Jornalista e comentarista de economia

Opinião|O protecionismo dos outros e o nosso


Diante da nova onda global de protecionismo, espera-se do governo brasileiro escolher prioridades e definir metas para alavancar a indústria

Por Celso Ming

Se é verdade que o protecionismo se tornou a nova regra global, até que ponto a proteção à indústria brasileira está em condições de concorrer com a proteção à indústria das grandes potências globais?

Na última segunda-feira, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante,, entendeu ser necessário advertir, em reunião do grupo empresarial B20, atrelado ao Grupo dos 20 (G-20), do qual o Brasil ocupa a presidência até o fim de 2024, que o livre-comércio está morto e que é preciso proteger o produtor e o emprego industrial no País. A partir daí, justificou a nova política industrial do governo Lula 3 mais os R$ 250 bilhões que o BNDES se dispõe a despejar para reidratar a indústria de transformação, que não consegue competir nem no mercado de quinquilharias, como se pode conferir pelas pressões para supertaxar importações de até US$ 50.

Convém dar uma espiada nos números apontados pelo empresário José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria Plástica, em debate recente realizado pelo Instituto de Relações Internacionais & Comércio Exterior.

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O governo dos Estados Unidos está investindo em infraestrutura e educação por meio do Infrastructure Investment and Jobs Act, a bagatela de US$ 1,2 trilhão. Outros US$ 369 bilhões vão para projetos de segurança energética e para políticas de sustentabilidade, de olho na transição energética, por meio do Inflation Reduction Act.

E tem mais US$ 280 bilhões para o financiamento de pesquisas e desenvolvimento de componentes eletrônicos, sobretudo para a fabricação de semicondutores – aos quais destina US$ 52,7 bilhões, por meio do Chips and Science Act.

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A União Europeia disponibiliza mais de US$ 800 bilhões no seu programa Next Generation EU, para uma política comum de desenvolvimento tecnológico e ambiental.

Nova política industrial apresentada pelo governo Lula 3 carece de metas objetivas.  Foto: Alberto Cesar Araújo/Estadão

A China,por sua vez, reservou US$ 632 bilhões para desenvolvimento de Tecnologia da Informação, com o objetivo de projetar e produzir veículos movidos com novas fontes de energia, desenvolvimento de novos materiais, biomedicina e máquinas agrícolas.

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Acrescentem-se os programas de defesa da produção do Japão, da Coreia do Sul e de um punhado de tigres asiáticos.

Por aí se vê que o Brasil já começa jogando na segunda divisão. Não dá para enfrentar de igual para igual os times grandes, especialmente quando pretende defender um programa tão amplo que não pode nem ser enunciado setor por setor. O governo não fez por menos. Chamou de programa missionário porque atende a quase tudo, por meio de iniciativas que chama de missões.

Isso não significa que o Brasil deva ficar parado, limitando-se a espiar a derrocada da indústria. Significa que um programa de defesa não pode pretender abranger tudo. Também nesse campo, quem quer tudo não quer nada. Significa que é preciso foco, escolher prioridades e definir metas.

Se é verdade que o protecionismo se tornou a nova regra global, até que ponto a proteção à indústria brasileira está em condições de concorrer com a proteção à indústria das grandes potências globais?

Na última segunda-feira, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante,, entendeu ser necessário advertir, em reunião do grupo empresarial B20, atrelado ao Grupo dos 20 (G-20), do qual o Brasil ocupa a presidência até o fim de 2024, que o livre-comércio está morto e que é preciso proteger o produtor e o emprego industrial no País. A partir daí, justificou a nova política industrial do governo Lula 3 mais os R$ 250 bilhões que o BNDES se dispõe a despejar para reidratar a indústria de transformação, que não consegue competir nem no mercado de quinquilharias, como se pode conferir pelas pressões para supertaxar importações de até US$ 50.

Convém dar uma espiada nos números apontados pelo empresário José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria Plástica, em debate recente realizado pelo Instituto de Relações Internacionais & Comércio Exterior.

O governo dos Estados Unidos está investindo em infraestrutura e educação por meio do Infrastructure Investment and Jobs Act, a bagatela de US$ 1,2 trilhão. Outros US$ 369 bilhões vão para projetos de segurança energética e para políticas de sustentabilidade, de olho na transição energética, por meio do Inflation Reduction Act.

E tem mais US$ 280 bilhões para o financiamento de pesquisas e desenvolvimento de componentes eletrônicos, sobretudo para a fabricação de semicondutores – aos quais destina US$ 52,7 bilhões, por meio do Chips and Science Act.

A União Europeia disponibiliza mais de US$ 800 bilhões no seu programa Next Generation EU, para uma política comum de desenvolvimento tecnológico e ambiental.

Nova política industrial apresentada pelo governo Lula 3 carece de metas objetivas.  Foto: Alberto Cesar Araújo/Estadão

A China,por sua vez, reservou US$ 632 bilhões para desenvolvimento de Tecnologia da Informação, com o objetivo de projetar e produzir veículos movidos com novas fontes de energia, desenvolvimento de novos materiais, biomedicina e máquinas agrícolas.

Acrescentem-se os programas de defesa da produção do Japão, da Coreia do Sul e de um punhado de tigres asiáticos.

Por aí se vê que o Brasil já começa jogando na segunda divisão. Não dá para enfrentar de igual para igual os times grandes, especialmente quando pretende defender um programa tão amplo que não pode nem ser enunciado setor por setor. O governo não fez por menos. Chamou de programa missionário porque atende a quase tudo, por meio de iniciativas que chama de missões.

Isso não significa que o Brasil deva ficar parado, limitando-se a espiar a derrocada da indústria. Significa que um programa de defesa não pode pretender abranger tudo. Também nesse campo, quem quer tudo não quer nada. Significa que é preciso foco, escolher prioridades e definir metas.

Se é verdade que o protecionismo se tornou a nova regra global, até que ponto a proteção à indústria brasileira está em condições de concorrer com a proteção à indústria das grandes potências globais?

Na última segunda-feira, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante,, entendeu ser necessário advertir, em reunião do grupo empresarial B20, atrelado ao Grupo dos 20 (G-20), do qual o Brasil ocupa a presidência até o fim de 2024, que o livre-comércio está morto e que é preciso proteger o produtor e o emprego industrial no País. A partir daí, justificou a nova política industrial do governo Lula 3 mais os R$ 250 bilhões que o BNDES se dispõe a despejar para reidratar a indústria de transformação, que não consegue competir nem no mercado de quinquilharias, como se pode conferir pelas pressões para supertaxar importações de até US$ 50.

Convém dar uma espiada nos números apontados pelo empresário José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria Plástica, em debate recente realizado pelo Instituto de Relações Internacionais & Comércio Exterior.

O governo dos Estados Unidos está investindo em infraestrutura e educação por meio do Infrastructure Investment and Jobs Act, a bagatela de US$ 1,2 trilhão. Outros US$ 369 bilhões vão para projetos de segurança energética e para políticas de sustentabilidade, de olho na transição energética, por meio do Inflation Reduction Act.

E tem mais US$ 280 bilhões para o financiamento de pesquisas e desenvolvimento de componentes eletrônicos, sobretudo para a fabricação de semicondutores – aos quais destina US$ 52,7 bilhões, por meio do Chips and Science Act.

A União Europeia disponibiliza mais de US$ 800 bilhões no seu programa Next Generation EU, para uma política comum de desenvolvimento tecnológico e ambiental.

Nova política industrial apresentada pelo governo Lula 3 carece de metas objetivas.  Foto: Alberto Cesar Araújo/Estadão

A China,por sua vez, reservou US$ 632 bilhões para desenvolvimento de Tecnologia da Informação, com o objetivo de projetar e produzir veículos movidos com novas fontes de energia, desenvolvimento de novos materiais, biomedicina e máquinas agrícolas.

Acrescentem-se os programas de defesa da produção do Japão, da Coreia do Sul e de um punhado de tigres asiáticos.

Por aí se vê que o Brasil já começa jogando na segunda divisão. Não dá para enfrentar de igual para igual os times grandes, especialmente quando pretende defender um programa tão amplo que não pode nem ser enunciado setor por setor. O governo não fez por menos. Chamou de programa missionário porque atende a quase tudo, por meio de iniciativas que chama de missões.

Isso não significa que o Brasil deva ficar parado, limitando-se a espiar a derrocada da indústria. Significa que um programa de defesa não pode pretender abranger tudo. Também nesse campo, quem quer tudo não quer nada. Significa que é preciso foco, escolher prioridades e definir metas.

Se é verdade que o protecionismo se tornou a nova regra global, até que ponto a proteção à indústria brasileira está em condições de concorrer com a proteção à indústria das grandes potências globais?

Na última segunda-feira, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante,, entendeu ser necessário advertir, em reunião do grupo empresarial B20, atrelado ao Grupo dos 20 (G-20), do qual o Brasil ocupa a presidência até o fim de 2024, que o livre-comércio está morto e que é preciso proteger o produtor e o emprego industrial no País. A partir daí, justificou a nova política industrial do governo Lula 3 mais os R$ 250 bilhões que o BNDES se dispõe a despejar para reidratar a indústria de transformação, que não consegue competir nem no mercado de quinquilharias, como se pode conferir pelas pressões para supertaxar importações de até US$ 50.

Convém dar uma espiada nos números apontados pelo empresário José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria Plástica, em debate recente realizado pelo Instituto de Relações Internacionais & Comércio Exterior.

O governo dos Estados Unidos está investindo em infraestrutura e educação por meio do Infrastructure Investment and Jobs Act, a bagatela de US$ 1,2 trilhão. Outros US$ 369 bilhões vão para projetos de segurança energética e para políticas de sustentabilidade, de olho na transição energética, por meio do Inflation Reduction Act.

E tem mais US$ 280 bilhões para o financiamento de pesquisas e desenvolvimento de componentes eletrônicos, sobretudo para a fabricação de semicondutores – aos quais destina US$ 52,7 bilhões, por meio do Chips and Science Act.

A União Europeia disponibiliza mais de US$ 800 bilhões no seu programa Next Generation EU, para uma política comum de desenvolvimento tecnológico e ambiental.

Nova política industrial apresentada pelo governo Lula 3 carece de metas objetivas.  Foto: Alberto Cesar Araújo/Estadão

A China,por sua vez, reservou US$ 632 bilhões para desenvolvimento de Tecnologia da Informação, com o objetivo de projetar e produzir veículos movidos com novas fontes de energia, desenvolvimento de novos materiais, biomedicina e máquinas agrícolas.

Acrescentem-se os programas de defesa da produção do Japão, da Coreia do Sul e de um punhado de tigres asiáticos.

Por aí se vê que o Brasil já começa jogando na segunda divisão. Não dá para enfrentar de igual para igual os times grandes, especialmente quando pretende defender um programa tão amplo que não pode nem ser enunciado setor por setor. O governo não fez por menos. Chamou de programa missionário porque atende a quase tudo, por meio de iniciativas que chama de missões.

Isso não significa que o Brasil deva ficar parado, limitando-se a espiar a derrocada da indústria. Significa que um programa de defesa não pode pretender abranger tudo. Também nesse campo, quem quer tudo não quer nada. Significa que é preciso foco, escolher prioridades e definir metas.

Opinião por Celso Ming

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