Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Incertezas externas parecem diminuir, mas o grande problema da economia brasileira é interno


BCE reduziu os juros na última quinta e pode dar início ao ciclo de queda entre os grandes bancos centrais, mas a situação fiscal brasileira segue sendo o maior ponto de tensão para os próximos meses

Por Celso Ming

Uma das fontes de incerteza da economia brasileira começa a dar sinais de reversão.

Na última quinta-feira, pela primeira vez depois de cinco anos de aperto, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu os juros básicos em 0,25 ponto porcentual ao ano, para 3,75%.

continua após a publicidade

Apesar das advertências da presidente do BCE, Christine Lagarde, de que não há garantias de que o afrouxamento continue, esse movimento é relevante para o futuro da economia, embora possa parecer incipiente. Mais do que o alívio produzido entre os endividados europeus, passa sinal de que a economia mundial, emperrada desde os tempos da pandemia, pode recuperar dinamismo, desde que a melhora seja sustentável. Os soluços por qual passa a economia global mostram que isso ainda não está claro.

Agora, passa a ser a vez do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), que há meses ameaça reduzir os juros básicos (Fed funds), que estão altos demais por tempo demais, para os padrões deles, mas que ainda não ousou dar esse passo. Teme que dinheiro mais fácil acelere demais os negócios, aumente a já esticada demanda por mão de obra e acirre a inflação. É hipótese a considerar se a iniciativa do BCE estimulará o Fed a seguir pela mesma trilha.

continua após a publicidade

Outra área que não vai bem no exterior é o acirramento dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio (Israel e Hamas) e na Europa (Rússia e Ucrânia). Mas, para isso, o remédio é de outra natureza.

O que muda do ponto de vista dos interesses da economia brasileira? É um pouco a situação de quem melhorou alguma coisa da dor de cabeça, mas continua mal das pernas.

O vazamento de informações de uma reunião fechada entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes de bancos e instituições financeiras deu a entender que os limites do arcabouço fiscal podem ser mudados. Haddad negou.  Foto: Wilton Junior/Estadão
continua após a publicidade

A grande fonte de incertezas da economia brasileira não é a externa, que talvez possa melhorar, mas a interna. De longe, a maior causa da falta de sustentação da atividade econômica, da inflação renitente e da deterioração das expectativas é a situação das contas públicas. Ao desistir do arcabouço fiscal, o governo Lula deixou o transatlântico nacional sem âncora fiscal, à mercê de turbulências. A calamidade que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, que passou a exigir transferências de recursos da ordem de R$ 65 bilhões a R$ 85 bilhões, acabará por produzir ondas na economia, cuja magnitude não pode hoje ser devidamente avaliada.

Se as contas externas estivessem em ordem, as turbulências externas seriam mais facilmente suportadas.

O Brasil é uma carteira de excelentes oportunidades, especialmente a partir da construção da nova era energética. Mas falta estratégia e falta rumo que amarre toda a política econômica em torno desse novo polo de desenvolvimento.

Uma das fontes de incerteza da economia brasileira começa a dar sinais de reversão.

Na última quinta-feira, pela primeira vez depois de cinco anos de aperto, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu os juros básicos em 0,25 ponto porcentual ao ano, para 3,75%.

Apesar das advertências da presidente do BCE, Christine Lagarde, de que não há garantias de que o afrouxamento continue, esse movimento é relevante para o futuro da economia, embora possa parecer incipiente. Mais do que o alívio produzido entre os endividados europeus, passa sinal de que a economia mundial, emperrada desde os tempos da pandemia, pode recuperar dinamismo, desde que a melhora seja sustentável. Os soluços por qual passa a economia global mostram que isso ainda não está claro.

Agora, passa a ser a vez do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), que há meses ameaça reduzir os juros básicos (Fed funds), que estão altos demais por tempo demais, para os padrões deles, mas que ainda não ousou dar esse passo. Teme que dinheiro mais fácil acelere demais os negócios, aumente a já esticada demanda por mão de obra e acirre a inflação. É hipótese a considerar se a iniciativa do BCE estimulará o Fed a seguir pela mesma trilha.

Outra área que não vai bem no exterior é o acirramento dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio (Israel e Hamas) e na Europa (Rússia e Ucrânia). Mas, para isso, o remédio é de outra natureza.

O que muda do ponto de vista dos interesses da economia brasileira? É um pouco a situação de quem melhorou alguma coisa da dor de cabeça, mas continua mal das pernas.

O vazamento de informações de uma reunião fechada entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes de bancos e instituições financeiras deu a entender que os limites do arcabouço fiscal podem ser mudados. Haddad negou.  Foto: Wilton Junior/Estadão

A grande fonte de incertezas da economia brasileira não é a externa, que talvez possa melhorar, mas a interna. De longe, a maior causa da falta de sustentação da atividade econômica, da inflação renitente e da deterioração das expectativas é a situação das contas públicas. Ao desistir do arcabouço fiscal, o governo Lula deixou o transatlântico nacional sem âncora fiscal, à mercê de turbulências. A calamidade que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, que passou a exigir transferências de recursos da ordem de R$ 65 bilhões a R$ 85 bilhões, acabará por produzir ondas na economia, cuja magnitude não pode hoje ser devidamente avaliada.

Se as contas externas estivessem em ordem, as turbulências externas seriam mais facilmente suportadas.

O Brasil é uma carteira de excelentes oportunidades, especialmente a partir da construção da nova era energética. Mas falta estratégia e falta rumo que amarre toda a política econômica em torno desse novo polo de desenvolvimento.

Uma das fontes de incerteza da economia brasileira começa a dar sinais de reversão.

Na última quinta-feira, pela primeira vez depois de cinco anos de aperto, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu os juros básicos em 0,25 ponto porcentual ao ano, para 3,75%.

Apesar das advertências da presidente do BCE, Christine Lagarde, de que não há garantias de que o afrouxamento continue, esse movimento é relevante para o futuro da economia, embora possa parecer incipiente. Mais do que o alívio produzido entre os endividados europeus, passa sinal de que a economia mundial, emperrada desde os tempos da pandemia, pode recuperar dinamismo, desde que a melhora seja sustentável. Os soluços por qual passa a economia global mostram que isso ainda não está claro.

Agora, passa a ser a vez do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), que há meses ameaça reduzir os juros básicos (Fed funds), que estão altos demais por tempo demais, para os padrões deles, mas que ainda não ousou dar esse passo. Teme que dinheiro mais fácil acelere demais os negócios, aumente a já esticada demanda por mão de obra e acirre a inflação. É hipótese a considerar se a iniciativa do BCE estimulará o Fed a seguir pela mesma trilha.

Outra área que não vai bem no exterior é o acirramento dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio (Israel e Hamas) e na Europa (Rússia e Ucrânia). Mas, para isso, o remédio é de outra natureza.

O que muda do ponto de vista dos interesses da economia brasileira? É um pouco a situação de quem melhorou alguma coisa da dor de cabeça, mas continua mal das pernas.

O vazamento de informações de uma reunião fechada entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes de bancos e instituições financeiras deu a entender que os limites do arcabouço fiscal podem ser mudados. Haddad negou.  Foto: Wilton Junior/Estadão

A grande fonte de incertezas da economia brasileira não é a externa, que talvez possa melhorar, mas a interna. De longe, a maior causa da falta de sustentação da atividade econômica, da inflação renitente e da deterioração das expectativas é a situação das contas públicas. Ao desistir do arcabouço fiscal, o governo Lula deixou o transatlântico nacional sem âncora fiscal, à mercê de turbulências. A calamidade que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, que passou a exigir transferências de recursos da ordem de R$ 65 bilhões a R$ 85 bilhões, acabará por produzir ondas na economia, cuja magnitude não pode hoje ser devidamente avaliada.

Se as contas externas estivessem em ordem, as turbulências externas seriam mais facilmente suportadas.

O Brasil é uma carteira de excelentes oportunidades, especialmente a partir da construção da nova era energética. Mas falta estratégia e falta rumo que amarre toda a política econômica em torno desse novo polo de desenvolvimento.

Uma das fontes de incerteza da economia brasileira começa a dar sinais de reversão.

Na última quinta-feira, pela primeira vez depois de cinco anos de aperto, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu os juros básicos em 0,25 ponto porcentual ao ano, para 3,75%.

Apesar das advertências da presidente do BCE, Christine Lagarde, de que não há garantias de que o afrouxamento continue, esse movimento é relevante para o futuro da economia, embora possa parecer incipiente. Mais do que o alívio produzido entre os endividados europeus, passa sinal de que a economia mundial, emperrada desde os tempos da pandemia, pode recuperar dinamismo, desde que a melhora seja sustentável. Os soluços por qual passa a economia global mostram que isso ainda não está claro.

Agora, passa a ser a vez do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), que há meses ameaça reduzir os juros básicos (Fed funds), que estão altos demais por tempo demais, para os padrões deles, mas que ainda não ousou dar esse passo. Teme que dinheiro mais fácil acelere demais os negócios, aumente a já esticada demanda por mão de obra e acirre a inflação. É hipótese a considerar se a iniciativa do BCE estimulará o Fed a seguir pela mesma trilha.

Outra área que não vai bem no exterior é o acirramento dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio (Israel e Hamas) e na Europa (Rússia e Ucrânia). Mas, para isso, o remédio é de outra natureza.

O que muda do ponto de vista dos interesses da economia brasileira? É um pouco a situação de quem melhorou alguma coisa da dor de cabeça, mas continua mal das pernas.

O vazamento de informações de uma reunião fechada entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes de bancos e instituições financeiras deu a entender que os limites do arcabouço fiscal podem ser mudados. Haddad negou.  Foto: Wilton Junior/Estadão

A grande fonte de incertezas da economia brasileira não é a externa, que talvez possa melhorar, mas a interna. De longe, a maior causa da falta de sustentação da atividade econômica, da inflação renitente e da deterioração das expectativas é a situação das contas públicas. Ao desistir do arcabouço fiscal, o governo Lula deixou o transatlântico nacional sem âncora fiscal, à mercê de turbulências. A calamidade que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, que passou a exigir transferências de recursos da ordem de R$ 65 bilhões a R$ 85 bilhões, acabará por produzir ondas na economia, cuja magnitude não pode hoje ser devidamente avaliada.

Se as contas externas estivessem em ordem, as turbulências externas seriam mais facilmente suportadas.

O Brasil é uma carteira de excelentes oportunidades, especialmente a partir da construção da nova era energética. Mas falta estratégia e falta rumo que amarre toda a política econômica em torno desse novo polo de desenvolvimento.

Uma das fontes de incerteza da economia brasileira começa a dar sinais de reversão.

Na última quinta-feira, pela primeira vez depois de cinco anos de aperto, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu os juros básicos em 0,25 ponto porcentual ao ano, para 3,75%.

Apesar das advertências da presidente do BCE, Christine Lagarde, de que não há garantias de que o afrouxamento continue, esse movimento é relevante para o futuro da economia, embora possa parecer incipiente. Mais do que o alívio produzido entre os endividados europeus, passa sinal de que a economia mundial, emperrada desde os tempos da pandemia, pode recuperar dinamismo, desde que a melhora seja sustentável. Os soluços por qual passa a economia global mostram que isso ainda não está claro.

Agora, passa a ser a vez do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), que há meses ameaça reduzir os juros básicos (Fed funds), que estão altos demais por tempo demais, para os padrões deles, mas que ainda não ousou dar esse passo. Teme que dinheiro mais fácil acelere demais os negócios, aumente a já esticada demanda por mão de obra e acirre a inflação. É hipótese a considerar se a iniciativa do BCE estimulará o Fed a seguir pela mesma trilha.

Outra área que não vai bem no exterior é o acirramento dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio (Israel e Hamas) e na Europa (Rússia e Ucrânia). Mas, para isso, o remédio é de outra natureza.

O que muda do ponto de vista dos interesses da economia brasileira? É um pouco a situação de quem melhorou alguma coisa da dor de cabeça, mas continua mal das pernas.

O vazamento de informações de uma reunião fechada entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes de bancos e instituições financeiras deu a entender que os limites do arcabouço fiscal podem ser mudados. Haddad negou.  Foto: Wilton Junior/Estadão

A grande fonte de incertezas da economia brasileira não é a externa, que talvez possa melhorar, mas a interna. De longe, a maior causa da falta de sustentação da atividade econômica, da inflação renitente e da deterioração das expectativas é a situação das contas públicas. Ao desistir do arcabouço fiscal, o governo Lula deixou o transatlântico nacional sem âncora fiscal, à mercê de turbulências. A calamidade que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, que passou a exigir transferências de recursos da ordem de R$ 65 bilhões a R$ 85 bilhões, acabará por produzir ondas na economia, cuja magnitude não pode hoje ser devidamente avaliada.

Se as contas externas estivessem em ordem, as turbulências externas seriam mais facilmente suportadas.

O Brasil é uma carteira de excelentes oportunidades, especialmente a partir da construção da nova era energética. Mas falta estratégia e falta rumo que amarre toda a política econômica em torno desse novo polo de desenvolvimento.

Opinião por Celso Ming

Comentarista de Economia

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.