Os ativos domésticos sofreram um baque na sessão desta segunda-feira,24, derivado do aumento da incerteza com a eleição presidencial. O caso Roberto Jefferson fez os investidores adotarem o modo cautela por causa de dois eventuais desdobramentos: de um lado, pelo potencial impacto negativo dele no voto em Jair Bolsonaro - visto com mais simpatia pelos agentes diante do viés mais liberal de sua equipe econômica -, de outro, mostra também que o risco de contestação violenta do resultado eleitoral é alto.
Desta forma, o ‘pacote Bolsonaro’ na Bolsa, composto por ações de estatais, liderou as perdas do dia, numa realização do recente rali. As ações ordinárias da Petrobras mergulharam 9,89% e as preferenciais, 9,20%; ao passo que as ações ordinárias do Banco do Brasil recuaram 10,03%. O Ibovespa perdeu quase 4 mil pontos em relação ao fechamento de sexta-feira e, por pouco, não encerrou abaixo do suporte de 116 mil pontos. O índice computou perda diária de 3,27%, terminando em 116.012,70 pontos.
No câmbio, o dólar escalou aos R$ 5,3029, alta de 3,01%, encerrando na máxima do dia. Mas na questão da moeda brasileira, e marginalmente nos outros ativos locais, houve influência ainda da liquidação no mercado de ações na China neste começo de semana.
Preocupam os agentes o fato de os sinais de desaceleração da economia do gigante asiático não terem vindo com contrapartidas do poder central de Pequim para estimular a atividade, o que, de resto, é ruim para os emergentes como um todo. As commodities sentiram mais esse efeito, com o petróleo cedendo tanto em Londres quanto em Nova York. Mas o mercado de ações americano e europeu operou com forte otimismo, à espera de balanços de grandes empresas de tecnologia e recebendo bem a nomeação de Rishi Sunak como novo primeiro-ministro do Reino Unido. O Dow Jones avançou 1,34%, o S&P 500 ganhou 1,19% e o Nasdaq subiu 0,86%. Em Londres, o FTSE 100 teve alta de 0,64%.