Campos Neto sai de férias no BC em meio a críticas de Lula; Galípolo irá substituí-lo


Férias ocorrem em meio ao acirramento das críticas do presidente que contribuíram para a disparada do dólar; chefe do BC defendeu, na terça, distanciamento da arena política

Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sairá de férias nesta quinta-feira, 4, e será substituído pelo diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo. Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cotado para comandar o BC a partir do próximo ano, Galípolo já havia assumido a presidência em 28 de junho, enquanto Campos Neto participava de compromissos na Europa.

As férias ocorrem em meio ao acirramento das críticas feitas por Lula contra o Banco Central, que manteve na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 10,50% ao ano. As declarações do presidente contribuíram para a disparada do dólar nos últimos dias, e só foram moderadas nesta quarta-feira, 3, após o petista ter sido alertado por economistas sobre o impacto de suas falas.

Na terça-feira, 2, ao participar de um fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Portugal, Campos Neto disse que, como banqueiro central, tem que se distanciar da arena política. Segundo ele, a interrupção dos cortes de juros se deve mais a “ruídos” do que a fundamentos econômicos. Entre esses ruídos, ele citou as incertezas sobre a autonomia do BC com a sucessão no comando da autoridade monetária (seu mandato termina em dezembro) e o risco fiscal.

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O chefe do BC voltou a afirmar que faz um trabalho técnico no cargo. Ele lembrou que a autoridade monetária, sob o seu comando, fez o maior aumento de juros em um ano eleitoral da história do mundo emergente. O Banco Central aumentou a Selic de 2%, no início de 2021, para 13,75% em agosto de 2022, ano em que Lula foi eleito. Nesse intervalo, a inflação acumulada em 12 meses saiu de 4,56%, em janeiro de 2021, para um pico de 12,13% em abril de 2022.

Campos Neto sofreu muitos ataques de Lula recentemente Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADÃO

Ao fim daquele ano, a Selic estava em 13,75%, e a inflação, em 5,79%. Hoje, com a Selic em 10,50% ao ano, a leitura mais recente de inflação, referente a maio, apontou taxa de 3,93% em 12 meses. Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 confirma que o trabalho do BC foi técnico. “Acho que o que fizemos é prova viva de que tudo foi muito técnico”, afirmou. “Se isso não é uma prova de que você é independente, e agiu com autonomia, é difícil encontrar outro exemplo como esse.”

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O presidente do BC lembrou ainda que a decisão de junho do Copom foi unânime, mesmo com quatro membros indicados pelo governo do presidente Lula, mostrando coesão. “Acho que a história e o tempo vão mostrar que o trabalho foi feito da melhor forma que podíamos com os dados que tínhamos, e que foi feito da forma mais técnica”, afirmou Campos Neto.

Fim de mandato

O presidente do Banco Central afirmou que nunca teve o objetivo de ser reconduzido ao cargo, independentemente de quem ganhasse a eleição. Ele afirmou que as incertezas sobre a sucessão no BC elevaram o prêmio de risco na curva de juros. No entanto, para ele, com o tempo esse prêmio de risco tende a diminuir.

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Campos Neto descreveu a decisão da mais recente reunião do Copom como uma pausa. E lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a subir as taxas de juros após o choque da pandemia, dada a visão de uma inflação mais persistente no mundo.

Em paralelo à convergência da inflação corrente, o BC engatou um ciclo de relaxamento monetário. Porém, ponderou Campos Neto, as expectativas, em função de “muitos ruídos”, começaram a desancorar (ou seja, a se distanciar das metas oficiais)./Com Cícero Cotrim e Eduardo Laguna

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sairá de férias nesta quinta-feira, 4, e será substituído pelo diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo. Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cotado para comandar o BC a partir do próximo ano, Galípolo já havia assumido a presidência em 28 de junho, enquanto Campos Neto participava de compromissos na Europa.

As férias ocorrem em meio ao acirramento das críticas feitas por Lula contra o Banco Central, que manteve na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 10,50% ao ano. As declarações do presidente contribuíram para a disparada do dólar nos últimos dias, e só foram moderadas nesta quarta-feira, 3, após o petista ter sido alertado por economistas sobre o impacto de suas falas.

Na terça-feira, 2, ao participar de um fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Portugal, Campos Neto disse que, como banqueiro central, tem que se distanciar da arena política. Segundo ele, a interrupção dos cortes de juros se deve mais a “ruídos” do que a fundamentos econômicos. Entre esses ruídos, ele citou as incertezas sobre a autonomia do BC com a sucessão no comando da autoridade monetária (seu mandato termina em dezembro) e o risco fiscal.

O chefe do BC voltou a afirmar que faz um trabalho técnico no cargo. Ele lembrou que a autoridade monetária, sob o seu comando, fez o maior aumento de juros em um ano eleitoral da história do mundo emergente. O Banco Central aumentou a Selic de 2%, no início de 2021, para 13,75% em agosto de 2022, ano em que Lula foi eleito. Nesse intervalo, a inflação acumulada em 12 meses saiu de 4,56%, em janeiro de 2021, para um pico de 12,13% em abril de 2022.

Campos Neto sofreu muitos ataques de Lula recentemente Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADÃO

Ao fim daquele ano, a Selic estava em 13,75%, e a inflação, em 5,79%. Hoje, com a Selic em 10,50% ao ano, a leitura mais recente de inflação, referente a maio, apontou taxa de 3,93% em 12 meses. Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 confirma que o trabalho do BC foi técnico. “Acho que o que fizemos é prova viva de que tudo foi muito técnico”, afirmou. “Se isso não é uma prova de que você é independente, e agiu com autonomia, é difícil encontrar outro exemplo como esse.”

O presidente do BC lembrou ainda que a decisão de junho do Copom foi unânime, mesmo com quatro membros indicados pelo governo do presidente Lula, mostrando coesão. “Acho que a história e o tempo vão mostrar que o trabalho foi feito da melhor forma que podíamos com os dados que tínhamos, e que foi feito da forma mais técnica”, afirmou Campos Neto.

Fim de mandato

O presidente do Banco Central afirmou que nunca teve o objetivo de ser reconduzido ao cargo, independentemente de quem ganhasse a eleição. Ele afirmou que as incertezas sobre a sucessão no BC elevaram o prêmio de risco na curva de juros. No entanto, para ele, com o tempo esse prêmio de risco tende a diminuir.

Campos Neto descreveu a decisão da mais recente reunião do Copom como uma pausa. E lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a subir as taxas de juros após o choque da pandemia, dada a visão de uma inflação mais persistente no mundo.

Em paralelo à convergência da inflação corrente, o BC engatou um ciclo de relaxamento monetário. Porém, ponderou Campos Neto, as expectativas, em função de “muitos ruídos”, começaram a desancorar (ou seja, a se distanciar das metas oficiais)./Com Cícero Cotrim e Eduardo Laguna

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sairá de férias nesta quinta-feira, 4, e será substituído pelo diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo. Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cotado para comandar o BC a partir do próximo ano, Galípolo já havia assumido a presidência em 28 de junho, enquanto Campos Neto participava de compromissos na Europa.

As férias ocorrem em meio ao acirramento das críticas feitas por Lula contra o Banco Central, que manteve na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 10,50% ao ano. As declarações do presidente contribuíram para a disparada do dólar nos últimos dias, e só foram moderadas nesta quarta-feira, 3, após o petista ter sido alertado por economistas sobre o impacto de suas falas.

Na terça-feira, 2, ao participar de um fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Portugal, Campos Neto disse que, como banqueiro central, tem que se distanciar da arena política. Segundo ele, a interrupção dos cortes de juros se deve mais a “ruídos” do que a fundamentos econômicos. Entre esses ruídos, ele citou as incertezas sobre a autonomia do BC com a sucessão no comando da autoridade monetária (seu mandato termina em dezembro) e o risco fiscal.

O chefe do BC voltou a afirmar que faz um trabalho técnico no cargo. Ele lembrou que a autoridade monetária, sob o seu comando, fez o maior aumento de juros em um ano eleitoral da história do mundo emergente. O Banco Central aumentou a Selic de 2%, no início de 2021, para 13,75% em agosto de 2022, ano em que Lula foi eleito. Nesse intervalo, a inflação acumulada em 12 meses saiu de 4,56%, em janeiro de 2021, para um pico de 12,13% em abril de 2022.

Campos Neto sofreu muitos ataques de Lula recentemente Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADÃO

Ao fim daquele ano, a Selic estava em 13,75%, e a inflação, em 5,79%. Hoje, com a Selic em 10,50% ao ano, a leitura mais recente de inflação, referente a maio, apontou taxa de 3,93% em 12 meses. Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 confirma que o trabalho do BC foi técnico. “Acho que o que fizemos é prova viva de que tudo foi muito técnico”, afirmou. “Se isso não é uma prova de que você é independente, e agiu com autonomia, é difícil encontrar outro exemplo como esse.”

O presidente do BC lembrou ainda que a decisão de junho do Copom foi unânime, mesmo com quatro membros indicados pelo governo do presidente Lula, mostrando coesão. “Acho que a história e o tempo vão mostrar que o trabalho foi feito da melhor forma que podíamos com os dados que tínhamos, e que foi feito da forma mais técnica”, afirmou Campos Neto.

Fim de mandato

O presidente do Banco Central afirmou que nunca teve o objetivo de ser reconduzido ao cargo, independentemente de quem ganhasse a eleição. Ele afirmou que as incertezas sobre a sucessão no BC elevaram o prêmio de risco na curva de juros. No entanto, para ele, com o tempo esse prêmio de risco tende a diminuir.

Campos Neto descreveu a decisão da mais recente reunião do Copom como uma pausa. E lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a subir as taxas de juros após o choque da pandemia, dada a visão de uma inflação mais persistente no mundo.

Em paralelo à convergência da inflação corrente, o BC engatou um ciclo de relaxamento monetário. Porém, ponderou Campos Neto, as expectativas, em função de “muitos ruídos”, começaram a desancorar (ou seja, a se distanciar das metas oficiais)./Com Cícero Cotrim e Eduardo Laguna

BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sairá de férias nesta quinta-feira, 4, e será substituído pelo diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo. Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cotado para comandar o BC a partir do próximo ano, Galípolo já havia assumido a presidência em 28 de junho, enquanto Campos Neto participava de compromissos na Europa.

As férias ocorrem em meio ao acirramento das críticas feitas por Lula contra o Banco Central, que manteve na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 10,50% ao ano. As declarações do presidente contribuíram para a disparada do dólar nos últimos dias, e só foram moderadas nesta quarta-feira, 3, após o petista ter sido alertado por economistas sobre o impacto de suas falas.

Na terça-feira, 2, ao participar de um fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Portugal, Campos Neto disse que, como banqueiro central, tem que se distanciar da arena política. Segundo ele, a interrupção dos cortes de juros se deve mais a “ruídos” do que a fundamentos econômicos. Entre esses ruídos, ele citou as incertezas sobre a autonomia do BC com a sucessão no comando da autoridade monetária (seu mandato termina em dezembro) e o risco fiscal.

O chefe do BC voltou a afirmar que faz um trabalho técnico no cargo. Ele lembrou que a autoridade monetária, sob o seu comando, fez o maior aumento de juros em um ano eleitoral da história do mundo emergente. O Banco Central aumentou a Selic de 2%, no início de 2021, para 13,75% em agosto de 2022, ano em que Lula foi eleito. Nesse intervalo, a inflação acumulada em 12 meses saiu de 4,56%, em janeiro de 2021, para um pico de 12,13% em abril de 2022.

Campos Neto sofreu muitos ataques de Lula recentemente Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADÃO

Ao fim daquele ano, a Selic estava em 13,75%, e a inflação, em 5,79%. Hoje, com a Selic em 10,50% ao ano, a leitura mais recente de inflação, referente a maio, apontou taxa de 3,93% em 12 meses. Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 confirma que o trabalho do BC foi técnico. “Acho que o que fizemos é prova viva de que tudo foi muito técnico”, afirmou. “Se isso não é uma prova de que você é independente, e agiu com autonomia, é difícil encontrar outro exemplo como esse.”

O presidente do BC lembrou ainda que a decisão de junho do Copom foi unânime, mesmo com quatro membros indicados pelo governo do presidente Lula, mostrando coesão. “Acho que a história e o tempo vão mostrar que o trabalho foi feito da melhor forma que podíamos com os dados que tínhamos, e que foi feito da forma mais técnica”, afirmou Campos Neto.

Fim de mandato

O presidente do Banco Central afirmou que nunca teve o objetivo de ser reconduzido ao cargo, independentemente de quem ganhasse a eleição. Ele afirmou que as incertezas sobre a sucessão no BC elevaram o prêmio de risco na curva de juros. No entanto, para ele, com o tempo esse prêmio de risco tende a diminuir.

Campos Neto descreveu a decisão da mais recente reunião do Copom como uma pausa. E lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a subir as taxas de juros após o choque da pandemia, dada a visão de uma inflação mais persistente no mundo.

Em paralelo à convergência da inflação corrente, o BC engatou um ciclo de relaxamento monetário. Porém, ponderou Campos Neto, as expectativas, em função de “muitos ruídos”, começaram a desancorar (ou seja, a se distanciar das metas oficiais)./Com Cícero Cotrim e Eduardo Laguna

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