Jornalista e comentarista de economia

Análise|Como ver o recuo do desemprego


Há outros fatores que explicam a atual força do mercado de trabalho além do aquecimento da economia

Por Celso Ming e Pablo Santana

O mercado de trabalho segue mostrando vigor neste 2024. O governo Lula atribui esse desempenho ao que entende como sucesso de sua política econômica, que agora aponta para um crescimento anual do PIB próximo dos 3%. Mas esse dinamismo tem outras razões.

Convém cavoucar primeiro os resultados. O desemprego ficou em 6,8% da força de trabalho no trimestre móvel encerrado em julho. É o menor para o período desde o início da série histórica, iniciada em 2012, como aponta o IBGE e indica melhora de 1,1 ponto porcentual (p.p.) na comparação com o mesmo período de 2023; e de 2,3 p.p. quando se confronta com 2022.

Os dados do segundo trimestre já vinham reforçando essa melhora, quando o desemprego encerrou no menor nível em uma década, em 6,9%, com recuo na desocupação em 15 das 27 unidades federativas do País.

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Mas os bons resultados não se restringem apenas à queda do desemprego. A população desocupada caiu em julho 12,8%, na comparação anual, de 8,5 milhões para 7,4 milhões, menor número de pessoas procurando por uma ocupação desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. A massa de trabalhadores ocupados também avançou e encerrou o trimestre móvel de julho em 102 milhões – novo recorde da série histórica iniciada em 2012, com a inclusão de 1,2 milhão de pessoas na comparação trimestral e mais 2,7 milhões de pessoas no ano.

E ainda há o avanço do rendimento médio, que fechou o trimestre encerrado em julho com alta de 4,8% na comparação anual.

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Esse movimento não deve estancar por aí. Para os próximos meses, como aponta o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, a tendência é que o desemprego caia ainda mais. Novas vagas devem ser geradas no mercado formal, impulsionadas pelas médias, micro e pequenas empresas.

“Devemos continuar observando o aumento da população ocupada e essa disseminação na contribuição de geração de vagas, seja no setor público, privado, empregador com CNPJ e sem CNPJ, por conta própria, trabalho doméstico, todas as categorias estão contribuindo para esse mercado mais forte e, como consequência, a taxa de desemprego deve ficar rondando em níveis mais baixos”, explica o economista.

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Outro fator que vem puxando por esse efeito tem a ver com a relativamente farta distribuição de benefícios sociais, como já apontado por esta Coluna. A participação dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, na renda da população vem crescendo mais do que pela remuneração do trabalho. E isso pode estar acentuando o segmento dos nem-nem, os jovens que não estudam nem trabalham.

Não se pode, também, ignorar o uso crescente dos aplicativos que passou a garantir ocupação autônoma para segmentos crescentes da força de trabalho.

Desocupação recuou no trimestre móvel encerrado em julho no menor patamar da série histórica, iniciada em 2012. 
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E, não menos importante, a maior demanda por mão de obra deve ser vista, também, como consequência da Reforma Trabalhista do período Temer, que reduziu a insegurança jurídica por ter transferido para os trabalhadores parte ou a totalidade dos custos legais nos casos de aventuras jurídicas ou de má-fé. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Insper aponta que essa redução dos custos das empresas com processos trabalhistas teve como desdobramentos a forte expansão do emprego formal e da produção que, por sua vez, contribuiu para uma redução do índice de desemprego de

O ex-ministro do Trabalho Almir Pazzianotto adverte que é preciso cautela ao se avaliar o cenário à frente, pois os atuais números podem não passar de voo de galinha.

“O País nunca experimentou um ciclo duradouro de crescimento da economia com geração de empregos e existem problemas estruturais que podem limitar os investimentos, que é um grande fator na criação de postos de trabalho. E o governo, em vez de criar uma política para estimular essa geração, parece estar mais preocupado em fortalecer os sindicatos e em patrocinar a volta do imposto sindical, por isso é difícil esperar solidez no médio e longo prazo.”

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É preciso, ainda, melhorar os investimentos em ensino, treinamento e requalificação (tendo em vista o envelhecimento da população e a maior participação desse segmento no mercado de trabalho) para reduzir o déficit de mão de obra qualificada existente no País e aumentar a produtividade do trabalho.

O mercado de trabalho segue mostrando vigor neste 2024. O governo Lula atribui esse desempenho ao que entende como sucesso de sua política econômica, que agora aponta para um crescimento anual do PIB próximo dos 3%. Mas esse dinamismo tem outras razões.

Convém cavoucar primeiro os resultados. O desemprego ficou em 6,8% da força de trabalho no trimestre móvel encerrado em julho. É o menor para o período desde o início da série histórica, iniciada em 2012, como aponta o IBGE e indica melhora de 1,1 ponto porcentual (p.p.) na comparação com o mesmo período de 2023; e de 2,3 p.p. quando se confronta com 2022.

Os dados do segundo trimestre já vinham reforçando essa melhora, quando o desemprego encerrou no menor nível em uma década, em 6,9%, com recuo na desocupação em 15 das 27 unidades federativas do País.

Mas os bons resultados não se restringem apenas à queda do desemprego. A população desocupada caiu em julho 12,8%, na comparação anual, de 8,5 milhões para 7,4 milhões, menor número de pessoas procurando por uma ocupação desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. A massa de trabalhadores ocupados também avançou e encerrou o trimestre móvel de julho em 102 milhões – novo recorde da série histórica iniciada em 2012, com a inclusão de 1,2 milhão de pessoas na comparação trimestral e mais 2,7 milhões de pessoas no ano.

E ainda há o avanço do rendimento médio, que fechou o trimestre encerrado em julho com alta de 4,8% na comparação anual.

Esse movimento não deve estancar por aí. Para os próximos meses, como aponta o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, a tendência é que o desemprego caia ainda mais. Novas vagas devem ser geradas no mercado formal, impulsionadas pelas médias, micro e pequenas empresas.

“Devemos continuar observando o aumento da população ocupada e essa disseminação na contribuição de geração de vagas, seja no setor público, privado, empregador com CNPJ e sem CNPJ, por conta própria, trabalho doméstico, todas as categorias estão contribuindo para esse mercado mais forte e, como consequência, a taxa de desemprego deve ficar rondando em níveis mais baixos”, explica o economista.

Outro fator que vem puxando por esse efeito tem a ver com a relativamente farta distribuição de benefícios sociais, como já apontado por esta Coluna. A participação dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, na renda da população vem crescendo mais do que pela remuneração do trabalho. E isso pode estar acentuando o segmento dos nem-nem, os jovens que não estudam nem trabalham.

Não se pode, também, ignorar o uso crescente dos aplicativos que passou a garantir ocupação autônoma para segmentos crescentes da força de trabalho.

Desocupação recuou no trimestre móvel encerrado em julho no menor patamar da série histórica, iniciada em 2012. 

E, não menos importante, a maior demanda por mão de obra deve ser vista, também, como consequência da Reforma Trabalhista do período Temer, que reduziu a insegurança jurídica por ter transferido para os trabalhadores parte ou a totalidade dos custos legais nos casos de aventuras jurídicas ou de má-fé. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Insper aponta que essa redução dos custos das empresas com processos trabalhistas teve como desdobramentos a forte expansão do emprego formal e da produção que, por sua vez, contribuiu para uma redução do índice de desemprego de

O ex-ministro do Trabalho Almir Pazzianotto adverte que é preciso cautela ao se avaliar o cenário à frente, pois os atuais números podem não passar de voo de galinha.

“O País nunca experimentou um ciclo duradouro de crescimento da economia com geração de empregos e existem problemas estruturais que podem limitar os investimentos, que é um grande fator na criação de postos de trabalho. E o governo, em vez de criar uma política para estimular essa geração, parece estar mais preocupado em fortalecer os sindicatos e em patrocinar a volta do imposto sindical, por isso é difícil esperar solidez no médio e longo prazo.”

É preciso, ainda, melhorar os investimentos em ensino, treinamento e requalificação (tendo em vista o envelhecimento da população e a maior participação desse segmento no mercado de trabalho) para reduzir o déficit de mão de obra qualificada existente no País e aumentar a produtividade do trabalho.

O mercado de trabalho segue mostrando vigor neste 2024. O governo Lula atribui esse desempenho ao que entende como sucesso de sua política econômica, que agora aponta para um crescimento anual do PIB próximo dos 3%. Mas esse dinamismo tem outras razões.

Convém cavoucar primeiro os resultados. O desemprego ficou em 6,8% da força de trabalho no trimestre móvel encerrado em julho. É o menor para o período desde o início da série histórica, iniciada em 2012, como aponta o IBGE e indica melhora de 1,1 ponto porcentual (p.p.) na comparação com o mesmo período de 2023; e de 2,3 p.p. quando se confronta com 2022.

Os dados do segundo trimestre já vinham reforçando essa melhora, quando o desemprego encerrou no menor nível em uma década, em 6,9%, com recuo na desocupação em 15 das 27 unidades federativas do País.

Mas os bons resultados não se restringem apenas à queda do desemprego. A população desocupada caiu em julho 12,8%, na comparação anual, de 8,5 milhões para 7,4 milhões, menor número de pessoas procurando por uma ocupação desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. A massa de trabalhadores ocupados também avançou e encerrou o trimestre móvel de julho em 102 milhões – novo recorde da série histórica iniciada em 2012, com a inclusão de 1,2 milhão de pessoas na comparação trimestral e mais 2,7 milhões de pessoas no ano.

E ainda há o avanço do rendimento médio, que fechou o trimestre encerrado em julho com alta de 4,8% na comparação anual.

Esse movimento não deve estancar por aí. Para os próximos meses, como aponta o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, a tendência é que o desemprego caia ainda mais. Novas vagas devem ser geradas no mercado formal, impulsionadas pelas médias, micro e pequenas empresas.

“Devemos continuar observando o aumento da população ocupada e essa disseminação na contribuição de geração de vagas, seja no setor público, privado, empregador com CNPJ e sem CNPJ, por conta própria, trabalho doméstico, todas as categorias estão contribuindo para esse mercado mais forte e, como consequência, a taxa de desemprego deve ficar rondando em níveis mais baixos”, explica o economista.

Outro fator que vem puxando por esse efeito tem a ver com a relativamente farta distribuição de benefícios sociais, como já apontado por esta Coluna. A participação dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, na renda da população vem crescendo mais do que pela remuneração do trabalho. E isso pode estar acentuando o segmento dos nem-nem, os jovens que não estudam nem trabalham.

Não se pode, também, ignorar o uso crescente dos aplicativos que passou a garantir ocupação autônoma para segmentos crescentes da força de trabalho.

Desocupação recuou no trimestre móvel encerrado em julho no menor patamar da série histórica, iniciada em 2012. 

E, não menos importante, a maior demanda por mão de obra deve ser vista, também, como consequência da Reforma Trabalhista do período Temer, que reduziu a insegurança jurídica por ter transferido para os trabalhadores parte ou a totalidade dos custos legais nos casos de aventuras jurídicas ou de má-fé. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Insper aponta que essa redução dos custos das empresas com processos trabalhistas teve como desdobramentos a forte expansão do emprego formal e da produção que, por sua vez, contribuiu para uma redução do índice de desemprego de

O ex-ministro do Trabalho Almir Pazzianotto adverte que é preciso cautela ao se avaliar o cenário à frente, pois os atuais números podem não passar de voo de galinha.

“O País nunca experimentou um ciclo duradouro de crescimento da economia com geração de empregos e existem problemas estruturais que podem limitar os investimentos, que é um grande fator na criação de postos de trabalho. E o governo, em vez de criar uma política para estimular essa geração, parece estar mais preocupado em fortalecer os sindicatos e em patrocinar a volta do imposto sindical, por isso é difícil esperar solidez no médio e longo prazo.”

É preciso, ainda, melhorar os investimentos em ensino, treinamento e requalificação (tendo em vista o envelhecimento da população e a maior participação desse segmento no mercado de trabalho) para reduzir o déficit de mão de obra qualificada existente no País e aumentar a produtividade do trabalho.

O mercado de trabalho segue mostrando vigor neste 2024. O governo Lula atribui esse desempenho ao que entende como sucesso de sua política econômica, que agora aponta para um crescimento anual do PIB próximo dos 3%. Mas esse dinamismo tem outras razões.

Convém cavoucar primeiro os resultados. O desemprego ficou em 6,8% da força de trabalho no trimestre móvel encerrado em julho. É o menor para o período desde o início da série histórica, iniciada em 2012, como aponta o IBGE e indica melhora de 1,1 ponto porcentual (p.p.) na comparação com o mesmo período de 2023; e de 2,3 p.p. quando se confronta com 2022.

Os dados do segundo trimestre já vinham reforçando essa melhora, quando o desemprego encerrou no menor nível em uma década, em 6,9%, com recuo na desocupação em 15 das 27 unidades federativas do País.

Mas os bons resultados não se restringem apenas à queda do desemprego. A população desocupada caiu em julho 12,8%, na comparação anual, de 8,5 milhões para 7,4 milhões, menor número de pessoas procurando por uma ocupação desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. A massa de trabalhadores ocupados também avançou e encerrou o trimestre móvel de julho em 102 milhões – novo recorde da série histórica iniciada em 2012, com a inclusão de 1,2 milhão de pessoas na comparação trimestral e mais 2,7 milhões de pessoas no ano.

E ainda há o avanço do rendimento médio, que fechou o trimestre encerrado em julho com alta de 4,8% na comparação anual.

Esse movimento não deve estancar por aí. Para os próximos meses, como aponta o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, a tendência é que o desemprego caia ainda mais. Novas vagas devem ser geradas no mercado formal, impulsionadas pelas médias, micro e pequenas empresas.

“Devemos continuar observando o aumento da população ocupada e essa disseminação na contribuição de geração de vagas, seja no setor público, privado, empregador com CNPJ e sem CNPJ, por conta própria, trabalho doméstico, todas as categorias estão contribuindo para esse mercado mais forte e, como consequência, a taxa de desemprego deve ficar rondando em níveis mais baixos”, explica o economista.

Outro fator que vem puxando por esse efeito tem a ver com a relativamente farta distribuição de benefícios sociais, como já apontado por esta Coluna. A participação dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, na renda da população vem crescendo mais do que pela remuneração do trabalho. E isso pode estar acentuando o segmento dos nem-nem, os jovens que não estudam nem trabalham.

Não se pode, também, ignorar o uso crescente dos aplicativos que passou a garantir ocupação autônoma para segmentos crescentes da força de trabalho.

Desocupação recuou no trimestre móvel encerrado em julho no menor patamar da série histórica, iniciada em 2012. 

E, não menos importante, a maior demanda por mão de obra deve ser vista, também, como consequência da Reforma Trabalhista do período Temer, que reduziu a insegurança jurídica por ter transferido para os trabalhadores parte ou a totalidade dos custos legais nos casos de aventuras jurídicas ou de má-fé. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Insper aponta que essa redução dos custos das empresas com processos trabalhistas teve como desdobramentos a forte expansão do emprego formal e da produção que, por sua vez, contribuiu para uma redução do índice de desemprego de

O ex-ministro do Trabalho Almir Pazzianotto adverte que é preciso cautela ao se avaliar o cenário à frente, pois os atuais números podem não passar de voo de galinha.

“O País nunca experimentou um ciclo duradouro de crescimento da economia com geração de empregos e existem problemas estruturais que podem limitar os investimentos, que é um grande fator na criação de postos de trabalho. E o governo, em vez de criar uma política para estimular essa geração, parece estar mais preocupado em fortalecer os sindicatos e em patrocinar a volta do imposto sindical, por isso é difícil esperar solidez no médio e longo prazo.”

É preciso, ainda, melhorar os investimentos em ensino, treinamento e requalificação (tendo em vista o envelhecimento da população e a maior participação desse segmento no mercado de trabalho) para reduzir o déficit de mão de obra qualificada existente no País e aumentar a produtividade do trabalho.

O mercado de trabalho segue mostrando vigor neste 2024. O governo Lula atribui esse desempenho ao que entende como sucesso de sua política econômica, que agora aponta para um crescimento anual do PIB próximo dos 3%. Mas esse dinamismo tem outras razões.

Convém cavoucar primeiro os resultados. O desemprego ficou em 6,8% da força de trabalho no trimestre móvel encerrado em julho. É o menor para o período desde o início da série histórica, iniciada em 2012, como aponta o IBGE e indica melhora de 1,1 ponto porcentual (p.p.) na comparação com o mesmo período de 2023; e de 2,3 p.p. quando se confronta com 2022.

Os dados do segundo trimestre já vinham reforçando essa melhora, quando o desemprego encerrou no menor nível em uma década, em 6,9%, com recuo na desocupação em 15 das 27 unidades federativas do País.

Mas os bons resultados não se restringem apenas à queda do desemprego. A população desocupada caiu em julho 12,8%, na comparação anual, de 8,5 milhões para 7,4 milhões, menor número de pessoas procurando por uma ocupação desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. A massa de trabalhadores ocupados também avançou e encerrou o trimestre móvel de julho em 102 milhões – novo recorde da série histórica iniciada em 2012, com a inclusão de 1,2 milhão de pessoas na comparação trimestral e mais 2,7 milhões de pessoas no ano.

E ainda há o avanço do rendimento médio, que fechou o trimestre encerrado em julho com alta de 4,8% na comparação anual.

Esse movimento não deve estancar por aí. Para os próximos meses, como aponta o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, a tendência é que o desemprego caia ainda mais. Novas vagas devem ser geradas no mercado formal, impulsionadas pelas médias, micro e pequenas empresas.

“Devemos continuar observando o aumento da população ocupada e essa disseminação na contribuição de geração de vagas, seja no setor público, privado, empregador com CNPJ e sem CNPJ, por conta própria, trabalho doméstico, todas as categorias estão contribuindo para esse mercado mais forte e, como consequência, a taxa de desemprego deve ficar rondando em níveis mais baixos”, explica o economista.

Outro fator que vem puxando por esse efeito tem a ver com a relativamente farta distribuição de benefícios sociais, como já apontado por esta Coluna. A participação dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, na renda da população vem crescendo mais do que pela remuneração do trabalho. E isso pode estar acentuando o segmento dos nem-nem, os jovens que não estudam nem trabalham.

Não se pode, também, ignorar o uso crescente dos aplicativos que passou a garantir ocupação autônoma para segmentos crescentes da força de trabalho.

Desocupação recuou no trimestre móvel encerrado em julho no menor patamar da série histórica, iniciada em 2012. 

E, não menos importante, a maior demanda por mão de obra deve ser vista, também, como consequência da Reforma Trabalhista do período Temer, que reduziu a insegurança jurídica por ter transferido para os trabalhadores parte ou a totalidade dos custos legais nos casos de aventuras jurídicas ou de má-fé. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Insper aponta que essa redução dos custos das empresas com processos trabalhistas teve como desdobramentos a forte expansão do emprego formal e da produção que, por sua vez, contribuiu para uma redução do índice de desemprego de

O ex-ministro do Trabalho Almir Pazzianotto adverte que é preciso cautela ao se avaliar o cenário à frente, pois os atuais números podem não passar de voo de galinha.

“O País nunca experimentou um ciclo duradouro de crescimento da economia com geração de empregos e existem problemas estruturais que podem limitar os investimentos, que é um grande fator na criação de postos de trabalho. E o governo, em vez de criar uma política para estimular essa geração, parece estar mais preocupado em fortalecer os sindicatos e em patrocinar a volta do imposto sindical, por isso é difícil esperar solidez no médio e longo prazo.”

É preciso, ainda, melhorar os investimentos em ensino, treinamento e requalificação (tendo em vista o envelhecimento da população e a maior participação desse segmento no mercado de trabalho) para reduzir o déficit de mão de obra qualificada existente no País e aumentar a produtividade do trabalho.

Análise por Celso Ming

Comentarista de Economia

Pablo Santana

Repórter da editoria de Economia, atua na Coluna do Celso Ming desde 2021. Formado pela Universidade Federal da Bahia, com extensão em Jornalismo Econômico realizada durante o 9º Curso Estado de Jornalismo Econômico.

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