Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Há algo de errado com os juros no Brasil?


Ano foi marcado por fortes críticas e pressões de alas do governo e do próprio presidente Lula sobre a política monetária, mas o País encerrar 2023 com a previsão de ter inflação mais baixa em quatro anos, é sinal de que o BC tem razão

Por Celso Ming

Desde agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central vem cortando os juros em 0,5 ponto porcentual de cada vez, ritmo que pretende manter “nas próximas reuniões”, como consta no comunicado divulgado logo após a última atualização do nível dos juros.

Começou a redução quando a Selic estava em 13,75% ao ano, agora os juros estão a 11,75% e, pelas avaliações dos analistas auscultados pela Pesquisa Focus, do Banco Central, podem chegar até dezembro de 2024 aos 9,00% ao ano.

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Seja qual for a decisão do BC, subsistem as pressões para que os cortes sejam maiores, sob o argumento de que é preciso alavancar o crescimento econômico e o emprego.

Esses agentes de pressão poderiam usar argumentos mais firmes. Poderiam, por exemplo, alegar que um bom pedaço da inflação vigente não tem origem no excesso de demanda, mas compõe uma inflação de custos mais altos de produção, que começou lá atrás, durante a pandemia, quando foram cortados os fluxos de produção e distribuição. É verdade que, no combate a uma inflação de custos, não cabe a elevação dos juros (redução de moeda na economia), que age apenas sobre o excesso de demanda.

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Outro argumento seria o de que juros mais baixos reduziriam os custos do crédito, e que estes ajudariam tanto no resgate das dívidas como na redução dos custos de produção.

O que prevalece hoje no diagnóstico e nas decisões do Copom é a existência de componente forte de inflação de demanda, que aparece principalmente na alta dos serviços Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Poderiam pontuar, também, que juros mais baixos e mais dinheiro na economia aumentariam a disponibilidade de crédito que empurraria a atividade econômica. Juros mais baixos, com mais crescimento, proveriam mais oferta de mercadorias e de serviços e, portanto, poderiam contribuir para derrubar a inflação.

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Redução de custos financeiros na economia em consequência de juros baixos certamente empurrariam as exportações, trariam mais dólares para o País e, assim, ajudariam a derrubar a cotação da moeda estrangeira, a baratear os importados e a baixar a inflação.

OK, essas razões são válidas quando aplicadas na condição certa e no tempo certo. Mas derrubar os juros a canetadas, como foi feito durante o governo Dilma e o presidente do Banco Central com ela alinhado era Alexandre Tombini, levaria o risco de produzir um desastre. Foi o que aconteceu então: a inflação disparou, a economia mergulhou na recessão, o governo foi levado a produzir pedaladas nas contas públicas e tudo acabou no impeachment.

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O que prevalece hoje no diagnóstico e nas decisões do Copom é a existência de componente forte de inflação de demanda, que aparece principalmente na alta dos serviços. Deixar de agir sobre esse fator com uma política monetária restritiva, como a de agora, deixaria soltos os esquemas remarcatórios de preços que, por sua vez, aumentariam ainda mais a inflação.

Nesse campo, a prudência tem de prevalecer sobre afoitezas heterodoxas.

Desde agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central vem cortando os juros em 0,5 ponto porcentual de cada vez, ritmo que pretende manter “nas próximas reuniões”, como consta no comunicado divulgado logo após a última atualização do nível dos juros.

Começou a redução quando a Selic estava em 13,75% ao ano, agora os juros estão a 11,75% e, pelas avaliações dos analistas auscultados pela Pesquisa Focus, do Banco Central, podem chegar até dezembro de 2024 aos 9,00% ao ano.

Seja qual for a decisão do BC, subsistem as pressões para que os cortes sejam maiores, sob o argumento de que é preciso alavancar o crescimento econômico e o emprego.

Esses agentes de pressão poderiam usar argumentos mais firmes. Poderiam, por exemplo, alegar que um bom pedaço da inflação vigente não tem origem no excesso de demanda, mas compõe uma inflação de custos mais altos de produção, que começou lá atrás, durante a pandemia, quando foram cortados os fluxos de produção e distribuição. É verdade que, no combate a uma inflação de custos, não cabe a elevação dos juros (redução de moeda na economia), que age apenas sobre o excesso de demanda.

Outro argumento seria o de que juros mais baixos reduziriam os custos do crédito, e que estes ajudariam tanto no resgate das dívidas como na redução dos custos de produção.

O que prevalece hoje no diagnóstico e nas decisões do Copom é a existência de componente forte de inflação de demanda, que aparece principalmente na alta dos serviços Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Poderiam pontuar, também, que juros mais baixos e mais dinheiro na economia aumentariam a disponibilidade de crédito que empurraria a atividade econômica. Juros mais baixos, com mais crescimento, proveriam mais oferta de mercadorias e de serviços e, portanto, poderiam contribuir para derrubar a inflação.

Redução de custos financeiros na economia em consequência de juros baixos certamente empurrariam as exportações, trariam mais dólares para o País e, assim, ajudariam a derrubar a cotação da moeda estrangeira, a baratear os importados e a baixar a inflação.

OK, essas razões são válidas quando aplicadas na condição certa e no tempo certo. Mas derrubar os juros a canetadas, como foi feito durante o governo Dilma e o presidente do Banco Central com ela alinhado era Alexandre Tombini, levaria o risco de produzir um desastre. Foi o que aconteceu então: a inflação disparou, a economia mergulhou na recessão, o governo foi levado a produzir pedaladas nas contas públicas e tudo acabou no impeachment.

O que prevalece hoje no diagnóstico e nas decisões do Copom é a existência de componente forte de inflação de demanda, que aparece principalmente na alta dos serviços. Deixar de agir sobre esse fator com uma política monetária restritiva, como a de agora, deixaria soltos os esquemas remarcatórios de preços que, por sua vez, aumentariam ainda mais a inflação.

Nesse campo, a prudência tem de prevalecer sobre afoitezas heterodoxas.

Desde agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central vem cortando os juros em 0,5 ponto porcentual de cada vez, ritmo que pretende manter “nas próximas reuniões”, como consta no comunicado divulgado logo após a última atualização do nível dos juros.

Começou a redução quando a Selic estava em 13,75% ao ano, agora os juros estão a 11,75% e, pelas avaliações dos analistas auscultados pela Pesquisa Focus, do Banco Central, podem chegar até dezembro de 2024 aos 9,00% ao ano.

Seja qual for a decisão do BC, subsistem as pressões para que os cortes sejam maiores, sob o argumento de que é preciso alavancar o crescimento econômico e o emprego.

Esses agentes de pressão poderiam usar argumentos mais firmes. Poderiam, por exemplo, alegar que um bom pedaço da inflação vigente não tem origem no excesso de demanda, mas compõe uma inflação de custos mais altos de produção, que começou lá atrás, durante a pandemia, quando foram cortados os fluxos de produção e distribuição. É verdade que, no combate a uma inflação de custos, não cabe a elevação dos juros (redução de moeda na economia), que age apenas sobre o excesso de demanda.

Outro argumento seria o de que juros mais baixos reduziriam os custos do crédito, e que estes ajudariam tanto no resgate das dívidas como na redução dos custos de produção.

O que prevalece hoje no diagnóstico e nas decisões do Copom é a existência de componente forte de inflação de demanda, que aparece principalmente na alta dos serviços Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Poderiam pontuar, também, que juros mais baixos e mais dinheiro na economia aumentariam a disponibilidade de crédito que empurraria a atividade econômica. Juros mais baixos, com mais crescimento, proveriam mais oferta de mercadorias e de serviços e, portanto, poderiam contribuir para derrubar a inflação.

Redução de custos financeiros na economia em consequência de juros baixos certamente empurrariam as exportações, trariam mais dólares para o País e, assim, ajudariam a derrubar a cotação da moeda estrangeira, a baratear os importados e a baixar a inflação.

OK, essas razões são válidas quando aplicadas na condição certa e no tempo certo. Mas derrubar os juros a canetadas, como foi feito durante o governo Dilma e o presidente do Banco Central com ela alinhado era Alexandre Tombini, levaria o risco de produzir um desastre. Foi o que aconteceu então: a inflação disparou, a economia mergulhou na recessão, o governo foi levado a produzir pedaladas nas contas públicas e tudo acabou no impeachment.

O que prevalece hoje no diagnóstico e nas decisões do Copom é a existência de componente forte de inflação de demanda, que aparece principalmente na alta dos serviços. Deixar de agir sobre esse fator com uma política monetária restritiva, como a de agora, deixaria soltos os esquemas remarcatórios de preços que, por sua vez, aumentariam ainda mais a inflação.

Nesse campo, a prudência tem de prevalecer sobre afoitezas heterodoxas.

Desde agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central vem cortando os juros em 0,5 ponto porcentual de cada vez, ritmo que pretende manter “nas próximas reuniões”, como consta no comunicado divulgado logo após a última atualização do nível dos juros.

Começou a redução quando a Selic estava em 13,75% ao ano, agora os juros estão a 11,75% e, pelas avaliações dos analistas auscultados pela Pesquisa Focus, do Banco Central, podem chegar até dezembro de 2024 aos 9,00% ao ano.

Seja qual for a decisão do BC, subsistem as pressões para que os cortes sejam maiores, sob o argumento de que é preciso alavancar o crescimento econômico e o emprego.

Esses agentes de pressão poderiam usar argumentos mais firmes. Poderiam, por exemplo, alegar que um bom pedaço da inflação vigente não tem origem no excesso de demanda, mas compõe uma inflação de custos mais altos de produção, que começou lá atrás, durante a pandemia, quando foram cortados os fluxos de produção e distribuição. É verdade que, no combate a uma inflação de custos, não cabe a elevação dos juros (redução de moeda na economia), que age apenas sobre o excesso de demanda.

Outro argumento seria o de que juros mais baixos reduziriam os custos do crédito, e que estes ajudariam tanto no resgate das dívidas como na redução dos custos de produção.

O que prevalece hoje no diagnóstico e nas decisões do Copom é a existência de componente forte de inflação de demanda, que aparece principalmente na alta dos serviços Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Poderiam pontuar, também, que juros mais baixos e mais dinheiro na economia aumentariam a disponibilidade de crédito que empurraria a atividade econômica. Juros mais baixos, com mais crescimento, proveriam mais oferta de mercadorias e de serviços e, portanto, poderiam contribuir para derrubar a inflação.

Redução de custos financeiros na economia em consequência de juros baixos certamente empurrariam as exportações, trariam mais dólares para o País e, assim, ajudariam a derrubar a cotação da moeda estrangeira, a baratear os importados e a baixar a inflação.

OK, essas razões são válidas quando aplicadas na condição certa e no tempo certo. Mas derrubar os juros a canetadas, como foi feito durante o governo Dilma e o presidente do Banco Central com ela alinhado era Alexandre Tombini, levaria o risco de produzir um desastre. Foi o que aconteceu então: a inflação disparou, a economia mergulhou na recessão, o governo foi levado a produzir pedaladas nas contas públicas e tudo acabou no impeachment.

O que prevalece hoje no diagnóstico e nas decisões do Copom é a existência de componente forte de inflação de demanda, que aparece principalmente na alta dos serviços. Deixar de agir sobre esse fator com uma política monetária restritiva, como a de agora, deixaria soltos os esquemas remarcatórios de preços que, por sua vez, aumentariam ainda mais a inflação.

Nesse campo, a prudência tem de prevalecer sobre afoitezas heterodoxas.

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