Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Meta de inflação mantida em 3%


Decisão de hoje reforça que a malhação feita pelo governo Lula sobre a política de juros do Banco Central foi desproporcional

Por Celso Ming
Atualização:

Depois de tanta paulada desferida pelo presidente Lula sobre a meta de inflação vigente, a decisão do governo, tomada nesta quinta-feira, 29, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), foi de não mexer nas metas de inflação de 2023, 2024 e 2025 e manter para 2026 a meta já definida para os dois anos anteriores, de 3%.

A única mudança foi a de acabar com a exigência de cumprimento da meta ao fim de cada 31 de dezembro (ano-calendário) e, a partir de 2025, adotar a meta contínua, a ser perseguida ao longo do tempo (no acumulado de 12 meses), como acontece na maioria dos países que adotam o regime de metas.

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Até 2024 será mantida a área de escape, de 1,5%, tanto para cima como para baixo do centro da meta, com o sistema de ano-calendário (de janeiro a dezembro). Mas, a partir de 2025, com a adoção do critério de meta contínua, não fará mais sentido manter esse intervalo de tolerância. Se acontecer um choque de oferta, como o que houve ao longo da pandemia e da guerra na Ucrânia, o Banco Central (BC) tratará de trazer de volta a inflação para a normalidade, dentro do horizonte de atuação, sem ter de apresentar tiro na mosca do alvo a cada dia 31 de dezembro.

A razão técnica alegada para a malhação do presidente Lula e de membros do governo sobre a política de juros era a de que a meta de inflação de 3,25% em 2023 e de 3,0% em 2024 e 2025 era baixa demais. E que, para ser perseguida, exigia juros excessivamente elevados. Mas eis que a altura do sarrafo foi mantida. Isso, por si só, demonstra que as pressões sobre o BC foram desproporcionais às questões técnicas agora assumidas pelo governo, por meio do CMN.

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Ainda nesta quinta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente Lula, afirmou que Roberto Campos Neto, presidente do BC, “não entende nada de País e não tem sentimento com o sofrimento do povo”. Se fosse isso, a decisão sobre a meta de 2026, pelo governo, seria outra. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o BC já prevê inflação na meta de 3% em 2026.

Quanto à adoção da meta contínua, há meses Campos Neto defendia essa mudança. Ainda não está claro como será a condução pelo BC. Em princípio, a formação das expectativas terá pouca alteração.

O tom mais ameno da Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), correspondente à decisão do dia 21, de manter os juros básicos (Selic) em 13,75% ao ano, pareceu destoar do comunicado divulgado após a reunião, que foi mais duro. Ainda nesta quinta-feira, antes da reunião do CMN, da qual é membro integrante, Campos Neto reconheceu que o comunicado pode ter contido certo erro de comunicação, na medida em que não deixou clara para os formadores de preços a porta aberta para redução dos juros a partir de agosto.

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As indicações passaram a ser de que a reunião do Copom de 2 de agosto marcará o início da redução da Selic. A conferir.

Depois de tanta paulada desferida pelo presidente Lula sobre a meta de inflação vigente, a decisão do governo, tomada nesta quinta-feira, 29, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), foi de não mexer nas metas de inflação de 2023, 2024 e 2025 e manter para 2026 a meta já definida para os dois anos anteriores, de 3%.

A única mudança foi a de acabar com a exigência de cumprimento da meta ao fim de cada 31 de dezembro (ano-calendário) e, a partir de 2025, adotar a meta contínua, a ser perseguida ao longo do tempo (no acumulado de 12 meses), como acontece na maioria dos países que adotam o regime de metas.

Até 2024 será mantida a área de escape, de 1,5%, tanto para cima como para baixo do centro da meta, com o sistema de ano-calendário (de janeiro a dezembro). Mas, a partir de 2025, com a adoção do critério de meta contínua, não fará mais sentido manter esse intervalo de tolerância. Se acontecer um choque de oferta, como o que houve ao longo da pandemia e da guerra na Ucrânia, o Banco Central (BC) tratará de trazer de volta a inflação para a normalidade, dentro do horizonte de atuação, sem ter de apresentar tiro na mosca do alvo a cada dia 31 de dezembro.

A razão técnica alegada para a malhação do presidente Lula e de membros do governo sobre a política de juros era a de que a meta de inflação de 3,25% em 2023 e de 3,0% em 2024 e 2025 era baixa demais. E que, para ser perseguida, exigia juros excessivamente elevados. Mas eis que a altura do sarrafo foi mantida. Isso, por si só, demonstra que as pressões sobre o BC foram desproporcionais às questões técnicas agora assumidas pelo governo, por meio do CMN.

Ainda nesta quinta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente Lula, afirmou que Roberto Campos Neto, presidente do BC, “não entende nada de País e não tem sentimento com o sofrimento do povo”. Se fosse isso, a decisão sobre a meta de 2026, pelo governo, seria outra. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o BC já prevê inflação na meta de 3% em 2026.

Quanto à adoção da meta contínua, há meses Campos Neto defendia essa mudança. Ainda não está claro como será a condução pelo BC. Em princípio, a formação das expectativas terá pouca alteração.

O tom mais ameno da Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), correspondente à decisão do dia 21, de manter os juros básicos (Selic) em 13,75% ao ano, pareceu destoar do comunicado divulgado após a reunião, que foi mais duro. Ainda nesta quinta-feira, antes da reunião do CMN, da qual é membro integrante, Campos Neto reconheceu que o comunicado pode ter contido certo erro de comunicação, na medida em que não deixou clara para os formadores de preços a porta aberta para redução dos juros a partir de agosto.

As indicações passaram a ser de que a reunião do Copom de 2 de agosto marcará o início da redução da Selic. A conferir.

Depois de tanta paulada desferida pelo presidente Lula sobre a meta de inflação vigente, a decisão do governo, tomada nesta quinta-feira, 29, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), foi de não mexer nas metas de inflação de 2023, 2024 e 2025 e manter para 2026 a meta já definida para os dois anos anteriores, de 3%.

A única mudança foi a de acabar com a exigência de cumprimento da meta ao fim de cada 31 de dezembro (ano-calendário) e, a partir de 2025, adotar a meta contínua, a ser perseguida ao longo do tempo (no acumulado de 12 meses), como acontece na maioria dos países que adotam o regime de metas.

Até 2024 será mantida a área de escape, de 1,5%, tanto para cima como para baixo do centro da meta, com o sistema de ano-calendário (de janeiro a dezembro). Mas, a partir de 2025, com a adoção do critério de meta contínua, não fará mais sentido manter esse intervalo de tolerância. Se acontecer um choque de oferta, como o que houve ao longo da pandemia e da guerra na Ucrânia, o Banco Central (BC) tratará de trazer de volta a inflação para a normalidade, dentro do horizonte de atuação, sem ter de apresentar tiro na mosca do alvo a cada dia 31 de dezembro.

A razão técnica alegada para a malhação do presidente Lula e de membros do governo sobre a política de juros era a de que a meta de inflação de 3,25% em 2023 e de 3,0% em 2024 e 2025 era baixa demais. E que, para ser perseguida, exigia juros excessivamente elevados. Mas eis que a altura do sarrafo foi mantida. Isso, por si só, demonstra que as pressões sobre o BC foram desproporcionais às questões técnicas agora assumidas pelo governo, por meio do CMN.

Ainda nesta quinta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente Lula, afirmou que Roberto Campos Neto, presidente do BC, “não entende nada de País e não tem sentimento com o sofrimento do povo”. Se fosse isso, a decisão sobre a meta de 2026, pelo governo, seria outra. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o BC já prevê inflação na meta de 3% em 2026.

Quanto à adoção da meta contínua, há meses Campos Neto defendia essa mudança. Ainda não está claro como será a condução pelo BC. Em princípio, a formação das expectativas terá pouca alteração.

O tom mais ameno da Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), correspondente à decisão do dia 21, de manter os juros básicos (Selic) em 13,75% ao ano, pareceu destoar do comunicado divulgado após a reunião, que foi mais duro. Ainda nesta quinta-feira, antes da reunião do CMN, da qual é membro integrante, Campos Neto reconheceu que o comunicado pode ter contido certo erro de comunicação, na medida em que não deixou clara para os formadores de preços a porta aberta para redução dos juros a partir de agosto.

As indicações passaram a ser de que a reunião do Copom de 2 de agosto marcará o início da redução da Selic. A conferir.

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