Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Falta política para os carros elétricos


Apesar do aumento das vendas de modelos elétricos e do crescimento da infraestrutura de recargas, o mercado de carros elétricos no Brasil precisa de mais segurança para se desenvolver

Por Celso Ming

O futuro dos carros elétricos não pode ser deixado apenas para decisão de cada empresa. Deve ser objeto de política industrial de governo.

Os países avançados, principalmente da Europa, já decidiram a substituição dos veículos alimentados a energia fóssil por veículos elétricos. Prazos relativamente curtos estão sendo fixados para cumprir as metas.

Se um dos objetivo é conquistar mercado externo para esse segmento que se tornará predominante, então será preciso garantir escala de produção e redução de custos, para as quais a boa densidade do mercado interno poderá ser alavanca decisiva.

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Mas, até agora, não há definição de uma política nessa direção. Se tudo continuar assim, o Brasil poderá novamente perder grandes oportunidades.

Os carros elétricos seguem conquistando espaço no Brasil. As vendas dos modelos leves cresceram 54% nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior (veja o gráfico). Atingiram 16,3 mil unidades, mas são nicho de cerca de apenas 2% nas vendas totais do setor.

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Esse crescimento acontece em cenário de aumento de custos, em consequência de vários choques nas cadeias de produção, o que encarece os veículos. O mercado é abastecido com importados. O modelo mais barato no mercado alcança R$ 139 mil. O cenário pode mudar com a nacionalização da produção de um componente-chave: a bateria.

Em junho, duas montadoras, a Caoa Chery e a Great Wall Motorsanunciaram planos para a produção de híbridos no Brasil, que combinam o uso de motor a combustão (etanol ou gasolina) com elétrico.

As vendas dos modelos leves eletrificados cresceram 54% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 24/06/2022 Foto:
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A Caoa já iniciou a fabricação de dois utilitários esportivos híbridos na fábrica de Anápolis, em Goiás. A multinacional brasileira Weg também deu a partida na produção de packs de baterias para veículos elétricos pesados, como ônibus, caminhões e embarcações. 

A infraestrutura também avança. A Shell acaba de inaugurar o primeiro eletroposto de carregamento rápido para elétricos na cidade de São Paulo e pretende criar mais 34 até março de 2023 na Região Sudeste. A Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) também inaugurou recentemente um primeiro ponto de recarga ultrarrápida em postos de combustíveis da bandeira Petrobras. A operação prevê a instalação de 70 postos nas Regiões Sul e Sudeste.

O fundador da Zletric, startup especializada em soluções para recarga de veículos elétricos e híbridos, Pedro Schaan, observa que “em infraestrutura, o Brasil está mostrando que existem opções de recarga, que hoje já são 1,5 mil”.

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Geovani Fagunde, sócio da consultoria PwC Brasil, adverte que o Brasil precisa definir que porcentuais da sua frota serão eletrificados ou híbridos e o quanto de energia fóssil será tolerada. “São parâmetros importantes para dar mais clareza ao processo de transição energética. O mercado privado tem capital suficiente para financiar esse desenvolvimento, mas para isso é preciso garantir mais segurança nas regras do jogo.”  /COM PABLO SANTANA

*CELSO MING É COMENTARISTA DE ECONOMIA

O futuro dos carros elétricos não pode ser deixado apenas para decisão de cada empresa. Deve ser objeto de política industrial de governo.

Os países avançados, principalmente da Europa, já decidiram a substituição dos veículos alimentados a energia fóssil por veículos elétricos. Prazos relativamente curtos estão sendo fixados para cumprir as metas.

Se um dos objetivo é conquistar mercado externo para esse segmento que se tornará predominante, então será preciso garantir escala de produção e redução de custos, para as quais a boa densidade do mercado interno poderá ser alavanca decisiva.

Mas, até agora, não há definição de uma política nessa direção. Se tudo continuar assim, o Brasil poderá novamente perder grandes oportunidades.

Os carros elétricos seguem conquistando espaço no Brasil. As vendas dos modelos leves cresceram 54% nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior (veja o gráfico). Atingiram 16,3 mil unidades, mas são nicho de cerca de apenas 2% nas vendas totais do setor.

Esse crescimento acontece em cenário de aumento de custos, em consequência de vários choques nas cadeias de produção, o que encarece os veículos. O mercado é abastecido com importados. O modelo mais barato no mercado alcança R$ 139 mil. O cenário pode mudar com a nacionalização da produção de um componente-chave: a bateria.

Em junho, duas montadoras, a Caoa Chery e a Great Wall Motorsanunciaram planos para a produção de híbridos no Brasil, que combinam o uso de motor a combustão (etanol ou gasolina) com elétrico.

As vendas dos modelos leves eletrificados cresceram 54% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 24/06/2022 Foto:

A Caoa já iniciou a fabricação de dois utilitários esportivos híbridos na fábrica de Anápolis, em Goiás. A multinacional brasileira Weg também deu a partida na produção de packs de baterias para veículos elétricos pesados, como ônibus, caminhões e embarcações. 

A infraestrutura também avança. A Shell acaba de inaugurar o primeiro eletroposto de carregamento rápido para elétricos na cidade de São Paulo e pretende criar mais 34 até março de 2023 na Região Sudeste. A Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) também inaugurou recentemente um primeiro ponto de recarga ultrarrápida em postos de combustíveis da bandeira Petrobras. A operação prevê a instalação de 70 postos nas Regiões Sul e Sudeste.

O fundador da Zletric, startup especializada em soluções para recarga de veículos elétricos e híbridos, Pedro Schaan, observa que “em infraestrutura, o Brasil está mostrando que existem opções de recarga, que hoje já são 1,5 mil”.

Geovani Fagunde, sócio da consultoria PwC Brasil, adverte que o Brasil precisa definir que porcentuais da sua frota serão eletrificados ou híbridos e o quanto de energia fóssil será tolerada. “São parâmetros importantes para dar mais clareza ao processo de transição energética. O mercado privado tem capital suficiente para financiar esse desenvolvimento, mas para isso é preciso garantir mais segurança nas regras do jogo.”  /COM PABLO SANTANA

*CELSO MING É COMENTARISTA DE ECONOMIA

O futuro dos carros elétricos não pode ser deixado apenas para decisão de cada empresa. Deve ser objeto de política industrial de governo.

Os países avançados, principalmente da Europa, já decidiram a substituição dos veículos alimentados a energia fóssil por veículos elétricos. Prazos relativamente curtos estão sendo fixados para cumprir as metas.

Se um dos objetivo é conquistar mercado externo para esse segmento que se tornará predominante, então será preciso garantir escala de produção e redução de custos, para as quais a boa densidade do mercado interno poderá ser alavanca decisiva.

Mas, até agora, não há definição de uma política nessa direção. Se tudo continuar assim, o Brasil poderá novamente perder grandes oportunidades.

Os carros elétricos seguem conquistando espaço no Brasil. As vendas dos modelos leves cresceram 54% nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior (veja o gráfico). Atingiram 16,3 mil unidades, mas são nicho de cerca de apenas 2% nas vendas totais do setor.

Esse crescimento acontece em cenário de aumento de custos, em consequência de vários choques nas cadeias de produção, o que encarece os veículos. O mercado é abastecido com importados. O modelo mais barato no mercado alcança R$ 139 mil. O cenário pode mudar com a nacionalização da produção de um componente-chave: a bateria.

Em junho, duas montadoras, a Caoa Chery e a Great Wall Motorsanunciaram planos para a produção de híbridos no Brasil, que combinam o uso de motor a combustão (etanol ou gasolina) com elétrico.

As vendas dos modelos leves eletrificados cresceram 54% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 24/06/2022 Foto:

A Caoa já iniciou a fabricação de dois utilitários esportivos híbridos na fábrica de Anápolis, em Goiás. A multinacional brasileira Weg também deu a partida na produção de packs de baterias para veículos elétricos pesados, como ônibus, caminhões e embarcações. 

A infraestrutura também avança. A Shell acaba de inaugurar o primeiro eletroposto de carregamento rápido para elétricos na cidade de São Paulo e pretende criar mais 34 até março de 2023 na Região Sudeste. A Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) também inaugurou recentemente um primeiro ponto de recarga ultrarrápida em postos de combustíveis da bandeira Petrobras. A operação prevê a instalação de 70 postos nas Regiões Sul e Sudeste.

O fundador da Zletric, startup especializada em soluções para recarga de veículos elétricos e híbridos, Pedro Schaan, observa que “em infraestrutura, o Brasil está mostrando que existem opções de recarga, que hoje já são 1,5 mil”.

Geovani Fagunde, sócio da consultoria PwC Brasil, adverte que o Brasil precisa definir que porcentuais da sua frota serão eletrificados ou híbridos e o quanto de energia fóssil será tolerada. “São parâmetros importantes para dar mais clareza ao processo de transição energética. O mercado privado tem capital suficiente para financiar esse desenvolvimento, mas para isso é preciso garantir mais segurança nas regras do jogo.”  /COM PABLO SANTANA

*CELSO MING É COMENTARISTA DE ECONOMIA

O futuro dos carros elétricos não pode ser deixado apenas para decisão de cada empresa. Deve ser objeto de política industrial de governo.

Os países avançados, principalmente da Europa, já decidiram a substituição dos veículos alimentados a energia fóssil por veículos elétricos. Prazos relativamente curtos estão sendo fixados para cumprir as metas.

Se um dos objetivo é conquistar mercado externo para esse segmento que se tornará predominante, então será preciso garantir escala de produção e redução de custos, para as quais a boa densidade do mercado interno poderá ser alavanca decisiva.

Mas, até agora, não há definição de uma política nessa direção. Se tudo continuar assim, o Brasil poderá novamente perder grandes oportunidades.

Os carros elétricos seguem conquistando espaço no Brasil. As vendas dos modelos leves cresceram 54% nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior (veja o gráfico). Atingiram 16,3 mil unidades, mas são nicho de cerca de apenas 2% nas vendas totais do setor.

Esse crescimento acontece em cenário de aumento de custos, em consequência de vários choques nas cadeias de produção, o que encarece os veículos. O mercado é abastecido com importados. O modelo mais barato no mercado alcança R$ 139 mil. O cenário pode mudar com a nacionalização da produção de um componente-chave: a bateria.

Em junho, duas montadoras, a Caoa Chery e a Great Wall Motorsanunciaram planos para a produção de híbridos no Brasil, que combinam o uso de motor a combustão (etanol ou gasolina) com elétrico.

As vendas dos modelos leves eletrificados cresceram 54% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 24/06/2022 Foto:

A Caoa já iniciou a fabricação de dois utilitários esportivos híbridos na fábrica de Anápolis, em Goiás. A multinacional brasileira Weg também deu a partida na produção de packs de baterias para veículos elétricos pesados, como ônibus, caminhões e embarcações. 

A infraestrutura também avança. A Shell acaba de inaugurar o primeiro eletroposto de carregamento rápido para elétricos na cidade de São Paulo e pretende criar mais 34 até março de 2023 na Região Sudeste. A Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) também inaugurou recentemente um primeiro ponto de recarga ultrarrápida em postos de combustíveis da bandeira Petrobras. A operação prevê a instalação de 70 postos nas Regiões Sul e Sudeste.

O fundador da Zletric, startup especializada em soluções para recarga de veículos elétricos e híbridos, Pedro Schaan, observa que “em infraestrutura, o Brasil está mostrando que existem opções de recarga, que hoje já são 1,5 mil”.

Geovani Fagunde, sócio da consultoria PwC Brasil, adverte que o Brasil precisa definir que porcentuais da sua frota serão eletrificados ou híbridos e o quanto de energia fóssil será tolerada. “São parâmetros importantes para dar mais clareza ao processo de transição energética. O mercado privado tem capital suficiente para financiar esse desenvolvimento, mas para isso é preciso garantir mais segurança nas regras do jogo.”  /COM PABLO SANTANA

*CELSO MING É COMENTARISTA DE ECONOMIA

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