Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Meta mais alta de inflação?


Por trás de toda a polêmica que o presidente Lula tem feito sobre a meta de inflação tem o velho preconceito das esquerdas de que o crescimento econômico sempre cobrará um preço em mais inflação

Por Celso Ming

O presidente Lula voltou a insistir em que o Banco Central (BC) precisa trabalhar com meta de inflação mais alta, que é para fixar juros mais baixos do que os 13,75% ao ano hoje vigentes.

É preciso juros mais baixos, argumenta ele, para incentivar o investimento e o aumento do emprego. E acrescenta: a atual meta de inflação no Brasil é padrão de países ricos, e não de países em desenvolvimento.

Esta Coluna argumenta que, no caso, Lula está errado porque usa raciocínio terraplanista. Primeiro, vamos às regras do jogo. Quem fixa a meta é o governo, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC trata de calibrar os juros para empurrar a inflação para dentro da meta. Quanto mais distante fica a inflação da meta estabelecida, mais altos têm de ser os juros.

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A meta deste ano está fixada em 3,25%. A de 2024 e a de 2025, em 3,00%. No Brasil, há uma tolerância de 1,5 ponto porcentual, tanto para cima como para baixo. Nos países avançados, essa área de escape não existe porque os bancos centrais não operam, como aqui, com o alvo no ano-calendário, que se encerra em 31 de dezembro. Lá, o objetivo é cumprir a meta em 12 meses acumulados.

Em junho, o CMN reúne-se outra vez para fixar a meta de 2026. Esse prazo dilatado é necessário porque o BC tem de mirar mais longe. As declarações do presidente sugerem que, na próxima reunião, o conselho não só estipule uma meta mais alta para 2026, mas reveja para cima as metas fixadas para 2024 e 2025.

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Isso seria um erro. E não é porque os maiorais do mercado têm interesse numa meta mais baixa. Ao contrário, eles se dariam melhor com a meta mais alta porque podem se defender. Meta mais alta, especialmente se ela se estender para 2024 e 2025, criaria um pandemônio no mercado. Os créditos de mais longo prazo, tanto para investimento como para financiamentos, têm juros embutidos que pressupõem cumprimento da meta – ainda que de maneira imperfeita. Se mudar a meta, o governo estaria metendo no sistema um fator de confusão e de quebra de credibilidade.

Em entrevista recente, o presidente Lula afirmou que irá reunir um grupo de empresários para entender por que a Selic é mantida em patamares altos e que irá cobrar uma explicação do presidente do Banco Central.  Foto: Wilton Junior/Estadão
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Isso, por sua vez, tenderia a puxar para cima a inflação, porque os fazedores de preços entenderiam que o BC teria perdido autoridade. E, se a inflação ficasse mais alta, o maior perdedor seria o assalariado, justamente o lado que o presidente Lula pretende beneficiar.

Por trás de tudo está o velho preconceito das esquerdas de que o crescimento econômico sempre cobrará um preço em mais inflação. É ter de tolerar a comilança das lagartas para afinal poder ter borboletas. Hoje, está mais do que comprovado que, em ambiente de mais inflação, quem se dá bem são os mais ricos e quem mais perde é sempre o pobre.

O presidente Lula voltou a insistir em que o Banco Central (BC) precisa trabalhar com meta de inflação mais alta, que é para fixar juros mais baixos do que os 13,75% ao ano hoje vigentes.

É preciso juros mais baixos, argumenta ele, para incentivar o investimento e o aumento do emprego. E acrescenta: a atual meta de inflação no Brasil é padrão de países ricos, e não de países em desenvolvimento.

Esta Coluna argumenta que, no caso, Lula está errado porque usa raciocínio terraplanista. Primeiro, vamos às regras do jogo. Quem fixa a meta é o governo, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC trata de calibrar os juros para empurrar a inflação para dentro da meta. Quanto mais distante fica a inflação da meta estabelecida, mais altos têm de ser os juros.

A meta deste ano está fixada em 3,25%. A de 2024 e a de 2025, em 3,00%. No Brasil, há uma tolerância de 1,5 ponto porcentual, tanto para cima como para baixo. Nos países avançados, essa área de escape não existe porque os bancos centrais não operam, como aqui, com o alvo no ano-calendário, que se encerra em 31 de dezembro. Lá, o objetivo é cumprir a meta em 12 meses acumulados.

Em junho, o CMN reúne-se outra vez para fixar a meta de 2026. Esse prazo dilatado é necessário porque o BC tem de mirar mais longe. As declarações do presidente sugerem que, na próxima reunião, o conselho não só estipule uma meta mais alta para 2026, mas reveja para cima as metas fixadas para 2024 e 2025.

Isso seria um erro. E não é porque os maiorais do mercado têm interesse numa meta mais baixa. Ao contrário, eles se dariam melhor com a meta mais alta porque podem se defender. Meta mais alta, especialmente se ela se estender para 2024 e 2025, criaria um pandemônio no mercado. Os créditos de mais longo prazo, tanto para investimento como para financiamentos, têm juros embutidos que pressupõem cumprimento da meta – ainda que de maneira imperfeita. Se mudar a meta, o governo estaria metendo no sistema um fator de confusão e de quebra de credibilidade.

Em entrevista recente, o presidente Lula afirmou que irá reunir um grupo de empresários para entender por que a Selic é mantida em patamares altos e que irá cobrar uma explicação do presidente do Banco Central.  Foto: Wilton Junior/Estadão

Isso, por sua vez, tenderia a puxar para cima a inflação, porque os fazedores de preços entenderiam que o BC teria perdido autoridade. E, se a inflação ficasse mais alta, o maior perdedor seria o assalariado, justamente o lado que o presidente Lula pretende beneficiar.

Por trás de tudo está o velho preconceito das esquerdas de que o crescimento econômico sempre cobrará um preço em mais inflação. É ter de tolerar a comilança das lagartas para afinal poder ter borboletas. Hoje, está mais do que comprovado que, em ambiente de mais inflação, quem se dá bem são os mais ricos e quem mais perde é sempre o pobre.

O presidente Lula voltou a insistir em que o Banco Central (BC) precisa trabalhar com meta de inflação mais alta, que é para fixar juros mais baixos do que os 13,75% ao ano hoje vigentes.

É preciso juros mais baixos, argumenta ele, para incentivar o investimento e o aumento do emprego. E acrescenta: a atual meta de inflação no Brasil é padrão de países ricos, e não de países em desenvolvimento.

Esta Coluna argumenta que, no caso, Lula está errado porque usa raciocínio terraplanista. Primeiro, vamos às regras do jogo. Quem fixa a meta é o governo, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC trata de calibrar os juros para empurrar a inflação para dentro da meta. Quanto mais distante fica a inflação da meta estabelecida, mais altos têm de ser os juros.

A meta deste ano está fixada em 3,25%. A de 2024 e a de 2025, em 3,00%. No Brasil, há uma tolerância de 1,5 ponto porcentual, tanto para cima como para baixo. Nos países avançados, essa área de escape não existe porque os bancos centrais não operam, como aqui, com o alvo no ano-calendário, que se encerra em 31 de dezembro. Lá, o objetivo é cumprir a meta em 12 meses acumulados.

Em junho, o CMN reúne-se outra vez para fixar a meta de 2026. Esse prazo dilatado é necessário porque o BC tem de mirar mais longe. As declarações do presidente sugerem que, na próxima reunião, o conselho não só estipule uma meta mais alta para 2026, mas reveja para cima as metas fixadas para 2024 e 2025.

Isso seria um erro. E não é porque os maiorais do mercado têm interesse numa meta mais baixa. Ao contrário, eles se dariam melhor com a meta mais alta porque podem se defender. Meta mais alta, especialmente se ela se estender para 2024 e 2025, criaria um pandemônio no mercado. Os créditos de mais longo prazo, tanto para investimento como para financiamentos, têm juros embutidos que pressupõem cumprimento da meta – ainda que de maneira imperfeita. Se mudar a meta, o governo estaria metendo no sistema um fator de confusão e de quebra de credibilidade.

Em entrevista recente, o presidente Lula afirmou que irá reunir um grupo de empresários para entender por que a Selic é mantida em patamares altos e que irá cobrar uma explicação do presidente do Banco Central.  Foto: Wilton Junior/Estadão

Isso, por sua vez, tenderia a puxar para cima a inflação, porque os fazedores de preços entenderiam que o BC teria perdido autoridade. E, se a inflação ficasse mais alta, o maior perdedor seria o assalariado, justamente o lado que o presidente Lula pretende beneficiar.

Por trás de tudo está o velho preconceito das esquerdas de que o crescimento econômico sempre cobrará um preço em mais inflação. É ter de tolerar a comilança das lagartas para afinal poder ter borboletas. Hoje, está mais do que comprovado que, em ambiente de mais inflação, quem se dá bem são os mais ricos e quem mais perde é sempre o pobre.

O presidente Lula voltou a insistir em que o Banco Central (BC) precisa trabalhar com meta de inflação mais alta, que é para fixar juros mais baixos do que os 13,75% ao ano hoje vigentes.

É preciso juros mais baixos, argumenta ele, para incentivar o investimento e o aumento do emprego. E acrescenta: a atual meta de inflação no Brasil é padrão de países ricos, e não de países em desenvolvimento.

Esta Coluna argumenta que, no caso, Lula está errado porque usa raciocínio terraplanista. Primeiro, vamos às regras do jogo. Quem fixa a meta é o governo, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC trata de calibrar os juros para empurrar a inflação para dentro da meta. Quanto mais distante fica a inflação da meta estabelecida, mais altos têm de ser os juros.

A meta deste ano está fixada em 3,25%. A de 2024 e a de 2025, em 3,00%. No Brasil, há uma tolerância de 1,5 ponto porcentual, tanto para cima como para baixo. Nos países avançados, essa área de escape não existe porque os bancos centrais não operam, como aqui, com o alvo no ano-calendário, que se encerra em 31 de dezembro. Lá, o objetivo é cumprir a meta em 12 meses acumulados.

Em junho, o CMN reúne-se outra vez para fixar a meta de 2026. Esse prazo dilatado é necessário porque o BC tem de mirar mais longe. As declarações do presidente sugerem que, na próxima reunião, o conselho não só estipule uma meta mais alta para 2026, mas reveja para cima as metas fixadas para 2024 e 2025.

Isso seria um erro. E não é porque os maiorais do mercado têm interesse numa meta mais baixa. Ao contrário, eles se dariam melhor com a meta mais alta porque podem se defender. Meta mais alta, especialmente se ela se estender para 2024 e 2025, criaria um pandemônio no mercado. Os créditos de mais longo prazo, tanto para investimento como para financiamentos, têm juros embutidos que pressupõem cumprimento da meta – ainda que de maneira imperfeita. Se mudar a meta, o governo estaria metendo no sistema um fator de confusão e de quebra de credibilidade.

Em entrevista recente, o presidente Lula afirmou que irá reunir um grupo de empresários para entender por que a Selic é mantida em patamares altos e que irá cobrar uma explicação do presidente do Banco Central.  Foto: Wilton Junior/Estadão

Isso, por sua vez, tenderia a puxar para cima a inflação, porque os fazedores de preços entenderiam que o BC teria perdido autoridade. E, se a inflação ficasse mais alta, o maior perdedor seria o assalariado, justamente o lado que o presidente Lula pretende beneficiar.

Por trás de tudo está o velho preconceito das esquerdas de que o crescimento econômico sempre cobrará um preço em mais inflação. É ter de tolerar a comilança das lagartas para afinal poder ter borboletas. Hoje, está mais do que comprovado que, em ambiente de mais inflação, quem se dá bem são os mais ricos e quem mais perde é sempre o pobre.

Opinião por Celso Ming

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