Campos Neto diz que intenção do comunicado era indicar porta aberta para corte de juros


Presidente do BC afirmou nesta quinta-feira, 29, que intenção original do Copom era passar a mensagem de porta aberta para o corte de juro

Por Thaís Barcellos, Eduardo Rodrigues e Célia Froufe
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 29, que a intenção original do Copom era passar a mensagem de porta aberta para o corte de juros, hoje em 13,75% ao ano, já no comunicado da semana passada, mas admitiu que houve interpretações diferentes no mercado – que só teve essa leitura na ata sobre a reunião.

”A intenção do comunicado era espelhar um consenso, deixando a porta aberta, mas algumas interpretações entenderam que a porta não estava aberta. Nenhuma ata ou comunicado é perfeito, a gente se esforça, mas quando há uma situação de Copom dividido sobre o que comunicar é mais difícil”, argumentou.

Campos Neto não quis adiantar sobre se o uso da palavra “parcimônia” na comunicação diz respeito aos próximos passos do Copom, ou sobre todo o ciclo de redução de juros que se avizinha. Ele também se esquivou de comentar a precificação do mercado de juros entre o comunicado e a ata.

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Presidente do BC afirmou nesta quinta-feira, 29, que intenção original do Copom era passar a mensagem de porta aberta para o corte de juro Foto: Andressa Anholete/ Bloomberg

Apesar da forte diferença do tom entre o comunicado e a ata do Copom percebida pelo mercado financeiro, Campos Neto avaliou que não houve incoerência entre os dois documentos. Além disso, disse que, apesar do ruído, o efeito sobre os preços de mercado foi pequeno.

No comunicado, segundo as avaliações majoritárias, não houve uma indicação clara sobre os próximos passos da política monetária. Já na ata, o BC expôs que a maioria dos membros já acredita que a porta estaria aberta para um corte de juros em agosto, caso a inflação continue desacelerando.

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”O comunicado é para comunicar e expressar a opinião de consenso. A ata é para explicar o que foi debatido, se houve opiniões distintas, expor divisões”, disse, lembrando que, no passado, o comunicado era mais curto e foi crescendo para dar mais transparência. “Quando tem reunião dividida, como foi a última, o comunicado tem que trazer o consenso”, disse, completando que a ata costuma refletir mais a opinião do grupo predominante.

Em sua avaliação, o comunicado já havia deixado a porta aberta para um corte de juros. Além disso, apesar de bastante ruído sobre o tom diferente nos dois documentos, ele afirmou que isso afetou pouco os preços de mercado. “Se olhar um dia depois, volta quase à mesma precificação de um dia antes. Teve bastante ruído, mas afetou pouco os preços de mercado.”

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Juro neutro

Campos Neto negou que o aumento da estimativa da taxa neutra no Brasil, que é aquele que não acelera e nem desacelera a inflação, signifique que o Copom será mais conservador em um ciclo de redução de juros.

Na terça-feira, 27, o comitê informou na ata da última reunião que a projeção do BC para o juro neutro brasileiro aumentou de 4% para 4,5% ao ano. “Não é uma coisa que afete a nossa decisão no dia a dia. O mercado enxerga uma taxa de juros neutra inclusive maior que a nossa”, respondeu.

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“A taxa neutra é importante, é como se fosse um guia para ver que nível de juros se pode ter para gerar inflação ou desinflação. A taxa neutra subir significa que você terá uma taxa de equilíbrio mais alta. Mas, lembrando que ainda temos uma taxa nominal e uma taxa real ainda muito alta. A taxa neutra não é determinante do que faremos no curto prazo”, afirmou.

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 29, que a intenção original do Copom era passar a mensagem de porta aberta para o corte de juros, hoje em 13,75% ao ano, já no comunicado da semana passada, mas admitiu que houve interpretações diferentes no mercado – que só teve essa leitura na ata sobre a reunião.

”A intenção do comunicado era espelhar um consenso, deixando a porta aberta, mas algumas interpretações entenderam que a porta não estava aberta. Nenhuma ata ou comunicado é perfeito, a gente se esforça, mas quando há uma situação de Copom dividido sobre o que comunicar é mais difícil”, argumentou.

Campos Neto não quis adiantar sobre se o uso da palavra “parcimônia” na comunicação diz respeito aos próximos passos do Copom, ou sobre todo o ciclo de redução de juros que se avizinha. Ele também se esquivou de comentar a precificação do mercado de juros entre o comunicado e a ata.

Presidente do BC afirmou nesta quinta-feira, 29, que intenção original do Copom era passar a mensagem de porta aberta para o corte de juro Foto: Andressa Anholete/ Bloomberg

Apesar da forte diferença do tom entre o comunicado e a ata do Copom percebida pelo mercado financeiro, Campos Neto avaliou que não houve incoerência entre os dois documentos. Além disso, disse que, apesar do ruído, o efeito sobre os preços de mercado foi pequeno.

No comunicado, segundo as avaliações majoritárias, não houve uma indicação clara sobre os próximos passos da política monetária. Já na ata, o BC expôs que a maioria dos membros já acredita que a porta estaria aberta para um corte de juros em agosto, caso a inflação continue desacelerando.

”O comunicado é para comunicar e expressar a opinião de consenso. A ata é para explicar o que foi debatido, se houve opiniões distintas, expor divisões”, disse, lembrando que, no passado, o comunicado era mais curto e foi crescendo para dar mais transparência. “Quando tem reunião dividida, como foi a última, o comunicado tem que trazer o consenso”, disse, completando que a ata costuma refletir mais a opinião do grupo predominante.

Em sua avaliação, o comunicado já havia deixado a porta aberta para um corte de juros. Além disso, apesar de bastante ruído sobre o tom diferente nos dois documentos, ele afirmou que isso afetou pouco os preços de mercado. “Se olhar um dia depois, volta quase à mesma precificação de um dia antes. Teve bastante ruído, mas afetou pouco os preços de mercado.”

Juro neutro

Campos Neto negou que o aumento da estimativa da taxa neutra no Brasil, que é aquele que não acelera e nem desacelera a inflação, signifique que o Copom será mais conservador em um ciclo de redução de juros.

Na terça-feira, 27, o comitê informou na ata da última reunião que a projeção do BC para o juro neutro brasileiro aumentou de 4% para 4,5% ao ano. “Não é uma coisa que afete a nossa decisão no dia a dia. O mercado enxerga uma taxa de juros neutra inclusive maior que a nossa”, respondeu.

“A taxa neutra é importante, é como se fosse um guia para ver que nível de juros se pode ter para gerar inflação ou desinflação. A taxa neutra subir significa que você terá uma taxa de equilíbrio mais alta. Mas, lembrando que ainda temos uma taxa nominal e uma taxa real ainda muito alta. A taxa neutra não é determinante do que faremos no curto prazo”, afirmou.

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 29, que a intenção original do Copom era passar a mensagem de porta aberta para o corte de juros, hoje em 13,75% ao ano, já no comunicado da semana passada, mas admitiu que houve interpretações diferentes no mercado – que só teve essa leitura na ata sobre a reunião.

”A intenção do comunicado era espelhar um consenso, deixando a porta aberta, mas algumas interpretações entenderam que a porta não estava aberta. Nenhuma ata ou comunicado é perfeito, a gente se esforça, mas quando há uma situação de Copom dividido sobre o que comunicar é mais difícil”, argumentou.

Campos Neto não quis adiantar sobre se o uso da palavra “parcimônia” na comunicação diz respeito aos próximos passos do Copom, ou sobre todo o ciclo de redução de juros que se avizinha. Ele também se esquivou de comentar a precificação do mercado de juros entre o comunicado e a ata.

Presidente do BC afirmou nesta quinta-feira, 29, que intenção original do Copom era passar a mensagem de porta aberta para o corte de juro Foto: Andressa Anholete/ Bloomberg

Apesar da forte diferença do tom entre o comunicado e a ata do Copom percebida pelo mercado financeiro, Campos Neto avaliou que não houve incoerência entre os dois documentos. Além disso, disse que, apesar do ruído, o efeito sobre os preços de mercado foi pequeno.

No comunicado, segundo as avaliações majoritárias, não houve uma indicação clara sobre os próximos passos da política monetária. Já na ata, o BC expôs que a maioria dos membros já acredita que a porta estaria aberta para um corte de juros em agosto, caso a inflação continue desacelerando.

”O comunicado é para comunicar e expressar a opinião de consenso. A ata é para explicar o que foi debatido, se houve opiniões distintas, expor divisões”, disse, lembrando que, no passado, o comunicado era mais curto e foi crescendo para dar mais transparência. “Quando tem reunião dividida, como foi a última, o comunicado tem que trazer o consenso”, disse, completando que a ata costuma refletir mais a opinião do grupo predominante.

Em sua avaliação, o comunicado já havia deixado a porta aberta para um corte de juros. Além disso, apesar de bastante ruído sobre o tom diferente nos dois documentos, ele afirmou que isso afetou pouco os preços de mercado. “Se olhar um dia depois, volta quase à mesma precificação de um dia antes. Teve bastante ruído, mas afetou pouco os preços de mercado.”

Juro neutro

Campos Neto negou que o aumento da estimativa da taxa neutra no Brasil, que é aquele que não acelera e nem desacelera a inflação, signifique que o Copom será mais conservador em um ciclo de redução de juros.

Na terça-feira, 27, o comitê informou na ata da última reunião que a projeção do BC para o juro neutro brasileiro aumentou de 4% para 4,5% ao ano. “Não é uma coisa que afete a nossa decisão no dia a dia. O mercado enxerga uma taxa de juros neutra inclusive maior que a nossa”, respondeu.

“A taxa neutra é importante, é como se fosse um guia para ver que nível de juros se pode ter para gerar inflação ou desinflação. A taxa neutra subir significa que você terá uma taxa de equilíbrio mais alta. Mas, lembrando que ainda temos uma taxa nominal e uma taxa real ainda muito alta. A taxa neutra não é determinante do que faremos no curto prazo”, afirmou.

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