Jornalista e comentarista de economia

Opinião|O grande avanço do comércio eletrônico


O isolamento social empurrou consumidores e lojistas para o mundo digital

Por Celso Ming

Em meio a tanta notícia ruim para o setor do varejo, as últimas semanas ofereceram alguns fatos marcantes. Confira:

  • O patrimônio pessoal do presidente da grande campeã mundial do comércio online, Jeff Bezos, da Amazon, deve alcançar US$ 1 trilhão em 2026, conforme avaliação publicada pela consultoria americana Comparison. 
  • Aqui no Brasil, em pouco mais de dois meses de pandemia, foram criadas mais de 107 mil lojas virtuais, um jeito de compensar as perdas do varejo convencional, informa a manchete do Estadão da sexta-feira passada.
  • Graças a seu pioneirismo no segmento de comércio digital, no dia 26 de maio, o valor de mercado do Magazine Luiza ultrapassou os R$ 100 bilhões. A Via Varejo, que segue na mesma trilha, também passou a ser um dos papéis mais atrativos da Bolsa.

Ou seja, não é só prostração que se vê no comércio.

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O isolamento social compulsório empurrou o consumidor para as compras online e os lojistas acordaram não só para a necessidade de abrir essa janela para seus negócios, mas também para a possibilidade de redução drástica de custos fixos: o comércio online permite a centralização dos estoques em poucas unidades, na medida em que transforma as lojas em showrooms; diminui a necessidade de vendedores; e possibilita a redução da área de vendas, o que, por sua vez, deve baixar os aluguéis, o consumo de energia, o custo com segurança e por aí vai.

Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), observa que, antes da pandemia, a média de pedidos de comerciantes para fazer parte da entidade era de 10 por dia. Hoje, já são 30 por dia.

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O consumidor, que antes demonstrava certa resistência à modalidade, seja por simples falta de hábito, seja por temer fraudes com seu cartão, parece ter entendido que não precisa bater perna para pesquisar preço e que tudo pode ficar mais fácil com alguns cliques no computador ou mesmo no celular. Na correria para entrar no mundo digital, lojistas também recorreram a soluções mais rápidas, como a de vendas por WhatsApp. “Aplicativos de mensagens são a forma mais simplificada de e-commerce, embora não tenham o mesmo alcance, porque o vendedor se restringe à própria base de clientes e não explora o que o e-commerce tem de melhor pra oferecer, que é catálogo”, diz Maurício Salvador.

Marcos Gouvêa, diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, prevê que, uma vez suspenso o confinamento, o consumidor ficará mais exigente porque aprendeu a comparar preços online e, como passa por grande aperto de orçamento, ficará mais cauteloso com situações em que antes se deixava levar por impulso. Os produtores, por sua vez, parecem ter entendido que não precisam abrir lojas físicas para atrair o consumidor final. “Têm apenas de fazer bom uso dos canais digitais”, explica Gouvêa.

O isolamento social compulsório, causado pela covid-19, forçou o consumidor e lojistas para as compras online Foto: Paulo Whitaker/Reuters - 24/4/2018
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O modelo phygital

As as coisas não caminham apenas para modalidades comerciais polarizadas, tipo puro-sangue, digamos assim. Ganha corpo também a modalidade de mestiçagem. Trata-se do phygital, construção vocabular do inglês que designa a mistura entre os mundos físico e digital. No phygital, o cliente pode realizar uma compra online e buscar o produto na loja ou vice-versa.

Esse hibridismo mostra que é um erro apostar no desaparecimento das lojas físicas. O comércio convencional ainda mantém sua força porque, observa Gouvêa, quando saem às compras, muitos consumidores ainda valorizam o “olho no olho”. Nesse contato mais próximo, as lojas continuarão a oferecer vantagens sobre vendas “commoditizadas”, como aulas de culinária em supermercados ou combinação de tecnologias de realidade virtual ou aumentada para simular cenários. 

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O comércio tradicional deve, também, acelerar a tendência de operar a partir de minicentros de distribuição, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. “Teremos menos lojas nas ruas, menor adensamento comercial e maior capilaridade, com mais distribuição de pontos físicos”.

Nesse sentido, o setor deverá encontrar um ponto de equilíbrio que concilie os dois tipos de comércio. “Existe hoje exagero no número de lojas físicas, mas o varejo digital também precisa contar com doses adequadas de lojas físicas para existir.” / COM GUILHERME GUERRA

Em meio a tanta notícia ruim para o setor do varejo, as últimas semanas ofereceram alguns fatos marcantes. Confira:

  • O patrimônio pessoal do presidente da grande campeã mundial do comércio online, Jeff Bezos, da Amazon, deve alcançar US$ 1 trilhão em 2026, conforme avaliação publicada pela consultoria americana Comparison. 
  • Aqui no Brasil, em pouco mais de dois meses de pandemia, foram criadas mais de 107 mil lojas virtuais, um jeito de compensar as perdas do varejo convencional, informa a manchete do Estadão da sexta-feira passada.
  • Graças a seu pioneirismo no segmento de comércio digital, no dia 26 de maio, o valor de mercado do Magazine Luiza ultrapassou os R$ 100 bilhões. A Via Varejo, que segue na mesma trilha, também passou a ser um dos papéis mais atrativos da Bolsa.

Ou seja, não é só prostração que se vê no comércio.

O isolamento social compulsório empurrou o consumidor para as compras online e os lojistas acordaram não só para a necessidade de abrir essa janela para seus negócios, mas também para a possibilidade de redução drástica de custos fixos: o comércio online permite a centralização dos estoques em poucas unidades, na medida em que transforma as lojas em showrooms; diminui a necessidade de vendedores; e possibilita a redução da área de vendas, o que, por sua vez, deve baixar os aluguéis, o consumo de energia, o custo com segurança e por aí vai.

Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), observa que, antes da pandemia, a média de pedidos de comerciantes para fazer parte da entidade era de 10 por dia. Hoje, já são 30 por dia.

O consumidor, que antes demonstrava certa resistência à modalidade, seja por simples falta de hábito, seja por temer fraudes com seu cartão, parece ter entendido que não precisa bater perna para pesquisar preço e que tudo pode ficar mais fácil com alguns cliques no computador ou mesmo no celular. Na correria para entrar no mundo digital, lojistas também recorreram a soluções mais rápidas, como a de vendas por WhatsApp. “Aplicativos de mensagens são a forma mais simplificada de e-commerce, embora não tenham o mesmo alcance, porque o vendedor se restringe à própria base de clientes e não explora o que o e-commerce tem de melhor pra oferecer, que é catálogo”, diz Maurício Salvador.

Marcos Gouvêa, diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, prevê que, uma vez suspenso o confinamento, o consumidor ficará mais exigente porque aprendeu a comparar preços online e, como passa por grande aperto de orçamento, ficará mais cauteloso com situações em que antes se deixava levar por impulso. Os produtores, por sua vez, parecem ter entendido que não precisam abrir lojas físicas para atrair o consumidor final. “Têm apenas de fazer bom uso dos canais digitais”, explica Gouvêa.

O isolamento social compulsório, causado pela covid-19, forçou o consumidor e lojistas para as compras online Foto: Paulo Whitaker/Reuters - 24/4/2018

O modelo phygital

As as coisas não caminham apenas para modalidades comerciais polarizadas, tipo puro-sangue, digamos assim. Ganha corpo também a modalidade de mestiçagem. Trata-se do phygital, construção vocabular do inglês que designa a mistura entre os mundos físico e digital. No phygital, o cliente pode realizar uma compra online e buscar o produto na loja ou vice-versa.

Esse hibridismo mostra que é um erro apostar no desaparecimento das lojas físicas. O comércio convencional ainda mantém sua força porque, observa Gouvêa, quando saem às compras, muitos consumidores ainda valorizam o “olho no olho”. Nesse contato mais próximo, as lojas continuarão a oferecer vantagens sobre vendas “commoditizadas”, como aulas de culinária em supermercados ou combinação de tecnologias de realidade virtual ou aumentada para simular cenários. 

O comércio tradicional deve, também, acelerar a tendência de operar a partir de minicentros de distribuição, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. “Teremos menos lojas nas ruas, menor adensamento comercial e maior capilaridade, com mais distribuição de pontos físicos”.

Nesse sentido, o setor deverá encontrar um ponto de equilíbrio que concilie os dois tipos de comércio. “Existe hoje exagero no número de lojas físicas, mas o varejo digital também precisa contar com doses adequadas de lojas físicas para existir.” / COM GUILHERME GUERRA

Em meio a tanta notícia ruim para o setor do varejo, as últimas semanas ofereceram alguns fatos marcantes. Confira:

  • O patrimônio pessoal do presidente da grande campeã mundial do comércio online, Jeff Bezos, da Amazon, deve alcançar US$ 1 trilhão em 2026, conforme avaliação publicada pela consultoria americana Comparison. 
  • Aqui no Brasil, em pouco mais de dois meses de pandemia, foram criadas mais de 107 mil lojas virtuais, um jeito de compensar as perdas do varejo convencional, informa a manchete do Estadão da sexta-feira passada.
  • Graças a seu pioneirismo no segmento de comércio digital, no dia 26 de maio, o valor de mercado do Magazine Luiza ultrapassou os R$ 100 bilhões. A Via Varejo, que segue na mesma trilha, também passou a ser um dos papéis mais atrativos da Bolsa.

Ou seja, não é só prostração que se vê no comércio.

O isolamento social compulsório empurrou o consumidor para as compras online e os lojistas acordaram não só para a necessidade de abrir essa janela para seus negócios, mas também para a possibilidade de redução drástica de custos fixos: o comércio online permite a centralização dos estoques em poucas unidades, na medida em que transforma as lojas em showrooms; diminui a necessidade de vendedores; e possibilita a redução da área de vendas, o que, por sua vez, deve baixar os aluguéis, o consumo de energia, o custo com segurança e por aí vai.

Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), observa que, antes da pandemia, a média de pedidos de comerciantes para fazer parte da entidade era de 10 por dia. Hoje, já são 30 por dia.

O consumidor, que antes demonstrava certa resistência à modalidade, seja por simples falta de hábito, seja por temer fraudes com seu cartão, parece ter entendido que não precisa bater perna para pesquisar preço e que tudo pode ficar mais fácil com alguns cliques no computador ou mesmo no celular. Na correria para entrar no mundo digital, lojistas também recorreram a soluções mais rápidas, como a de vendas por WhatsApp. “Aplicativos de mensagens são a forma mais simplificada de e-commerce, embora não tenham o mesmo alcance, porque o vendedor se restringe à própria base de clientes e não explora o que o e-commerce tem de melhor pra oferecer, que é catálogo”, diz Maurício Salvador.

Marcos Gouvêa, diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, prevê que, uma vez suspenso o confinamento, o consumidor ficará mais exigente porque aprendeu a comparar preços online e, como passa por grande aperto de orçamento, ficará mais cauteloso com situações em que antes se deixava levar por impulso. Os produtores, por sua vez, parecem ter entendido que não precisam abrir lojas físicas para atrair o consumidor final. “Têm apenas de fazer bom uso dos canais digitais”, explica Gouvêa.

O isolamento social compulsório, causado pela covid-19, forçou o consumidor e lojistas para as compras online Foto: Paulo Whitaker/Reuters - 24/4/2018

O modelo phygital

As as coisas não caminham apenas para modalidades comerciais polarizadas, tipo puro-sangue, digamos assim. Ganha corpo também a modalidade de mestiçagem. Trata-se do phygital, construção vocabular do inglês que designa a mistura entre os mundos físico e digital. No phygital, o cliente pode realizar uma compra online e buscar o produto na loja ou vice-versa.

Esse hibridismo mostra que é um erro apostar no desaparecimento das lojas físicas. O comércio convencional ainda mantém sua força porque, observa Gouvêa, quando saem às compras, muitos consumidores ainda valorizam o “olho no olho”. Nesse contato mais próximo, as lojas continuarão a oferecer vantagens sobre vendas “commoditizadas”, como aulas de culinária em supermercados ou combinação de tecnologias de realidade virtual ou aumentada para simular cenários. 

O comércio tradicional deve, também, acelerar a tendência de operar a partir de minicentros de distribuição, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. “Teremos menos lojas nas ruas, menor adensamento comercial e maior capilaridade, com mais distribuição de pontos físicos”.

Nesse sentido, o setor deverá encontrar um ponto de equilíbrio que concilie os dois tipos de comércio. “Existe hoje exagero no número de lojas físicas, mas o varejo digital também precisa contar com doses adequadas de lojas físicas para existir.” / COM GUILHERME GUERRA

Em meio a tanta notícia ruim para o setor do varejo, as últimas semanas ofereceram alguns fatos marcantes. Confira:

  • O patrimônio pessoal do presidente da grande campeã mundial do comércio online, Jeff Bezos, da Amazon, deve alcançar US$ 1 trilhão em 2026, conforme avaliação publicada pela consultoria americana Comparison. 
  • Aqui no Brasil, em pouco mais de dois meses de pandemia, foram criadas mais de 107 mil lojas virtuais, um jeito de compensar as perdas do varejo convencional, informa a manchete do Estadão da sexta-feira passada.
  • Graças a seu pioneirismo no segmento de comércio digital, no dia 26 de maio, o valor de mercado do Magazine Luiza ultrapassou os R$ 100 bilhões. A Via Varejo, que segue na mesma trilha, também passou a ser um dos papéis mais atrativos da Bolsa.

Ou seja, não é só prostração que se vê no comércio.

O isolamento social compulsório empurrou o consumidor para as compras online e os lojistas acordaram não só para a necessidade de abrir essa janela para seus negócios, mas também para a possibilidade de redução drástica de custos fixos: o comércio online permite a centralização dos estoques em poucas unidades, na medida em que transforma as lojas em showrooms; diminui a necessidade de vendedores; e possibilita a redução da área de vendas, o que, por sua vez, deve baixar os aluguéis, o consumo de energia, o custo com segurança e por aí vai.

Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), observa que, antes da pandemia, a média de pedidos de comerciantes para fazer parte da entidade era de 10 por dia. Hoje, já são 30 por dia.

O consumidor, que antes demonstrava certa resistência à modalidade, seja por simples falta de hábito, seja por temer fraudes com seu cartão, parece ter entendido que não precisa bater perna para pesquisar preço e que tudo pode ficar mais fácil com alguns cliques no computador ou mesmo no celular. Na correria para entrar no mundo digital, lojistas também recorreram a soluções mais rápidas, como a de vendas por WhatsApp. “Aplicativos de mensagens são a forma mais simplificada de e-commerce, embora não tenham o mesmo alcance, porque o vendedor se restringe à própria base de clientes e não explora o que o e-commerce tem de melhor pra oferecer, que é catálogo”, diz Maurício Salvador.

Marcos Gouvêa, diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, prevê que, uma vez suspenso o confinamento, o consumidor ficará mais exigente porque aprendeu a comparar preços online e, como passa por grande aperto de orçamento, ficará mais cauteloso com situações em que antes se deixava levar por impulso. Os produtores, por sua vez, parecem ter entendido que não precisam abrir lojas físicas para atrair o consumidor final. “Têm apenas de fazer bom uso dos canais digitais”, explica Gouvêa.

O isolamento social compulsório, causado pela covid-19, forçou o consumidor e lojistas para as compras online Foto: Paulo Whitaker/Reuters - 24/4/2018

O modelo phygital

As as coisas não caminham apenas para modalidades comerciais polarizadas, tipo puro-sangue, digamos assim. Ganha corpo também a modalidade de mestiçagem. Trata-se do phygital, construção vocabular do inglês que designa a mistura entre os mundos físico e digital. No phygital, o cliente pode realizar uma compra online e buscar o produto na loja ou vice-versa.

Esse hibridismo mostra que é um erro apostar no desaparecimento das lojas físicas. O comércio convencional ainda mantém sua força porque, observa Gouvêa, quando saem às compras, muitos consumidores ainda valorizam o “olho no olho”. Nesse contato mais próximo, as lojas continuarão a oferecer vantagens sobre vendas “commoditizadas”, como aulas de culinária em supermercados ou combinação de tecnologias de realidade virtual ou aumentada para simular cenários. 

O comércio tradicional deve, também, acelerar a tendência de operar a partir de minicentros de distribuição, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. “Teremos menos lojas nas ruas, menor adensamento comercial e maior capilaridade, com mais distribuição de pontos físicos”.

Nesse sentido, o setor deverá encontrar um ponto de equilíbrio que concilie os dois tipos de comércio. “Existe hoje exagero no número de lojas físicas, mas o varejo digital também precisa contar com doses adequadas de lojas físicas para existir.” / COM GUILHERME GUERRA

Opinião por Celso Ming

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