Jornalista e comentarista de economia

Opinião|O Brasil e as refinarias do futuro


País terá que trabalhar para modernizar e adequar os parques industriais de refino durante o processo de transição energética para produzir bioprodutos e reduzir as emissões de carbono no processamento de petróleo bruto

Por Celso Ming e Pablo Santana
Atualização:

Pela primeira vez, quase 300 países decidiram consensualmente, na Cúpula do Clima da ONU (COP-28), finalizada em dezembro nos Emirados Árabes Unidos, a colocar em marcha a transição entre combustíveis fósseis e combustíveis limpos.

Não foi fixado nem prazo para essa transição nem mesmo punição para eventuais transgressões. No entanto, por toda a parte, por causa dos efeitos cada vez mais chocantes das mudanças climáticas, os movimentos ambientalistas ganharam força para pressionar seus respectivos governos para apressar o desmonte da indústria do petróleo.

Este é fator irredutível que impõe importantes mudanças nos negócios das refinarias. Os parques atuais deverão ser submetidos a amplos processos de modernização, de maneira a consumir menos recursos energéticos e poder processar bioprodutos, entre eles os biocombustíveis – como aponta Marcelo Gauto, químico e especialista em petróleo, gás e energia.

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Enquanto a demanda por petróleo permanecer elevada, esses empreendimentos precisarão se adequar para reduzir e mitigar as emissões de carbono no processamento de petróleo bruto, até que se tornem unidades dedicadas de biorrefino.

Além disso, para se preparar para o futuro, em que haverá menor demanda por combustíveis fósseis, as refinarias precisarão estar mais integradas com a indústria petroquímica para produzir, também, produtos como olefinas, aromáticos, hidrogênio e metanol, que continuarão a ter grande demanda.

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“O mercado do petróleo já está se adaptando em todo o mundo e as refinarias são elemento-chave nesse processo. Por aqui, a Petrobras já coprocessa óleo vegetal para produzir diesel com conteúdo renovável na refinaria do Paraná e está preparando outras três refinarias para essa finalidade. A transição acontecerá com aproveitamento e otimização dos recursos existentes”, explica Gauto.

Setores do governo Lula e o lobby corporativo vêm pressionando contra a política de otimização e adaptação das atuais refinarias. Eles querem aumentar a capacidade de refino sob o argumento de que o Brasil está exportando petróleo bruto e não se beneficia com os melhores preços dos produtos refinados. O volume de petróleo (nacional e importado) processado nas refinarias brasileiras caiu 5,8% em quase 10 anos, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gas Natural e Biocombustíveis (ANP).

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Sem falar no alto volume de investimentos, refinarias convencionais levam entre 5 e 7 anos para serem construídas e mais de 30 para se pagarem. Muito antes disso, o mundo deverá enfrentar enormes capacidades ociosas em refinarias.

“As condições econômicas e ambientais tornarão difícil construir novos parques de tamanha complexidade em outro local. Desse modo, muitos processos de refino existentes ainda estarão em uso provavelmente em uma das unidades ativas hoje, o conceito-base será o mesmo, mas as refinarias do futuro serão mais eficientes, sustentáveis e tecnologicamente avançados”, adverte Gauto.

Nesse campo, as questões ideológicas têm de ser deixadas de lado. A hora é de pragmatismo e de dançar a música que começa a ser tocada no mercado global.

Pela primeira vez, quase 300 países decidiram consensualmente, na Cúpula do Clima da ONU (COP-28), finalizada em dezembro nos Emirados Árabes Unidos, a colocar em marcha a transição entre combustíveis fósseis e combustíveis limpos.

Não foi fixado nem prazo para essa transição nem mesmo punição para eventuais transgressões. No entanto, por toda a parte, por causa dos efeitos cada vez mais chocantes das mudanças climáticas, os movimentos ambientalistas ganharam força para pressionar seus respectivos governos para apressar o desmonte da indústria do petróleo.

Este é fator irredutível que impõe importantes mudanças nos negócios das refinarias. Os parques atuais deverão ser submetidos a amplos processos de modernização, de maneira a consumir menos recursos energéticos e poder processar bioprodutos, entre eles os biocombustíveis – como aponta Marcelo Gauto, químico e especialista em petróleo, gás e energia.

Enquanto a demanda por petróleo permanecer elevada, esses empreendimentos precisarão se adequar para reduzir e mitigar as emissões de carbono no processamento de petróleo bruto, até que se tornem unidades dedicadas de biorrefino.

Além disso, para se preparar para o futuro, em que haverá menor demanda por combustíveis fósseis, as refinarias precisarão estar mais integradas com a indústria petroquímica para produzir, também, produtos como olefinas, aromáticos, hidrogênio e metanol, que continuarão a ter grande demanda.

“O mercado do petróleo já está se adaptando em todo o mundo e as refinarias são elemento-chave nesse processo. Por aqui, a Petrobras já coprocessa óleo vegetal para produzir diesel com conteúdo renovável na refinaria do Paraná e está preparando outras três refinarias para essa finalidade. A transição acontecerá com aproveitamento e otimização dos recursos existentes”, explica Gauto.

Setores do governo Lula e o lobby corporativo vêm pressionando contra a política de otimização e adaptação das atuais refinarias. Eles querem aumentar a capacidade de refino sob o argumento de que o Brasil está exportando petróleo bruto e não se beneficia com os melhores preços dos produtos refinados. O volume de petróleo (nacional e importado) processado nas refinarias brasileiras caiu 5,8% em quase 10 anos, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gas Natural e Biocombustíveis (ANP).

Sem falar no alto volume de investimentos, refinarias convencionais levam entre 5 e 7 anos para serem construídas e mais de 30 para se pagarem. Muito antes disso, o mundo deverá enfrentar enormes capacidades ociosas em refinarias.

“As condições econômicas e ambientais tornarão difícil construir novos parques de tamanha complexidade em outro local. Desse modo, muitos processos de refino existentes ainda estarão em uso provavelmente em uma das unidades ativas hoje, o conceito-base será o mesmo, mas as refinarias do futuro serão mais eficientes, sustentáveis e tecnologicamente avançados”, adverte Gauto.

Nesse campo, as questões ideológicas têm de ser deixadas de lado. A hora é de pragmatismo e de dançar a música que começa a ser tocada no mercado global.

Pela primeira vez, quase 300 países decidiram consensualmente, na Cúpula do Clima da ONU (COP-28), finalizada em dezembro nos Emirados Árabes Unidos, a colocar em marcha a transição entre combustíveis fósseis e combustíveis limpos.

Não foi fixado nem prazo para essa transição nem mesmo punição para eventuais transgressões. No entanto, por toda a parte, por causa dos efeitos cada vez mais chocantes das mudanças climáticas, os movimentos ambientalistas ganharam força para pressionar seus respectivos governos para apressar o desmonte da indústria do petróleo.

Este é fator irredutível que impõe importantes mudanças nos negócios das refinarias. Os parques atuais deverão ser submetidos a amplos processos de modernização, de maneira a consumir menos recursos energéticos e poder processar bioprodutos, entre eles os biocombustíveis – como aponta Marcelo Gauto, químico e especialista em petróleo, gás e energia.

Enquanto a demanda por petróleo permanecer elevada, esses empreendimentos precisarão se adequar para reduzir e mitigar as emissões de carbono no processamento de petróleo bruto, até que se tornem unidades dedicadas de biorrefino.

Além disso, para se preparar para o futuro, em que haverá menor demanda por combustíveis fósseis, as refinarias precisarão estar mais integradas com a indústria petroquímica para produzir, também, produtos como olefinas, aromáticos, hidrogênio e metanol, que continuarão a ter grande demanda.

“O mercado do petróleo já está se adaptando em todo o mundo e as refinarias são elemento-chave nesse processo. Por aqui, a Petrobras já coprocessa óleo vegetal para produzir diesel com conteúdo renovável na refinaria do Paraná e está preparando outras três refinarias para essa finalidade. A transição acontecerá com aproveitamento e otimização dos recursos existentes”, explica Gauto.

Setores do governo Lula e o lobby corporativo vêm pressionando contra a política de otimização e adaptação das atuais refinarias. Eles querem aumentar a capacidade de refino sob o argumento de que o Brasil está exportando petróleo bruto e não se beneficia com os melhores preços dos produtos refinados. O volume de petróleo (nacional e importado) processado nas refinarias brasileiras caiu 5,8% em quase 10 anos, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gas Natural e Biocombustíveis (ANP).

Sem falar no alto volume de investimentos, refinarias convencionais levam entre 5 e 7 anos para serem construídas e mais de 30 para se pagarem. Muito antes disso, o mundo deverá enfrentar enormes capacidades ociosas em refinarias.

“As condições econômicas e ambientais tornarão difícil construir novos parques de tamanha complexidade em outro local. Desse modo, muitos processos de refino existentes ainda estarão em uso provavelmente em uma das unidades ativas hoje, o conceito-base será o mesmo, mas as refinarias do futuro serão mais eficientes, sustentáveis e tecnologicamente avançados”, adverte Gauto.

Nesse campo, as questões ideológicas têm de ser deixadas de lado. A hora é de pragmatismo e de dançar a música que começa a ser tocada no mercado global.

Opinião por Celso Ming

Comentarista de Economia

Pablo Santana

Repórter da editoria de Economia, atua na Coluna do Celso Ming desde 2021. Formado pela Universidade Federal da Bahia, com extensão em Jornalismo Econômico realizada durante o 9º Curso Estado de Jornalismo Econômico.

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