Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Pancada no câmbio. E agora?


Espera-se menos tolerância do Banco Central com as novas altas do dólar para evitar crises maiores

Por Celso Ming

Sexta-feira, o Banco Central (BC) enfrentou a alta do dólar com mão pesada. Vendeu US$ 1,5 bilhão no mercado à vista, operação que não realizava desde 2022. Como não conseguiu deter a escalada, empurrou outro US$ 1,5 bilhão em contratos de swap cambial, títulos em reais que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Mesmo assim, o dólar à vista fechou em R$ 5,63, alta de 0,21% sobre a posição final do dia anterior. Nos oito meses de 2024, as cotações do dólar aumentaram 16,34% ante o real.

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Como as contas externas continuam exuberantes e como a entrada de dólares tanto pela balança comercial como por meio de investimentos estrangeiros continua intensa, é preciso rastrear a forte saída de moeda estrangeira por três outros canais.

O primeiro deles foi a mudança de composição de um índice importante de ações nos Estados Unidos que retirou algumas ações brasileiras da carteira. O segundo, o fortalecimento da moeda dos Estados Unidos em relação às demais moedas, dado que o o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) talvez tenha de reduzir os juros mais devagar.

Moeda americana vem batendo recordes consecutivos de alta, inclusive na última sexta-feira, quando o Banco Central realizou um leilão à vista.  Foto: JF Diorio/ Estadão
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E, mais importante, foi a percepção de nova deterioração fiscal, depois de um rombo maior do que o esperado nas contas do governo central em julho e do anúncio de novos subsídios, desta vez ao gás natural, com ampliação de benefícios sociais, como o Auxílio Gás, que apesar dos disfarces, aumentaram as despesas públicas.

O BC não quer a desvalorização excessiva do real porque produz indesejável impacto inflacionário, na medida em que aumenta em reais os preços dos importados e dos alimentos que, embora produzidos aqui, são cotados em dólares.

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Isso indica que, em persistindo a alta, novas intervenções virão. Mas o fechamento do mercado futuro do dólar nesta sexta-feira já mostrou que os agentes sentiram a força da tacada do BC no câmbio, com impacto sobre os juros, às vésperas da eleição municipal, portanto da recomposição das bases políticas para as eleições de 2026.

Nos próximos dias, deverá ficar mais claro até onde o BC está disposto a tolerar novas altas do câmbio que exigiriam mais dureza na política de juros, de modo a conduzir a inflação para a meta de 3% em 12 meses. É o que parece esperar o mercado financeiro, que puxou para cima os juros no mercado futuro.

Também nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o índice de desemprego voltou a cair no trimestre terminado em julho, desta vez de 6,9% para 6,8%. É um indicador positivo que aponta para melhoras no poder aquisitivo do assalariado. Em contrapartida, passa a ser avaliado como fator adicional de aumento da demanda e, portanto, de inflação, se não for compensado com aumento da oferta.

Sexta-feira, o Banco Central (BC) enfrentou a alta do dólar com mão pesada. Vendeu US$ 1,5 bilhão no mercado à vista, operação que não realizava desde 2022. Como não conseguiu deter a escalada, empurrou outro US$ 1,5 bilhão em contratos de swap cambial, títulos em reais que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Mesmo assim, o dólar à vista fechou em R$ 5,63, alta de 0,21% sobre a posição final do dia anterior. Nos oito meses de 2024, as cotações do dólar aumentaram 16,34% ante o real.

Como as contas externas continuam exuberantes e como a entrada de dólares tanto pela balança comercial como por meio de investimentos estrangeiros continua intensa, é preciso rastrear a forte saída de moeda estrangeira por três outros canais.

O primeiro deles foi a mudança de composição de um índice importante de ações nos Estados Unidos que retirou algumas ações brasileiras da carteira. O segundo, o fortalecimento da moeda dos Estados Unidos em relação às demais moedas, dado que o o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) talvez tenha de reduzir os juros mais devagar.

Moeda americana vem batendo recordes consecutivos de alta, inclusive na última sexta-feira, quando o Banco Central realizou um leilão à vista.  Foto: JF Diorio/ Estadão

E, mais importante, foi a percepção de nova deterioração fiscal, depois de um rombo maior do que o esperado nas contas do governo central em julho e do anúncio de novos subsídios, desta vez ao gás natural, com ampliação de benefícios sociais, como o Auxílio Gás, que apesar dos disfarces, aumentaram as despesas públicas.

O BC não quer a desvalorização excessiva do real porque produz indesejável impacto inflacionário, na medida em que aumenta em reais os preços dos importados e dos alimentos que, embora produzidos aqui, são cotados em dólares.

Isso indica que, em persistindo a alta, novas intervenções virão. Mas o fechamento do mercado futuro do dólar nesta sexta-feira já mostrou que os agentes sentiram a força da tacada do BC no câmbio, com impacto sobre os juros, às vésperas da eleição municipal, portanto da recomposição das bases políticas para as eleições de 2026.

Nos próximos dias, deverá ficar mais claro até onde o BC está disposto a tolerar novas altas do câmbio que exigiriam mais dureza na política de juros, de modo a conduzir a inflação para a meta de 3% em 12 meses. É o que parece esperar o mercado financeiro, que puxou para cima os juros no mercado futuro.

Também nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o índice de desemprego voltou a cair no trimestre terminado em julho, desta vez de 6,9% para 6,8%. É um indicador positivo que aponta para melhoras no poder aquisitivo do assalariado. Em contrapartida, passa a ser avaliado como fator adicional de aumento da demanda e, portanto, de inflação, se não for compensado com aumento da oferta.

Sexta-feira, o Banco Central (BC) enfrentou a alta do dólar com mão pesada. Vendeu US$ 1,5 bilhão no mercado à vista, operação que não realizava desde 2022. Como não conseguiu deter a escalada, empurrou outro US$ 1,5 bilhão em contratos de swap cambial, títulos em reais que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Mesmo assim, o dólar à vista fechou em R$ 5,63, alta de 0,21% sobre a posição final do dia anterior. Nos oito meses de 2024, as cotações do dólar aumentaram 16,34% ante o real.

Como as contas externas continuam exuberantes e como a entrada de dólares tanto pela balança comercial como por meio de investimentos estrangeiros continua intensa, é preciso rastrear a forte saída de moeda estrangeira por três outros canais.

O primeiro deles foi a mudança de composição de um índice importante de ações nos Estados Unidos que retirou algumas ações brasileiras da carteira. O segundo, o fortalecimento da moeda dos Estados Unidos em relação às demais moedas, dado que o o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) talvez tenha de reduzir os juros mais devagar.

Moeda americana vem batendo recordes consecutivos de alta, inclusive na última sexta-feira, quando o Banco Central realizou um leilão à vista.  Foto: JF Diorio/ Estadão

E, mais importante, foi a percepção de nova deterioração fiscal, depois de um rombo maior do que o esperado nas contas do governo central em julho e do anúncio de novos subsídios, desta vez ao gás natural, com ampliação de benefícios sociais, como o Auxílio Gás, que apesar dos disfarces, aumentaram as despesas públicas.

O BC não quer a desvalorização excessiva do real porque produz indesejável impacto inflacionário, na medida em que aumenta em reais os preços dos importados e dos alimentos que, embora produzidos aqui, são cotados em dólares.

Isso indica que, em persistindo a alta, novas intervenções virão. Mas o fechamento do mercado futuro do dólar nesta sexta-feira já mostrou que os agentes sentiram a força da tacada do BC no câmbio, com impacto sobre os juros, às vésperas da eleição municipal, portanto da recomposição das bases políticas para as eleições de 2026.

Nos próximos dias, deverá ficar mais claro até onde o BC está disposto a tolerar novas altas do câmbio que exigiriam mais dureza na política de juros, de modo a conduzir a inflação para a meta de 3% em 12 meses. É o que parece esperar o mercado financeiro, que puxou para cima os juros no mercado futuro.

Também nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o índice de desemprego voltou a cair no trimestre terminado em julho, desta vez de 6,9% para 6,8%. É um indicador positivo que aponta para melhoras no poder aquisitivo do assalariado. Em contrapartida, passa a ser avaliado como fator adicional de aumento da demanda e, portanto, de inflação, se não for compensado com aumento da oferta.

Sexta-feira, o Banco Central (BC) enfrentou a alta do dólar com mão pesada. Vendeu US$ 1,5 bilhão no mercado à vista, operação que não realizava desde 2022. Como não conseguiu deter a escalada, empurrou outro US$ 1,5 bilhão em contratos de swap cambial, títulos em reais que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Mesmo assim, o dólar à vista fechou em R$ 5,63, alta de 0,21% sobre a posição final do dia anterior. Nos oito meses de 2024, as cotações do dólar aumentaram 16,34% ante o real.

Como as contas externas continuam exuberantes e como a entrada de dólares tanto pela balança comercial como por meio de investimentos estrangeiros continua intensa, é preciso rastrear a forte saída de moeda estrangeira por três outros canais.

O primeiro deles foi a mudança de composição de um índice importante de ações nos Estados Unidos que retirou algumas ações brasileiras da carteira. O segundo, o fortalecimento da moeda dos Estados Unidos em relação às demais moedas, dado que o o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) talvez tenha de reduzir os juros mais devagar.

Moeda americana vem batendo recordes consecutivos de alta, inclusive na última sexta-feira, quando o Banco Central realizou um leilão à vista.  Foto: JF Diorio/ Estadão

E, mais importante, foi a percepção de nova deterioração fiscal, depois de um rombo maior do que o esperado nas contas do governo central em julho e do anúncio de novos subsídios, desta vez ao gás natural, com ampliação de benefícios sociais, como o Auxílio Gás, que apesar dos disfarces, aumentaram as despesas públicas.

O BC não quer a desvalorização excessiva do real porque produz indesejável impacto inflacionário, na medida em que aumenta em reais os preços dos importados e dos alimentos que, embora produzidos aqui, são cotados em dólares.

Isso indica que, em persistindo a alta, novas intervenções virão. Mas o fechamento do mercado futuro do dólar nesta sexta-feira já mostrou que os agentes sentiram a força da tacada do BC no câmbio, com impacto sobre os juros, às vésperas da eleição municipal, portanto da recomposição das bases políticas para as eleições de 2026.

Nos próximos dias, deverá ficar mais claro até onde o BC está disposto a tolerar novas altas do câmbio que exigiriam mais dureza na política de juros, de modo a conduzir a inflação para a meta de 3% em 12 meses. É o que parece esperar o mercado financeiro, que puxou para cima os juros no mercado futuro.

Também nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o índice de desemprego voltou a cair no trimestre terminado em julho, desta vez de 6,9% para 6,8%. É um indicador positivo que aponta para melhoras no poder aquisitivo do assalariado. Em contrapartida, passa a ser avaliado como fator adicional de aumento da demanda e, portanto, de inflação, se não for compensado com aumento da oferta.

Opinião por Celso Ming

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