Enquanto o governo Lula defende a criação de uma moeda comum para as trocas comerciais dentro do Mercosul, com o resto da América do Sul e até mesmo com os países dos BRICS, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta sexta-feira, 31, que esse tipo de ideia é antiga e busca endereçar uma questão que não existe mais.
Leia mais
“Se você acredita no avanço dos pagamentos digitais e na digitalização de processos, você não precisa de uma moeda comum para ter essa eficiência comercial”, afirmou em participação no Valor Capital’s Crypto Workshop, organizado pelo Valor Capital Group. “Mas os governos em geral ainda são muito analógicos.” Segundo ele, porém, o BC não tem nenhum poder de vetar esse tipo de iniciativa.
Campos Neto disse que houve dois episódios com tentativas de se criar uma moeda comum no comércio entre o Brasil e a Argentina, e em ambos os casos ele foi contra. “Tentei explicar para um oficial do governo e não podia usar termos muito técnicos, então disse que uma moeda comum é como uma criança com DNA do pai e da mãe. A união de duas moedas significa que a taxa de juros vai ser uma mistura desses dois países, uma mistura de duas inflações”, argumentou.