Jornalista e comentarista de economia

Análise|PIB veio forte, mas problemas continuam


Problemas estruturais continuam sinalizando que são necessárias mudanças para que os resultados não sejam negativos mais à frente

Por Celso Ming
Atualização:

Vale a comemoração pelo avanço robusto do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre sobre o anterior, de 1,4%. Essa força deixou um carrego superior a 2,5% para este ano. Mas, atenção, os problemas estruturais persistem e até aumentaram, o que põe em dúvida os bons resultados lá na frente.

Uma das três boas surpresas que explicam em boa parte o bom crescimento do PIB tem a ver com a recuperação mais rápida e mais consistente da economia gaúcha que, em abril e maio, foi assolada pelas enchentes. O Estado pesa cerca de 6% no PIB do Brasil e, graças à transferência de recursos federais e à resiliência de sua gente, setores como de materiais de construção, aparelhos e utensílios domésticos, móveis, veículos e serviços mostraram pronta reação.

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Ajudou o crescimento das importações, de 7,6% no trimestre, especialmente de bens de capital (máquinas), que empurraram os investimentos, também surpreendentes: avanço de 2,1% sobre o trimestre anterior.

Mas os vícios estruturais também tomaram corpo. A deterioração das contas públicas aumentou, a despeito da retórica oficial que procura diminuí-la. O déficit federal fechou o primeiro semestre em R$ 68,7 bilhões, pressionado pela Previdência, e já há números suficientes para concluir pelo seu alargamento nos dois primeiros meses do segundo semestre, mesmo com aumento da arrecadação.

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O rombo fiscal continua sendo o principal fator de insegurança cambial (alta do dólar), que tende a empurrar a inflação para cima e a exigir mais alta dos juros para garantir o cumprimento da meta de inflação.

Um segundo fator de fragilidade estrutural é relativamente novo. A queda do desemprego, para 6,8% no trimestre móvel terminado em julho, um indicador positivo, que esconde uma inversão. A população brasileira começa a viver mais de transferências de renda do governo federal (programas sociais) e menos de salários auferidos pelo trabalho.

É o que se pode conferir no levantamento do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV IBRE. A participação dos programas sociais sobre a renda domiciliar aumentou de 2,6%, em 2021, para 3,7%, em 2023, enquanto a participação da remuneração do trabalho caiu, no mesmo período, de 75,3% para 74,2%. É o que concorre para aumento das despesas públicas e pode estar diminuindo a procura por trabalho. Outro efeito colateral desse fator é o aumento do consumo das famílias, com impacto negativo sobre a poupança nacional.

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E há os problemas do baixo investimento e da baixa poupança. Mesmo com maior avanço no segundo trimestre, o investimento continua de longe insuficiente para garantir crescimento sustentável. Foi de apenas 16,8% da renda e a poupança, de apenas 16,0%.

Vale a comemoração pelo avanço robusto do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre sobre o anterior, de 1,4%. Essa força deixou um carrego superior a 2,5% para este ano. Mas, atenção, os problemas estruturais persistem e até aumentaram, o que põe em dúvida os bons resultados lá na frente.

Uma das três boas surpresas que explicam em boa parte o bom crescimento do PIB tem a ver com a recuperação mais rápida e mais consistente da economia gaúcha que, em abril e maio, foi assolada pelas enchentes. O Estado pesa cerca de 6% no PIB do Brasil e, graças à transferência de recursos federais e à resiliência de sua gente, setores como de materiais de construção, aparelhos e utensílios domésticos, móveis, veículos e serviços mostraram pronta reação.

Ajudou o crescimento das importações, de 7,6% no trimestre, especialmente de bens de capital (máquinas), que empurraram os investimentos, também surpreendentes: avanço de 2,1% sobre o trimestre anterior.

Mas os vícios estruturais também tomaram corpo. A deterioração das contas públicas aumentou, a despeito da retórica oficial que procura diminuí-la. O déficit federal fechou o primeiro semestre em R$ 68,7 bilhões, pressionado pela Previdência, e já há números suficientes para concluir pelo seu alargamento nos dois primeiros meses do segundo semestre, mesmo com aumento da arrecadação.

O rombo fiscal continua sendo o principal fator de insegurança cambial (alta do dólar), que tende a empurrar a inflação para cima e a exigir mais alta dos juros para garantir o cumprimento da meta de inflação.

Um segundo fator de fragilidade estrutural é relativamente novo. A queda do desemprego, para 6,8% no trimestre móvel terminado em julho, um indicador positivo, que esconde uma inversão. A população brasileira começa a viver mais de transferências de renda do governo federal (programas sociais) e menos de salários auferidos pelo trabalho.

É o que se pode conferir no levantamento do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV IBRE. A participação dos programas sociais sobre a renda domiciliar aumentou de 2,6%, em 2021, para 3,7%, em 2023, enquanto a participação da remuneração do trabalho caiu, no mesmo período, de 75,3% para 74,2%. É o que concorre para aumento das despesas públicas e pode estar diminuindo a procura por trabalho. Outro efeito colateral desse fator é o aumento do consumo das famílias, com impacto negativo sobre a poupança nacional.

E há os problemas do baixo investimento e da baixa poupança. Mesmo com maior avanço no segundo trimestre, o investimento continua de longe insuficiente para garantir crescimento sustentável. Foi de apenas 16,8% da renda e a poupança, de apenas 16,0%.

Vale a comemoração pelo avanço robusto do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre sobre o anterior, de 1,4%. Essa força deixou um carrego superior a 2,5% para este ano. Mas, atenção, os problemas estruturais persistem e até aumentaram, o que põe em dúvida os bons resultados lá na frente.

Uma das três boas surpresas que explicam em boa parte o bom crescimento do PIB tem a ver com a recuperação mais rápida e mais consistente da economia gaúcha que, em abril e maio, foi assolada pelas enchentes. O Estado pesa cerca de 6% no PIB do Brasil e, graças à transferência de recursos federais e à resiliência de sua gente, setores como de materiais de construção, aparelhos e utensílios domésticos, móveis, veículos e serviços mostraram pronta reação.

Ajudou o crescimento das importações, de 7,6% no trimestre, especialmente de bens de capital (máquinas), que empurraram os investimentos, também surpreendentes: avanço de 2,1% sobre o trimestre anterior.

Mas os vícios estruturais também tomaram corpo. A deterioração das contas públicas aumentou, a despeito da retórica oficial que procura diminuí-la. O déficit federal fechou o primeiro semestre em R$ 68,7 bilhões, pressionado pela Previdência, e já há números suficientes para concluir pelo seu alargamento nos dois primeiros meses do segundo semestre, mesmo com aumento da arrecadação.

O rombo fiscal continua sendo o principal fator de insegurança cambial (alta do dólar), que tende a empurrar a inflação para cima e a exigir mais alta dos juros para garantir o cumprimento da meta de inflação.

Um segundo fator de fragilidade estrutural é relativamente novo. A queda do desemprego, para 6,8% no trimestre móvel terminado em julho, um indicador positivo, que esconde uma inversão. A população brasileira começa a viver mais de transferências de renda do governo federal (programas sociais) e menos de salários auferidos pelo trabalho.

É o que se pode conferir no levantamento do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV IBRE. A participação dos programas sociais sobre a renda domiciliar aumentou de 2,6%, em 2021, para 3,7%, em 2023, enquanto a participação da remuneração do trabalho caiu, no mesmo período, de 75,3% para 74,2%. É o que concorre para aumento das despesas públicas e pode estar diminuindo a procura por trabalho. Outro efeito colateral desse fator é o aumento do consumo das famílias, com impacto negativo sobre a poupança nacional.

E há os problemas do baixo investimento e da baixa poupança. Mesmo com maior avanço no segundo trimestre, o investimento continua de longe insuficiente para garantir crescimento sustentável. Foi de apenas 16,8% da renda e a poupança, de apenas 16,0%.

Vale a comemoração pelo avanço robusto do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre sobre o anterior, de 1,4%. Essa força deixou um carrego superior a 2,5% para este ano. Mas, atenção, os problemas estruturais persistem e até aumentaram, o que põe em dúvida os bons resultados lá na frente.

Uma das três boas surpresas que explicam em boa parte o bom crescimento do PIB tem a ver com a recuperação mais rápida e mais consistente da economia gaúcha que, em abril e maio, foi assolada pelas enchentes. O Estado pesa cerca de 6% no PIB do Brasil e, graças à transferência de recursos federais e à resiliência de sua gente, setores como de materiais de construção, aparelhos e utensílios domésticos, móveis, veículos e serviços mostraram pronta reação.

Ajudou o crescimento das importações, de 7,6% no trimestre, especialmente de bens de capital (máquinas), que empurraram os investimentos, também surpreendentes: avanço de 2,1% sobre o trimestre anterior.

Mas os vícios estruturais também tomaram corpo. A deterioração das contas públicas aumentou, a despeito da retórica oficial que procura diminuí-la. O déficit federal fechou o primeiro semestre em R$ 68,7 bilhões, pressionado pela Previdência, e já há números suficientes para concluir pelo seu alargamento nos dois primeiros meses do segundo semestre, mesmo com aumento da arrecadação.

O rombo fiscal continua sendo o principal fator de insegurança cambial (alta do dólar), que tende a empurrar a inflação para cima e a exigir mais alta dos juros para garantir o cumprimento da meta de inflação.

Um segundo fator de fragilidade estrutural é relativamente novo. A queda do desemprego, para 6,8% no trimestre móvel terminado em julho, um indicador positivo, que esconde uma inversão. A população brasileira começa a viver mais de transferências de renda do governo federal (programas sociais) e menos de salários auferidos pelo trabalho.

É o que se pode conferir no levantamento do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV IBRE. A participação dos programas sociais sobre a renda domiciliar aumentou de 2,6%, em 2021, para 3,7%, em 2023, enquanto a participação da remuneração do trabalho caiu, no mesmo período, de 75,3% para 74,2%. É o que concorre para aumento das despesas públicas e pode estar diminuindo a procura por trabalho. Outro efeito colateral desse fator é o aumento do consumo das famílias, com impacto negativo sobre a poupança nacional.

E há os problemas do baixo investimento e da baixa poupança. Mesmo com maior avanço no segundo trimestre, o investimento continua de longe insuficiente para garantir crescimento sustentável. Foi de apenas 16,8% da renda e a poupança, de apenas 16,0%.

Análise por Celso Ming

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