Jornalista e comentarista de economia

Opinião|Corrida pela relíquia bárbara


O ouro atingiu os US$ 2,4 mil no último mês, o maior valor já registrado, diante de uma maior demanda que vem pondo em xeque o vigor do dólar como ativo de reserva

Por Celso Ming

Nos últimos nove meses, o mercado financeiro global está apontando rápida e forte valorização das cotações do ouro. No início de outubro de 2023, a onça-troy (31,1 gramas) estava a US$ 1.902 e, nesta sexta-feira, fechou a US$ 2.322 – alta de 23% no período.

É movimento que poderia ser considerado anômalo num período de juros altos no mercado global. É que as aplicações em ouro não rendem juros. O retorno corresponde à diferença entre compra e venda. Nas fases de juros altos, os títulos são mais atraentes.

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A novidade está na demanda por posições em ouro, que parece ter várias origens. Uma delas são as compras mais intensas por bancos centrais, especialmente pelo Banco Popular da China, para diversificação de reservas: está reduzindo suas posições em títulos do Tesouro dos Estados Unidos e aumentando as de ouro. Outra origem são as compras por pessoas físicas da China que reduziram suas aplicações domésticas em imóveis a partir da grande crise do mercado imobiliário e voltaram-se para a “relíquia bárbara”, para ficar com a expressão consagrada pelo economista britânico John Keynes.

A necessidade de uma aplicação segura para os chineses é mais importante do que para outras populações, porque não contam com sistema previdenciário público. As famílias têm de prover reservas para o período de aposentadoria.

A enorme valorização do ouro coincide com a forte alta das criptomoedas, especialmente a do bitcoin e a do ethereum, após os EUA aprovarem fundos ETF (negociados à vista em bolsa) lastreados nas duas criptomoedas.

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Consultores globais de finanças começam a se perguntar se o declínio geopolítico dos Estados Unidos está reduzindo a confiança no dólar como moeda de reserva. As compras de ouro pelos bancos centrais parecem indício disso.

O ouro atingiu a máxima histórica apoiado pela demanda de Bancos Centrais (BCs), da população chinesa e pelos fluxos à busca por ativos de segurança em meio às tensões geopolíticas. Foto: Adobe Stock
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A decisão das grandes potências, reunidas em Bretton Woods, ao final da 2.ª Guerra Mundial, foi atrelar o dólar ao ouro, ao câmbio de US$ 35 por onça-troy. Mas as emissões de dólares foram tão grandes que o Tesouro dos Estados Unidos não conseguiu manter a entrega de ouro conforme contratado. Em 1971, o presidente Nixon suspendeu a conversibilidade dos dois ativos. O dólar continuou sendo a principal moeda de reserva, porque não havia outra. Mas sabe-se lá até quando.

As dúvidas sobre o vigor do dólar são consequência dos seguidos rombos fiscais do governo dos Estados Unidos e do aumento da dívida pública. É possível, também, que parte do entesouramento (sob o colchão) de dólar papel ao redor do mundo esteja sendo substituída por outros ativos, como o euro, ouro ou criptomoedas, o que reduz a demanda pela moeda dos Estados Unidos.

Nos últimos nove meses, o mercado financeiro global está apontando rápida e forte valorização das cotações do ouro. No início de outubro de 2023, a onça-troy (31,1 gramas) estava a US$ 1.902 e, nesta sexta-feira, fechou a US$ 2.322 – alta de 23% no período.

É movimento que poderia ser considerado anômalo num período de juros altos no mercado global. É que as aplicações em ouro não rendem juros. O retorno corresponde à diferença entre compra e venda. Nas fases de juros altos, os títulos são mais atraentes.

A novidade está na demanda por posições em ouro, que parece ter várias origens. Uma delas são as compras mais intensas por bancos centrais, especialmente pelo Banco Popular da China, para diversificação de reservas: está reduzindo suas posições em títulos do Tesouro dos Estados Unidos e aumentando as de ouro. Outra origem são as compras por pessoas físicas da China que reduziram suas aplicações domésticas em imóveis a partir da grande crise do mercado imobiliário e voltaram-se para a “relíquia bárbara”, para ficar com a expressão consagrada pelo economista britânico John Keynes.

A necessidade de uma aplicação segura para os chineses é mais importante do que para outras populações, porque não contam com sistema previdenciário público. As famílias têm de prover reservas para o período de aposentadoria.

A enorme valorização do ouro coincide com a forte alta das criptomoedas, especialmente a do bitcoin e a do ethereum, após os EUA aprovarem fundos ETF (negociados à vista em bolsa) lastreados nas duas criptomoedas.

Consultores globais de finanças começam a se perguntar se o declínio geopolítico dos Estados Unidos está reduzindo a confiança no dólar como moeda de reserva. As compras de ouro pelos bancos centrais parecem indício disso.

O ouro atingiu a máxima histórica apoiado pela demanda de Bancos Centrais (BCs), da população chinesa e pelos fluxos à busca por ativos de segurança em meio às tensões geopolíticas. Foto: Adobe Stock

A decisão das grandes potências, reunidas em Bretton Woods, ao final da 2.ª Guerra Mundial, foi atrelar o dólar ao ouro, ao câmbio de US$ 35 por onça-troy. Mas as emissões de dólares foram tão grandes que o Tesouro dos Estados Unidos não conseguiu manter a entrega de ouro conforme contratado. Em 1971, o presidente Nixon suspendeu a conversibilidade dos dois ativos. O dólar continuou sendo a principal moeda de reserva, porque não havia outra. Mas sabe-se lá até quando.

As dúvidas sobre o vigor do dólar são consequência dos seguidos rombos fiscais do governo dos Estados Unidos e do aumento da dívida pública. É possível, também, que parte do entesouramento (sob o colchão) de dólar papel ao redor do mundo esteja sendo substituída por outros ativos, como o euro, ouro ou criptomoedas, o que reduz a demanda pela moeda dos Estados Unidos.

Nos últimos nove meses, o mercado financeiro global está apontando rápida e forte valorização das cotações do ouro. No início de outubro de 2023, a onça-troy (31,1 gramas) estava a US$ 1.902 e, nesta sexta-feira, fechou a US$ 2.322 – alta de 23% no período.

É movimento que poderia ser considerado anômalo num período de juros altos no mercado global. É que as aplicações em ouro não rendem juros. O retorno corresponde à diferença entre compra e venda. Nas fases de juros altos, os títulos são mais atraentes.

A novidade está na demanda por posições em ouro, que parece ter várias origens. Uma delas são as compras mais intensas por bancos centrais, especialmente pelo Banco Popular da China, para diversificação de reservas: está reduzindo suas posições em títulos do Tesouro dos Estados Unidos e aumentando as de ouro. Outra origem são as compras por pessoas físicas da China que reduziram suas aplicações domésticas em imóveis a partir da grande crise do mercado imobiliário e voltaram-se para a “relíquia bárbara”, para ficar com a expressão consagrada pelo economista britânico John Keynes.

A necessidade de uma aplicação segura para os chineses é mais importante do que para outras populações, porque não contam com sistema previdenciário público. As famílias têm de prover reservas para o período de aposentadoria.

A enorme valorização do ouro coincide com a forte alta das criptomoedas, especialmente a do bitcoin e a do ethereum, após os EUA aprovarem fundos ETF (negociados à vista em bolsa) lastreados nas duas criptomoedas.

Consultores globais de finanças começam a se perguntar se o declínio geopolítico dos Estados Unidos está reduzindo a confiança no dólar como moeda de reserva. As compras de ouro pelos bancos centrais parecem indício disso.

O ouro atingiu a máxima histórica apoiado pela demanda de Bancos Centrais (BCs), da população chinesa e pelos fluxos à busca por ativos de segurança em meio às tensões geopolíticas. Foto: Adobe Stock

A decisão das grandes potências, reunidas em Bretton Woods, ao final da 2.ª Guerra Mundial, foi atrelar o dólar ao ouro, ao câmbio de US$ 35 por onça-troy. Mas as emissões de dólares foram tão grandes que o Tesouro dos Estados Unidos não conseguiu manter a entrega de ouro conforme contratado. Em 1971, o presidente Nixon suspendeu a conversibilidade dos dois ativos. O dólar continuou sendo a principal moeda de reserva, porque não havia outra. Mas sabe-se lá até quando.

As dúvidas sobre o vigor do dólar são consequência dos seguidos rombos fiscais do governo dos Estados Unidos e do aumento da dívida pública. É possível, também, que parte do entesouramento (sob o colchão) de dólar papel ao redor do mundo esteja sendo substituída por outros ativos, como o euro, ouro ou criptomoedas, o que reduz a demanda pela moeda dos Estados Unidos.

Nos últimos nove meses, o mercado financeiro global está apontando rápida e forte valorização das cotações do ouro. No início de outubro de 2023, a onça-troy (31,1 gramas) estava a US$ 1.902 e, nesta sexta-feira, fechou a US$ 2.322 – alta de 23% no período.

É movimento que poderia ser considerado anômalo num período de juros altos no mercado global. É que as aplicações em ouro não rendem juros. O retorno corresponde à diferença entre compra e venda. Nas fases de juros altos, os títulos são mais atraentes.

A novidade está na demanda por posições em ouro, que parece ter várias origens. Uma delas são as compras mais intensas por bancos centrais, especialmente pelo Banco Popular da China, para diversificação de reservas: está reduzindo suas posições em títulos do Tesouro dos Estados Unidos e aumentando as de ouro. Outra origem são as compras por pessoas físicas da China que reduziram suas aplicações domésticas em imóveis a partir da grande crise do mercado imobiliário e voltaram-se para a “relíquia bárbara”, para ficar com a expressão consagrada pelo economista britânico John Keynes.

A necessidade de uma aplicação segura para os chineses é mais importante do que para outras populações, porque não contam com sistema previdenciário público. As famílias têm de prover reservas para o período de aposentadoria.

A enorme valorização do ouro coincide com a forte alta das criptomoedas, especialmente a do bitcoin e a do ethereum, após os EUA aprovarem fundos ETF (negociados à vista em bolsa) lastreados nas duas criptomoedas.

Consultores globais de finanças começam a se perguntar se o declínio geopolítico dos Estados Unidos está reduzindo a confiança no dólar como moeda de reserva. As compras de ouro pelos bancos centrais parecem indício disso.

O ouro atingiu a máxima histórica apoiado pela demanda de Bancos Centrais (BCs), da população chinesa e pelos fluxos à busca por ativos de segurança em meio às tensões geopolíticas. Foto: Adobe Stock

A decisão das grandes potências, reunidas em Bretton Woods, ao final da 2.ª Guerra Mundial, foi atrelar o dólar ao ouro, ao câmbio de US$ 35 por onça-troy. Mas as emissões de dólares foram tão grandes que o Tesouro dos Estados Unidos não conseguiu manter a entrega de ouro conforme contratado. Em 1971, o presidente Nixon suspendeu a conversibilidade dos dois ativos. O dólar continuou sendo a principal moeda de reserva, porque não havia outra. Mas sabe-se lá até quando.

As dúvidas sobre o vigor do dólar são consequência dos seguidos rombos fiscais do governo dos Estados Unidos e do aumento da dívida pública. É possível, também, que parte do entesouramento (sob o colchão) de dólar papel ao redor do mundo esteja sendo substituída por outros ativos, como o euro, ouro ou criptomoedas, o que reduz a demanda pela moeda dos Estados Unidos.

Nos últimos nove meses, o mercado financeiro global está apontando rápida e forte valorização das cotações do ouro. No início de outubro de 2023, a onça-troy (31,1 gramas) estava a US$ 1.902 e, nesta sexta-feira, fechou a US$ 2.322 – alta de 23% no período.

É movimento que poderia ser considerado anômalo num período de juros altos no mercado global. É que as aplicações em ouro não rendem juros. O retorno corresponde à diferença entre compra e venda. Nas fases de juros altos, os títulos são mais atraentes.

A novidade está na demanda por posições em ouro, que parece ter várias origens. Uma delas são as compras mais intensas por bancos centrais, especialmente pelo Banco Popular da China, para diversificação de reservas: está reduzindo suas posições em títulos do Tesouro dos Estados Unidos e aumentando as de ouro. Outra origem são as compras por pessoas físicas da China que reduziram suas aplicações domésticas em imóveis a partir da grande crise do mercado imobiliário e voltaram-se para a “relíquia bárbara”, para ficar com a expressão consagrada pelo economista britânico John Keynes.

A necessidade de uma aplicação segura para os chineses é mais importante do que para outras populações, porque não contam com sistema previdenciário público. As famílias têm de prover reservas para o período de aposentadoria.

A enorme valorização do ouro coincide com a forte alta das criptomoedas, especialmente a do bitcoin e a do ethereum, após os EUA aprovarem fundos ETF (negociados à vista em bolsa) lastreados nas duas criptomoedas.

Consultores globais de finanças começam a se perguntar se o declínio geopolítico dos Estados Unidos está reduzindo a confiança no dólar como moeda de reserva. As compras de ouro pelos bancos centrais parecem indício disso.

O ouro atingiu a máxima histórica apoiado pela demanda de Bancos Centrais (BCs), da população chinesa e pelos fluxos à busca por ativos de segurança em meio às tensões geopolíticas. Foto: Adobe Stock

A decisão das grandes potências, reunidas em Bretton Woods, ao final da 2.ª Guerra Mundial, foi atrelar o dólar ao ouro, ao câmbio de US$ 35 por onça-troy. Mas as emissões de dólares foram tão grandes que o Tesouro dos Estados Unidos não conseguiu manter a entrega de ouro conforme contratado. Em 1971, o presidente Nixon suspendeu a conversibilidade dos dois ativos. O dólar continuou sendo a principal moeda de reserva, porque não havia outra. Mas sabe-se lá até quando.

As dúvidas sobre o vigor do dólar são consequência dos seguidos rombos fiscais do governo dos Estados Unidos e do aumento da dívida pública. É possível, também, que parte do entesouramento (sob o colchão) de dólar papel ao redor do mundo esteja sendo substituída por outros ativos, como o euro, ouro ou criptomoedas, o que reduz a demanda pela moeda dos Estados Unidos.

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