Campos Neto diz que rotativo do cartão de crédito deve deixar de existir


Presidente do Banco Central afirma que grupo de trabalho vai encaminhar solução nos próximos 90 dias; linha de financiamento é a mais cara do País

Por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - Enquanto o Congresso debate a criação de um teto de juros para o rotativo do cartão de crédito, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou nesta quinta-feira, 10, que a modalidade deve deixar de existir. Como antecipou o Estadão/Broadcast, Campos Neto destacou que o grupo de trabalho — formado pelo BC, governo e bancos — deve encaminhar nos próximos 90 dias uma solução para o fim do rotativo.

“Sem rotativo, a fatura não paga iria direto para o parcelado, com juros ao redor de 9% (ao mês, ou cerca de 180% ao ano). Deve ser anunciado nas próximas semanas”, afirmou, em arguição pública no plenário do Senado. “Deveríamos ter feito antes medidas para solucionar rotativo”, admitiu.

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Atualmente, conforme dados do Banco Central de junho, a média dos juros no rotativo, os maiores do mercado, é de 437,3% ao ano; já no parcelado com juros, é de 196,1% ao ano.

Segundo Campos Neto, ele conversou com o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), autor da Medida Provisória do Desenrola, projeto no qual a discussão sobre o rotativo foi apensada, e há um prazo de 90 dias para a solução ser encaminhada.

Além do fim do rotativo, Campos Neto disse que deve ter algum tipo de tarifa para desincentivar o parcelado sem juros tão longos. Hoje, segundo ele, a média é de 13 parcelas.

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“Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que fique um pouco mais disciplinado, de forma bem faseada, para não afetar o consumo. Hoje, o pagamento em cartão representa 40% do consumo”, disse. “Outra alternativa seria simplesmente limitar os juros, mas as instituições simplesmente iriam cortar o número de cartões.”

Campos Neto diz que gastos do Brasil ainda estão bem acima de outros países Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Campos Neto destacou que o limite semelhante de juros de cheque especial atingiu o objetivo da medida. “Reconheço que o juro do cartão de crédito é um grande problema. O parcelado sem juros ajuda a atividade, mas tem aumentado muito as parcelas”, avaliou.

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“Com exceção da China, nenhum outro país teve aumento tão grande em cartões como o Brasil”, acrescentou. Ele ainda falou sobre a inadimplência no rotativo, de cerca de 50%. “Não tem em nenhum outro lugar do mundo inadimplência próxima disso.”

Gasto público

O presidente do Banco Central reconheceu que o Brasil tem feito um esforço fiscal, mas afirmou que o gasto real do governo brasileiro ainda é muito superior ao da média mundial.

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“O Brasil gasta mais, em termos reais, comparado com outros países. Isso ajuda um pouco a explicar essa ‘desancoragem gêmea’. Eu digo que vou baixar a inflação e o mercado não acredita, e o governo diz que fará um fiscal melhor e o mercado também não acredita”, afirmou ele, no Senado.

Para Campos Neto, com as medidas de receitas propostas pelo governo para ancorar melhor o fiscal, o BC também conseguirá uma reancoragem melhor das expectativas de inflação. “Para atingir a meta (de primário), precisamos de bastante receita. À medida que as receitas forem entrando, acredito que teremos não só uma convergência fiscal, com uma convergência monetária”, completou.

BRASÍLIA - Enquanto o Congresso debate a criação de um teto de juros para o rotativo do cartão de crédito, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou nesta quinta-feira, 10, que a modalidade deve deixar de existir. Como antecipou o Estadão/Broadcast, Campos Neto destacou que o grupo de trabalho — formado pelo BC, governo e bancos — deve encaminhar nos próximos 90 dias uma solução para o fim do rotativo.

“Sem rotativo, a fatura não paga iria direto para o parcelado, com juros ao redor de 9% (ao mês, ou cerca de 180% ao ano). Deve ser anunciado nas próximas semanas”, afirmou, em arguição pública no plenário do Senado. “Deveríamos ter feito antes medidas para solucionar rotativo”, admitiu.

Atualmente, conforme dados do Banco Central de junho, a média dos juros no rotativo, os maiores do mercado, é de 437,3% ao ano; já no parcelado com juros, é de 196,1% ao ano.

Segundo Campos Neto, ele conversou com o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), autor da Medida Provisória do Desenrola, projeto no qual a discussão sobre o rotativo foi apensada, e há um prazo de 90 dias para a solução ser encaminhada.

Além do fim do rotativo, Campos Neto disse que deve ter algum tipo de tarifa para desincentivar o parcelado sem juros tão longos. Hoje, segundo ele, a média é de 13 parcelas.

“Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que fique um pouco mais disciplinado, de forma bem faseada, para não afetar o consumo. Hoje, o pagamento em cartão representa 40% do consumo”, disse. “Outra alternativa seria simplesmente limitar os juros, mas as instituições simplesmente iriam cortar o número de cartões.”

Campos Neto diz que gastos do Brasil ainda estão bem acima de outros países Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Campos Neto destacou que o limite semelhante de juros de cheque especial atingiu o objetivo da medida. “Reconheço que o juro do cartão de crédito é um grande problema. O parcelado sem juros ajuda a atividade, mas tem aumentado muito as parcelas”, avaliou.

“Com exceção da China, nenhum outro país teve aumento tão grande em cartões como o Brasil”, acrescentou. Ele ainda falou sobre a inadimplência no rotativo, de cerca de 50%. “Não tem em nenhum outro lugar do mundo inadimplência próxima disso.”

Gasto público

O presidente do Banco Central reconheceu que o Brasil tem feito um esforço fiscal, mas afirmou que o gasto real do governo brasileiro ainda é muito superior ao da média mundial.

“O Brasil gasta mais, em termos reais, comparado com outros países. Isso ajuda um pouco a explicar essa ‘desancoragem gêmea’. Eu digo que vou baixar a inflação e o mercado não acredita, e o governo diz que fará um fiscal melhor e o mercado também não acredita”, afirmou ele, no Senado.

Para Campos Neto, com as medidas de receitas propostas pelo governo para ancorar melhor o fiscal, o BC também conseguirá uma reancoragem melhor das expectativas de inflação. “Para atingir a meta (de primário), precisamos de bastante receita. À medida que as receitas forem entrando, acredito que teremos não só uma convergência fiscal, com uma convergência monetária”, completou.

BRASÍLIA - Enquanto o Congresso debate a criação de um teto de juros para o rotativo do cartão de crédito, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou nesta quinta-feira, 10, que a modalidade deve deixar de existir. Como antecipou o Estadão/Broadcast, Campos Neto destacou que o grupo de trabalho — formado pelo BC, governo e bancos — deve encaminhar nos próximos 90 dias uma solução para o fim do rotativo.

“Sem rotativo, a fatura não paga iria direto para o parcelado, com juros ao redor de 9% (ao mês, ou cerca de 180% ao ano). Deve ser anunciado nas próximas semanas”, afirmou, em arguição pública no plenário do Senado. “Deveríamos ter feito antes medidas para solucionar rotativo”, admitiu.

Atualmente, conforme dados do Banco Central de junho, a média dos juros no rotativo, os maiores do mercado, é de 437,3% ao ano; já no parcelado com juros, é de 196,1% ao ano.

Segundo Campos Neto, ele conversou com o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), autor da Medida Provisória do Desenrola, projeto no qual a discussão sobre o rotativo foi apensada, e há um prazo de 90 dias para a solução ser encaminhada.

Além do fim do rotativo, Campos Neto disse que deve ter algum tipo de tarifa para desincentivar o parcelado sem juros tão longos. Hoje, segundo ele, a média é de 13 parcelas.

“Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que fique um pouco mais disciplinado, de forma bem faseada, para não afetar o consumo. Hoje, o pagamento em cartão representa 40% do consumo”, disse. “Outra alternativa seria simplesmente limitar os juros, mas as instituições simplesmente iriam cortar o número de cartões.”

Campos Neto diz que gastos do Brasil ainda estão bem acima de outros países Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Campos Neto destacou que o limite semelhante de juros de cheque especial atingiu o objetivo da medida. “Reconheço que o juro do cartão de crédito é um grande problema. O parcelado sem juros ajuda a atividade, mas tem aumentado muito as parcelas”, avaliou.

“Com exceção da China, nenhum outro país teve aumento tão grande em cartões como o Brasil”, acrescentou. Ele ainda falou sobre a inadimplência no rotativo, de cerca de 50%. “Não tem em nenhum outro lugar do mundo inadimplência próxima disso.”

Gasto público

O presidente do Banco Central reconheceu que o Brasil tem feito um esforço fiscal, mas afirmou que o gasto real do governo brasileiro ainda é muito superior ao da média mundial.

“O Brasil gasta mais, em termos reais, comparado com outros países. Isso ajuda um pouco a explicar essa ‘desancoragem gêmea’. Eu digo que vou baixar a inflação e o mercado não acredita, e o governo diz que fará um fiscal melhor e o mercado também não acredita”, afirmou ele, no Senado.

Para Campos Neto, com as medidas de receitas propostas pelo governo para ancorar melhor o fiscal, o BC também conseguirá uma reancoragem melhor das expectativas de inflação. “Para atingir a meta (de primário), precisamos de bastante receita. À medida que as receitas forem entrando, acredito que teremos não só uma convergência fiscal, com uma convergência monetária”, completou.

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