Jornalista e comentarista de economia

Análise|O sucesso da Black Friday no Brasil e o avanço do comércio eletrônico


Setor enfrenta gargalos desafiadores no País, mas com grande potencial de crescimento, avaliam especialistas

Por Celso Ming e Pablo Santana
Atualização:

Ficaram para trás os tempos em que as promoções da Black Friday eram do tipo “metade do dobro dos preços”. Hoje, qualquer consumidor pode conferir pelos aplicativos onde obter a melhor oferta.

Assim, novembro passou a ser marcado pela antecipação das compras de fim de ano e se consolidou no calendário do varejo brasileiro. Uma das suas principais alavancas passou a ser o comércio eletrônico, o e-commerce, modalidade que vai revolucionando o varejo.

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico estima que as vendas do setor no período devem crescer 10% em relação a 2023 e faturar R$ 7,9 bilhões na principal data do evento neste ano, dia 29.

continua após a publicidade

O comércio eletrônico no Brasil ganhou tração ao longo da pandemia, quando a determinação de não sair de casa forçou consumidores e comerciantes a se transferirem para o ambiente online. Hoje, corresponde a 9% das vendas totais do varejo nacional, segundo relatório da FTI Consulting, porcentual ainda inferior ao registrado em outros países emergentes, como Chile (11%) e México (14%).

Mas alguns obstáculos continuam aí. Samuel Aguirre, diretor executivo sênior de Finanças Corporativas na FTI Consulting, observa que, mesmo se beneficiando com um perfil de consumidor mais jovem e mais ativo na internet, o alto nível de endividamento das famílias brasileiras é um dos fatores que vêm limitando o crescimento.

continua após a publicidade

No entanto, o executivo avalia que o segmento conta com ótimas condições de desenvolvimento, à medida que se fortalece o uso dos pagamentos digitais e novos players desembarcam no setor.

“Se teve um crescimento muito rápido no Brasil, impulsionado também pelo pandemia, mas depois desacelerou em comparação com outros países - como esperado, porque há uma estrutura social diferente, assim como condições de logística e números de smartphones. Esses fatores impactam diretamente o e-commerce, mas o mercado tem mostrado maturidade e existe uma competição feroz no setor que também ajuda”, reforça Aguirre.

Black Friday se consolidou como data importante no varejo brasileiro e tem no e-commerce como um dos principais impulsionadores.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão
continua após a publicidade

Outro freio não desprezível ao avanço do setor são as frequentes fraudes e tentativas de golpes financeiros no ambiente digital. O setor bancário vem falhando em rastrear a ação desses criminosos de modo a garantir a mesma segurança que se pode obter na compra em loja física.

E, ainda, há a complicada logística vigente no Brasil, onde grande parte do transporte de cargas é concentrado no modal rodoviário. É condição que eleva os custos operacionais, exige mais criatividade dos players e impacta diretamente nos prazos de entrega. “As empresas têm investido em tratamento de dados para se aproximar do consumidor e criar estoques avançados, versão reduzida dos centros de distribuição, mas com produtos estratégicos para aquela região”, explica Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores.

continua após a publicidade

O Brasil tem avançado na melhora do ambiente de negócios. A reforma tributária deve ajudar a reduzir o malabarismo fiscal que as vendas interestaduais impõem a essas empresas, mas, sem investimentos em infraestrutura e em segurança, o setor ainda encontrará dificuldades para se desenvolver.

Ficaram para trás os tempos em que as promoções da Black Friday eram do tipo “metade do dobro dos preços”. Hoje, qualquer consumidor pode conferir pelos aplicativos onde obter a melhor oferta.

Assim, novembro passou a ser marcado pela antecipação das compras de fim de ano e se consolidou no calendário do varejo brasileiro. Uma das suas principais alavancas passou a ser o comércio eletrônico, o e-commerce, modalidade que vai revolucionando o varejo.

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico estima que as vendas do setor no período devem crescer 10% em relação a 2023 e faturar R$ 7,9 bilhões na principal data do evento neste ano, dia 29.

O comércio eletrônico no Brasil ganhou tração ao longo da pandemia, quando a determinação de não sair de casa forçou consumidores e comerciantes a se transferirem para o ambiente online. Hoje, corresponde a 9% das vendas totais do varejo nacional, segundo relatório da FTI Consulting, porcentual ainda inferior ao registrado em outros países emergentes, como Chile (11%) e México (14%).

Mas alguns obstáculos continuam aí. Samuel Aguirre, diretor executivo sênior de Finanças Corporativas na FTI Consulting, observa que, mesmo se beneficiando com um perfil de consumidor mais jovem e mais ativo na internet, o alto nível de endividamento das famílias brasileiras é um dos fatores que vêm limitando o crescimento.

No entanto, o executivo avalia que o segmento conta com ótimas condições de desenvolvimento, à medida que se fortalece o uso dos pagamentos digitais e novos players desembarcam no setor.

“Se teve um crescimento muito rápido no Brasil, impulsionado também pelo pandemia, mas depois desacelerou em comparação com outros países - como esperado, porque há uma estrutura social diferente, assim como condições de logística e números de smartphones. Esses fatores impactam diretamente o e-commerce, mas o mercado tem mostrado maturidade e existe uma competição feroz no setor que também ajuda”, reforça Aguirre.

Black Friday se consolidou como data importante no varejo brasileiro e tem no e-commerce como um dos principais impulsionadores.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Outro freio não desprezível ao avanço do setor são as frequentes fraudes e tentativas de golpes financeiros no ambiente digital. O setor bancário vem falhando em rastrear a ação desses criminosos de modo a garantir a mesma segurança que se pode obter na compra em loja física.

E, ainda, há a complicada logística vigente no Brasil, onde grande parte do transporte de cargas é concentrado no modal rodoviário. É condição que eleva os custos operacionais, exige mais criatividade dos players e impacta diretamente nos prazos de entrega. “As empresas têm investido em tratamento de dados para se aproximar do consumidor e criar estoques avançados, versão reduzida dos centros de distribuição, mas com produtos estratégicos para aquela região”, explica Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores.

O Brasil tem avançado na melhora do ambiente de negócios. A reforma tributária deve ajudar a reduzir o malabarismo fiscal que as vendas interestaduais impõem a essas empresas, mas, sem investimentos em infraestrutura e em segurança, o setor ainda encontrará dificuldades para se desenvolver.

Ficaram para trás os tempos em que as promoções da Black Friday eram do tipo “metade do dobro dos preços”. Hoje, qualquer consumidor pode conferir pelos aplicativos onde obter a melhor oferta.

Assim, novembro passou a ser marcado pela antecipação das compras de fim de ano e se consolidou no calendário do varejo brasileiro. Uma das suas principais alavancas passou a ser o comércio eletrônico, o e-commerce, modalidade que vai revolucionando o varejo.

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico estima que as vendas do setor no período devem crescer 10% em relação a 2023 e faturar R$ 7,9 bilhões na principal data do evento neste ano, dia 29.

O comércio eletrônico no Brasil ganhou tração ao longo da pandemia, quando a determinação de não sair de casa forçou consumidores e comerciantes a se transferirem para o ambiente online. Hoje, corresponde a 9% das vendas totais do varejo nacional, segundo relatório da FTI Consulting, porcentual ainda inferior ao registrado em outros países emergentes, como Chile (11%) e México (14%).

Mas alguns obstáculos continuam aí. Samuel Aguirre, diretor executivo sênior de Finanças Corporativas na FTI Consulting, observa que, mesmo se beneficiando com um perfil de consumidor mais jovem e mais ativo na internet, o alto nível de endividamento das famílias brasileiras é um dos fatores que vêm limitando o crescimento.

No entanto, o executivo avalia que o segmento conta com ótimas condições de desenvolvimento, à medida que se fortalece o uso dos pagamentos digitais e novos players desembarcam no setor.

“Se teve um crescimento muito rápido no Brasil, impulsionado também pelo pandemia, mas depois desacelerou em comparação com outros países - como esperado, porque há uma estrutura social diferente, assim como condições de logística e números de smartphones. Esses fatores impactam diretamente o e-commerce, mas o mercado tem mostrado maturidade e existe uma competição feroz no setor que também ajuda”, reforça Aguirre.

Black Friday se consolidou como data importante no varejo brasileiro e tem no e-commerce como um dos principais impulsionadores.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Outro freio não desprezível ao avanço do setor são as frequentes fraudes e tentativas de golpes financeiros no ambiente digital. O setor bancário vem falhando em rastrear a ação desses criminosos de modo a garantir a mesma segurança que se pode obter na compra em loja física.

E, ainda, há a complicada logística vigente no Brasil, onde grande parte do transporte de cargas é concentrado no modal rodoviário. É condição que eleva os custos operacionais, exige mais criatividade dos players e impacta diretamente nos prazos de entrega. “As empresas têm investido em tratamento de dados para se aproximar do consumidor e criar estoques avançados, versão reduzida dos centros de distribuição, mas com produtos estratégicos para aquela região”, explica Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores.

O Brasil tem avançado na melhora do ambiente de negócios. A reforma tributária deve ajudar a reduzir o malabarismo fiscal que as vendas interestaduais impõem a essas empresas, mas, sem investimentos em infraestrutura e em segurança, o setor ainda encontrará dificuldades para se desenvolver.

Análise por Celso Ming

Comentarista de Economia

Pablo Santana

Repórter da editoria de Economia, atua na Coluna do Celso Ming desde 2021. Formado pela Universidade Federal da Bahia, com extensão em Jornalismo Econômico realizada durante o 9º Curso Estado de Jornalismo Econômico.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.