Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Com aprovação em queda, governo Lula volta a atacar o Banco Central


Ataques fazem parecer que membros do governo desconhecem o papel institucional do Banco Central e da política monetária

Por Celso Ming

Às vezes não passa de implicância. Outras, vai pro lado da pura demonização. Mas é assim que boa parte do governo Lula e do próprio PT trata o Banco Central (BC) e seu atual presidente, Roberto Campos Neto.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, por exemplo, acaba de dizer que a política monetária “é burra”, o que equivale a dizer que os diretores do Banco Central são burros. Outros contumazes críticos do Copom são a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Lindbergh Farias, vice-líder do governo Lula no Congresso.

Não dá para dizer que desconhecem o papel institucional do Banco Central e da política monetária, ou seja, que desconhecem o fato de que a meta de inflação é decidida pelo governo e que cabe ao BC controlar a oferta de moeda na economia para conduzir a inflação para a meta.

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Os mesmos que no passado condenavam o que entendiam por excessiva valorização da moeda nacional (cotação baixa do dólar), porque, alegavam eles, tirava competitividade da indústria nacional, agora condenam os juros, porque entendem que reduzem o emprego.

A ideia é a de que a inflação não pode ser atacada com política monetária que só beneficiaria os endinheirados. Num ponto, têm razão. Quando a inflação é de custos, ou seja, quando a alta do feijão e da cebola é provocada por quebra de safra, como há algumas semanas, não é o juro mais alto que vai restabelecer a oferta do produto. Nesse caso, o governo poderia importar, providência que não cabe ao BC. Mas o Copom não está especialmente preocupado com a inflação dos alimentos. Está mais preocupado com a inflação dos serviços, o que, por sua vez, tem mais a ver com o avanço da demanda.

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Foi por isso que, na ata da última reunião do Copom, ficou registrado que alguns diretores questionaram se o ritmo da queda dos juros não deveria cair de 0,5 ponto porcentual para 0,25 ponto – e não revertido para alta. Há um notório aumento da renda na economia, em parte porque o mercado de trabalho está bem mais azeitado.

O que esses críticos deveriam entender é que o maior comedor do salário do trabalhador não são os juros, mas a inflação que esmerilha o poder aquisitivo. A melhor contribuição que poderiam dar para salvar o poder aquisitivo seria batalhar para garantir o equilíbrio das contas públicas e, assim, evitar o despejo de dinheiro no mercado pelo governo que o Banco Central terá de enxugar depois com aumento dos juros.

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Derrubar os juros a canetadas, como aconteceu no tempo da presidente Dilma e de Alexandre Tombini à frente da autarquia, desmancha em questão de semanas a credibilidade do Copom e abre os portões para nova esticada da inflação.

Os três diretores do BC indicados pelo presidente Lula continuam votando com os demais. Eles vêm atuando rigorosamente a partir de pressupostos técnicos.

Mas se é assim, por que a carga de parte do governo Lula e de líderes do PT contra o Banco Central? A melhor resposta para isso é a de que o governo Lula está à procura de um bode expiatório para a forte queda dos índices de aprovação da atual administração.

Às vezes não passa de implicância. Outras, vai pro lado da pura demonização. Mas é assim que boa parte do governo Lula e do próprio PT trata o Banco Central (BC) e seu atual presidente, Roberto Campos Neto.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, por exemplo, acaba de dizer que a política monetária “é burra”, o que equivale a dizer que os diretores do Banco Central são burros. Outros contumazes críticos do Copom são a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Lindbergh Farias, vice-líder do governo Lula no Congresso.

Não dá para dizer que desconhecem o papel institucional do Banco Central e da política monetária, ou seja, que desconhecem o fato de que a meta de inflação é decidida pelo governo e que cabe ao BC controlar a oferta de moeda na economia para conduzir a inflação para a meta.

Os mesmos que no passado condenavam o que entendiam por excessiva valorização da moeda nacional (cotação baixa do dólar), porque, alegavam eles, tirava competitividade da indústria nacional, agora condenam os juros, porque entendem que reduzem o emprego.

A ideia é a de que a inflação não pode ser atacada com política monetária que só beneficiaria os endinheirados. Num ponto, têm razão. Quando a inflação é de custos, ou seja, quando a alta do feijão e da cebola é provocada por quebra de safra, como há algumas semanas, não é o juro mais alto que vai restabelecer a oferta do produto. Nesse caso, o governo poderia importar, providência que não cabe ao BC. Mas o Copom não está especialmente preocupado com a inflação dos alimentos. Está mais preocupado com a inflação dos serviços, o que, por sua vez, tem mais a ver com o avanço da demanda.

Foi por isso que, na ata da última reunião do Copom, ficou registrado que alguns diretores questionaram se o ritmo da queda dos juros não deveria cair de 0,5 ponto porcentual para 0,25 ponto – e não revertido para alta. Há um notório aumento da renda na economia, em parte porque o mercado de trabalho está bem mais azeitado.

O que esses críticos deveriam entender é que o maior comedor do salário do trabalhador não são os juros, mas a inflação que esmerilha o poder aquisitivo. A melhor contribuição que poderiam dar para salvar o poder aquisitivo seria batalhar para garantir o equilíbrio das contas públicas e, assim, evitar o despejo de dinheiro no mercado pelo governo que o Banco Central terá de enxugar depois com aumento dos juros.

Derrubar os juros a canetadas, como aconteceu no tempo da presidente Dilma e de Alexandre Tombini à frente da autarquia, desmancha em questão de semanas a credibilidade do Copom e abre os portões para nova esticada da inflação.

Os três diretores do BC indicados pelo presidente Lula continuam votando com os demais. Eles vêm atuando rigorosamente a partir de pressupostos técnicos.

Mas se é assim, por que a carga de parte do governo Lula e de líderes do PT contra o Banco Central? A melhor resposta para isso é a de que o governo Lula está à procura de um bode expiatório para a forte queda dos índices de aprovação da atual administração.

Às vezes não passa de implicância. Outras, vai pro lado da pura demonização. Mas é assim que boa parte do governo Lula e do próprio PT trata o Banco Central (BC) e seu atual presidente, Roberto Campos Neto.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, por exemplo, acaba de dizer que a política monetária “é burra”, o que equivale a dizer que os diretores do Banco Central são burros. Outros contumazes críticos do Copom são a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Lindbergh Farias, vice-líder do governo Lula no Congresso.

Não dá para dizer que desconhecem o papel institucional do Banco Central e da política monetária, ou seja, que desconhecem o fato de que a meta de inflação é decidida pelo governo e que cabe ao BC controlar a oferta de moeda na economia para conduzir a inflação para a meta.

Os mesmos que no passado condenavam o que entendiam por excessiva valorização da moeda nacional (cotação baixa do dólar), porque, alegavam eles, tirava competitividade da indústria nacional, agora condenam os juros, porque entendem que reduzem o emprego.

A ideia é a de que a inflação não pode ser atacada com política monetária que só beneficiaria os endinheirados. Num ponto, têm razão. Quando a inflação é de custos, ou seja, quando a alta do feijão e da cebola é provocada por quebra de safra, como há algumas semanas, não é o juro mais alto que vai restabelecer a oferta do produto. Nesse caso, o governo poderia importar, providência que não cabe ao BC. Mas o Copom não está especialmente preocupado com a inflação dos alimentos. Está mais preocupado com a inflação dos serviços, o que, por sua vez, tem mais a ver com o avanço da demanda.

Foi por isso que, na ata da última reunião do Copom, ficou registrado que alguns diretores questionaram se o ritmo da queda dos juros não deveria cair de 0,5 ponto porcentual para 0,25 ponto – e não revertido para alta. Há um notório aumento da renda na economia, em parte porque o mercado de trabalho está bem mais azeitado.

O que esses críticos deveriam entender é que o maior comedor do salário do trabalhador não são os juros, mas a inflação que esmerilha o poder aquisitivo. A melhor contribuição que poderiam dar para salvar o poder aquisitivo seria batalhar para garantir o equilíbrio das contas públicas e, assim, evitar o despejo de dinheiro no mercado pelo governo que o Banco Central terá de enxugar depois com aumento dos juros.

Derrubar os juros a canetadas, como aconteceu no tempo da presidente Dilma e de Alexandre Tombini à frente da autarquia, desmancha em questão de semanas a credibilidade do Copom e abre os portões para nova esticada da inflação.

Os três diretores do BC indicados pelo presidente Lula continuam votando com os demais. Eles vêm atuando rigorosamente a partir de pressupostos técnicos.

Mas se é assim, por que a carga de parte do governo Lula e de líderes do PT contra o Banco Central? A melhor resposta para isso é a de que o governo Lula está à procura de um bode expiatório para a forte queda dos índices de aprovação da atual administração.

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