Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Propostas de Milei para a economia da Argentina precisam ser ressignificadas?


Não se trata de dar um voto gratuito de confiança ao futuro presidente argentino, mas a retórica de sua campanha tem de ser entendida mais como fruto dos anseios da sociedade do que como políticas a serem desenvolvidas

Por Celso Ming

Passado o impacto da vitória acachapante do autodenominado anarcocapitalista e libertário Javier Milei nas eleições para presidente da Argentina, a hora é de olhar mais para o que pode acontecer e não para o que foi a verborragia eleitoreira.

Milei é um principiante em política e em política econômica. Independentemente do que poderia ser visto como compromissos assumidos em campanha, e mais do que fazer a exegese de sua parlapatice teatral, convém entender para onde conduz a lógica dos fatos e a energia da sociedade argentina.

A retórica de campanha tem de ser entendida muito mais como fruto dos anseios da sociedade do que como políticas a serem adotadas imediatamente.

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A proposta de dolarização da economia, por exemplo, é mais a necessidade de garantir certa estabilidade à moeda do que um imperativo de livre curso imediato às moedas estrangeiras no mercado local. O fechamento do Banco Central, tão insistentemente defendido pelo futuro presidente argentino, deve ser visto no sentido metafórico. O que conta é que terá de ser fechada a guitarra emissora de moeda, que até agora só produziu inflação. Mas o Banco Central não pode ser fechado para suas funções primárias, que são as de defender a moeda, de administrar o câmbio e de supervisionar o sistema bancário.

Com mais de 14,4 milhões de votos, Javier Milei venceu a eleição presidencial na Argentina.  Foto: Rodrigo Abd/AP
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Se no cargo de comandantes da equipe econômica forem confirmados colaboradores estreitos do ex-presidente e agora aliado Mauricio Macri, como seu então (2015-2018) presidente do Banco Central Federico Sturzenegger, hoje lembrado para a pasta da Economia, então teremos indicação de que o comando da macroeconomia será entregue a condutores com bom grau de confiabilidade.

Para evitar o naufrágio não bastará credibilidade residual. Será preciso apagar vastos incêndios a bordo. A inflação se aproxima dos 150% ao ano e daí, para a hiperinflação. Tomada por subsídios, subvenções e congelamentos de preços em áreas essenciais, a estrutura de preços relativos na Argentina está uma bagunça. Sem um choque de arrumação, não será possível seguir viagem.

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Um choque de arrumação, por sua vez, cujo núcleo terá de ser a recuperação das condições fiscais do país deverá piorar tudo antes de melhorar. Deverá provocar mais inflação imediata, porque preços essenciais estão muito represados, a começar pelos do câmbio oficial. Parece inevitável um colapso temporário da atividade econômica que só poderá ajudar a manter a embarcação à tona se o novo governo empenhar todo seu novo capital político para o pacote de maldades que tiver de ser distribuído à sociedade.

Não se trata aqui de dar um voto gratuito de confiança a um hábil manipulador de plateias sofridas. É questão de reler os fatos de um jeito diferente.

Mas, decididamente, seguir repetindo que Milei não passa de um “loco de extrema derecha” e de um Trump do Prata parece perigoso reducionismo.

Passado o impacto da vitória acachapante do autodenominado anarcocapitalista e libertário Javier Milei nas eleições para presidente da Argentina, a hora é de olhar mais para o que pode acontecer e não para o que foi a verborragia eleitoreira.

Milei é um principiante em política e em política econômica. Independentemente do que poderia ser visto como compromissos assumidos em campanha, e mais do que fazer a exegese de sua parlapatice teatral, convém entender para onde conduz a lógica dos fatos e a energia da sociedade argentina.

A retórica de campanha tem de ser entendida muito mais como fruto dos anseios da sociedade do que como políticas a serem adotadas imediatamente.

A proposta de dolarização da economia, por exemplo, é mais a necessidade de garantir certa estabilidade à moeda do que um imperativo de livre curso imediato às moedas estrangeiras no mercado local. O fechamento do Banco Central, tão insistentemente defendido pelo futuro presidente argentino, deve ser visto no sentido metafórico. O que conta é que terá de ser fechada a guitarra emissora de moeda, que até agora só produziu inflação. Mas o Banco Central não pode ser fechado para suas funções primárias, que são as de defender a moeda, de administrar o câmbio e de supervisionar o sistema bancário.

Com mais de 14,4 milhões de votos, Javier Milei venceu a eleição presidencial na Argentina.  Foto: Rodrigo Abd/AP

Se no cargo de comandantes da equipe econômica forem confirmados colaboradores estreitos do ex-presidente e agora aliado Mauricio Macri, como seu então (2015-2018) presidente do Banco Central Federico Sturzenegger, hoje lembrado para a pasta da Economia, então teremos indicação de que o comando da macroeconomia será entregue a condutores com bom grau de confiabilidade.

Para evitar o naufrágio não bastará credibilidade residual. Será preciso apagar vastos incêndios a bordo. A inflação se aproxima dos 150% ao ano e daí, para a hiperinflação. Tomada por subsídios, subvenções e congelamentos de preços em áreas essenciais, a estrutura de preços relativos na Argentina está uma bagunça. Sem um choque de arrumação, não será possível seguir viagem.

Um choque de arrumação, por sua vez, cujo núcleo terá de ser a recuperação das condições fiscais do país deverá piorar tudo antes de melhorar. Deverá provocar mais inflação imediata, porque preços essenciais estão muito represados, a começar pelos do câmbio oficial. Parece inevitável um colapso temporário da atividade econômica que só poderá ajudar a manter a embarcação à tona se o novo governo empenhar todo seu novo capital político para o pacote de maldades que tiver de ser distribuído à sociedade.

Não se trata aqui de dar um voto gratuito de confiança a um hábil manipulador de plateias sofridas. É questão de reler os fatos de um jeito diferente.

Mas, decididamente, seguir repetindo que Milei não passa de um “loco de extrema derecha” e de um Trump do Prata parece perigoso reducionismo.

Passado o impacto da vitória acachapante do autodenominado anarcocapitalista e libertário Javier Milei nas eleições para presidente da Argentina, a hora é de olhar mais para o que pode acontecer e não para o que foi a verborragia eleitoreira.

Milei é um principiante em política e em política econômica. Independentemente do que poderia ser visto como compromissos assumidos em campanha, e mais do que fazer a exegese de sua parlapatice teatral, convém entender para onde conduz a lógica dos fatos e a energia da sociedade argentina.

A retórica de campanha tem de ser entendida muito mais como fruto dos anseios da sociedade do que como políticas a serem adotadas imediatamente.

A proposta de dolarização da economia, por exemplo, é mais a necessidade de garantir certa estabilidade à moeda do que um imperativo de livre curso imediato às moedas estrangeiras no mercado local. O fechamento do Banco Central, tão insistentemente defendido pelo futuro presidente argentino, deve ser visto no sentido metafórico. O que conta é que terá de ser fechada a guitarra emissora de moeda, que até agora só produziu inflação. Mas o Banco Central não pode ser fechado para suas funções primárias, que são as de defender a moeda, de administrar o câmbio e de supervisionar o sistema bancário.

Com mais de 14,4 milhões de votos, Javier Milei venceu a eleição presidencial na Argentina.  Foto: Rodrigo Abd/AP

Se no cargo de comandantes da equipe econômica forem confirmados colaboradores estreitos do ex-presidente e agora aliado Mauricio Macri, como seu então (2015-2018) presidente do Banco Central Federico Sturzenegger, hoje lembrado para a pasta da Economia, então teremos indicação de que o comando da macroeconomia será entregue a condutores com bom grau de confiabilidade.

Para evitar o naufrágio não bastará credibilidade residual. Será preciso apagar vastos incêndios a bordo. A inflação se aproxima dos 150% ao ano e daí, para a hiperinflação. Tomada por subsídios, subvenções e congelamentos de preços em áreas essenciais, a estrutura de preços relativos na Argentina está uma bagunça. Sem um choque de arrumação, não será possível seguir viagem.

Um choque de arrumação, por sua vez, cujo núcleo terá de ser a recuperação das condições fiscais do país deverá piorar tudo antes de melhorar. Deverá provocar mais inflação imediata, porque preços essenciais estão muito represados, a começar pelos do câmbio oficial. Parece inevitável um colapso temporário da atividade econômica que só poderá ajudar a manter a embarcação à tona se o novo governo empenhar todo seu novo capital político para o pacote de maldades que tiver de ser distribuído à sociedade.

Não se trata aqui de dar um voto gratuito de confiança a um hábil manipulador de plateias sofridas. É questão de reler os fatos de um jeito diferente.

Mas, decididamente, seguir repetindo que Milei não passa de um “loco de extrema derecha” e de um Trump do Prata parece perigoso reducionismo.

Passado o impacto da vitória acachapante do autodenominado anarcocapitalista e libertário Javier Milei nas eleições para presidente da Argentina, a hora é de olhar mais para o que pode acontecer e não para o que foi a verborragia eleitoreira.

Milei é um principiante em política e em política econômica. Independentemente do que poderia ser visto como compromissos assumidos em campanha, e mais do que fazer a exegese de sua parlapatice teatral, convém entender para onde conduz a lógica dos fatos e a energia da sociedade argentina.

A retórica de campanha tem de ser entendida muito mais como fruto dos anseios da sociedade do que como políticas a serem adotadas imediatamente.

A proposta de dolarização da economia, por exemplo, é mais a necessidade de garantir certa estabilidade à moeda do que um imperativo de livre curso imediato às moedas estrangeiras no mercado local. O fechamento do Banco Central, tão insistentemente defendido pelo futuro presidente argentino, deve ser visto no sentido metafórico. O que conta é que terá de ser fechada a guitarra emissora de moeda, que até agora só produziu inflação. Mas o Banco Central não pode ser fechado para suas funções primárias, que são as de defender a moeda, de administrar o câmbio e de supervisionar o sistema bancário.

Com mais de 14,4 milhões de votos, Javier Milei venceu a eleição presidencial na Argentina.  Foto: Rodrigo Abd/AP

Se no cargo de comandantes da equipe econômica forem confirmados colaboradores estreitos do ex-presidente e agora aliado Mauricio Macri, como seu então (2015-2018) presidente do Banco Central Federico Sturzenegger, hoje lembrado para a pasta da Economia, então teremos indicação de que o comando da macroeconomia será entregue a condutores com bom grau de confiabilidade.

Para evitar o naufrágio não bastará credibilidade residual. Será preciso apagar vastos incêndios a bordo. A inflação se aproxima dos 150% ao ano e daí, para a hiperinflação. Tomada por subsídios, subvenções e congelamentos de preços em áreas essenciais, a estrutura de preços relativos na Argentina está uma bagunça. Sem um choque de arrumação, não será possível seguir viagem.

Um choque de arrumação, por sua vez, cujo núcleo terá de ser a recuperação das condições fiscais do país deverá piorar tudo antes de melhorar. Deverá provocar mais inflação imediata, porque preços essenciais estão muito represados, a começar pelos do câmbio oficial. Parece inevitável um colapso temporário da atividade econômica que só poderá ajudar a manter a embarcação à tona se o novo governo empenhar todo seu novo capital político para o pacote de maldades que tiver de ser distribuído à sociedade.

Não se trata aqui de dar um voto gratuito de confiança a um hábil manipulador de plateias sofridas. É questão de reler os fatos de um jeito diferente.

Mas, decididamente, seguir repetindo que Milei não passa de um “loco de extrema derecha” e de um Trump do Prata parece perigoso reducionismo.

Passado o impacto da vitória acachapante do autodenominado anarcocapitalista e libertário Javier Milei nas eleições para presidente da Argentina, a hora é de olhar mais para o que pode acontecer e não para o que foi a verborragia eleitoreira.

Milei é um principiante em política e em política econômica. Independentemente do que poderia ser visto como compromissos assumidos em campanha, e mais do que fazer a exegese de sua parlapatice teatral, convém entender para onde conduz a lógica dos fatos e a energia da sociedade argentina.

A retórica de campanha tem de ser entendida muito mais como fruto dos anseios da sociedade do que como políticas a serem adotadas imediatamente.

A proposta de dolarização da economia, por exemplo, é mais a necessidade de garantir certa estabilidade à moeda do que um imperativo de livre curso imediato às moedas estrangeiras no mercado local. O fechamento do Banco Central, tão insistentemente defendido pelo futuro presidente argentino, deve ser visto no sentido metafórico. O que conta é que terá de ser fechada a guitarra emissora de moeda, que até agora só produziu inflação. Mas o Banco Central não pode ser fechado para suas funções primárias, que são as de defender a moeda, de administrar o câmbio e de supervisionar o sistema bancário.

Com mais de 14,4 milhões de votos, Javier Milei venceu a eleição presidencial na Argentina.  Foto: Rodrigo Abd/AP

Se no cargo de comandantes da equipe econômica forem confirmados colaboradores estreitos do ex-presidente e agora aliado Mauricio Macri, como seu então (2015-2018) presidente do Banco Central Federico Sturzenegger, hoje lembrado para a pasta da Economia, então teremos indicação de que o comando da macroeconomia será entregue a condutores com bom grau de confiabilidade.

Para evitar o naufrágio não bastará credibilidade residual. Será preciso apagar vastos incêndios a bordo. A inflação se aproxima dos 150% ao ano e daí, para a hiperinflação. Tomada por subsídios, subvenções e congelamentos de preços em áreas essenciais, a estrutura de preços relativos na Argentina está uma bagunça. Sem um choque de arrumação, não será possível seguir viagem.

Um choque de arrumação, por sua vez, cujo núcleo terá de ser a recuperação das condições fiscais do país deverá piorar tudo antes de melhorar. Deverá provocar mais inflação imediata, porque preços essenciais estão muito represados, a começar pelos do câmbio oficial. Parece inevitável um colapso temporário da atividade econômica que só poderá ajudar a manter a embarcação à tona se o novo governo empenhar todo seu novo capital político para o pacote de maldades que tiver de ser distribuído à sociedade.

Não se trata aqui de dar um voto gratuito de confiança a um hábil manipulador de plateias sofridas. É questão de reler os fatos de um jeito diferente.

Mas, decididamente, seguir repetindo que Milei não passa de um “loco de extrema derecha” e de um Trump do Prata parece perigoso reducionismo.

Opinião por Celso Ming

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