Campos Neto diz que optar por juro mais baixo sem esforço fiscal é produzir inflação


Presidente do Banco Central afirma ser difícil conviver com taxas baixas de juros se o mercado duvida da trajetória da dívida pública

Por Cícero Cotrim e Eduardo Laguna

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 1º, que o Brasil precisará, no médio prazo, de um programa que gere a percepção de um choque fiscal positivo, se quiser conviver com juros mais baixos de forma sustentável.

“Optar por juros artificialmente mais baixos sem ter a âncora fiscal é equivalente a produzir um ajuste via inflação no médio prazo”, disse, em evento organizado pela Crescera Capital, em São Paulo. “A gente precisa buscar uma harmonia entre a política fiscal e a política monetária.”

Segundo o presidente do BC, o mercado vem falando repetidamente da importância de transparência da política fiscal. Isso significa, explicou, que é importante saber que o resultado primário de fato representa um esforço fiscal associado àquele número.

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O banqueiro central repetiu que, sempre que o País conseguiu diminuir a taxa Selic de forma sustentável, esse movimento foi acompanhado pela percepção de um choque fiscal positivo. Se o mercado duvida da trajetória da dívida, a parte longa da curva de juros sobe e dificulta conviver com taxas baixas, disse.

Segundo Campos Neto, Brasil não é o único país com dificuldade para fazer superávits primários Foto: Wilton Junior/Estadão

Campos Neto acrescentou que o Brasil não é o único país com dificuldade para fazer superávits primários e que obter esses números é importante para pagar os gastos da pandemia. Por isso, afirmou que a precificação do País ainda parece “exagerada.”

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Inflação

O presidente do BC abriu sua palestra destacando o efeito da alta dos juros na convergência da inflação global após a pandemia. Ele ponderou, porém, que a convergência teve recentemente uma pausa, e a inflação cheia na América Latina voltou a subir, puxada por alimentos e bebidas.

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Ele destacou ainda que a inflação de serviços está muito alta em vários lugares do mundo, dado o mercado de trabalho apertado na esteira de mudanças estruturais.

Além do cenário geopolítico “bastante complexo”, Campos Neto citou a dívida global muito alta como um grande desafio do mundo, e disse que a produtividade está ruim na Europa, ao mesmo tempo em que recua na Ásia. Tanto a fragmentação do comércio global quanto a transição verde, observou, trazem um custo no curto prazo a ser observado pelos banqueiros centrais.

Segundo Campos Neto, o envelhecimento da população é também um grande desafio à frente. O presidente do BC fez observações sobre as eleições americanas, cujas propostas dos candidatos, reiterou, são inflacionárias, como a maior restrição a produtos chineses, assim como não lidam com o problema fiscal. A avaliação é que o avanço do protecionismo, sugerido pelas campanhas, pode impactar o crescimento tanto da China quanto dos Estados Unidos.

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PIB do Brasil

Campos Neto disse haver maior convicção sobre a melhora do potencial de crescimento da economia brasileira. “Temos cada vez mais convicção de que o PIB potencial está um pouco maior”, afirmou.

Ele reiterou a visão do BC de que a economia cresce acima de seu potencial, o chamado hiato positivo. Ao avaliar que não só o crescimento do Brasil está bem mais forte como a mão de obra está mais apertada, Campos Neto destacou que a autoridade monetária trabalha para se antecipar aos efeitos nos preços, o que, com as expectativas de inflação desancoradas, levou a autarquia a elevar os juros gradualmente, e sem entregar um guidance (sinalização sobre os próximos passos) ao mercado em razão das incertezas.

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“Decidimos esperar e ficar mais dependentes dos dados”, explicou Campos Neto.

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 1º, que o Brasil precisará, no médio prazo, de um programa que gere a percepção de um choque fiscal positivo, se quiser conviver com juros mais baixos de forma sustentável.

“Optar por juros artificialmente mais baixos sem ter a âncora fiscal é equivalente a produzir um ajuste via inflação no médio prazo”, disse, em evento organizado pela Crescera Capital, em São Paulo. “A gente precisa buscar uma harmonia entre a política fiscal e a política monetária.”

Segundo o presidente do BC, o mercado vem falando repetidamente da importância de transparência da política fiscal. Isso significa, explicou, que é importante saber que o resultado primário de fato representa um esforço fiscal associado àquele número.

O banqueiro central repetiu que, sempre que o País conseguiu diminuir a taxa Selic de forma sustentável, esse movimento foi acompanhado pela percepção de um choque fiscal positivo. Se o mercado duvida da trajetória da dívida, a parte longa da curva de juros sobe e dificulta conviver com taxas baixas, disse.

Segundo Campos Neto, Brasil não é o único país com dificuldade para fazer superávits primários Foto: Wilton Junior/Estadão

Campos Neto acrescentou que o Brasil não é o único país com dificuldade para fazer superávits primários e que obter esses números é importante para pagar os gastos da pandemia. Por isso, afirmou que a precificação do País ainda parece “exagerada.”

Inflação

O presidente do BC abriu sua palestra destacando o efeito da alta dos juros na convergência da inflação global após a pandemia. Ele ponderou, porém, que a convergência teve recentemente uma pausa, e a inflação cheia na América Latina voltou a subir, puxada por alimentos e bebidas.

Ele destacou ainda que a inflação de serviços está muito alta em vários lugares do mundo, dado o mercado de trabalho apertado na esteira de mudanças estruturais.

Além do cenário geopolítico “bastante complexo”, Campos Neto citou a dívida global muito alta como um grande desafio do mundo, e disse que a produtividade está ruim na Europa, ao mesmo tempo em que recua na Ásia. Tanto a fragmentação do comércio global quanto a transição verde, observou, trazem um custo no curto prazo a ser observado pelos banqueiros centrais.

Segundo Campos Neto, o envelhecimento da população é também um grande desafio à frente. O presidente do BC fez observações sobre as eleições americanas, cujas propostas dos candidatos, reiterou, são inflacionárias, como a maior restrição a produtos chineses, assim como não lidam com o problema fiscal. A avaliação é que o avanço do protecionismo, sugerido pelas campanhas, pode impactar o crescimento tanto da China quanto dos Estados Unidos.

PIB do Brasil

Campos Neto disse haver maior convicção sobre a melhora do potencial de crescimento da economia brasileira. “Temos cada vez mais convicção de que o PIB potencial está um pouco maior”, afirmou.

Ele reiterou a visão do BC de que a economia cresce acima de seu potencial, o chamado hiato positivo. Ao avaliar que não só o crescimento do Brasil está bem mais forte como a mão de obra está mais apertada, Campos Neto destacou que a autoridade monetária trabalha para se antecipar aos efeitos nos preços, o que, com as expectativas de inflação desancoradas, levou a autarquia a elevar os juros gradualmente, e sem entregar um guidance (sinalização sobre os próximos passos) ao mercado em razão das incertezas.

“Decidimos esperar e ficar mais dependentes dos dados”, explicou Campos Neto.

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 1º, que o Brasil precisará, no médio prazo, de um programa que gere a percepção de um choque fiscal positivo, se quiser conviver com juros mais baixos de forma sustentável.

“Optar por juros artificialmente mais baixos sem ter a âncora fiscal é equivalente a produzir um ajuste via inflação no médio prazo”, disse, em evento organizado pela Crescera Capital, em São Paulo. “A gente precisa buscar uma harmonia entre a política fiscal e a política monetária.”

Segundo o presidente do BC, o mercado vem falando repetidamente da importância de transparência da política fiscal. Isso significa, explicou, que é importante saber que o resultado primário de fato representa um esforço fiscal associado àquele número.

O banqueiro central repetiu que, sempre que o País conseguiu diminuir a taxa Selic de forma sustentável, esse movimento foi acompanhado pela percepção de um choque fiscal positivo. Se o mercado duvida da trajetória da dívida, a parte longa da curva de juros sobe e dificulta conviver com taxas baixas, disse.

Segundo Campos Neto, Brasil não é o único país com dificuldade para fazer superávits primários Foto: Wilton Junior/Estadão

Campos Neto acrescentou que o Brasil não é o único país com dificuldade para fazer superávits primários e que obter esses números é importante para pagar os gastos da pandemia. Por isso, afirmou que a precificação do País ainda parece “exagerada.”

Inflação

O presidente do BC abriu sua palestra destacando o efeito da alta dos juros na convergência da inflação global após a pandemia. Ele ponderou, porém, que a convergência teve recentemente uma pausa, e a inflação cheia na América Latina voltou a subir, puxada por alimentos e bebidas.

Ele destacou ainda que a inflação de serviços está muito alta em vários lugares do mundo, dado o mercado de trabalho apertado na esteira de mudanças estruturais.

Além do cenário geopolítico “bastante complexo”, Campos Neto citou a dívida global muito alta como um grande desafio do mundo, e disse que a produtividade está ruim na Europa, ao mesmo tempo em que recua na Ásia. Tanto a fragmentação do comércio global quanto a transição verde, observou, trazem um custo no curto prazo a ser observado pelos banqueiros centrais.

Segundo Campos Neto, o envelhecimento da população é também um grande desafio à frente. O presidente do BC fez observações sobre as eleições americanas, cujas propostas dos candidatos, reiterou, são inflacionárias, como a maior restrição a produtos chineses, assim como não lidam com o problema fiscal. A avaliação é que o avanço do protecionismo, sugerido pelas campanhas, pode impactar o crescimento tanto da China quanto dos Estados Unidos.

PIB do Brasil

Campos Neto disse haver maior convicção sobre a melhora do potencial de crescimento da economia brasileira. “Temos cada vez mais convicção de que o PIB potencial está um pouco maior”, afirmou.

Ele reiterou a visão do BC de que a economia cresce acima de seu potencial, o chamado hiato positivo. Ao avaliar que não só o crescimento do Brasil está bem mais forte como a mão de obra está mais apertada, Campos Neto destacou que a autoridade monetária trabalha para se antecipar aos efeitos nos preços, o que, com as expectativas de inflação desancoradas, levou a autarquia a elevar os juros gradualmente, e sem entregar um guidance (sinalização sobre os próximos passos) ao mercado em razão das incertezas.

“Decidimos esperar e ficar mais dependentes dos dados”, explicou Campos Neto.

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 1º, que o Brasil precisará, no médio prazo, de um programa que gere a percepção de um choque fiscal positivo, se quiser conviver com juros mais baixos de forma sustentável.

“Optar por juros artificialmente mais baixos sem ter a âncora fiscal é equivalente a produzir um ajuste via inflação no médio prazo”, disse, em evento organizado pela Crescera Capital, em São Paulo. “A gente precisa buscar uma harmonia entre a política fiscal e a política monetária.”

Segundo o presidente do BC, o mercado vem falando repetidamente da importância de transparência da política fiscal. Isso significa, explicou, que é importante saber que o resultado primário de fato representa um esforço fiscal associado àquele número.

O banqueiro central repetiu que, sempre que o País conseguiu diminuir a taxa Selic de forma sustentável, esse movimento foi acompanhado pela percepção de um choque fiscal positivo. Se o mercado duvida da trajetória da dívida, a parte longa da curva de juros sobe e dificulta conviver com taxas baixas, disse.

Segundo Campos Neto, Brasil não é o único país com dificuldade para fazer superávits primários Foto: Wilton Junior/Estadão

Campos Neto acrescentou que o Brasil não é o único país com dificuldade para fazer superávits primários e que obter esses números é importante para pagar os gastos da pandemia. Por isso, afirmou que a precificação do País ainda parece “exagerada.”

Inflação

O presidente do BC abriu sua palestra destacando o efeito da alta dos juros na convergência da inflação global após a pandemia. Ele ponderou, porém, que a convergência teve recentemente uma pausa, e a inflação cheia na América Latina voltou a subir, puxada por alimentos e bebidas.

Ele destacou ainda que a inflação de serviços está muito alta em vários lugares do mundo, dado o mercado de trabalho apertado na esteira de mudanças estruturais.

Além do cenário geopolítico “bastante complexo”, Campos Neto citou a dívida global muito alta como um grande desafio do mundo, e disse que a produtividade está ruim na Europa, ao mesmo tempo em que recua na Ásia. Tanto a fragmentação do comércio global quanto a transição verde, observou, trazem um custo no curto prazo a ser observado pelos banqueiros centrais.

Segundo Campos Neto, o envelhecimento da população é também um grande desafio à frente. O presidente do BC fez observações sobre as eleições americanas, cujas propostas dos candidatos, reiterou, são inflacionárias, como a maior restrição a produtos chineses, assim como não lidam com o problema fiscal. A avaliação é que o avanço do protecionismo, sugerido pelas campanhas, pode impactar o crescimento tanto da China quanto dos Estados Unidos.

PIB do Brasil

Campos Neto disse haver maior convicção sobre a melhora do potencial de crescimento da economia brasileira. “Temos cada vez mais convicção de que o PIB potencial está um pouco maior”, afirmou.

Ele reiterou a visão do BC de que a economia cresce acima de seu potencial, o chamado hiato positivo. Ao avaliar que não só o crescimento do Brasil está bem mais forte como a mão de obra está mais apertada, Campos Neto destacou que a autoridade monetária trabalha para se antecipar aos efeitos nos preços, o que, com as expectativas de inflação desancoradas, levou a autarquia a elevar os juros gradualmente, e sem entregar um guidance (sinalização sobre os próximos passos) ao mercado em razão das incertezas.

“Decidimos esperar e ficar mais dependentes dos dados”, explicou Campos Neto.

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