Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Juros altos podem ter impactado prévia do PIB, mas não com essa força atribuída por Haddad


Fator que mais explica a retração da atividade econômica de maio é apenas sazonal; nem o ministro nem o brasileiro comum precisam perder o sono por causa do IBC-Br decepcionante

Por Celso Ming
Atualização:

A renda do Brasil despencou 2% em maio em relação a abril, como indica o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pareceu ter forçado o diagnóstico.

Apenas para quem não está habituado a essas siglas, o IBC-Br é uma medida apurada pelo Banco Central que antecipa o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB). Essa antecipação é bem-vinda porque o PIB propriamente dito é medido apenas a cada trimestre-calendário e sai pouco mais de dois meses depois de fechado esse trimestre. A antecipação do Banco Central sai todos os meses e mostra uma foto do que acontecia 45 dias antes.

O tombo do IBC-Br de maio surpreendeu quem se dedica a projetar a atividade econômica. Mas não dá para aceitar a avaliação do ministro Haddad de que o fator determinante desse recuo tenham sido os juros excessivamente elevados, que teriam empurrado a economia para a paradeira.

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Em relação a dezembro, a economia cresceu 1,69%. E no trimestre terminado em maio, sobre o mesmo período de 2022, cresceu 3,45% - ambos na série livre de efeitos sazonais. Nada indica que os números de todo o ano de 2023 tenham de ser revistos para baixo. A economia deverá avançar entre 2,0% e 2,5%.

Crédito continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado, o que esvazia a explicação de Haddad Foto: Wilton Junior/Estadão
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Os juros altos podem, sim, ter impedido um desempenho melhor, mas não tiveram toda essa força atribuída por Haddad. Tanto não tiveram que os números do primeiro trimestre do ano, tanto das Contas Nacionais (PIB) como do IBC-Br, foram muito bons e, no entanto, os juros em 13,75% ao ano já estavam aí desde agosto de 2022.

Outro indicador que esvazia a explicação de Haddad está na evolução do crédito, que continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado. Em 12 meses até maio, o saldo total de crédito (livre e direcionado) cresceu 10,4% e 1,2% no trimestre móvel encerrado em maio.

O fator que mais explica a retração do IBC-Br de maio é apenas sazonal. Trata-se do comportamento das safras agrícolas que foi excepcional no primeiro trimestre. A agropecuária cresceu 21,6% sobre o trimestre anterior e foi motivo de muito festejo pelo governo. Nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, as colheitas de soja concentram-se no primeiro trimestre de cada ano e engrossaram os números da produção, com fortes ganho de produtividade e de crescimento na produção anual. Ficam para depois o milho safrinha, o café e o corte de cana-de-açúcar.

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Nem o ministro nem o brasileiro comum precisam perder o sono por causa desse IBC-Br decepcionante. E isso nem mesmo por causa dos juros, que, já em agosto, começarão a cair.

A renda do Brasil despencou 2% em maio em relação a abril, como indica o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pareceu ter forçado o diagnóstico.

Apenas para quem não está habituado a essas siglas, o IBC-Br é uma medida apurada pelo Banco Central que antecipa o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB). Essa antecipação é bem-vinda porque o PIB propriamente dito é medido apenas a cada trimestre-calendário e sai pouco mais de dois meses depois de fechado esse trimestre. A antecipação do Banco Central sai todos os meses e mostra uma foto do que acontecia 45 dias antes.

O tombo do IBC-Br de maio surpreendeu quem se dedica a projetar a atividade econômica. Mas não dá para aceitar a avaliação do ministro Haddad de que o fator determinante desse recuo tenham sido os juros excessivamente elevados, que teriam empurrado a economia para a paradeira.

Em relação a dezembro, a economia cresceu 1,69%. E no trimestre terminado em maio, sobre o mesmo período de 2022, cresceu 3,45% - ambos na série livre de efeitos sazonais. Nada indica que os números de todo o ano de 2023 tenham de ser revistos para baixo. A economia deverá avançar entre 2,0% e 2,5%.

Crédito continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado, o que esvazia a explicação de Haddad Foto: Wilton Junior/Estadão

Os juros altos podem, sim, ter impedido um desempenho melhor, mas não tiveram toda essa força atribuída por Haddad. Tanto não tiveram que os números do primeiro trimestre do ano, tanto das Contas Nacionais (PIB) como do IBC-Br, foram muito bons e, no entanto, os juros em 13,75% ao ano já estavam aí desde agosto de 2022.

Outro indicador que esvazia a explicação de Haddad está na evolução do crédito, que continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado. Em 12 meses até maio, o saldo total de crédito (livre e direcionado) cresceu 10,4% e 1,2% no trimestre móvel encerrado em maio.

O fator que mais explica a retração do IBC-Br de maio é apenas sazonal. Trata-se do comportamento das safras agrícolas que foi excepcional no primeiro trimestre. A agropecuária cresceu 21,6% sobre o trimestre anterior e foi motivo de muito festejo pelo governo. Nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, as colheitas de soja concentram-se no primeiro trimestre de cada ano e engrossaram os números da produção, com fortes ganho de produtividade e de crescimento na produção anual. Ficam para depois o milho safrinha, o café e o corte de cana-de-açúcar.

Nem o ministro nem o brasileiro comum precisam perder o sono por causa desse IBC-Br decepcionante. E isso nem mesmo por causa dos juros, que, já em agosto, começarão a cair.

A renda do Brasil despencou 2% em maio em relação a abril, como indica o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pareceu ter forçado o diagnóstico.

Apenas para quem não está habituado a essas siglas, o IBC-Br é uma medida apurada pelo Banco Central que antecipa o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB). Essa antecipação é bem-vinda porque o PIB propriamente dito é medido apenas a cada trimestre-calendário e sai pouco mais de dois meses depois de fechado esse trimestre. A antecipação do Banco Central sai todos os meses e mostra uma foto do que acontecia 45 dias antes.

O tombo do IBC-Br de maio surpreendeu quem se dedica a projetar a atividade econômica. Mas não dá para aceitar a avaliação do ministro Haddad de que o fator determinante desse recuo tenham sido os juros excessivamente elevados, que teriam empurrado a economia para a paradeira.

Em relação a dezembro, a economia cresceu 1,69%. E no trimestre terminado em maio, sobre o mesmo período de 2022, cresceu 3,45% - ambos na série livre de efeitos sazonais. Nada indica que os números de todo o ano de 2023 tenham de ser revistos para baixo. A economia deverá avançar entre 2,0% e 2,5%.

Crédito continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado, o que esvazia a explicação de Haddad Foto: Wilton Junior/Estadão

Os juros altos podem, sim, ter impedido um desempenho melhor, mas não tiveram toda essa força atribuída por Haddad. Tanto não tiveram que os números do primeiro trimestre do ano, tanto das Contas Nacionais (PIB) como do IBC-Br, foram muito bons e, no entanto, os juros em 13,75% ao ano já estavam aí desde agosto de 2022.

Outro indicador que esvazia a explicação de Haddad está na evolução do crédito, que continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado. Em 12 meses até maio, o saldo total de crédito (livre e direcionado) cresceu 10,4% e 1,2% no trimestre móvel encerrado em maio.

O fator que mais explica a retração do IBC-Br de maio é apenas sazonal. Trata-se do comportamento das safras agrícolas que foi excepcional no primeiro trimestre. A agropecuária cresceu 21,6% sobre o trimestre anterior e foi motivo de muito festejo pelo governo. Nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, as colheitas de soja concentram-se no primeiro trimestre de cada ano e engrossaram os números da produção, com fortes ganho de produtividade e de crescimento na produção anual. Ficam para depois o milho safrinha, o café e o corte de cana-de-açúcar.

Nem o ministro nem o brasileiro comum precisam perder o sono por causa desse IBC-Br decepcionante. E isso nem mesmo por causa dos juros, que, já em agosto, começarão a cair.

A renda do Brasil despencou 2% em maio em relação a abril, como indica o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pareceu ter forçado o diagnóstico.

Apenas para quem não está habituado a essas siglas, o IBC-Br é uma medida apurada pelo Banco Central que antecipa o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB). Essa antecipação é bem-vinda porque o PIB propriamente dito é medido apenas a cada trimestre-calendário e sai pouco mais de dois meses depois de fechado esse trimestre. A antecipação do Banco Central sai todos os meses e mostra uma foto do que acontecia 45 dias antes.

O tombo do IBC-Br de maio surpreendeu quem se dedica a projetar a atividade econômica. Mas não dá para aceitar a avaliação do ministro Haddad de que o fator determinante desse recuo tenham sido os juros excessivamente elevados, que teriam empurrado a economia para a paradeira.

Em relação a dezembro, a economia cresceu 1,69%. E no trimestre terminado em maio, sobre o mesmo período de 2022, cresceu 3,45% - ambos na série livre de efeitos sazonais. Nada indica que os números de todo o ano de 2023 tenham de ser revistos para baixo. A economia deverá avançar entre 2,0% e 2,5%.

Crédito continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado, o que esvazia a explicação de Haddad Foto: Wilton Junior/Estadão

Os juros altos podem, sim, ter impedido um desempenho melhor, mas não tiveram toda essa força atribuída por Haddad. Tanto não tiveram que os números do primeiro trimestre do ano, tanto das Contas Nacionais (PIB) como do IBC-Br, foram muito bons e, no entanto, os juros em 13,75% ao ano já estavam aí desde agosto de 2022.

Outro indicador que esvazia a explicação de Haddad está na evolução do crédito, que continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado. Em 12 meses até maio, o saldo total de crédito (livre e direcionado) cresceu 10,4% e 1,2% no trimestre móvel encerrado em maio.

O fator que mais explica a retração do IBC-Br de maio é apenas sazonal. Trata-se do comportamento das safras agrícolas que foi excepcional no primeiro trimestre. A agropecuária cresceu 21,6% sobre o trimestre anterior e foi motivo de muito festejo pelo governo. Nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, as colheitas de soja concentram-se no primeiro trimestre de cada ano e engrossaram os números da produção, com fortes ganho de produtividade e de crescimento na produção anual. Ficam para depois o milho safrinha, o café e o corte de cana-de-açúcar.

Nem o ministro nem o brasileiro comum precisam perder o sono por causa desse IBC-Br decepcionante. E isso nem mesmo por causa dos juros, que, já em agosto, começarão a cair.

A renda do Brasil despencou 2% em maio em relação a abril, como indica o Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pareceu ter forçado o diagnóstico.

Apenas para quem não está habituado a essas siglas, o IBC-Br é uma medida apurada pelo Banco Central que antecipa o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB). Essa antecipação é bem-vinda porque o PIB propriamente dito é medido apenas a cada trimestre-calendário e sai pouco mais de dois meses depois de fechado esse trimestre. A antecipação do Banco Central sai todos os meses e mostra uma foto do que acontecia 45 dias antes.

O tombo do IBC-Br de maio surpreendeu quem se dedica a projetar a atividade econômica. Mas não dá para aceitar a avaliação do ministro Haddad de que o fator determinante desse recuo tenham sido os juros excessivamente elevados, que teriam empurrado a economia para a paradeira.

Em relação a dezembro, a economia cresceu 1,69%. E no trimestre terminado em maio, sobre o mesmo período de 2022, cresceu 3,45% - ambos na série livre de efeitos sazonais. Nada indica que os números de todo o ano de 2023 tenham de ser revistos para baixo. A economia deverá avançar entre 2,0% e 2,5%.

Crédito continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado, o que esvazia a explicação de Haddad Foto: Wilton Junior/Estadão

Os juros altos podem, sim, ter impedido um desempenho melhor, mas não tiveram toda essa força atribuída por Haddad. Tanto não tiveram que os números do primeiro trimestre do ano, tanto das Contas Nacionais (PIB) como do IBC-Br, foram muito bons e, no entanto, os juros em 13,75% ao ano já estavam aí desde agosto de 2022.

Outro indicador que esvazia a explicação de Haddad está na evolução do crédito, que continua positivo, apesar dos juros em patamar elevado. Em 12 meses até maio, o saldo total de crédito (livre e direcionado) cresceu 10,4% e 1,2% no trimestre móvel encerrado em maio.

O fator que mais explica a retração do IBC-Br de maio é apenas sazonal. Trata-se do comportamento das safras agrícolas que foi excepcional no primeiro trimestre. A agropecuária cresceu 21,6% sobre o trimestre anterior e foi motivo de muito festejo pelo governo. Nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, as colheitas de soja concentram-se no primeiro trimestre de cada ano e engrossaram os números da produção, com fortes ganho de produtividade e de crescimento na produção anual. Ficam para depois o milho safrinha, o café e o corte de cana-de-açúcar.

Nem o ministro nem o brasileiro comum precisam perder o sono por causa desse IBC-Br decepcionante. E isso nem mesmo por causa dos juros, que, já em agosto, começarão a cair.

Opinião por Celso Ming

Comentarista de Economia

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