Como os carros elétricos estão colocando em risco a já combalida indústria automotiva britânica


Número de carros produzidos na Grã-Bretanha caiu para 775 mil no ano passado, após um pico de mais de 1,7 milhão em 2016; ilha não conseguiu atrair investimentos para construir fábricas

Por Stanley Reed

THE NEW YORK TIMES - Um sinal de emergência apareceu nesta semana na combalida indústria automobilística britânica. A Stellantis, empresa por trás de marcas como Peugeot, Fiat e Vauxhall, disse a um comitê parlamentar que as montadoras com fábricas na Grã-Bretanha terão dificuldades para competir nos próximos anos, em meio à mudança para veículos elétricos e aos novos requisitos de exportação pós-Brexit.

A empresa deu a entender que poderia fechar suas duas fábricas na Grã-Bretanha, onde emprega mais de 5 mil pessoas.

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“Se o custo de fabricação de veículos elétricos se tornar não competitivo e insustentável, as operações serão encerradas”, disse a empresa em um documento de cinco páginas publicado esta semana. Essas palavras ressoaram em todo o país na quarta-feira, 17, em parte porque a Stellantis planeja desempenhar um papel importante na eletrificação da indústria automobilística britânica.

A empresa está reformulando suas fábricas em Ellesmere Port, perto de Liverpool, para produzir pequenas vans elétricas. Ela já é a maior produtora na Grã-Bretanha das populares vans comerciais Vauxhall. As vans, usadas para entregas de e-commerce, são fabricadas em uma fábrica em Luton, norte de Londres.

Stellantis está reformulando suas fábricas em Ellesmere Port, perto de Liverpool, para produzir pequenas vans elétricas; empresa é a maior produtora na Grã-Bretanha das populares vans comerciais Vauxhall Foto: Phil Noble/Reuters
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Os comentários aumentaram as preocupações sobre o setor automobilístico em uma nação que já construiu carros icônicos como o Jaguar XK-E e o Morris Minor. O número de carros produzidos na Grã-Bretanha caiu drasticamente, para 775 mil no ano passado, de um pico de mais de 1,7 milhão em 2016, ano em que os eleitores aprovaram um referendo para deixar a União Europeia. A produção, no entanto, aumentou 6% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao ano anterior, à medida que os problemas com peças diminuíam.

No entanto, a fabricação de veículos continua sendo uma indústria vital na Grã-Bretanha, empregando 182 mil pessoas e respondendo por 10% das exportações de bens, segundo o grupo Society of Motor Manufacturers and Traders.

A saída da Grã-Bretanha da União Europeia criou dúvidas para as montadoras que consideram investir no país. Oito em cada 10 carros fabricados na Grã-Bretanha são exportados, com mais da metade enviados a países da UE, e os exportadores britânicos agora devem seguir novas regras comerciais para vender ao bloco.

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A mudança para veículos elétricos pode ser ainda mais ameaçadora, dizem analistas, porque está forçando as montadoras globais a tomar decisões importantes sobre onde fazer suas apostas para o futuro. “A verdadeira transição é a transição para veículos elétricos”, disse Peter Wells, especialista em automóveis da Cardiff Business School.

Até agora, a Grã-Bretanha não conseguiu atrair os investimentos multibilionários de que precisa para construir fábricas gigantes para construir as baterias que respondem por grande parte do custo dos veículos elétricos.

A falência de uma startup de baterias chamada Britishvolt, em janeiro, acentuou essa deficiência e, até agora, nenhum substituto parece ter sido encontrado.

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“Se isso permanecer como o ‘status quo’, eu diria que em dez anos o Reino Unido perderá, em grande parte, sua capacidade de fabricação de veículos”, disse Andy Palmer, ex-diretor de operações da Nissan.

Palmer disse que a Grã-Bretanha pós-Brexit se encontra presa entre os Estados Unidos, que por meio da Lei de Redução da Inflação está oferecendo grandes incentivos fiscais para os fabricantes de baterias, e a União Europeia, que fará de tudo para competir com os Estados Unidos.

“Isso nos coloca em concorrência com a UE e os EUA” disse Palmer.

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O governo britânico diz perceber a importância da indústria automobilística e está trabalhando para garantir seu futuro.

Stellantis diz que não pode atender padrões de importação por conta do aumento dos custos das matérias-primas Foto: Phil Noble/Reuters

“Estamos muito focados em garantir” que a Grã-Bretanha tenha fabricação de veículos elétricos, disse Jeremy Hunt, chanceler do Tesouro (cargo equivalente ao de ministro das Finanças), a uma audiência de negócios em Londres na quarta-feira, 17.

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O que preocupa especificamente a Stellantis e outros fabricantes é um regulamento de importação que se enquadra nas chamadas Regras de Origem e deve entrar em vigor no próximo ano. Segundo a regra, pelo menos 45% do valor dos materiais dos carros exportados para a Europa devem vir da Grã-Bretanha ou da União Europeia, se os fabricantes quiserem evitar o pagamento de impostos de 10% — uma penalidade severa no altamente competitivo setor automotivo.

A Stellantis diz que não pode atender a esses padrões por conta do aumento dos custos das matérias-primas, entre outras questões. A empresa quer que o governo britânico negocie um adiamento das regras até 2027.

Mas as preocupações não se limitam a isso. A Stellantis prevê que não haverá suprimentos de bateria suficientes na Grã-Bretanha ou na Europa para atender às ambiciosas metas dos governos de mudar para veículos elétricos nos próximos anos.

Wells disse que a situação prejudicou a indústria automobilística em toda a Europa. “Como a Europa pode continuar a fornecer para um mercado de veículos elétricos em expansão e, ao mesmo tempo, insistir nessas regras de conteúdo local?”, disse.

THE NEW YORK TIMES - Um sinal de emergência apareceu nesta semana na combalida indústria automobilística britânica. A Stellantis, empresa por trás de marcas como Peugeot, Fiat e Vauxhall, disse a um comitê parlamentar que as montadoras com fábricas na Grã-Bretanha terão dificuldades para competir nos próximos anos, em meio à mudança para veículos elétricos e aos novos requisitos de exportação pós-Brexit.

A empresa deu a entender que poderia fechar suas duas fábricas na Grã-Bretanha, onde emprega mais de 5 mil pessoas.

“Se o custo de fabricação de veículos elétricos se tornar não competitivo e insustentável, as operações serão encerradas”, disse a empresa em um documento de cinco páginas publicado esta semana. Essas palavras ressoaram em todo o país na quarta-feira, 17, em parte porque a Stellantis planeja desempenhar um papel importante na eletrificação da indústria automobilística britânica.

A empresa está reformulando suas fábricas em Ellesmere Port, perto de Liverpool, para produzir pequenas vans elétricas. Ela já é a maior produtora na Grã-Bretanha das populares vans comerciais Vauxhall. As vans, usadas para entregas de e-commerce, são fabricadas em uma fábrica em Luton, norte de Londres.

Stellantis está reformulando suas fábricas em Ellesmere Port, perto de Liverpool, para produzir pequenas vans elétricas; empresa é a maior produtora na Grã-Bretanha das populares vans comerciais Vauxhall Foto: Phil Noble/Reuters

Os comentários aumentaram as preocupações sobre o setor automobilístico em uma nação que já construiu carros icônicos como o Jaguar XK-E e o Morris Minor. O número de carros produzidos na Grã-Bretanha caiu drasticamente, para 775 mil no ano passado, de um pico de mais de 1,7 milhão em 2016, ano em que os eleitores aprovaram um referendo para deixar a União Europeia. A produção, no entanto, aumentou 6% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao ano anterior, à medida que os problemas com peças diminuíam.

No entanto, a fabricação de veículos continua sendo uma indústria vital na Grã-Bretanha, empregando 182 mil pessoas e respondendo por 10% das exportações de bens, segundo o grupo Society of Motor Manufacturers and Traders.

A saída da Grã-Bretanha da União Europeia criou dúvidas para as montadoras que consideram investir no país. Oito em cada 10 carros fabricados na Grã-Bretanha são exportados, com mais da metade enviados a países da UE, e os exportadores britânicos agora devem seguir novas regras comerciais para vender ao bloco.

A mudança para veículos elétricos pode ser ainda mais ameaçadora, dizem analistas, porque está forçando as montadoras globais a tomar decisões importantes sobre onde fazer suas apostas para o futuro. “A verdadeira transição é a transição para veículos elétricos”, disse Peter Wells, especialista em automóveis da Cardiff Business School.

Até agora, a Grã-Bretanha não conseguiu atrair os investimentos multibilionários de que precisa para construir fábricas gigantes para construir as baterias que respondem por grande parte do custo dos veículos elétricos.

A falência de uma startup de baterias chamada Britishvolt, em janeiro, acentuou essa deficiência e, até agora, nenhum substituto parece ter sido encontrado.

“Se isso permanecer como o ‘status quo’, eu diria que em dez anos o Reino Unido perderá, em grande parte, sua capacidade de fabricação de veículos”, disse Andy Palmer, ex-diretor de operações da Nissan.

Palmer disse que a Grã-Bretanha pós-Brexit se encontra presa entre os Estados Unidos, que por meio da Lei de Redução da Inflação está oferecendo grandes incentivos fiscais para os fabricantes de baterias, e a União Europeia, que fará de tudo para competir com os Estados Unidos.

“Isso nos coloca em concorrência com a UE e os EUA” disse Palmer.

O governo britânico diz perceber a importância da indústria automobilística e está trabalhando para garantir seu futuro.

Stellantis diz que não pode atender padrões de importação por conta do aumento dos custos das matérias-primas Foto: Phil Noble/Reuters

“Estamos muito focados em garantir” que a Grã-Bretanha tenha fabricação de veículos elétricos, disse Jeremy Hunt, chanceler do Tesouro (cargo equivalente ao de ministro das Finanças), a uma audiência de negócios em Londres na quarta-feira, 17.

O que preocupa especificamente a Stellantis e outros fabricantes é um regulamento de importação que se enquadra nas chamadas Regras de Origem e deve entrar em vigor no próximo ano. Segundo a regra, pelo menos 45% do valor dos materiais dos carros exportados para a Europa devem vir da Grã-Bretanha ou da União Europeia, se os fabricantes quiserem evitar o pagamento de impostos de 10% — uma penalidade severa no altamente competitivo setor automotivo.

A Stellantis diz que não pode atender a esses padrões por conta do aumento dos custos das matérias-primas, entre outras questões. A empresa quer que o governo britânico negocie um adiamento das regras até 2027.

Mas as preocupações não se limitam a isso. A Stellantis prevê que não haverá suprimentos de bateria suficientes na Grã-Bretanha ou na Europa para atender às ambiciosas metas dos governos de mudar para veículos elétricos nos próximos anos.

Wells disse que a situação prejudicou a indústria automobilística em toda a Europa. “Como a Europa pode continuar a fornecer para um mercado de veículos elétricos em expansão e, ao mesmo tempo, insistir nessas regras de conteúdo local?”, disse.

THE NEW YORK TIMES - Um sinal de emergência apareceu nesta semana na combalida indústria automobilística britânica. A Stellantis, empresa por trás de marcas como Peugeot, Fiat e Vauxhall, disse a um comitê parlamentar que as montadoras com fábricas na Grã-Bretanha terão dificuldades para competir nos próximos anos, em meio à mudança para veículos elétricos e aos novos requisitos de exportação pós-Brexit.

A empresa deu a entender que poderia fechar suas duas fábricas na Grã-Bretanha, onde emprega mais de 5 mil pessoas.

“Se o custo de fabricação de veículos elétricos se tornar não competitivo e insustentável, as operações serão encerradas”, disse a empresa em um documento de cinco páginas publicado esta semana. Essas palavras ressoaram em todo o país na quarta-feira, 17, em parte porque a Stellantis planeja desempenhar um papel importante na eletrificação da indústria automobilística britânica.

A empresa está reformulando suas fábricas em Ellesmere Port, perto de Liverpool, para produzir pequenas vans elétricas. Ela já é a maior produtora na Grã-Bretanha das populares vans comerciais Vauxhall. As vans, usadas para entregas de e-commerce, são fabricadas em uma fábrica em Luton, norte de Londres.

Stellantis está reformulando suas fábricas em Ellesmere Port, perto de Liverpool, para produzir pequenas vans elétricas; empresa é a maior produtora na Grã-Bretanha das populares vans comerciais Vauxhall Foto: Phil Noble/Reuters

Os comentários aumentaram as preocupações sobre o setor automobilístico em uma nação que já construiu carros icônicos como o Jaguar XK-E e o Morris Minor. O número de carros produzidos na Grã-Bretanha caiu drasticamente, para 775 mil no ano passado, de um pico de mais de 1,7 milhão em 2016, ano em que os eleitores aprovaram um referendo para deixar a União Europeia. A produção, no entanto, aumentou 6% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao ano anterior, à medida que os problemas com peças diminuíam.

No entanto, a fabricação de veículos continua sendo uma indústria vital na Grã-Bretanha, empregando 182 mil pessoas e respondendo por 10% das exportações de bens, segundo o grupo Society of Motor Manufacturers and Traders.

A saída da Grã-Bretanha da União Europeia criou dúvidas para as montadoras que consideram investir no país. Oito em cada 10 carros fabricados na Grã-Bretanha são exportados, com mais da metade enviados a países da UE, e os exportadores britânicos agora devem seguir novas regras comerciais para vender ao bloco.

A mudança para veículos elétricos pode ser ainda mais ameaçadora, dizem analistas, porque está forçando as montadoras globais a tomar decisões importantes sobre onde fazer suas apostas para o futuro. “A verdadeira transição é a transição para veículos elétricos”, disse Peter Wells, especialista em automóveis da Cardiff Business School.

Até agora, a Grã-Bretanha não conseguiu atrair os investimentos multibilionários de que precisa para construir fábricas gigantes para construir as baterias que respondem por grande parte do custo dos veículos elétricos.

A falência de uma startup de baterias chamada Britishvolt, em janeiro, acentuou essa deficiência e, até agora, nenhum substituto parece ter sido encontrado.

“Se isso permanecer como o ‘status quo’, eu diria que em dez anos o Reino Unido perderá, em grande parte, sua capacidade de fabricação de veículos”, disse Andy Palmer, ex-diretor de operações da Nissan.

Palmer disse que a Grã-Bretanha pós-Brexit se encontra presa entre os Estados Unidos, que por meio da Lei de Redução da Inflação está oferecendo grandes incentivos fiscais para os fabricantes de baterias, e a União Europeia, que fará de tudo para competir com os Estados Unidos.

“Isso nos coloca em concorrência com a UE e os EUA” disse Palmer.

O governo britânico diz perceber a importância da indústria automobilística e está trabalhando para garantir seu futuro.

Stellantis diz que não pode atender padrões de importação por conta do aumento dos custos das matérias-primas Foto: Phil Noble/Reuters

“Estamos muito focados em garantir” que a Grã-Bretanha tenha fabricação de veículos elétricos, disse Jeremy Hunt, chanceler do Tesouro (cargo equivalente ao de ministro das Finanças), a uma audiência de negócios em Londres na quarta-feira, 17.

O que preocupa especificamente a Stellantis e outros fabricantes é um regulamento de importação que se enquadra nas chamadas Regras de Origem e deve entrar em vigor no próximo ano. Segundo a regra, pelo menos 45% do valor dos materiais dos carros exportados para a Europa devem vir da Grã-Bretanha ou da União Europeia, se os fabricantes quiserem evitar o pagamento de impostos de 10% — uma penalidade severa no altamente competitivo setor automotivo.

A Stellantis diz que não pode atender a esses padrões por conta do aumento dos custos das matérias-primas, entre outras questões. A empresa quer que o governo britânico negocie um adiamento das regras até 2027.

Mas as preocupações não se limitam a isso. A Stellantis prevê que não haverá suprimentos de bateria suficientes na Grã-Bretanha ou na Europa para atender às ambiciosas metas dos governos de mudar para veículos elétricos nos próximos anos.

Wells disse que a situação prejudicou a indústria automobilística em toda a Europa. “Como a Europa pode continuar a fornecer para um mercado de veículos elétricos em expansão e, ao mesmo tempo, insistir nessas regras de conteúdo local?”, disse.

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