Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Lula na contramão do Banco Central


Já há alguns fatores que devem pressionar a inflação no País nos próximos meses e isso vai exigir mais empenho do Banco Central para empurrar a inflação para dentro da meta

Por Celso Ming

O governo Lula mantém uma renitente contradição em relação à política monetária (política de juros) do Banco Central (BC). Foi ele que fixou a meta de inflação de 3% em 12 meses para que o BC calibrasse seu único instrumento de ação de modo a empurrar a inflação para dentro da meta. Mas, na prática, o governo Lula e a cúpula do PT não gostam e não querem que o Banco Central cumpra seu mandato. Querem que derrube os juros, para baratear o crédito, mesmo que o inchaço monetário produza inflação e inviabilize o cumprimento da meta.

Na linguagem comum, às vezes, causa e consequência se confundem. Quem obtém o resultado de acelerar um carro injeta gasolina no motor, que é a causa da aceleração. Quando muda os juros, o BC ou injeta dinheiro na economia e, no caso, baixa os juros – que é o preço do dinheiro – ou retira dinheiro da economia, portanto, aumenta os juros.

Juros altos tendem a reduzir a inflação porque menos dinheiro na economia deve reduzir a demanda. Juros mais baixos aceleram a demanda.

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Quando afirma, como tem afirmado, que o Banco Central tem também de acionar o desenvolvimento e não só olhar para a inflação, o presidente Lula está exigindo o cumprimento de um segundo mandato, que o BC não tem.

Mesmo se tivesse, não caberia neste momento exigir juro baixo para aumentar o desenvolvimento e reduzir o desemprego. A economia cresce perto dos 3% ao ano e o desemprego é o mais baixo para o período (6,8%) desde 2012, início da série histórica.

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Em alguns países, o banco central tem o duplo mandato: o de combater a inflação e reduzir o desemprego. É o caso do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Na prática, esse duplo mandato, embora sempre mencionado, não funciona. O Fed calibra os juros para cumprir a meta de inflação, que lá é de 2% em 12 meses.

O que o governo Lula também parece ignorar é que o mercado financeiro não é uma entidade passiva nesse jogo. Banco Central e mercado financeiro mantêm uma relação delicada, baseada na confiança e na formação de expectativas. Se, por uma razão qualquer, o mercado desconfia de que o Banco Central desistiu de usar os juros para combater a inflação, a reação inevitável é a alta dos juros futuros. Sempre que um credor chega à conclusão de que seu devedor pagará seu empréstimo a prazo com uma moeda inflacionada, passará a cobrar um adicional.

A alta dos juros futuros com a Selic baixa foi uma das coisas que aconteceram quando a presidente Dilma impôs juros artificialmente baixos ao presidente do Banco Central de então, o economista Alexandre Tombini. Aí, tudo azedou, veio a recessão, o impeachment e tudo o mais.

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Pergunta que resta: por que o presidente Lula insiste em cobrar do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o rompimento das regras legais do jogo e passe a derrubar os juros a canetadas? A resposta disponível é a de que Campos Neto está servindo de bode expiatório para os atuais problemas da economia, a começar pelo do rombo fiscal.

O governo Lula mantém uma renitente contradição em relação à política monetária (política de juros) do Banco Central (BC). Foi ele que fixou a meta de inflação de 3% em 12 meses para que o BC calibrasse seu único instrumento de ação de modo a empurrar a inflação para dentro da meta. Mas, na prática, o governo Lula e a cúpula do PT não gostam e não querem que o Banco Central cumpra seu mandato. Querem que derrube os juros, para baratear o crédito, mesmo que o inchaço monetário produza inflação e inviabilize o cumprimento da meta.

Na linguagem comum, às vezes, causa e consequência se confundem. Quem obtém o resultado de acelerar um carro injeta gasolina no motor, que é a causa da aceleração. Quando muda os juros, o BC ou injeta dinheiro na economia e, no caso, baixa os juros – que é o preço do dinheiro – ou retira dinheiro da economia, portanto, aumenta os juros.

Juros altos tendem a reduzir a inflação porque menos dinheiro na economia deve reduzir a demanda. Juros mais baixos aceleram a demanda.

Quando afirma, como tem afirmado, que o Banco Central tem também de acionar o desenvolvimento e não só olhar para a inflação, o presidente Lula está exigindo o cumprimento de um segundo mandato, que o BC não tem.

Mesmo se tivesse, não caberia neste momento exigir juro baixo para aumentar o desenvolvimento e reduzir o desemprego. A economia cresce perto dos 3% ao ano e o desemprego é o mais baixo para o período (6,8%) desde 2012, início da série histórica.

Em alguns países, o banco central tem o duplo mandato: o de combater a inflação e reduzir o desemprego. É o caso do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Na prática, esse duplo mandato, embora sempre mencionado, não funciona. O Fed calibra os juros para cumprir a meta de inflação, que lá é de 2% em 12 meses.

O que o governo Lula também parece ignorar é que o mercado financeiro não é uma entidade passiva nesse jogo. Banco Central e mercado financeiro mantêm uma relação delicada, baseada na confiança e na formação de expectativas. Se, por uma razão qualquer, o mercado desconfia de que o Banco Central desistiu de usar os juros para combater a inflação, a reação inevitável é a alta dos juros futuros. Sempre que um credor chega à conclusão de que seu devedor pagará seu empréstimo a prazo com uma moeda inflacionada, passará a cobrar um adicional.

A alta dos juros futuros com a Selic baixa foi uma das coisas que aconteceram quando a presidente Dilma impôs juros artificialmente baixos ao presidente do Banco Central de então, o economista Alexandre Tombini. Aí, tudo azedou, veio a recessão, o impeachment e tudo o mais.

Pergunta que resta: por que o presidente Lula insiste em cobrar do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o rompimento das regras legais do jogo e passe a derrubar os juros a canetadas? A resposta disponível é a de que Campos Neto está servindo de bode expiatório para os atuais problemas da economia, a começar pelo do rombo fiscal.

O governo Lula mantém uma renitente contradição em relação à política monetária (política de juros) do Banco Central (BC). Foi ele que fixou a meta de inflação de 3% em 12 meses para que o BC calibrasse seu único instrumento de ação de modo a empurrar a inflação para dentro da meta. Mas, na prática, o governo Lula e a cúpula do PT não gostam e não querem que o Banco Central cumpra seu mandato. Querem que derrube os juros, para baratear o crédito, mesmo que o inchaço monetário produza inflação e inviabilize o cumprimento da meta.

Na linguagem comum, às vezes, causa e consequência se confundem. Quem obtém o resultado de acelerar um carro injeta gasolina no motor, que é a causa da aceleração. Quando muda os juros, o BC ou injeta dinheiro na economia e, no caso, baixa os juros – que é o preço do dinheiro – ou retira dinheiro da economia, portanto, aumenta os juros.

Juros altos tendem a reduzir a inflação porque menos dinheiro na economia deve reduzir a demanda. Juros mais baixos aceleram a demanda.

Quando afirma, como tem afirmado, que o Banco Central tem também de acionar o desenvolvimento e não só olhar para a inflação, o presidente Lula está exigindo o cumprimento de um segundo mandato, que o BC não tem.

Mesmo se tivesse, não caberia neste momento exigir juro baixo para aumentar o desenvolvimento e reduzir o desemprego. A economia cresce perto dos 3% ao ano e o desemprego é o mais baixo para o período (6,8%) desde 2012, início da série histórica.

Em alguns países, o banco central tem o duplo mandato: o de combater a inflação e reduzir o desemprego. É o caso do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Na prática, esse duplo mandato, embora sempre mencionado, não funciona. O Fed calibra os juros para cumprir a meta de inflação, que lá é de 2% em 12 meses.

O que o governo Lula também parece ignorar é que o mercado financeiro não é uma entidade passiva nesse jogo. Banco Central e mercado financeiro mantêm uma relação delicada, baseada na confiança e na formação de expectativas. Se, por uma razão qualquer, o mercado desconfia de que o Banco Central desistiu de usar os juros para combater a inflação, a reação inevitável é a alta dos juros futuros. Sempre que um credor chega à conclusão de que seu devedor pagará seu empréstimo a prazo com uma moeda inflacionada, passará a cobrar um adicional.

A alta dos juros futuros com a Selic baixa foi uma das coisas que aconteceram quando a presidente Dilma impôs juros artificialmente baixos ao presidente do Banco Central de então, o economista Alexandre Tombini. Aí, tudo azedou, veio a recessão, o impeachment e tudo o mais.

Pergunta que resta: por que o presidente Lula insiste em cobrar do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o rompimento das regras legais do jogo e passe a derrubar os juros a canetadas? A resposta disponível é a de que Campos Neto está servindo de bode expiatório para os atuais problemas da economia, a começar pelo do rombo fiscal.

O governo Lula mantém uma renitente contradição em relação à política monetária (política de juros) do Banco Central (BC). Foi ele que fixou a meta de inflação de 3% em 12 meses para que o BC calibrasse seu único instrumento de ação de modo a empurrar a inflação para dentro da meta. Mas, na prática, o governo Lula e a cúpula do PT não gostam e não querem que o Banco Central cumpra seu mandato. Querem que derrube os juros, para baratear o crédito, mesmo que o inchaço monetário produza inflação e inviabilize o cumprimento da meta.

Na linguagem comum, às vezes, causa e consequência se confundem. Quem obtém o resultado de acelerar um carro injeta gasolina no motor, que é a causa da aceleração. Quando muda os juros, o BC ou injeta dinheiro na economia e, no caso, baixa os juros – que é o preço do dinheiro – ou retira dinheiro da economia, portanto, aumenta os juros.

Juros altos tendem a reduzir a inflação porque menos dinheiro na economia deve reduzir a demanda. Juros mais baixos aceleram a demanda.

Quando afirma, como tem afirmado, que o Banco Central tem também de acionar o desenvolvimento e não só olhar para a inflação, o presidente Lula está exigindo o cumprimento de um segundo mandato, que o BC não tem.

Mesmo se tivesse, não caberia neste momento exigir juro baixo para aumentar o desenvolvimento e reduzir o desemprego. A economia cresce perto dos 3% ao ano e o desemprego é o mais baixo para o período (6,8%) desde 2012, início da série histórica.

Em alguns países, o banco central tem o duplo mandato: o de combater a inflação e reduzir o desemprego. É o caso do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Na prática, esse duplo mandato, embora sempre mencionado, não funciona. O Fed calibra os juros para cumprir a meta de inflação, que lá é de 2% em 12 meses.

O que o governo Lula também parece ignorar é que o mercado financeiro não é uma entidade passiva nesse jogo. Banco Central e mercado financeiro mantêm uma relação delicada, baseada na confiança e na formação de expectativas. Se, por uma razão qualquer, o mercado desconfia de que o Banco Central desistiu de usar os juros para combater a inflação, a reação inevitável é a alta dos juros futuros. Sempre que um credor chega à conclusão de que seu devedor pagará seu empréstimo a prazo com uma moeda inflacionada, passará a cobrar um adicional.

A alta dos juros futuros com a Selic baixa foi uma das coisas que aconteceram quando a presidente Dilma impôs juros artificialmente baixos ao presidente do Banco Central de então, o economista Alexandre Tombini. Aí, tudo azedou, veio a recessão, o impeachment e tudo o mais.

Pergunta que resta: por que o presidente Lula insiste em cobrar do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o rompimento das regras legais do jogo e passe a derrubar os juros a canetadas? A resposta disponível é a de que Campos Neto está servindo de bode expiatório para os atuais problemas da economia, a começar pelo do rombo fiscal.

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