Jornalista e comentarista de economia

Opinião|É a vez de mudanças na economia


Um recado importante foi dado pelas urnas nestas últimas eleições e governo terá que mudar postura na condução da política econômica

Por Celso Ming

Mesmo antes dos resultados do segundo turno das eleições, já se sabe que alguma mudança importante precisa ocorrer na política econômica.

Ainda que disfarçadas de desenvolvimentistas, as velhas propostas populistas do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) já não conseguem alavancar apoio político.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tenta manter no ar a narrativa de que a perda de apoio político se deve unicamente à comunicação ineficaz por parte de seus ministros e dos políticos petistas e aliados, que não conseguem dar a devida ênfase aos bons resultados da atual política, como o crescimento da atividade econômica e a redução do desemprego.

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Mas o problema não é apenas de comunicação, embora ela também possa contribuir. O estrago político produzido pelo rombo fiscal, que se traduz em quebra da confiança e em redução do investimento, já é maior do que o efeito na população produzido pelos pacotes de bondade distribuídos pelo governo.

Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, vêm avisando que está em elaboração um conjunto de decisões que, desta vez, não mais tratarão de aumentar a arrecadação, mas cuidarão de cortes decisivos nas despesas orçamentárias. Falta saber se terá proporções relevantes de maneira a equilibrar as contas públicas. Até agora, quaisquer iniciativas nesse sentido foram torpedeadas pelo presidente Lula. Se essas decisões não vierem, aumentará a erosão da confiança, a cotação do dólar saltará, a inflação e os juros irão atrás e a turbulência fará estragos.

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A questão de fundo é de mudança de mentalidade. Não se trata apenas de remover de dentro do governo eventuais resquícios da desastrada Nova Matriz Econômica, elaborada pelo então ministro Guido Mantega, e que a presidente Dilma colocou em prática. Há ainda quem pregue redução dos juros na marra e o despejo de despesas públicas supostamente destinadas a puxar pelo crescimento econômico e pela criação de empregos.

O estrago político produzido pelo rombo fiscal já se traduz em quebra de confiança, deterioração das expectativas e fuga de investimentos. Brasília, 15/10/2024 Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

E também não se trata de impor uma política temporária de responsabilidade fiscal, como a adotada pelo então ministro Antonio Palocci nos dois primeiros anos do primeiro mandato do presidente Lula. Trata-se de tocar a economia baseada no equilíbrio das contas públicas, sem renúncia a uma sólida política social.

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Essa mudança de mentalidade não precisa acontecer em meio a um vazio programático. O Brasil é um dos poucos países do mundo com amplas condições de definirem e colocarem em prática uma estratégia de desenvolvimento baseada na transição energética, que visa à substituição da energia fóssil por energia limpa, capaz de envolver todas as áreas da economia e de resgatar a indústria que continua definhando.

Se um recado importante foi dado agora pelas urnas foi o de que a exploração de antagonismos, do nós contra eles, já não serve nem para garantir apoio político nem para pavimentar uma boa administração econômica.

Mesmo antes dos resultados do segundo turno das eleições, já se sabe que alguma mudança importante precisa ocorrer na política econômica.

Ainda que disfarçadas de desenvolvimentistas, as velhas propostas populistas do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) já não conseguem alavancar apoio político.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tenta manter no ar a narrativa de que a perda de apoio político se deve unicamente à comunicação ineficaz por parte de seus ministros e dos políticos petistas e aliados, que não conseguem dar a devida ênfase aos bons resultados da atual política, como o crescimento da atividade econômica e a redução do desemprego.

Mas o problema não é apenas de comunicação, embora ela também possa contribuir. O estrago político produzido pelo rombo fiscal, que se traduz em quebra da confiança e em redução do investimento, já é maior do que o efeito na população produzido pelos pacotes de bondade distribuídos pelo governo.

Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, vêm avisando que está em elaboração um conjunto de decisões que, desta vez, não mais tratarão de aumentar a arrecadação, mas cuidarão de cortes decisivos nas despesas orçamentárias. Falta saber se terá proporções relevantes de maneira a equilibrar as contas públicas. Até agora, quaisquer iniciativas nesse sentido foram torpedeadas pelo presidente Lula. Se essas decisões não vierem, aumentará a erosão da confiança, a cotação do dólar saltará, a inflação e os juros irão atrás e a turbulência fará estragos.

A questão de fundo é de mudança de mentalidade. Não se trata apenas de remover de dentro do governo eventuais resquícios da desastrada Nova Matriz Econômica, elaborada pelo então ministro Guido Mantega, e que a presidente Dilma colocou em prática. Há ainda quem pregue redução dos juros na marra e o despejo de despesas públicas supostamente destinadas a puxar pelo crescimento econômico e pela criação de empregos.

O estrago político produzido pelo rombo fiscal já se traduz em quebra de confiança, deterioração das expectativas e fuga de investimentos. Brasília, 15/10/2024 Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

E também não se trata de impor uma política temporária de responsabilidade fiscal, como a adotada pelo então ministro Antonio Palocci nos dois primeiros anos do primeiro mandato do presidente Lula. Trata-se de tocar a economia baseada no equilíbrio das contas públicas, sem renúncia a uma sólida política social.

Essa mudança de mentalidade não precisa acontecer em meio a um vazio programático. O Brasil é um dos poucos países do mundo com amplas condições de definirem e colocarem em prática uma estratégia de desenvolvimento baseada na transição energética, que visa à substituição da energia fóssil por energia limpa, capaz de envolver todas as áreas da economia e de resgatar a indústria que continua definhando.

Se um recado importante foi dado agora pelas urnas foi o de que a exploração de antagonismos, do nós contra eles, já não serve nem para garantir apoio político nem para pavimentar uma boa administração econômica.

Mesmo antes dos resultados do segundo turno das eleições, já se sabe que alguma mudança importante precisa ocorrer na política econômica.

Ainda que disfarçadas de desenvolvimentistas, as velhas propostas populistas do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) já não conseguem alavancar apoio político.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tenta manter no ar a narrativa de que a perda de apoio político se deve unicamente à comunicação ineficaz por parte de seus ministros e dos políticos petistas e aliados, que não conseguem dar a devida ênfase aos bons resultados da atual política, como o crescimento da atividade econômica e a redução do desemprego.

Mas o problema não é apenas de comunicação, embora ela também possa contribuir. O estrago político produzido pelo rombo fiscal, que se traduz em quebra da confiança e em redução do investimento, já é maior do que o efeito na população produzido pelos pacotes de bondade distribuídos pelo governo.

Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, vêm avisando que está em elaboração um conjunto de decisões que, desta vez, não mais tratarão de aumentar a arrecadação, mas cuidarão de cortes decisivos nas despesas orçamentárias. Falta saber se terá proporções relevantes de maneira a equilibrar as contas públicas. Até agora, quaisquer iniciativas nesse sentido foram torpedeadas pelo presidente Lula. Se essas decisões não vierem, aumentará a erosão da confiança, a cotação do dólar saltará, a inflação e os juros irão atrás e a turbulência fará estragos.

A questão de fundo é de mudança de mentalidade. Não se trata apenas de remover de dentro do governo eventuais resquícios da desastrada Nova Matriz Econômica, elaborada pelo então ministro Guido Mantega, e que a presidente Dilma colocou em prática. Há ainda quem pregue redução dos juros na marra e o despejo de despesas públicas supostamente destinadas a puxar pelo crescimento econômico e pela criação de empregos.

O estrago político produzido pelo rombo fiscal já se traduz em quebra de confiança, deterioração das expectativas e fuga de investimentos. Brasília, 15/10/2024 Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

E também não se trata de impor uma política temporária de responsabilidade fiscal, como a adotada pelo então ministro Antonio Palocci nos dois primeiros anos do primeiro mandato do presidente Lula. Trata-se de tocar a economia baseada no equilíbrio das contas públicas, sem renúncia a uma sólida política social.

Essa mudança de mentalidade não precisa acontecer em meio a um vazio programático. O Brasil é um dos poucos países do mundo com amplas condições de definirem e colocarem em prática uma estratégia de desenvolvimento baseada na transição energética, que visa à substituição da energia fóssil por energia limpa, capaz de envolver todas as áreas da economia e de resgatar a indústria que continua definhando.

Se um recado importante foi dado agora pelas urnas foi o de que a exploração de antagonismos, do nós contra eles, já não serve nem para garantir apoio político nem para pavimentar uma boa administração econômica.

Mesmo antes dos resultados do segundo turno das eleições, já se sabe que alguma mudança importante precisa ocorrer na política econômica.

Ainda que disfarçadas de desenvolvimentistas, as velhas propostas populistas do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) já não conseguem alavancar apoio político.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tenta manter no ar a narrativa de que a perda de apoio político se deve unicamente à comunicação ineficaz por parte de seus ministros e dos políticos petistas e aliados, que não conseguem dar a devida ênfase aos bons resultados da atual política, como o crescimento da atividade econômica e a redução do desemprego.

Mas o problema não é apenas de comunicação, embora ela também possa contribuir. O estrago político produzido pelo rombo fiscal, que se traduz em quebra da confiança e em redução do investimento, já é maior do que o efeito na população produzido pelos pacotes de bondade distribuídos pelo governo.

Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, vêm avisando que está em elaboração um conjunto de decisões que, desta vez, não mais tratarão de aumentar a arrecadação, mas cuidarão de cortes decisivos nas despesas orçamentárias. Falta saber se terá proporções relevantes de maneira a equilibrar as contas públicas. Até agora, quaisquer iniciativas nesse sentido foram torpedeadas pelo presidente Lula. Se essas decisões não vierem, aumentará a erosão da confiança, a cotação do dólar saltará, a inflação e os juros irão atrás e a turbulência fará estragos.

A questão de fundo é de mudança de mentalidade. Não se trata apenas de remover de dentro do governo eventuais resquícios da desastrada Nova Matriz Econômica, elaborada pelo então ministro Guido Mantega, e que a presidente Dilma colocou em prática. Há ainda quem pregue redução dos juros na marra e o despejo de despesas públicas supostamente destinadas a puxar pelo crescimento econômico e pela criação de empregos.

O estrago político produzido pelo rombo fiscal já se traduz em quebra de confiança, deterioração das expectativas e fuga de investimentos. Brasília, 15/10/2024 Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

E também não se trata de impor uma política temporária de responsabilidade fiscal, como a adotada pelo então ministro Antonio Palocci nos dois primeiros anos do primeiro mandato do presidente Lula. Trata-se de tocar a economia baseada no equilíbrio das contas públicas, sem renúncia a uma sólida política social.

Essa mudança de mentalidade não precisa acontecer em meio a um vazio programático. O Brasil é um dos poucos países do mundo com amplas condições de definirem e colocarem em prática uma estratégia de desenvolvimento baseada na transição energética, que visa à substituição da energia fóssil por energia limpa, capaz de envolver todas as áreas da economia e de resgatar a indústria que continua definhando.

Se um recado importante foi dado agora pelas urnas foi o de que a exploração de antagonismos, do nós contra eles, já não serve nem para garantir apoio político nem para pavimentar uma boa administração econômica.

Opinião por Celso Ming

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