Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Gargalos do agronegócio


Produção anual de grãos avança a cada ano e se aproxima das 300 milhões de toneladas, mas capacidade de armazenamento disponível no País preocupa

Por Celso Ming

O agronegócio deve entregar nesta temporada safra recorde de mais de 260 milhões de toneladas de grãos. O horizonte dos 300 milhões de toneladas está logo à frente, mas há um sério gargalo que pode prejudicar essa meta. Trata-se da insuficiência de armazenamento.

O Brasil só consegue armazenar um pouco além da metade da quantidade de grãos que produz a cada ano, considerando os últimos levantamentos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Uma indicação da existência desse descompasso é o que vem acontecendo no Mato Grosso, Estado que mais produz grãos no País. Parte da atual safra de milho está sendo amontoada a céu aberto por falta de espaço em silos e armazéns. É verdade que a colheita de grãos não acontece ao mesmo tempo. Na Região Centro-Oeste, por exemplo, a soja e a primeira safra de milho são colhidos no início do ano, entre janeiro e março, e a chamada safrinha de milho acontece entre maio e agosto. Quando há lento escoamento ou antecipação da colheita, como ocorreu neste ano, os produtores ficam sem espaço e se sujeitam a prejuízos.

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Este não é problema isolado. Neste ano, também foram relatados casos de armazenagem de milho a céu aberto no Paraná. Mas a falta de armazéns também é enfrentada por produtores nas novas fronteiras agrícolas, na Região do Matopiba e no Pará. “Ao contrário do que ocorreu com a produção de grãos, em que a interiorização da agricultura possibilitou o avanço da fronteira agrícola, a infraestrutura logística no Brasil manteve-se concentrada. Nada menos que 75% da capacidade total de armazenamento do País estão nas Regiões Sul e Centro-Oeste”, explica Paulo Machado, superintendente da Conab.

O Brasil tem condições de armazenar 178,3 milhões de toneladas de grãos, ou seja apenas ⅔ da produção anual esperada para a safra 2021/2022. Em 10 anos, só avançou em pouco mais de 23% na capacidade estática de armazenamento de grãos. No mesmo período, a produção anual saltou de 162 milhões de toneladas para 261 milhões - crescimento de 61%.

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Wellington Andrade, diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), observa que esse déficit deve ser tratado de forma estratégica, não só pelos prejuízos que gera ao produtor, como também por questão de segurança alimentar, seja pelo desperdício, seja pela perda de qualidade do produto.

A solução não se restringe a construir silos e armazéns, mas, também, exige a criação de pontos de conectividade entre os modais de transporte para dar mais eficácia ao escoamento, prover investimentos em tecnologia para aprimorar a estocagem e qualidade dos armazéns e monitorar a produção para melhorar as previsões e não pressionar os ciclos entre as safras.

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São desafios que exigem a desburocratização do sistema e criação de linhas de financiamentos para viabilizar esse tipo de investimento por parte do setor privado, como explica Felippe Serigati, professor e pesquisador do Centro de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas.

“A diferença da época de produção da soja e do milho ameniza o desequilíbrio entre a produção e a capacidade de armazenagem, mas o desafio é grande e não será resolvido em uma ou duas safras. Como acredito que o setor público não vai ter fôlego para desenvolver essa questão, o que vai facilitar a reduzir esse gargalo é a disponibilidade de crédito com condições mais favoráveis para o setor privado realizar os investimentos.”/COM PABLO SANTANA

O agronegócio deve entregar nesta temporada safra recorde de mais de 260 milhões de toneladas de grãos. O horizonte dos 300 milhões de toneladas está logo à frente, mas há um sério gargalo que pode prejudicar essa meta. Trata-se da insuficiência de armazenamento.

O Brasil só consegue armazenar um pouco além da metade da quantidade de grãos que produz a cada ano, considerando os últimos levantamentos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Uma indicação da existência desse descompasso é o que vem acontecendo no Mato Grosso, Estado que mais produz grãos no País. Parte da atual safra de milho está sendo amontoada a céu aberto por falta de espaço em silos e armazéns. É verdade que a colheita de grãos não acontece ao mesmo tempo. Na Região Centro-Oeste, por exemplo, a soja e a primeira safra de milho são colhidos no início do ano, entre janeiro e março, e a chamada safrinha de milho acontece entre maio e agosto. Quando há lento escoamento ou antecipação da colheita, como ocorreu neste ano, os produtores ficam sem espaço e se sujeitam a prejuízos.

Este não é problema isolado. Neste ano, também foram relatados casos de armazenagem de milho a céu aberto no Paraná. Mas a falta de armazéns também é enfrentada por produtores nas novas fronteiras agrícolas, na Região do Matopiba e no Pará. “Ao contrário do que ocorreu com a produção de grãos, em que a interiorização da agricultura possibilitou o avanço da fronteira agrícola, a infraestrutura logística no Brasil manteve-se concentrada. Nada menos que 75% da capacidade total de armazenamento do País estão nas Regiões Sul e Centro-Oeste”, explica Paulo Machado, superintendente da Conab.

O Brasil tem condições de armazenar 178,3 milhões de toneladas de grãos, ou seja apenas ⅔ da produção anual esperada para a safra 2021/2022. Em 10 anos, só avançou em pouco mais de 23% na capacidade estática de armazenamento de grãos. No mesmo período, a produção anual saltou de 162 milhões de toneladas para 261 milhões - crescimento de 61%.

Wellington Andrade, diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), observa que esse déficit deve ser tratado de forma estratégica, não só pelos prejuízos que gera ao produtor, como também por questão de segurança alimentar, seja pelo desperdício, seja pela perda de qualidade do produto.

A solução não se restringe a construir silos e armazéns, mas, também, exige a criação de pontos de conectividade entre os modais de transporte para dar mais eficácia ao escoamento, prover investimentos em tecnologia para aprimorar a estocagem e qualidade dos armazéns e monitorar a produção para melhorar as previsões e não pressionar os ciclos entre as safras.

São desafios que exigem a desburocratização do sistema e criação de linhas de financiamentos para viabilizar esse tipo de investimento por parte do setor privado, como explica Felippe Serigati, professor e pesquisador do Centro de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas.

“A diferença da época de produção da soja e do milho ameniza o desequilíbrio entre a produção e a capacidade de armazenagem, mas o desafio é grande e não será resolvido em uma ou duas safras. Como acredito que o setor público não vai ter fôlego para desenvolver essa questão, o que vai facilitar a reduzir esse gargalo é a disponibilidade de crédito com condições mais favoráveis para o setor privado realizar os investimentos.”/COM PABLO SANTANA

O agronegócio deve entregar nesta temporada safra recorde de mais de 260 milhões de toneladas de grãos. O horizonte dos 300 milhões de toneladas está logo à frente, mas há um sério gargalo que pode prejudicar essa meta. Trata-se da insuficiência de armazenamento.

O Brasil só consegue armazenar um pouco além da metade da quantidade de grãos que produz a cada ano, considerando os últimos levantamentos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Uma indicação da existência desse descompasso é o que vem acontecendo no Mato Grosso, Estado que mais produz grãos no País. Parte da atual safra de milho está sendo amontoada a céu aberto por falta de espaço em silos e armazéns. É verdade que a colheita de grãos não acontece ao mesmo tempo. Na Região Centro-Oeste, por exemplo, a soja e a primeira safra de milho são colhidos no início do ano, entre janeiro e março, e a chamada safrinha de milho acontece entre maio e agosto. Quando há lento escoamento ou antecipação da colheita, como ocorreu neste ano, os produtores ficam sem espaço e se sujeitam a prejuízos.

Este não é problema isolado. Neste ano, também foram relatados casos de armazenagem de milho a céu aberto no Paraná. Mas a falta de armazéns também é enfrentada por produtores nas novas fronteiras agrícolas, na Região do Matopiba e no Pará. “Ao contrário do que ocorreu com a produção de grãos, em que a interiorização da agricultura possibilitou o avanço da fronteira agrícola, a infraestrutura logística no Brasil manteve-se concentrada. Nada menos que 75% da capacidade total de armazenamento do País estão nas Regiões Sul e Centro-Oeste”, explica Paulo Machado, superintendente da Conab.

O Brasil tem condições de armazenar 178,3 milhões de toneladas de grãos, ou seja apenas ⅔ da produção anual esperada para a safra 2021/2022. Em 10 anos, só avançou em pouco mais de 23% na capacidade estática de armazenamento de grãos. No mesmo período, a produção anual saltou de 162 milhões de toneladas para 261 milhões - crescimento de 61%.

Wellington Andrade, diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), observa que esse déficit deve ser tratado de forma estratégica, não só pelos prejuízos que gera ao produtor, como também por questão de segurança alimentar, seja pelo desperdício, seja pela perda de qualidade do produto.

A solução não se restringe a construir silos e armazéns, mas, também, exige a criação de pontos de conectividade entre os modais de transporte para dar mais eficácia ao escoamento, prover investimentos em tecnologia para aprimorar a estocagem e qualidade dos armazéns e monitorar a produção para melhorar as previsões e não pressionar os ciclos entre as safras.

São desafios que exigem a desburocratização do sistema e criação de linhas de financiamentos para viabilizar esse tipo de investimento por parte do setor privado, como explica Felippe Serigati, professor e pesquisador do Centro de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas.

“A diferença da época de produção da soja e do milho ameniza o desequilíbrio entre a produção e a capacidade de armazenagem, mas o desafio é grande e não será resolvido em uma ou duas safras. Como acredito que o setor público não vai ter fôlego para desenvolver essa questão, o que vai facilitar a reduzir esse gargalo é a disponibilidade de crédito com condições mais favoráveis para o setor privado realizar os investimentos.”/COM PABLO SANTANA

O agronegócio deve entregar nesta temporada safra recorde de mais de 260 milhões de toneladas de grãos. O horizonte dos 300 milhões de toneladas está logo à frente, mas há um sério gargalo que pode prejudicar essa meta. Trata-se da insuficiência de armazenamento.

O Brasil só consegue armazenar um pouco além da metade da quantidade de grãos que produz a cada ano, considerando os últimos levantamentos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Uma indicação da existência desse descompasso é o que vem acontecendo no Mato Grosso, Estado que mais produz grãos no País. Parte da atual safra de milho está sendo amontoada a céu aberto por falta de espaço em silos e armazéns. É verdade que a colheita de grãos não acontece ao mesmo tempo. Na Região Centro-Oeste, por exemplo, a soja e a primeira safra de milho são colhidos no início do ano, entre janeiro e março, e a chamada safrinha de milho acontece entre maio e agosto. Quando há lento escoamento ou antecipação da colheita, como ocorreu neste ano, os produtores ficam sem espaço e se sujeitam a prejuízos.

Este não é problema isolado. Neste ano, também foram relatados casos de armazenagem de milho a céu aberto no Paraná. Mas a falta de armazéns também é enfrentada por produtores nas novas fronteiras agrícolas, na Região do Matopiba e no Pará. “Ao contrário do que ocorreu com a produção de grãos, em que a interiorização da agricultura possibilitou o avanço da fronteira agrícola, a infraestrutura logística no Brasil manteve-se concentrada. Nada menos que 75% da capacidade total de armazenamento do País estão nas Regiões Sul e Centro-Oeste”, explica Paulo Machado, superintendente da Conab.

O Brasil tem condições de armazenar 178,3 milhões de toneladas de grãos, ou seja apenas ⅔ da produção anual esperada para a safra 2021/2022. Em 10 anos, só avançou em pouco mais de 23% na capacidade estática de armazenamento de grãos. No mesmo período, a produção anual saltou de 162 milhões de toneladas para 261 milhões - crescimento de 61%.

Wellington Andrade, diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), observa que esse déficit deve ser tratado de forma estratégica, não só pelos prejuízos que gera ao produtor, como também por questão de segurança alimentar, seja pelo desperdício, seja pela perda de qualidade do produto.

A solução não se restringe a construir silos e armazéns, mas, também, exige a criação de pontos de conectividade entre os modais de transporte para dar mais eficácia ao escoamento, prover investimentos em tecnologia para aprimorar a estocagem e qualidade dos armazéns e monitorar a produção para melhorar as previsões e não pressionar os ciclos entre as safras.

São desafios que exigem a desburocratização do sistema e criação de linhas de financiamentos para viabilizar esse tipo de investimento por parte do setor privado, como explica Felippe Serigati, professor e pesquisador do Centro de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas.

“A diferença da época de produção da soja e do milho ameniza o desequilíbrio entre a produção e a capacidade de armazenagem, mas o desafio é grande e não será resolvido em uma ou duas safras. Como acredito que o setor público não vai ter fôlego para desenvolver essa questão, o que vai facilitar a reduzir esse gargalo é a disponibilidade de crédito com condições mais favoráveis para o setor privado realizar os investimentos.”/COM PABLO SANTANA

O agronegócio deve entregar nesta temporada safra recorde de mais de 260 milhões de toneladas de grãos. O horizonte dos 300 milhões de toneladas está logo à frente, mas há um sério gargalo que pode prejudicar essa meta. Trata-se da insuficiência de armazenamento.

O Brasil só consegue armazenar um pouco além da metade da quantidade de grãos que produz a cada ano, considerando os últimos levantamentos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Uma indicação da existência desse descompasso é o que vem acontecendo no Mato Grosso, Estado que mais produz grãos no País. Parte da atual safra de milho está sendo amontoada a céu aberto por falta de espaço em silos e armazéns. É verdade que a colheita de grãos não acontece ao mesmo tempo. Na Região Centro-Oeste, por exemplo, a soja e a primeira safra de milho são colhidos no início do ano, entre janeiro e março, e a chamada safrinha de milho acontece entre maio e agosto. Quando há lento escoamento ou antecipação da colheita, como ocorreu neste ano, os produtores ficam sem espaço e se sujeitam a prejuízos.

Este não é problema isolado. Neste ano, também foram relatados casos de armazenagem de milho a céu aberto no Paraná. Mas a falta de armazéns também é enfrentada por produtores nas novas fronteiras agrícolas, na Região do Matopiba e no Pará. “Ao contrário do que ocorreu com a produção de grãos, em que a interiorização da agricultura possibilitou o avanço da fronteira agrícola, a infraestrutura logística no Brasil manteve-se concentrada. Nada menos que 75% da capacidade total de armazenamento do País estão nas Regiões Sul e Centro-Oeste”, explica Paulo Machado, superintendente da Conab.

O Brasil tem condições de armazenar 178,3 milhões de toneladas de grãos, ou seja apenas ⅔ da produção anual esperada para a safra 2021/2022. Em 10 anos, só avançou em pouco mais de 23% na capacidade estática de armazenamento de grãos. No mesmo período, a produção anual saltou de 162 milhões de toneladas para 261 milhões - crescimento de 61%.

Wellington Andrade, diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), observa que esse déficit deve ser tratado de forma estratégica, não só pelos prejuízos que gera ao produtor, como também por questão de segurança alimentar, seja pelo desperdício, seja pela perda de qualidade do produto.

A solução não se restringe a construir silos e armazéns, mas, também, exige a criação de pontos de conectividade entre os modais de transporte para dar mais eficácia ao escoamento, prover investimentos em tecnologia para aprimorar a estocagem e qualidade dos armazéns e monitorar a produção para melhorar as previsões e não pressionar os ciclos entre as safras.

São desafios que exigem a desburocratização do sistema e criação de linhas de financiamentos para viabilizar esse tipo de investimento por parte do setor privado, como explica Felippe Serigati, professor e pesquisador do Centro de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas.

“A diferença da época de produção da soja e do milho ameniza o desequilíbrio entre a produção e a capacidade de armazenagem, mas o desafio é grande e não será resolvido em uma ou duas safras. Como acredito que o setor público não vai ter fôlego para desenvolver essa questão, o que vai facilitar a reduzir esse gargalo é a disponibilidade de crédito com condições mais favoráveis para o setor privado realizar os investimentos.”/COM PABLO SANTANA

Opinião por Celso Ming

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