Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Presidente Lula quer outro Banco Central


Ataques constantes contra o atual presidente da autoridade monetária faz parecer que Lula desconhece as funções institucionais do BC

Por Celso Ming

Às vezes, especialmente quando desfere seus ataques, o presidente Lula mostra que desconhece as funções institucionais do Banco Central.

Quando, por exemplo, afirma, como afirmou na última terça-feira em entrevista à Rádio CBN, que o BC tem de afinar sua política de juros com a política fiscal e com a meta de crescimento, ignora que a principal função do BC é usar seu único instrumento de que dispõe, sua política de juros (monetária) para conduzir a inflação para a meta, que é fixada pelo governo – e não pelos diretores do Copom.

O Banco Central também olha para o comportamento de toda a economia, mas não tem mandato para criar empregos ou para estimular o desenvolvimento. Aciona seu fole de acordo com o comportamento da inflação. Se a inflação aponta para a alta, sua função é retirar moeda do mercado até o nível em que os juros sejam os que tiverem sido fixados pelo Copom. Menos moeda tende a reduzir a demanda de bens e serviços e, pela lei da oferta e da procura, tende a reduzir ou impedir a alta de preços. Se a inflação dá sinais de recuo, pode aumentar o volume de moeda, ou seja, pode reduzir os juros.

continua após a publicidade

Não é verdade que hoje o comportamento da autoridade monetária “é a única coisa desajustada no País”, como afirmou o presidente Lula. Independentemente de estar ajustada ou não a política monetária, mais desajustada e mais confusa é a atual política fiscal de responsabilidade do governo, que produz rombo atrás de rombo, cria incertezas, porque aumenta a dívida e a inflação, e puxa para cima a cotação do dólar que, por sua vez, produz mais inflação.

Também não é verdade que juros altos apenas favorecem os rentistas e os banqueiros. Se é para raciocinar por aí, convém ter em conta que a população que mais perde com a inflação é o assalariado e as camadas de baixa renda, que perdem poder aquisitivo com a alta de preços. Segue-se que o combate à inflação beneficia os mais pobres.

continua após a publicidade
Presidente Lula quer um presidente "maduro" para o Banco Central. Foto: Wilton Junior/Estadão

Não dá para tirar razão do presidente Lula quando critica algumas manifestações políticas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, seja quando este comparece às eleições envergando camiseta amarela, seja quando almoça e faz declarações ao lado de figurões da oposição. O exercício da função de presidente do BC requer a liturgia de total isenção política. Mas não dá para criticar Campos Neto pela condução da política monetária.

O presidente Lula garantiu, ainda, que se prepara para escolher o novo presidente do BC, que deverá ser “alguém maduro e que não se submeta às pressões do mercado”. Quem será seu candidato? Seria Guido Mantega ou Aloizio Mercadante? Ambos sempre lembrados para funções importantes do governo. Seria Gabriel Galípolo, que vinha sendo preparado para isso? Ou seria, ainda, o “companheiro” Henrique Meirelles, que conduziu por oito anos o BC nas temporadas Lula 1 e Lula 2, sem nenhuma crítica, a não ser as do então vice-presidente Zé Alencar.

Às vezes, especialmente quando desfere seus ataques, o presidente Lula mostra que desconhece as funções institucionais do Banco Central.

Quando, por exemplo, afirma, como afirmou na última terça-feira em entrevista à Rádio CBN, que o BC tem de afinar sua política de juros com a política fiscal e com a meta de crescimento, ignora que a principal função do BC é usar seu único instrumento de que dispõe, sua política de juros (monetária) para conduzir a inflação para a meta, que é fixada pelo governo – e não pelos diretores do Copom.

O Banco Central também olha para o comportamento de toda a economia, mas não tem mandato para criar empregos ou para estimular o desenvolvimento. Aciona seu fole de acordo com o comportamento da inflação. Se a inflação aponta para a alta, sua função é retirar moeda do mercado até o nível em que os juros sejam os que tiverem sido fixados pelo Copom. Menos moeda tende a reduzir a demanda de bens e serviços e, pela lei da oferta e da procura, tende a reduzir ou impedir a alta de preços. Se a inflação dá sinais de recuo, pode aumentar o volume de moeda, ou seja, pode reduzir os juros.

Não é verdade que hoje o comportamento da autoridade monetária “é a única coisa desajustada no País”, como afirmou o presidente Lula. Independentemente de estar ajustada ou não a política monetária, mais desajustada e mais confusa é a atual política fiscal de responsabilidade do governo, que produz rombo atrás de rombo, cria incertezas, porque aumenta a dívida e a inflação, e puxa para cima a cotação do dólar que, por sua vez, produz mais inflação.

Também não é verdade que juros altos apenas favorecem os rentistas e os banqueiros. Se é para raciocinar por aí, convém ter em conta que a população que mais perde com a inflação é o assalariado e as camadas de baixa renda, que perdem poder aquisitivo com a alta de preços. Segue-se que o combate à inflação beneficia os mais pobres.

Presidente Lula quer um presidente "maduro" para o Banco Central. Foto: Wilton Junior/Estadão

Não dá para tirar razão do presidente Lula quando critica algumas manifestações políticas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, seja quando este comparece às eleições envergando camiseta amarela, seja quando almoça e faz declarações ao lado de figurões da oposição. O exercício da função de presidente do BC requer a liturgia de total isenção política. Mas não dá para criticar Campos Neto pela condução da política monetária.

O presidente Lula garantiu, ainda, que se prepara para escolher o novo presidente do BC, que deverá ser “alguém maduro e que não se submeta às pressões do mercado”. Quem será seu candidato? Seria Guido Mantega ou Aloizio Mercadante? Ambos sempre lembrados para funções importantes do governo. Seria Gabriel Galípolo, que vinha sendo preparado para isso? Ou seria, ainda, o “companheiro” Henrique Meirelles, que conduziu por oito anos o BC nas temporadas Lula 1 e Lula 2, sem nenhuma crítica, a não ser as do então vice-presidente Zé Alencar.

Às vezes, especialmente quando desfere seus ataques, o presidente Lula mostra que desconhece as funções institucionais do Banco Central.

Quando, por exemplo, afirma, como afirmou na última terça-feira em entrevista à Rádio CBN, que o BC tem de afinar sua política de juros com a política fiscal e com a meta de crescimento, ignora que a principal função do BC é usar seu único instrumento de que dispõe, sua política de juros (monetária) para conduzir a inflação para a meta, que é fixada pelo governo – e não pelos diretores do Copom.

O Banco Central também olha para o comportamento de toda a economia, mas não tem mandato para criar empregos ou para estimular o desenvolvimento. Aciona seu fole de acordo com o comportamento da inflação. Se a inflação aponta para a alta, sua função é retirar moeda do mercado até o nível em que os juros sejam os que tiverem sido fixados pelo Copom. Menos moeda tende a reduzir a demanda de bens e serviços e, pela lei da oferta e da procura, tende a reduzir ou impedir a alta de preços. Se a inflação dá sinais de recuo, pode aumentar o volume de moeda, ou seja, pode reduzir os juros.

Não é verdade que hoje o comportamento da autoridade monetária “é a única coisa desajustada no País”, como afirmou o presidente Lula. Independentemente de estar ajustada ou não a política monetária, mais desajustada e mais confusa é a atual política fiscal de responsabilidade do governo, que produz rombo atrás de rombo, cria incertezas, porque aumenta a dívida e a inflação, e puxa para cima a cotação do dólar que, por sua vez, produz mais inflação.

Também não é verdade que juros altos apenas favorecem os rentistas e os banqueiros. Se é para raciocinar por aí, convém ter em conta que a população que mais perde com a inflação é o assalariado e as camadas de baixa renda, que perdem poder aquisitivo com a alta de preços. Segue-se que o combate à inflação beneficia os mais pobres.

Presidente Lula quer um presidente "maduro" para o Banco Central. Foto: Wilton Junior/Estadão

Não dá para tirar razão do presidente Lula quando critica algumas manifestações políticas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, seja quando este comparece às eleições envergando camiseta amarela, seja quando almoça e faz declarações ao lado de figurões da oposição. O exercício da função de presidente do BC requer a liturgia de total isenção política. Mas não dá para criticar Campos Neto pela condução da política monetária.

O presidente Lula garantiu, ainda, que se prepara para escolher o novo presidente do BC, que deverá ser “alguém maduro e que não se submeta às pressões do mercado”. Quem será seu candidato? Seria Guido Mantega ou Aloizio Mercadante? Ambos sempre lembrados para funções importantes do governo. Seria Gabriel Galípolo, que vinha sendo preparado para isso? Ou seria, ainda, o “companheiro” Henrique Meirelles, que conduziu por oito anos o BC nas temporadas Lula 1 e Lula 2, sem nenhuma crítica, a não ser as do então vice-presidente Zé Alencar.

Às vezes, especialmente quando desfere seus ataques, o presidente Lula mostra que desconhece as funções institucionais do Banco Central.

Quando, por exemplo, afirma, como afirmou na última terça-feira em entrevista à Rádio CBN, que o BC tem de afinar sua política de juros com a política fiscal e com a meta de crescimento, ignora que a principal função do BC é usar seu único instrumento de que dispõe, sua política de juros (monetária) para conduzir a inflação para a meta, que é fixada pelo governo – e não pelos diretores do Copom.

O Banco Central também olha para o comportamento de toda a economia, mas não tem mandato para criar empregos ou para estimular o desenvolvimento. Aciona seu fole de acordo com o comportamento da inflação. Se a inflação aponta para a alta, sua função é retirar moeda do mercado até o nível em que os juros sejam os que tiverem sido fixados pelo Copom. Menos moeda tende a reduzir a demanda de bens e serviços e, pela lei da oferta e da procura, tende a reduzir ou impedir a alta de preços. Se a inflação dá sinais de recuo, pode aumentar o volume de moeda, ou seja, pode reduzir os juros.

Não é verdade que hoje o comportamento da autoridade monetária “é a única coisa desajustada no País”, como afirmou o presidente Lula. Independentemente de estar ajustada ou não a política monetária, mais desajustada e mais confusa é a atual política fiscal de responsabilidade do governo, que produz rombo atrás de rombo, cria incertezas, porque aumenta a dívida e a inflação, e puxa para cima a cotação do dólar que, por sua vez, produz mais inflação.

Também não é verdade que juros altos apenas favorecem os rentistas e os banqueiros. Se é para raciocinar por aí, convém ter em conta que a população que mais perde com a inflação é o assalariado e as camadas de baixa renda, que perdem poder aquisitivo com a alta de preços. Segue-se que o combate à inflação beneficia os mais pobres.

Presidente Lula quer um presidente "maduro" para o Banco Central. Foto: Wilton Junior/Estadão

Não dá para tirar razão do presidente Lula quando critica algumas manifestações políticas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, seja quando este comparece às eleições envergando camiseta amarela, seja quando almoça e faz declarações ao lado de figurões da oposição. O exercício da função de presidente do BC requer a liturgia de total isenção política. Mas não dá para criticar Campos Neto pela condução da política monetária.

O presidente Lula garantiu, ainda, que se prepara para escolher o novo presidente do BC, que deverá ser “alguém maduro e que não se submeta às pressões do mercado”. Quem será seu candidato? Seria Guido Mantega ou Aloizio Mercadante? Ambos sempre lembrados para funções importantes do governo. Seria Gabriel Galípolo, que vinha sendo preparado para isso? Ou seria, ainda, o “companheiro” Henrique Meirelles, que conduziu por oito anos o BC nas temporadas Lula 1 e Lula 2, sem nenhuma crítica, a não ser as do então vice-presidente Zé Alencar.

Opinião por Celso Ming

Comentarista de Economia

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.