Campos Neto diz que BC não tem intenção de acabar com o papel-moeda no País: ‘Opção é importante’


Segundo presidente do BC, pessoas estão cada vez abrindo mais contas em banco para aderir ao Pix, mas dinheiro em papel ainda é necessário: ‘Ainda tem um porcentual grande da classe D e E que recebe o salário em papel-moeda’

Por Cícero Cotrim e Aramis Merki II

BRASÍLIA E RIO - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 24, que a autoridade monetária não tem nenhuma intenção de acabar com o papel-moeda no País. Na avaliação dele, é importante manter a opção, especialmente em países emergentes.

“A gente ainda tem um porcentual grande da classe D e E que recebe o salário em papel-moeda e que não tem conta em banco, mas o Pix está fazendo com que isso mude, as pessoas estão cada vez abrindo mais contas em banco”, disse, em um evento sobre blockchain, no Rio de Janeiro.

Segundo ele, durante a pandemia de covid-19, foi importante ter a opção de circulação do papel-moeda. Quem recebia o auxílio emergencial normalmente tentava sacar o recurso, e isso gerou falta de cédulas em circulação, lembrou.

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“Faltar cédula não tem nada a ver com dinheiro, mas, em mundo emergente, tem histórico de situações onde, quando falta cédula, as pessoas associam aquilo à corrida bancária”, explicou. Ele lembrou que a nota de R$ 200 foi criada para lidar com o problema.

Sob Campos Neto, Banco Central iniciou pesquisas para o lançamento do Drex, moeda digital do governo brasileiro Foto: Gabriela Biló / Estadão

Pix e bancarização

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Segundo o presidente do Banco Central, há uma correlação muito grande entre o número de usuários do Pix e a bancarização da população brasileira. O método de pagamentos gerou muita inclusão financeira, disse ele durante o evento.

Campos Neto refutou a narrativa sobre falta de segurança no sistema Pix. Segundo ele, são sete fraudes por 100 mil operações no Pix, enquanto nos cartões de crédito são 30 fraudes por 100 mil operações. “As fraudes aumentaram porque muitas coisas passaram a ser feitas no Pix.”

O cronograma do Pix, apesar de percalços como a greve de servidores do BC, vislumbra a função de crédito, segundo Campos Neto.

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Ele afirmou que a agenda tecnológica que conduz à frente da autarquia trará mais bancarização à população brasileira por um menor custo. Segundo ele, dentre as ferramentas da digitalização, a moeda digital Drex gera eficiência na parte de registros de contratos, o que simplifica e torna mais seguros o desenvolvimento de serviços financeiros. “A tokenização faz a eficiência bancária avançar, com custo menor”, disse.

O piloto do Drex está atualmente em sua fase dois, com as instituições participantes realizando testes para privacidade, programabilidade e descentralização — a resolução destes três quesitos, um trilema, é o grande desafio para aplicação da moeda digital, segundo o presidente do BC.

Campos Neto disse ainda que o uso do Drex não traz impactos para o balanço do BC. Uma das dúvidas do mercado em relação ao uso de moedas digitais se refere a uma possível desintermediação nos balanços de bancos.

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Engajamento no Open Finance

A curva de engajamento no Open Finance no Brasil é muito superior à da Inglaterra, segundo o presidente do BC. “O Open Finance já gerou R$ 8 milhões de economia no juro do cheque especial”, citou como um dos avanços trazidos pela ferramenta.

Outro exemplo trazido pelo presidente da autarquia é em relação à portabilidade. “Estamos vendo portabilidade do crédito imobiliário através do Open Finance”, disse.

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Campos Neto apontou ainda que um dos debates da reunião do G20, que ocorre no Rio de Janeiro, é como resolver a governança da internacionalização de moedas. Este é um desafio que o plano de voo da digitalização das finanças traçado pelo BC busca solucionar.

Ele defendeu que o formato de depósitos tokenizados é o ideal para o uso de moedas digitais. “O depósito tokenizado está ganhando espaço internacional, e nós fomos os primeiros a falar disso”, disse.

Segundo Campos Neto, o Brasil é reconhecido globalmente como um país que está na fronteira em tecnologia e finanças. “O processo de tokenização está acelerando, temos de saber usar de maneira construtiva”, afirmou.

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O plano de voo da digitalização do sistema financeiro brasileiro começou com a preocupação de engajar a população sobre a importância da transformação, por isso o primeiro passo foi o sistema de pagamentos. As etapas seguintes foram a busca pela internacionalização do sistema e o Open Finance. “Vemos alguns benefícios da ligação do Pix com Open Finance, como pagamento por aproximação.”

Com esta evolução da digitalização, Campos Neto reafirmou que espera para um futuro próximo um agregador de aplicativos de bancos.

Pela proximidade com a reunião do Comitê de política Monetária (Copom), que ocorre em 30 e 31 de julho, Campos Neto não comentou sobre economia, falou apenas sobre tecnologia.

BRASÍLIA E RIO - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 24, que a autoridade monetária não tem nenhuma intenção de acabar com o papel-moeda no País. Na avaliação dele, é importante manter a opção, especialmente em países emergentes.

“A gente ainda tem um porcentual grande da classe D e E que recebe o salário em papel-moeda e que não tem conta em banco, mas o Pix está fazendo com que isso mude, as pessoas estão cada vez abrindo mais contas em banco”, disse, em um evento sobre blockchain, no Rio de Janeiro.

Segundo ele, durante a pandemia de covid-19, foi importante ter a opção de circulação do papel-moeda. Quem recebia o auxílio emergencial normalmente tentava sacar o recurso, e isso gerou falta de cédulas em circulação, lembrou.

“Faltar cédula não tem nada a ver com dinheiro, mas, em mundo emergente, tem histórico de situações onde, quando falta cédula, as pessoas associam aquilo à corrida bancária”, explicou. Ele lembrou que a nota de R$ 200 foi criada para lidar com o problema.

Sob Campos Neto, Banco Central iniciou pesquisas para o lançamento do Drex, moeda digital do governo brasileiro Foto: Gabriela Biló / Estadão

Pix e bancarização

Segundo o presidente do Banco Central, há uma correlação muito grande entre o número de usuários do Pix e a bancarização da população brasileira. O método de pagamentos gerou muita inclusão financeira, disse ele durante o evento.

Campos Neto refutou a narrativa sobre falta de segurança no sistema Pix. Segundo ele, são sete fraudes por 100 mil operações no Pix, enquanto nos cartões de crédito são 30 fraudes por 100 mil operações. “As fraudes aumentaram porque muitas coisas passaram a ser feitas no Pix.”

O cronograma do Pix, apesar de percalços como a greve de servidores do BC, vislumbra a função de crédito, segundo Campos Neto.

Ele afirmou que a agenda tecnológica que conduz à frente da autarquia trará mais bancarização à população brasileira por um menor custo. Segundo ele, dentre as ferramentas da digitalização, a moeda digital Drex gera eficiência na parte de registros de contratos, o que simplifica e torna mais seguros o desenvolvimento de serviços financeiros. “A tokenização faz a eficiência bancária avançar, com custo menor”, disse.

O piloto do Drex está atualmente em sua fase dois, com as instituições participantes realizando testes para privacidade, programabilidade e descentralização — a resolução destes três quesitos, um trilema, é o grande desafio para aplicação da moeda digital, segundo o presidente do BC.

Campos Neto disse ainda que o uso do Drex não traz impactos para o balanço do BC. Uma das dúvidas do mercado em relação ao uso de moedas digitais se refere a uma possível desintermediação nos balanços de bancos.

Engajamento no Open Finance

A curva de engajamento no Open Finance no Brasil é muito superior à da Inglaterra, segundo o presidente do BC. “O Open Finance já gerou R$ 8 milhões de economia no juro do cheque especial”, citou como um dos avanços trazidos pela ferramenta.

Outro exemplo trazido pelo presidente da autarquia é em relação à portabilidade. “Estamos vendo portabilidade do crédito imobiliário através do Open Finance”, disse.

Campos Neto apontou ainda que um dos debates da reunião do G20, que ocorre no Rio de Janeiro, é como resolver a governança da internacionalização de moedas. Este é um desafio que o plano de voo da digitalização das finanças traçado pelo BC busca solucionar.

Ele defendeu que o formato de depósitos tokenizados é o ideal para o uso de moedas digitais. “O depósito tokenizado está ganhando espaço internacional, e nós fomos os primeiros a falar disso”, disse.

Segundo Campos Neto, o Brasil é reconhecido globalmente como um país que está na fronteira em tecnologia e finanças. “O processo de tokenização está acelerando, temos de saber usar de maneira construtiva”, afirmou.

O plano de voo da digitalização do sistema financeiro brasileiro começou com a preocupação de engajar a população sobre a importância da transformação, por isso o primeiro passo foi o sistema de pagamentos. As etapas seguintes foram a busca pela internacionalização do sistema e o Open Finance. “Vemos alguns benefícios da ligação do Pix com Open Finance, como pagamento por aproximação.”

Com esta evolução da digitalização, Campos Neto reafirmou que espera para um futuro próximo um agregador de aplicativos de bancos.

Pela proximidade com a reunião do Comitê de política Monetária (Copom), que ocorre em 30 e 31 de julho, Campos Neto não comentou sobre economia, falou apenas sobre tecnologia.

BRASÍLIA E RIO - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 24, que a autoridade monetária não tem nenhuma intenção de acabar com o papel-moeda no País. Na avaliação dele, é importante manter a opção, especialmente em países emergentes.

“A gente ainda tem um porcentual grande da classe D e E que recebe o salário em papel-moeda e que não tem conta em banco, mas o Pix está fazendo com que isso mude, as pessoas estão cada vez abrindo mais contas em banco”, disse, em um evento sobre blockchain, no Rio de Janeiro.

Segundo ele, durante a pandemia de covid-19, foi importante ter a opção de circulação do papel-moeda. Quem recebia o auxílio emergencial normalmente tentava sacar o recurso, e isso gerou falta de cédulas em circulação, lembrou.

“Faltar cédula não tem nada a ver com dinheiro, mas, em mundo emergente, tem histórico de situações onde, quando falta cédula, as pessoas associam aquilo à corrida bancária”, explicou. Ele lembrou que a nota de R$ 200 foi criada para lidar com o problema.

Sob Campos Neto, Banco Central iniciou pesquisas para o lançamento do Drex, moeda digital do governo brasileiro Foto: Gabriela Biló / Estadão

Pix e bancarização

Segundo o presidente do Banco Central, há uma correlação muito grande entre o número de usuários do Pix e a bancarização da população brasileira. O método de pagamentos gerou muita inclusão financeira, disse ele durante o evento.

Campos Neto refutou a narrativa sobre falta de segurança no sistema Pix. Segundo ele, são sete fraudes por 100 mil operações no Pix, enquanto nos cartões de crédito são 30 fraudes por 100 mil operações. “As fraudes aumentaram porque muitas coisas passaram a ser feitas no Pix.”

O cronograma do Pix, apesar de percalços como a greve de servidores do BC, vislumbra a função de crédito, segundo Campos Neto.

Ele afirmou que a agenda tecnológica que conduz à frente da autarquia trará mais bancarização à população brasileira por um menor custo. Segundo ele, dentre as ferramentas da digitalização, a moeda digital Drex gera eficiência na parte de registros de contratos, o que simplifica e torna mais seguros o desenvolvimento de serviços financeiros. “A tokenização faz a eficiência bancária avançar, com custo menor”, disse.

O piloto do Drex está atualmente em sua fase dois, com as instituições participantes realizando testes para privacidade, programabilidade e descentralização — a resolução destes três quesitos, um trilema, é o grande desafio para aplicação da moeda digital, segundo o presidente do BC.

Campos Neto disse ainda que o uso do Drex não traz impactos para o balanço do BC. Uma das dúvidas do mercado em relação ao uso de moedas digitais se refere a uma possível desintermediação nos balanços de bancos.

Engajamento no Open Finance

A curva de engajamento no Open Finance no Brasil é muito superior à da Inglaterra, segundo o presidente do BC. “O Open Finance já gerou R$ 8 milhões de economia no juro do cheque especial”, citou como um dos avanços trazidos pela ferramenta.

Outro exemplo trazido pelo presidente da autarquia é em relação à portabilidade. “Estamos vendo portabilidade do crédito imobiliário através do Open Finance”, disse.

Campos Neto apontou ainda que um dos debates da reunião do G20, que ocorre no Rio de Janeiro, é como resolver a governança da internacionalização de moedas. Este é um desafio que o plano de voo da digitalização das finanças traçado pelo BC busca solucionar.

Ele defendeu que o formato de depósitos tokenizados é o ideal para o uso de moedas digitais. “O depósito tokenizado está ganhando espaço internacional, e nós fomos os primeiros a falar disso”, disse.

Segundo Campos Neto, o Brasil é reconhecido globalmente como um país que está na fronteira em tecnologia e finanças. “O processo de tokenização está acelerando, temos de saber usar de maneira construtiva”, afirmou.

O plano de voo da digitalização do sistema financeiro brasileiro começou com a preocupação de engajar a população sobre a importância da transformação, por isso o primeiro passo foi o sistema de pagamentos. As etapas seguintes foram a busca pela internacionalização do sistema e o Open Finance. “Vemos alguns benefícios da ligação do Pix com Open Finance, como pagamento por aproximação.”

Com esta evolução da digitalização, Campos Neto reafirmou que espera para um futuro próximo um agregador de aplicativos de bancos.

Pela proximidade com a reunião do Comitê de política Monetária (Copom), que ocorre em 30 e 31 de julho, Campos Neto não comentou sobre economia, falou apenas sobre tecnologia.

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