Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Recordes na energia solar


Redução dos preços dos sistemas de captação solar fotovoltaica e avanço da infraestrutura de telecomunicação e de eletrificação da mobilidade fomentam o uso dessa fonte de energia

Por Celso Ming
Atualização:

O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 35 gigawatts (GW) de potência instalada de energia solar. Mas a boa notícia não se esgota aí: a perspectiva é de novos e rápidos avanços nessa área de negócios.

Esses 35 GW correspondem a 2,5 vezes a potência instalada da Usina de Itaipu, a maior da América do Sul. A previsão da plataforma Meu Investimento Solar é de que, em 2024, o Brasil dobre a potência instalada dos sistemas fotovoltaicos, aí somadas a da energia das tais fazendas de energia solar e a da geração distribuída. Esta última são os investimentos formiga em placas solares instaladas sobre telhados e terrenos adjacentes.

São três os principais fatores que impulsionam agressivamente os investimentos. O primeiro deles é o barateamento das placas solares, que ainda são majoritariamente importadas da China, onde a competição chega a ser feroz, com alguns fabricantes reduzindo os preços para atrair mais clientes nos mercados internacionais, à medida que enfrentam uma demanda interna enfraquecida.

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Outra causa multiplicadora é a expansão pelas empresas de telecomunicações das instalações da internet móvel 5G, que demandam muita energia, agora a ser obtida a custos mais baixos, especialmente em lugares remotos.

E o terceiro fator de expansão é a alta acentuada da temperatura ambiente no País, que vem levando empresas e famílias a se interessarem mais por essas instalações. Na comparação anual, nesta primeira quinzena de novembro, a geração de energia solar cresceu 91,5%, para 3.125 megawatts médios (MWmed), aponta análise preliminar da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

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A esses fatores se pode incluir o crescente interesse por carros elétricos e a necessidade de carregamento de energia mais barata e a ascensão do mercado de baterias para armazenamento de energia elétrica.

O tempo de retorno do investimento (payback) da geração distribuída também vai recuando, mesmo com a redução dos incentivos oferecidos pelo governo. Em 2021, no Centro-Oeste, por exemplo, o retorno do investimento em instalações residenciais era em média de sete anos. Neste ano, caiu para quatro, graças à queda de 46% nos preços dos sistemas fotovoltaicos vendidos na região.

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Em sistemas mais robustos, como os para grande empresas com capacidade de potência superior a 40 quilowatt-pico (Kwp), o recuo também foi significativo - de mais de 30% -, nos preços médios nos estados do Centro-Oeste e em Minas Gerais.

O terreno pode ficar ainda mais fértil com os indicativos de que o tombo dos preços deverá seguir nos primeiros trimestres de 2024, conforme projeções recentes da consultoria Clean Energy Associates (CEA).

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Essa queda dos custos dos sistemas fomenta outros modelos de negócio, como o da energia por assinatura (suprimento de longo prazo) e a geração compartilhada, em que uma única usina atende a outras unidades próximas.

Como se vê, as perspectivas para a área são de forte otimismo./ COM RENATTA LEITE

O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 35 gigawatts (GW) de potência instalada de energia solar. Mas a boa notícia não se esgota aí: a perspectiva é de novos e rápidos avanços nessa área de negócios.

Esses 35 GW correspondem a 2,5 vezes a potência instalada da Usina de Itaipu, a maior da América do Sul. A previsão da plataforma Meu Investimento Solar é de que, em 2024, o Brasil dobre a potência instalada dos sistemas fotovoltaicos, aí somadas a da energia das tais fazendas de energia solar e a da geração distribuída. Esta última são os investimentos formiga em placas solares instaladas sobre telhados e terrenos adjacentes.

São três os principais fatores que impulsionam agressivamente os investimentos. O primeiro deles é o barateamento das placas solares, que ainda são majoritariamente importadas da China, onde a competição chega a ser feroz, com alguns fabricantes reduzindo os preços para atrair mais clientes nos mercados internacionais, à medida que enfrentam uma demanda interna enfraquecida.

Outra causa multiplicadora é a expansão pelas empresas de telecomunicações das instalações da internet móvel 5G, que demandam muita energia, agora a ser obtida a custos mais baixos, especialmente em lugares remotos.

E o terceiro fator de expansão é a alta acentuada da temperatura ambiente no País, que vem levando empresas e famílias a se interessarem mais por essas instalações. Na comparação anual, nesta primeira quinzena de novembro, a geração de energia solar cresceu 91,5%, para 3.125 megawatts médios (MWmed), aponta análise preliminar da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

A esses fatores se pode incluir o crescente interesse por carros elétricos e a necessidade de carregamento de energia mais barata e a ascensão do mercado de baterias para armazenamento de energia elétrica.

O tempo de retorno do investimento (payback) da geração distribuída também vai recuando, mesmo com a redução dos incentivos oferecidos pelo governo. Em 2021, no Centro-Oeste, por exemplo, o retorno do investimento em instalações residenciais era em média de sete anos. Neste ano, caiu para quatro, graças à queda de 46% nos preços dos sistemas fotovoltaicos vendidos na região.

Em sistemas mais robustos, como os para grande empresas com capacidade de potência superior a 40 quilowatt-pico (Kwp), o recuo também foi significativo - de mais de 30% -, nos preços médios nos estados do Centro-Oeste e em Minas Gerais.

O terreno pode ficar ainda mais fértil com os indicativos de que o tombo dos preços deverá seguir nos primeiros trimestres de 2024, conforme projeções recentes da consultoria Clean Energy Associates (CEA).

Essa queda dos custos dos sistemas fomenta outros modelos de negócio, como o da energia por assinatura (suprimento de longo prazo) e a geração compartilhada, em que uma única usina atende a outras unidades próximas.

Como se vê, as perspectivas para a área são de forte otimismo./ COM RENATTA LEITE

O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 35 gigawatts (GW) de potência instalada de energia solar. Mas a boa notícia não se esgota aí: a perspectiva é de novos e rápidos avanços nessa área de negócios.

Esses 35 GW correspondem a 2,5 vezes a potência instalada da Usina de Itaipu, a maior da América do Sul. A previsão da plataforma Meu Investimento Solar é de que, em 2024, o Brasil dobre a potência instalada dos sistemas fotovoltaicos, aí somadas a da energia das tais fazendas de energia solar e a da geração distribuída. Esta última são os investimentos formiga em placas solares instaladas sobre telhados e terrenos adjacentes.

São três os principais fatores que impulsionam agressivamente os investimentos. O primeiro deles é o barateamento das placas solares, que ainda são majoritariamente importadas da China, onde a competição chega a ser feroz, com alguns fabricantes reduzindo os preços para atrair mais clientes nos mercados internacionais, à medida que enfrentam uma demanda interna enfraquecida.

Outra causa multiplicadora é a expansão pelas empresas de telecomunicações das instalações da internet móvel 5G, que demandam muita energia, agora a ser obtida a custos mais baixos, especialmente em lugares remotos.

E o terceiro fator de expansão é a alta acentuada da temperatura ambiente no País, que vem levando empresas e famílias a se interessarem mais por essas instalações. Na comparação anual, nesta primeira quinzena de novembro, a geração de energia solar cresceu 91,5%, para 3.125 megawatts médios (MWmed), aponta análise preliminar da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

A esses fatores se pode incluir o crescente interesse por carros elétricos e a necessidade de carregamento de energia mais barata e a ascensão do mercado de baterias para armazenamento de energia elétrica.

O tempo de retorno do investimento (payback) da geração distribuída também vai recuando, mesmo com a redução dos incentivos oferecidos pelo governo. Em 2021, no Centro-Oeste, por exemplo, o retorno do investimento em instalações residenciais era em média de sete anos. Neste ano, caiu para quatro, graças à queda de 46% nos preços dos sistemas fotovoltaicos vendidos na região.

Em sistemas mais robustos, como os para grande empresas com capacidade de potência superior a 40 quilowatt-pico (Kwp), o recuo também foi significativo - de mais de 30% -, nos preços médios nos estados do Centro-Oeste e em Minas Gerais.

O terreno pode ficar ainda mais fértil com os indicativos de que o tombo dos preços deverá seguir nos primeiros trimestres de 2024, conforme projeções recentes da consultoria Clean Energy Associates (CEA).

Essa queda dos custos dos sistemas fomenta outros modelos de negócio, como o da energia por assinatura (suprimento de longo prazo) e a geração compartilhada, em que uma única usina atende a outras unidades próximas.

Como se vê, as perspectivas para a área são de forte otimismo./ COM RENATTA LEITE

Opinião por Celso Ming

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