questão", disse a jornalistas, acrescentando que esta é a única redução de alíquota que está sendo de fato analisada no governo. Mantega afirmou ainda que pediu à Secretaria de Assuntos Econômicos (Seae) que monitore mais de perto o aumento de preços de produtos como leite, carnes e grãos. Ele disse que esses preços estão subindo em um momento de entressafra, e o objetivo é detectar se há outros fenômenos fora "da dinâmica dos mercados" afetando seu comportamento. Para Mantega, a economia conta atualmente com mais demanda, mas sem "maiores pressões inflacionárias". Ele destacou que, enquanto os alimentos e alguns serviços sobem, os preços administrados estão perdendo força. "Então há um equilíbrio." PALAVRA DA INDÚSTRIA O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, afirmou a jornalistas mais cedo que a redução da alíquota do trigo estava sendo avaliada a pedido da indústria nacional. Segundo ele, a redução seria temporária --valeria provavelmente até outubro-- e adotada para fazer frente à determinação, tomada em março pela Argentina, de suspender os registros de exportações do produto. O presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Luiz Martins, afirmou mais cedo à Reuters que, caso a redução da tarifa para a importação seja decidida pelo governo, viria com atraso. A Abitrigo, diante da suspensão nos registros de exportações na Argentina e prevendo uma redução da oferta mundial em 2007 --e a consequente elevação dos preços internacionais--, pediu em março deste ano a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, ou seja, para compras de outros países. De acordo com Martins, se a TEC tivesse sido reduzida naquela época, as indústrias poderiam ter se programado melhor, realizando compras fora do Mercosul em um período de preços mais baixos. Na sexta-feira, os futuros do trigo na bolsa de Chicago, referência internacional para o mercado, registraram o maior preço da história, devido à forte demanda mundial em meio a uma oferta restrita. Neste momento, a redução da TEC não teria efeitos desejados porque as indústrias brasileiras já podem buscar o trigo no mercado interno. A colheita do Brasil começou recentemente no principal produtor do país, o Paraná. A redução da TEC, no entanto, poderia pressionar a Argentina a liberar os registros de exportação. "Efetivamente, os argentinos estão abusando", disse Martins, referindo-se à suspensão dos registros na Argentina, cujo objetivo foi garantir a oferta interna do cereal para impedir uma pressão inflacionária. A colheita na Argentina começa tradicionalmente em novembro e os moinhos nacionais acreditam que, com a liberação dos registros, poderão realizar compras da safra nova a preço menor.

O Ministério da Fazenda pediu à Câmara de Comércio Exterior (Camex) que avalie a necessidade de reduzir a tarifa de importação de trigo, numa medida para conter a inflação, informou o ministro Guido Mantega nesta segunda-feira. A medida ocorreria em um momento em que os preços da farinha de trigo estão sendo impulsionados pelas cotações mais elevadas da commodity no mercado internacional. O Brasil tem importado cerca de 70 por cento de seu consumo de trigo, estimado em 10,5 milhões de toneladas. Mantega ponderou, entretanto, que como a maior parte do trigo importado pelo Brasil vem da Argentina, que já conta com alíquota zero de tarifa, a medida pode não ter eficácia. Para os países de fora do Mercosul, a alíquota é hoje de 10 por cento. "Não é decisão ainda tomada, mas passamos para a Camex para que ela avalie a questão", disse a jornalistas, acrescentando que esta é a única redução de alíquota que está sendo de fato analisada no governo. Mantega afirmou ainda que pediu à Secretaria de Assuntos Econômicos (Seae) que monitore mais de perto o aumento de preços de produtos como leite, carnes e grãos. Ele disse que esses preços estão subindo em um momento de entressafra, e o objetivo é detectar se há outros fenômenos fora "da dinâmica dos mercados" afetando seu comportamento. Para Mantega, a economia conta atualmente com mais demanda, mas sem "maiores pressões inflacionárias". Ele destacou que, enquanto os alimentos e alguns serviços sobem, os preços administrados estão perdendo força. "Então há um equilíbrio." PALAVRA DA INDÚSTRIA O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, afirmou a jornalistas mais cedo que a redução da alíquota do trigo estava sendo avaliada a pedido da indústria nacional. Segundo ele, a redução seria temporária --valeria provavelmente até outubro-- e adotada para fazer frente à determinação, tomada em março pela Argentina, de suspender os registros de exportações do produto. O presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Luiz Martins, afirmou mais cedo à Reuters que, caso a redução da tarifa para a importação seja decidida pelo governo, viria com atraso. A Abitrigo, diante da suspensão nos registros de exportações na Argentina e prevendo uma redução da oferta mundial em 2007 --e a consequente elevação dos preços internacionais--, pediu em março deste ano a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, ou seja, para compras de outros países. De acordo com Martins, se a TEC tivesse sido reduzida naquela época, as indústrias poderiam ter se programado melhor, realizando compras fora do Mercosul em um período de preços mais baixos. Na sexta-feira, os futuros do trigo na bolsa de Chicago, referência internacional para o mercado, registraram o maior preço da história, devido à forte demanda mundial em meio a uma oferta restrita. Neste momento, a redução da TEC não teria efeitos desejados porque as indústrias brasileiras já podem buscar o trigo no mercado interno. A colheita do Brasil começou recentemente no principal produtor do país, o Paraná. A redução da TEC, no entanto, poderia pressionar a Argentina a liberar os registros de exportação. "Efetivamente, os argentinos estão abusando", disse Martins, referindo-se à suspensão dos registros na Argentina, cujo objetivo foi garantir a oferta interna do cereal para impedir uma pressão inflacionária. A colheita na Argentina começa tradicionalmente em novembro e os moinhos nacionais acreditam que, com a liberação dos registros, poderão realizar compras da safra nova a preço menor.

O Ministério da Fazenda pediu à Câmara de Comércio Exterior (Camex) que avalie a necessidade de reduzir a tarifa de importação de trigo, numa medida para conter a inflação, informou o ministro Guido Mantega nesta segunda-feira. A medida ocorreria em um momento em que os preços da farinha de trigo estão sendo impulsionados pelas cotações mais elevadas da commodity no mercado internacional. O Brasil tem importado cerca de 70 por cento de seu consumo de trigo, estimado em 10,5 milhões de toneladas. Mantega ponderou, entretanto, que como a maior parte do trigo importado pelo Brasil vem da Argentina, que já conta com alíquota zero de tarifa, a medida pode não ter eficácia. Para os países de fora do Mercosul, a alíquota é hoje de 10 por cento. "Não é decisão ainda tomada, mas passamos para a Camex para que ela avalie a questão", disse a jornalistas, acrescentando que esta é a única redução de alíquota que está sendo de fato analisada no governo. Mantega afirmou ainda que pediu à Secretaria de Assuntos Econômicos (Seae) que monitore mais de perto o aumento de preços de produtos como leite, carnes e grãos. Ele disse que esses preços estão subindo em um momento de entressafra, e o objetivo é detectar se há outros fenômenos fora "da dinâmica dos mercados" afetando seu comportamento. Para Mantega, a economia conta atualmente com mais demanda, mas sem "maiores pressões inflacionárias". Ele destacou que, enquanto os alimentos e alguns serviços sobem, os preços administrados estão perdendo força. "Então há um equilíbrio." PALAVRA DA INDÚSTRIA O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, afirmou a jornalistas mais cedo que a redução da alíquota do trigo estava sendo avaliada a pedido da indústria nacional. Segundo ele, a redução seria temporária --valeria provavelmente até outubro-- e adotada para fazer frente à determinação, tomada em março pela Argentina, de suspender os registros de exportações do produto. O presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Luiz Martins, afirmou mais cedo à Reuters que, caso a redução da tarifa para a importação seja decidida pelo governo, viria com atraso. A Abitrigo, diante da suspensão nos registros de exportações na Argentina e prevendo uma redução da oferta mundial em 2007 --e a consequente elevação dos preços internacionais--, pediu em março deste ano a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, ou seja, para compras de outros países. De acordo com Martins, se a TEC tivesse sido reduzida naquela época, as indústrias poderiam ter se programado melhor, realizando compras fora do Mercosul em um período de preços mais baixos. Na sexta-feira, os futuros do trigo na bolsa de Chicago, referência internacional para o mercado, registraram o maior preço da história, devido à forte demanda mundial em meio a uma oferta restrita. Neste momento, a redução da TEC não teria efeitos desejados porque as indústrias brasileiras já podem buscar o trigo no mercado interno. A colheita do Brasil começou recentemente no principal produtor do país, o Paraná. A redução da TEC, no entanto, poderia pressionar a Argentina a liberar os registros de exportação. "Efetivamente, os argentinos estão abusando", disse Martins, referindo-se à suspensão dos registros na Argentina, cujo objetivo foi garantir a oferta interna do cereal para impedir uma pressão inflacionária. A colheita na Argentina começa tradicionalmente em novembro e os moinhos nacionais acreditam que, com a liberação dos registros, poderão realizar compras da safra nova a preço menor.

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