O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Leonardo George de Magalhães, afirmou hoje que a empresa avalia fazer um “pequeno” IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) da Gasmig, distribuidora de gás natural canalizado.
Em entrevista à TC News, o executivo disse que a ideia é trazer mais visibilidade para a companhia e não abrir mão do controle da empresa, cujo contrato de concessão foi renovado recentemente e se estende até 2053. A possibilidade, afirmou, está condicionada à melhora do mercado e está em análise junto a outras opções que não foram detalhadas.
Magalhães destacou também que há planos de expansão para a empresa e que há espaço para ganho, por exemplo, no segmento residencial. Ele citou que Estados como São Paulo e Rio de Janeiro tem maior participação do gás canalizado nessa frente, o que ainda não acontece em Minas Gerais.
Sobre a Cemig, ele disse que a companhia acompanha o processo relativo à facilitação de desestatizações de empresas em Minas Gerais e torce para que tenha êxito.
Há uma semana, o governador do Estado, Romeu Zema (Novo), encaminhou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) à assembleia mineira que dispensa a realização de referendos sobre o tema e diminui o número de votos necessário para aprovação de medidas nesta frente.
Magalhães disse que a privatização não é uma agenda da diretoria, mas do governo estadual. Apesar disso, disse que a medida traria mais agilidade na gestão, nas operações e mais investimentos. O executivo afirmou ainda que a iniciativa traria mais valor para acionistas e para a sociedade do Estado como um todo.
Plano de desinvestimento
O executivo também afirmou que a companhia mantém em seu plano de desinvestimentos a participação na Taesa.
Segundo ele, a Cemig está satisfeita com os retornos obtidos com o ativo, mas que a venda de sua participação segue na estratégia de realocação de capital para dar andamento ao plano estratégico da companhia para os próximos anos.
Ele lembrou que o tema foi trazido a público no fim de 2017 e disse que a demora se deve à complexidade de processos de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), mas que as conversas sobre o tema seguem em andamento.
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“Está demorando porque esses processos de M&A são mais longos e mais demorados, mas a gente sabe que são muito dinâmicos. [...] A gente conversa com potenciais interessados. Não temos nada firme nesse momento, mas a gente sabe que as coisas são muito dinâmicas e daqui a pouco a gente pode estar caminhando num processo de alienação”, disse.
Magalhães destacou ainda que outras ações nesta frente tiveram andamento como o a venda da participação da Cemig na Light, na Renova e na usina de Santo Antônio, todas realizadas nos últimos dois anos.
Comercialização
Durante a entrevista, Magalhães afirmou que o segmento de comercialização tem representado parte importante da geração de caixa da companhia.
Oexecutivo destacou a importância das estratégias adotadas pela empresa diante do cenário de baixos preços de energia no mercado livre por causa dos altos níveis nos reservatórios que abastecem as hidrelétricas por todo o País.
“A Cemig se aproveitou desse momento de preços declinantes de energia para poder comercializar bastante energia e hoje a gente pode dizer que o nosso negócio de comercialização de energia, no qual somos o maior trader do Brasil, tem representado uma parte importante da nossa geração de caixa, dos nossos resultados, graças a essa boa estratégia da companhia”, disse.
As declarações foram dadas depois que o diretor foi questionado a respeito de dois anúncios recentes da companhia: um contrato com a Sigma Lithium e outro com a Arena MRV. Sobre esses contratos, especificamente, Magalhães disse que são importantes, mas que fazem parte da tradição da Cemig em comercialização.