Campos Neto: pausa na queda do juro tem a ver mais com ‘ruídos’ do que com a economia


Presidente do BC, em painel do Banco Central Europeu, em Portugal, evita resposta direta aos ataques de Lula e diz que quem ocupa a sua função tem de se distanciar da arena política

Por Eduardo Laguna e Cicero Cotrim
Atualização:

SÃO PAULO E BRASÍLIA - O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 2, que a interrupção dos cortes de juros se deve mais a “ruídos” do que a fundamentos econômicos. Entre esses ruídos, ele citou as incertezas sobre a autonomia do BC com a sucessão no comando prevista para 2025 e o risco fiscal. Ao lado dos presidentes da autoridade monetária da Zona do Euro, Christine Lagarde, e do Federal Reserve, Jerome Powell, Campos Neto participa de um painel em fórum realizado pelo Banco Central Europeu (BCE) em Portugal.

Os “ruídos” que o mercado vem ouvindo são falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com ataques a Campos Neto e comentários como “Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado”, que têm coincidido com disparadas do dólar.

Campos Neto evitou, mais uma vez, responder diretamente aos ataques à sua atuação feitos por Lula. O chefe do BC reafirmou que faz um trabalho técnico e lembrou que o banco, sob o seu comando, fez o maior aumento de juros em um ano eleitoral da história do mundo emergente.

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Ele disse que, como banqueiro central, tem de se distanciar da arena política. “Acho que o que fizemos é prova viva de que tudo foi muito técnico”, afirmou, no painel.

Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 é “prova viva” de que o trabalho do BC foi técnico Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Banco Central aumentou a Selic de 2%, no início de 2021, para 13,75% em agosto de 2022, ano em que Lula foi eleito. Neste intervalo, a inflação acumulada em 12 meses saiu de 4,56% em janeiro de 2021 para um pico de 12,13% em abril de 2022. Ao fim daquele ano, a Selic estava em 13,75%, e a inflação em 5,79%.

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Hoje, a Selic está em 10,50% ao ano, e a leitura mais recente de inflação, referente a maio, apontou taxa de 3,93% em 12 meses.

Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 é “prova viva” de que o trabalho do BC foi técnico. “Se isso não é uma prova de que você é independente e agiu com autonomia, é difícil encontrar outro exemplo como esse.”

O presidente do BC lembrou ainda que a decisão de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime, mesmo com quatro membros indicados pelo governo do presidente Lula, mostrando assim coesão em torno de uma solução técnica. “Acho que a história e o tempo vão mostrar que o trabalho foi feito da melhor forma que podíamos com os dados que tínhamos e que foi feito da forma mais técnica”, afirmou Campos Neto.

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Fim de mandato

O economista, que termina o mandato em dezembro, afirmou que nunca esteve disposto a ser indicado novamente ao BC, independentemente de quem ganhasse eleição. Durante o evento, ele observou que as incertezas sobre a sucessão no BC elevaram o prêmio de risco na curva de juros. Porém, Campos Neto ponderou que, com o tempo, esse prêmio de risco tende a diminuir.

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O presidente do BC descreveu a decisão da mais recente reunião do Copom como uma pausa. Ele lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a subir as taxas de juros após o choque da pandemia, dada a visão de uma inflação mais persistente no mundo. Em paralelo à convergência da inflação corrente, o BC engatou um ciclo de relaxamento monetário, porém, ponderou Campos Neto, as expectativas, em função de muitos ruídos, começaram a desancorar.

Ele pontuou que o BC ainda não identificou impacto do mercado de trabalho aquecido na inflação de serviços. Por outro lado, citou a inclinação da curva de juros e a desvalorização do câmbio recente. Campos Neto reafirmou, contudo, que, para o BC, o que importa é como juros e câmbio impactam a função de reação da autoridade monetária.

SÃO PAULO E BRASÍLIA - O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 2, que a interrupção dos cortes de juros se deve mais a “ruídos” do que a fundamentos econômicos. Entre esses ruídos, ele citou as incertezas sobre a autonomia do BC com a sucessão no comando prevista para 2025 e o risco fiscal. Ao lado dos presidentes da autoridade monetária da Zona do Euro, Christine Lagarde, e do Federal Reserve, Jerome Powell, Campos Neto participa de um painel em fórum realizado pelo Banco Central Europeu (BCE) em Portugal.

Os “ruídos” que o mercado vem ouvindo são falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com ataques a Campos Neto e comentários como “Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado”, que têm coincidido com disparadas do dólar.

Campos Neto evitou, mais uma vez, responder diretamente aos ataques à sua atuação feitos por Lula. O chefe do BC reafirmou que faz um trabalho técnico e lembrou que o banco, sob o seu comando, fez o maior aumento de juros em um ano eleitoral da história do mundo emergente.

Ele disse que, como banqueiro central, tem de se distanciar da arena política. “Acho que o que fizemos é prova viva de que tudo foi muito técnico”, afirmou, no painel.

Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 é “prova viva” de que o trabalho do BC foi técnico Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Banco Central aumentou a Selic de 2%, no início de 2021, para 13,75% em agosto de 2022, ano em que Lula foi eleito. Neste intervalo, a inflação acumulada em 12 meses saiu de 4,56% em janeiro de 2021 para um pico de 12,13% em abril de 2022. Ao fim daquele ano, a Selic estava em 13,75%, e a inflação em 5,79%.

Hoje, a Selic está em 10,50% ao ano, e a leitura mais recente de inflação, referente a maio, apontou taxa de 3,93% em 12 meses.

Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 é “prova viva” de que o trabalho do BC foi técnico. “Se isso não é uma prova de que você é independente e agiu com autonomia, é difícil encontrar outro exemplo como esse.”

O presidente do BC lembrou ainda que a decisão de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime, mesmo com quatro membros indicados pelo governo do presidente Lula, mostrando assim coesão em torno de uma solução técnica. “Acho que a história e o tempo vão mostrar que o trabalho foi feito da melhor forma que podíamos com os dados que tínhamos e que foi feito da forma mais técnica”, afirmou Campos Neto.

Fim de mandato

O economista, que termina o mandato em dezembro, afirmou que nunca esteve disposto a ser indicado novamente ao BC, independentemente de quem ganhasse eleição. Durante o evento, ele observou que as incertezas sobre a sucessão no BC elevaram o prêmio de risco na curva de juros. Porém, Campos Neto ponderou que, com o tempo, esse prêmio de risco tende a diminuir.

O presidente do BC descreveu a decisão da mais recente reunião do Copom como uma pausa. Ele lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a subir as taxas de juros após o choque da pandemia, dada a visão de uma inflação mais persistente no mundo. Em paralelo à convergência da inflação corrente, o BC engatou um ciclo de relaxamento monetário, porém, ponderou Campos Neto, as expectativas, em função de muitos ruídos, começaram a desancorar.

Ele pontuou que o BC ainda não identificou impacto do mercado de trabalho aquecido na inflação de serviços. Por outro lado, citou a inclinação da curva de juros e a desvalorização do câmbio recente. Campos Neto reafirmou, contudo, que, para o BC, o que importa é como juros e câmbio impactam a função de reação da autoridade monetária.

SÃO PAULO E BRASÍLIA - O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 2, que a interrupção dos cortes de juros se deve mais a “ruídos” do que a fundamentos econômicos. Entre esses ruídos, ele citou as incertezas sobre a autonomia do BC com a sucessão no comando prevista para 2025 e o risco fiscal. Ao lado dos presidentes da autoridade monetária da Zona do Euro, Christine Lagarde, e do Federal Reserve, Jerome Powell, Campos Neto participa de um painel em fórum realizado pelo Banco Central Europeu (BCE) em Portugal.

Os “ruídos” que o mercado vem ouvindo são falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com ataques a Campos Neto e comentários como “Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado”, que têm coincidido com disparadas do dólar.

Campos Neto evitou, mais uma vez, responder diretamente aos ataques à sua atuação feitos por Lula. O chefe do BC reafirmou que faz um trabalho técnico e lembrou que o banco, sob o seu comando, fez o maior aumento de juros em um ano eleitoral da história do mundo emergente.

Ele disse que, como banqueiro central, tem de se distanciar da arena política. “Acho que o que fizemos é prova viva de que tudo foi muito técnico”, afirmou, no painel.

Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 é “prova viva” de que o trabalho do BC foi técnico Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Banco Central aumentou a Selic de 2%, no início de 2021, para 13,75% em agosto de 2022, ano em que Lula foi eleito. Neste intervalo, a inflação acumulada em 12 meses saiu de 4,56% em janeiro de 2021 para um pico de 12,13% em abril de 2022. Ao fim daquele ano, a Selic estava em 13,75%, e a inflação em 5,79%.

Hoje, a Selic está em 10,50% ao ano, e a leitura mais recente de inflação, referente a maio, apontou taxa de 3,93% em 12 meses.

Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 é “prova viva” de que o trabalho do BC foi técnico. “Se isso não é uma prova de que você é independente e agiu com autonomia, é difícil encontrar outro exemplo como esse.”

O presidente do BC lembrou ainda que a decisão de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime, mesmo com quatro membros indicados pelo governo do presidente Lula, mostrando assim coesão em torno de uma solução técnica. “Acho que a história e o tempo vão mostrar que o trabalho foi feito da melhor forma que podíamos com os dados que tínhamos e que foi feito da forma mais técnica”, afirmou Campos Neto.

Fim de mandato

O economista, que termina o mandato em dezembro, afirmou que nunca esteve disposto a ser indicado novamente ao BC, independentemente de quem ganhasse eleição. Durante o evento, ele observou que as incertezas sobre a sucessão no BC elevaram o prêmio de risco na curva de juros. Porém, Campos Neto ponderou que, com o tempo, esse prêmio de risco tende a diminuir.

O presidente do BC descreveu a decisão da mais recente reunião do Copom como uma pausa. Ele lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a subir as taxas de juros após o choque da pandemia, dada a visão de uma inflação mais persistente no mundo. Em paralelo à convergência da inflação corrente, o BC engatou um ciclo de relaxamento monetário, porém, ponderou Campos Neto, as expectativas, em função de muitos ruídos, começaram a desancorar.

Ele pontuou que o BC ainda não identificou impacto do mercado de trabalho aquecido na inflação de serviços. Por outro lado, citou a inclinação da curva de juros e a desvalorização do câmbio recente. Campos Neto reafirmou, contudo, que, para o BC, o que importa é como juros e câmbio impactam a função de reação da autoridade monetária.

SÃO PAULO E BRASÍLIA - O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 2, que a interrupção dos cortes de juros se deve mais a “ruídos” do que a fundamentos econômicos. Entre esses ruídos, ele citou as incertezas sobre a autonomia do BC com a sucessão no comando prevista para 2025 e o risco fiscal. Ao lado dos presidentes da autoridade monetária da Zona do Euro, Christine Lagarde, e do Federal Reserve, Jerome Powell, Campos Neto participa de um painel em fórum realizado pelo Banco Central Europeu (BCE) em Portugal.

Os “ruídos” que o mercado vem ouvindo são falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com ataques a Campos Neto e comentários como “Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado”, que têm coincidido com disparadas do dólar.

Campos Neto evitou, mais uma vez, responder diretamente aos ataques à sua atuação feitos por Lula. O chefe do BC reafirmou que faz um trabalho técnico e lembrou que o banco, sob o seu comando, fez o maior aumento de juros em um ano eleitoral da história do mundo emergente.

Ele disse que, como banqueiro central, tem de se distanciar da arena política. “Acho que o que fizemos é prova viva de que tudo foi muito técnico”, afirmou, no painel.

Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 é “prova viva” de que o trabalho do BC foi técnico Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Banco Central aumentou a Selic de 2%, no início de 2021, para 13,75% em agosto de 2022, ano em que Lula foi eleito. Neste intervalo, a inflação acumulada em 12 meses saiu de 4,56% em janeiro de 2021 para um pico de 12,13% em abril de 2022. Ao fim daquele ano, a Selic estava em 13,75%, e a inflação em 5,79%.

Hoje, a Selic está em 10,50% ao ano, e a leitura mais recente de inflação, referente a maio, apontou taxa de 3,93% em 12 meses.

Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 é “prova viva” de que o trabalho do BC foi técnico. “Se isso não é uma prova de que você é independente e agiu com autonomia, é difícil encontrar outro exemplo como esse.”

O presidente do BC lembrou ainda que a decisão de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime, mesmo com quatro membros indicados pelo governo do presidente Lula, mostrando assim coesão em torno de uma solução técnica. “Acho que a história e o tempo vão mostrar que o trabalho foi feito da melhor forma que podíamos com os dados que tínhamos e que foi feito da forma mais técnica”, afirmou Campos Neto.

Fim de mandato

O economista, que termina o mandato em dezembro, afirmou que nunca esteve disposto a ser indicado novamente ao BC, independentemente de quem ganhasse eleição. Durante o evento, ele observou que as incertezas sobre a sucessão no BC elevaram o prêmio de risco na curva de juros. Porém, Campos Neto ponderou que, com o tempo, esse prêmio de risco tende a diminuir.

O presidente do BC descreveu a decisão da mais recente reunião do Copom como uma pausa. Ele lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a subir as taxas de juros após o choque da pandemia, dada a visão de uma inflação mais persistente no mundo. Em paralelo à convergência da inflação corrente, o BC engatou um ciclo de relaxamento monetário, porém, ponderou Campos Neto, as expectativas, em função de muitos ruídos, começaram a desancorar.

Ele pontuou que o BC ainda não identificou impacto do mercado de trabalho aquecido na inflação de serviços. Por outro lado, citou a inclinação da curva de juros e a desvalorização do câmbio recente. Campos Neto reafirmou, contudo, que, para o BC, o que importa é como juros e câmbio impactam a função de reação da autoridade monetária.

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