O presidente argentino Javier Milei enviou na terça-feira, 12, uma carta ao presidente chinês, Xi Jinping, para renovar o acordo de swap de moedas em vigor com a China, no valor de US$ 5 bilhões, de acordo com apuração do jornal argentino La Nacion.
Com o acordo, os países usam yuan, em vez de dólar, nas relações comerciais entre si. Segundo a reportagem, a carta solicita o apoio de Xi Jinping para acelerar o processo e obter os fundos necessários para enfrentar os prazos urgentes com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em outubro deste ano, o ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, se reuniu com Xi Jinping e logo após anunciou a ratificação da ampliação do acordo de swap de US$ 6,5 bilhões entre os dois países. A Argentina pagará as importações da China em yuans. O primeiro acordo como este com a China foi assinado em 2009 e foi renovado por diferentes governos.
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Declarações de Milei durante a campanha eleitoral, quando afirmava “não ter vínculos com países comunistas”, irritaram o governo chinês. A carta é uma tentativa de reestabelecer os laços com a China. Além de renovar as linhas de swap, a Argentina também quer quer manter outros acordos econômicos para para obras públicas e privadas em vigor.
Segundo apuração do jornal, presidente argentino mostrou disposição para realizar uma chamada telefônica com o presidente chinês em reunião com a delegação chinesa no dia 11. Empréstimos anteriores, como os obtidos pelo presidente Alberto Fernández, foram destravados após uma comunicação direta com o líder chinês. A delegação chinesa deixou ao presidente um convite para visitar o gigante asiático.
O governo de Alberto Fernández terminou na Argentina deixando como herança uma taxa de inflação de 160,9% em 12 meses, sendo novembro o mês que registrou o maior índice, com 12,8%. A taxa, porém, deve aumentar até o fim deste ano, principalmente após o pacote de medidas econômicas apresentadas por Milei na última terça, 12, que provocou uma desvalorização de 55% no valor da moeda.
De janeiro a novembro, o país registrou uma variação de 148,2%, o que projeta um 2023 fechando com taxa próxima de 200%, a maior já registrada desde o fim da hiperinflação. No anúncio das dez medidas econômicas do novo governo, o ministro da Economia, Luis Caputo, previu que o índice de dezembro poderia ser de 20% a 30% e alertou que virão meses difíceis para os argentinos.