Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Com os padrões de investimentos vistos no Brasil, o avanço do PIB está fadado à mediocridade


Além das fragilidades do investimento, a queda da produção de grãos em consequência das mudanças climáticas, o nível alto de endividamento das famílias e a desidratação da indústria chamam atenção para os resultados dos próximos anos

Por Celso Ming
Atualização:

Do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 esperava-se um pouco mais, um avanço de 3,0%, em vez dos 2,9% apontados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mais importante não é esse decimal a menos, mas o que veio junto. De todo modo, foi bem mais do que o 1% projetado pelo mercado no início do ano.

A economia estancou no último trimestre, puxada pela queda da renda do agronegócio, duramente atingida pelo fenômeno climático El Niño. Em compensação, a indústria, que deslizava para trás, apontou recuperação de 1,6% em relação ao trimestre anterior.

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Os campeões de 2023 foram a agropecuária, que avançou 15,1%, graças ao puxão de 20,9% no primeiro trimestre em relação ao anterior, e a indústria extrativa (petróleo e mineração), com mais 8,7%.

O ponto mais negativo em 2023 foi o tombo da participação da poupança e do investimento, este último cujo nome e sobrenome é Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF).

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O índice de poupança foi o mais baixo desde 2020 e o do investimento, o mais baixo desde 2019. O Brasil é um país que dá prioridade ao consumo, ao contrário do que acontece nas economias mais dinâmicas da Ásia. Na China, por exemplo, o investimento anual oscila em torno dos 42% e 43% do PIB. E o da Coreia do Sul, entre 32% e 34%. Em 2023, o brasileiro poupou apenas 15,4% de seu salário e investiu apenas 16,5%. E não se pode alegar que a população da China e da Coreia do Sul seja mais rica do que a brasileira e que, portanto, não tenha de se contentar a comer da mão para a boca, como a daqui.

Há tempos imemoriais, o ser humano aprendeu que quem semeia pouco, colhe pouco. Por isso, a esses padrões de investimento, o avanço do PIB do Brasil está fadado à mediocridade. Se quisesse crescer 3% ao ano de maneira sustentável, teria de investir continuamente algo entre 20% e 22% do PIB.

Ainda assim, o excelente desempenho da agropecuária e da indústria extrativa em 2023 garante uma velocidade de lançamento (carrego) de 0,2% para 2024.

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Resultado do PIB de 2023 foi impulsionado pelo avanço anual de 15,1% da agropecuária.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Olhando não mais pelo retrovisor, mas pela frente do para-brisa, não dá para contar com um crescimento em 2024 equivalente ao de 2023. O governo, sempre mais otimista, não conta com mais do que com 2,2%.

As projeções do mercado aferidas pela Pesquisa Focus, do Banco Central, apontam para avanço mais realista, de 1,8%. Além das fragilidades do investimento, pesa nesse resultado mais fraco a queda física da produção de grãos em consequência das adversidades climáticas, fator que ainda vai depender de como se comportarão os preços em dólares das commodities agrícolas ao longo do ano.

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Tem gente que olha para a força do consumo e aposta em recuperação mais alta à frente. Mas convém ponderar que o endividamento das famílias continua alto demais e este é forte limitador ao aumento forte do consumo.

Infelizmente, da indústria de transformação não se consegue esperar algo muito melhor do que a trajetória desidratante que se repete ano a ano. A nova política industrial do governo, da qual se esperava alguma recuperação, continua pouco convincente, porque é abrangente demais e destituída de metas confiáveis.

Do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 esperava-se um pouco mais, um avanço de 3,0%, em vez dos 2,9% apontados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mais importante não é esse decimal a menos, mas o que veio junto. De todo modo, foi bem mais do que o 1% projetado pelo mercado no início do ano.

A economia estancou no último trimestre, puxada pela queda da renda do agronegócio, duramente atingida pelo fenômeno climático El Niño. Em compensação, a indústria, que deslizava para trás, apontou recuperação de 1,6% em relação ao trimestre anterior.

Os campeões de 2023 foram a agropecuária, que avançou 15,1%, graças ao puxão de 20,9% no primeiro trimestre em relação ao anterior, e a indústria extrativa (petróleo e mineração), com mais 8,7%.

O ponto mais negativo em 2023 foi o tombo da participação da poupança e do investimento, este último cujo nome e sobrenome é Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF).

O índice de poupança foi o mais baixo desde 2020 e o do investimento, o mais baixo desde 2019. O Brasil é um país que dá prioridade ao consumo, ao contrário do que acontece nas economias mais dinâmicas da Ásia. Na China, por exemplo, o investimento anual oscila em torno dos 42% e 43% do PIB. E o da Coreia do Sul, entre 32% e 34%. Em 2023, o brasileiro poupou apenas 15,4% de seu salário e investiu apenas 16,5%. E não se pode alegar que a população da China e da Coreia do Sul seja mais rica do que a brasileira e que, portanto, não tenha de se contentar a comer da mão para a boca, como a daqui.

Há tempos imemoriais, o ser humano aprendeu que quem semeia pouco, colhe pouco. Por isso, a esses padrões de investimento, o avanço do PIB do Brasil está fadado à mediocridade. Se quisesse crescer 3% ao ano de maneira sustentável, teria de investir continuamente algo entre 20% e 22% do PIB.

Ainda assim, o excelente desempenho da agropecuária e da indústria extrativa em 2023 garante uma velocidade de lançamento (carrego) de 0,2% para 2024.

Resultado do PIB de 2023 foi impulsionado pelo avanço anual de 15,1% da agropecuária.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Olhando não mais pelo retrovisor, mas pela frente do para-brisa, não dá para contar com um crescimento em 2024 equivalente ao de 2023. O governo, sempre mais otimista, não conta com mais do que com 2,2%.

As projeções do mercado aferidas pela Pesquisa Focus, do Banco Central, apontam para avanço mais realista, de 1,8%. Além das fragilidades do investimento, pesa nesse resultado mais fraco a queda física da produção de grãos em consequência das adversidades climáticas, fator que ainda vai depender de como se comportarão os preços em dólares das commodities agrícolas ao longo do ano.

Tem gente que olha para a força do consumo e aposta em recuperação mais alta à frente. Mas convém ponderar que o endividamento das famílias continua alto demais e este é forte limitador ao aumento forte do consumo.

Infelizmente, da indústria de transformação não se consegue esperar algo muito melhor do que a trajetória desidratante que se repete ano a ano. A nova política industrial do governo, da qual se esperava alguma recuperação, continua pouco convincente, porque é abrangente demais e destituída de metas confiáveis.

Do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 esperava-se um pouco mais, um avanço de 3,0%, em vez dos 2,9% apontados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mais importante não é esse decimal a menos, mas o que veio junto. De todo modo, foi bem mais do que o 1% projetado pelo mercado no início do ano.

A economia estancou no último trimestre, puxada pela queda da renda do agronegócio, duramente atingida pelo fenômeno climático El Niño. Em compensação, a indústria, que deslizava para trás, apontou recuperação de 1,6% em relação ao trimestre anterior.

Os campeões de 2023 foram a agropecuária, que avançou 15,1%, graças ao puxão de 20,9% no primeiro trimestre em relação ao anterior, e a indústria extrativa (petróleo e mineração), com mais 8,7%.

O ponto mais negativo em 2023 foi o tombo da participação da poupança e do investimento, este último cujo nome e sobrenome é Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF).

O índice de poupança foi o mais baixo desde 2020 e o do investimento, o mais baixo desde 2019. O Brasil é um país que dá prioridade ao consumo, ao contrário do que acontece nas economias mais dinâmicas da Ásia. Na China, por exemplo, o investimento anual oscila em torno dos 42% e 43% do PIB. E o da Coreia do Sul, entre 32% e 34%. Em 2023, o brasileiro poupou apenas 15,4% de seu salário e investiu apenas 16,5%. E não se pode alegar que a população da China e da Coreia do Sul seja mais rica do que a brasileira e que, portanto, não tenha de se contentar a comer da mão para a boca, como a daqui.

Há tempos imemoriais, o ser humano aprendeu que quem semeia pouco, colhe pouco. Por isso, a esses padrões de investimento, o avanço do PIB do Brasil está fadado à mediocridade. Se quisesse crescer 3% ao ano de maneira sustentável, teria de investir continuamente algo entre 20% e 22% do PIB.

Ainda assim, o excelente desempenho da agropecuária e da indústria extrativa em 2023 garante uma velocidade de lançamento (carrego) de 0,2% para 2024.

Resultado do PIB de 2023 foi impulsionado pelo avanço anual de 15,1% da agropecuária.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Olhando não mais pelo retrovisor, mas pela frente do para-brisa, não dá para contar com um crescimento em 2024 equivalente ao de 2023. O governo, sempre mais otimista, não conta com mais do que com 2,2%.

As projeções do mercado aferidas pela Pesquisa Focus, do Banco Central, apontam para avanço mais realista, de 1,8%. Além das fragilidades do investimento, pesa nesse resultado mais fraco a queda física da produção de grãos em consequência das adversidades climáticas, fator que ainda vai depender de como se comportarão os preços em dólares das commodities agrícolas ao longo do ano.

Tem gente que olha para a força do consumo e aposta em recuperação mais alta à frente. Mas convém ponderar que o endividamento das famílias continua alto demais e este é forte limitador ao aumento forte do consumo.

Infelizmente, da indústria de transformação não se consegue esperar algo muito melhor do que a trajetória desidratante que se repete ano a ano. A nova política industrial do governo, da qual se esperava alguma recuperação, continua pouco convincente, porque é abrangente demais e destituída de metas confiáveis.

Do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 esperava-se um pouco mais, um avanço de 3,0%, em vez dos 2,9% apontados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mais importante não é esse decimal a menos, mas o que veio junto. De todo modo, foi bem mais do que o 1% projetado pelo mercado no início do ano.

A economia estancou no último trimestre, puxada pela queda da renda do agronegócio, duramente atingida pelo fenômeno climático El Niño. Em compensação, a indústria, que deslizava para trás, apontou recuperação de 1,6% em relação ao trimestre anterior.

Os campeões de 2023 foram a agropecuária, que avançou 15,1%, graças ao puxão de 20,9% no primeiro trimestre em relação ao anterior, e a indústria extrativa (petróleo e mineração), com mais 8,7%.

O ponto mais negativo em 2023 foi o tombo da participação da poupança e do investimento, este último cujo nome e sobrenome é Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF).

O índice de poupança foi o mais baixo desde 2020 e o do investimento, o mais baixo desde 2019. O Brasil é um país que dá prioridade ao consumo, ao contrário do que acontece nas economias mais dinâmicas da Ásia. Na China, por exemplo, o investimento anual oscila em torno dos 42% e 43% do PIB. E o da Coreia do Sul, entre 32% e 34%. Em 2023, o brasileiro poupou apenas 15,4% de seu salário e investiu apenas 16,5%. E não se pode alegar que a população da China e da Coreia do Sul seja mais rica do que a brasileira e que, portanto, não tenha de se contentar a comer da mão para a boca, como a daqui.

Há tempos imemoriais, o ser humano aprendeu que quem semeia pouco, colhe pouco. Por isso, a esses padrões de investimento, o avanço do PIB do Brasil está fadado à mediocridade. Se quisesse crescer 3% ao ano de maneira sustentável, teria de investir continuamente algo entre 20% e 22% do PIB.

Ainda assim, o excelente desempenho da agropecuária e da indústria extrativa em 2023 garante uma velocidade de lançamento (carrego) de 0,2% para 2024.

Resultado do PIB de 2023 foi impulsionado pelo avanço anual de 15,1% da agropecuária.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Olhando não mais pelo retrovisor, mas pela frente do para-brisa, não dá para contar com um crescimento em 2024 equivalente ao de 2023. O governo, sempre mais otimista, não conta com mais do que com 2,2%.

As projeções do mercado aferidas pela Pesquisa Focus, do Banco Central, apontam para avanço mais realista, de 1,8%. Além das fragilidades do investimento, pesa nesse resultado mais fraco a queda física da produção de grãos em consequência das adversidades climáticas, fator que ainda vai depender de como se comportarão os preços em dólares das commodities agrícolas ao longo do ano.

Tem gente que olha para a força do consumo e aposta em recuperação mais alta à frente. Mas convém ponderar que o endividamento das famílias continua alto demais e este é forte limitador ao aumento forte do consumo.

Infelizmente, da indústria de transformação não se consegue esperar algo muito melhor do que a trajetória desidratante que se repete ano a ano. A nova política industrial do governo, da qual se esperava alguma recuperação, continua pouco convincente, porque é abrangente demais e destituída de metas confiáveis.

Do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 esperava-se um pouco mais, um avanço de 3,0%, em vez dos 2,9% apontados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mais importante não é esse decimal a menos, mas o que veio junto. De todo modo, foi bem mais do que o 1% projetado pelo mercado no início do ano.

A economia estancou no último trimestre, puxada pela queda da renda do agronegócio, duramente atingida pelo fenômeno climático El Niño. Em compensação, a indústria, que deslizava para trás, apontou recuperação de 1,6% em relação ao trimestre anterior.

Os campeões de 2023 foram a agropecuária, que avançou 15,1%, graças ao puxão de 20,9% no primeiro trimestre em relação ao anterior, e a indústria extrativa (petróleo e mineração), com mais 8,7%.

O ponto mais negativo em 2023 foi o tombo da participação da poupança e do investimento, este último cujo nome e sobrenome é Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF).

O índice de poupança foi o mais baixo desde 2020 e o do investimento, o mais baixo desde 2019. O Brasil é um país que dá prioridade ao consumo, ao contrário do que acontece nas economias mais dinâmicas da Ásia. Na China, por exemplo, o investimento anual oscila em torno dos 42% e 43% do PIB. E o da Coreia do Sul, entre 32% e 34%. Em 2023, o brasileiro poupou apenas 15,4% de seu salário e investiu apenas 16,5%. E não se pode alegar que a população da China e da Coreia do Sul seja mais rica do que a brasileira e que, portanto, não tenha de se contentar a comer da mão para a boca, como a daqui.

Há tempos imemoriais, o ser humano aprendeu que quem semeia pouco, colhe pouco. Por isso, a esses padrões de investimento, o avanço do PIB do Brasil está fadado à mediocridade. Se quisesse crescer 3% ao ano de maneira sustentável, teria de investir continuamente algo entre 20% e 22% do PIB.

Ainda assim, o excelente desempenho da agropecuária e da indústria extrativa em 2023 garante uma velocidade de lançamento (carrego) de 0,2% para 2024.

Resultado do PIB de 2023 foi impulsionado pelo avanço anual de 15,1% da agropecuária.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Olhando não mais pelo retrovisor, mas pela frente do para-brisa, não dá para contar com um crescimento em 2024 equivalente ao de 2023. O governo, sempre mais otimista, não conta com mais do que com 2,2%.

As projeções do mercado aferidas pela Pesquisa Focus, do Banco Central, apontam para avanço mais realista, de 1,8%. Além das fragilidades do investimento, pesa nesse resultado mais fraco a queda física da produção de grãos em consequência das adversidades climáticas, fator que ainda vai depender de como se comportarão os preços em dólares das commodities agrícolas ao longo do ano.

Tem gente que olha para a força do consumo e aposta em recuperação mais alta à frente. Mas convém ponderar que o endividamento das famílias continua alto demais e este é forte limitador ao aumento forte do consumo.

Infelizmente, da indústria de transformação não se consegue esperar algo muito melhor do que a trajetória desidratante que se repete ano a ano. A nova política industrial do governo, da qual se esperava alguma recuperação, continua pouco convincente, porque é abrangente demais e destituída de metas confiáveis.

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