China tem quase o dobro de projetos de energia solar e eólica em construção ante o resto do mundo


País está a caminho de alcançar 1,2 mil gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia solar e eólica até o final de 2024, seis anos antes da meta do governo

Por Marcos Furtado

Um estudo da Global Energy Monitor (GEM), ONG que analisa a indústria de energia global, divulgado nesta quinta-feira, 11, apontou que o volume de projetos de energia eólica e energia solar em construção na China é quase o dobro que os do resto do mundo combinados. As informações são do The Guardian.

O jornal aponta que o país tem 180 gigawatts (GW) de energia solar em escala de serviço em construção e 159 GW de energia eólica. Os 339 GW em construção das duas fontes somadas estão bem à frente dos 40 GW em construção nos Estados Unidos, que aparecem em segundo lugar no ranking mundial do volume de projetos em construção. O Brasil aparece em terceiro, com 12,9 GW de energia solar e eólica em construção.

O volume total de energia solar na China pode ser ainda maior porque a análise foi feita apenas em fazendas solares com capacidade de 20 megawatts (MW) ou mais e os parques solares de pequena escala representam cerca de 40% da capacidade solar do país.

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Os dados reforçam a liderança da China na produção global de energia renovável, diz o The Guardian, em meio à crescente preocupação norte-americana com a grande capacidade chinesa e o dumping, particularmente na indústria solar. O dumping consiste na exportação de produtos a preços abaixo do custo de produção no país de origem para eliminar a concorrência e conquistar uma fatia maior de mercado.

Turbinas eólicas e fazenda solar na província de Shandong, na China; país tem quase o dobro dos projetos de energia solar e eólica em construção em comparação com o resto do mundo.  Foto: Ng Han Guan/AP

O The Guardian destaca que a China experimentou um salto em energias renováveis nos últimos anos, incentivado por um forte apoio governamental. O presidente da China, Xi Jinping, enfatizou a necessidade de “novas forças produtivas de qualidade”, um slogan que significa o desejo de redirecionar a economia chinesa para tecnologia e inovação. O líder também afirmou que “novas forças produtivas de qualidade” incluem o fortalecimento da manufatura verde.

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Entre março de 2023 e março de 2024, a China instalou mais energia solar do que o total dos três anos anteriores. As instalações dessa época também superaram as do resto do mundo combinadas para 2023, de acordo com analistas da GEM. O país está a caminho de alcançar 1,2 mil gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia solar e eólica até o final de 2024, seis anos antes da meta do governo.

“A onda inabalável de construção garante que a China continuará liderando na instalação de energia eólica e solar no futuro próximo, muito à frente do resto do mundo”, afirma o relatório do estudo da GEM.

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Desafios das energias renováveis na China

Analistas alertam, no entanto, que será necessária ainda mais capacidade renovável se a China quiser cumprir o seu objetivo de reduzir a intensidade de carbono da economia em 18%, o que é um fator importante na redução das emissões. A intensidade de carbono refere-se a quantos gramas de CO2 são liberados para produzir um quilowatt-hora de eletricidade.

Análises anteriores sugerem que o país precisará instalar entre 1.600 GW e 1.800 GW de energia eólica e solar até 2030 para alcançar sua meta de produzir 25% de toda a energia a partir de fontes não fósseis. Entre 2020 e 2023, apenas 30% do crescimento no consumo de energia foi alcançado por fontes renováveis, em comparação com a meta de 50%.

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Há ainda a dependência da rede elétrica da China do carvão, visto como necessário para reduzir a intermitência da energia renovável. O GEM e o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo descobriram em pesquisas anteriores que as aprovações de novas usinas de carvão aumentaram quatro vezes entre 2022 e 2023 na comparação com o período anterior de cinco anos, de 2016 a 2020.

As tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, que chamou a atenção de muitos países para o fornecimento de energia, e grandes cortes de energia em partes da China nos últimos anos aumentaram as preocupações da segurança energética do país. Os analistas dizem que um armazenamento melhor e uma maior flexibilidade da rede são necessários para usar eficientemente o volume crescente de energia limpa sendo gerada nas fazendas eólicas e solares da China.

Um estudo da Global Energy Monitor (GEM), ONG que analisa a indústria de energia global, divulgado nesta quinta-feira, 11, apontou que o volume de projetos de energia eólica e energia solar em construção na China é quase o dobro que os do resto do mundo combinados. As informações são do The Guardian.

O jornal aponta que o país tem 180 gigawatts (GW) de energia solar em escala de serviço em construção e 159 GW de energia eólica. Os 339 GW em construção das duas fontes somadas estão bem à frente dos 40 GW em construção nos Estados Unidos, que aparecem em segundo lugar no ranking mundial do volume de projetos em construção. O Brasil aparece em terceiro, com 12,9 GW de energia solar e eólica em construção.

O volume total de energia solar na China pode ser ainda maior porque a análise foi feita apenas em fazendas solares com capacidade de 20 megawatts (MW) ou mais e os parques solares de pequena escala representam cerca de 40% da capacidade solar do país.

Os dados reforçam a liderança da China na produção global de energia renovável, diz o The Guardian, em meio à crescente preocupação norte-americana com a grande capacidade chinesa e o dumping, particularmente na indústria solar. O dumping consiste na exportação de produtos a preços abaixo do custo de produção no país de origem para eliminar a concorrência e conquistar uma fatia maior de mercado.

Turbinas eólicas e fazenda solar na província de Shandong, na China; país tem quase o dobro dos projetos de energia solar e eólica em construção em comparação com o resto do mundo.  Foto: Ng Han Guan/AP

O The Guardian destaca que a China experimentou um salto em energias renováveis nos últimos anos, incentivado por um forte apoio governamental. O presidente da China, Xi Jinping, enfatizou a necessidade de “novas forças produtivas de qualidade”, um slogan que significa o desejo de redirecionar a economia chinesa para tecnologia e inovação. O líder também afirmou que “novas forças produtivas de qualidade” incluem o fortalecimento da manufatura verde.

Entre março de 2023 e março de 2024, a China instalou mais energia solar do que o total dos três anos anteriores. As instalações dessa época também superaram as do resto do mundo combinadas para 2023, de acordo com analistas da GEM. O país está a caminho de alcançar 1,2 mil gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia solar e eólica até o final de 2024, seis anos antes da meta do governo.

“A onda inabalável de construção garante que a China continuará liderando na instalação de energia eólica e solar no futuro próximo, muito à frente do resto do mundo”, afirma o relatório do estudo da GEM.

Desafios das energias renováveis na China

Analistas alertam, no entanto, que será necessária ainda mais capacidade renovável se a China quiser cumprir o seu objetivo de reduzir a intensidade de carbono da economia em 18%, o que é um fator importante na redução das emissões. A intensidade de carbono refere-se a quantos gramas de CO2 são liberados para produzir um quilowatt-hora de eletricidade.

Análises anteriores sugerem que o país precisará instalar entre 1.600 GW e 1.800 GW de energia eólica e solar até 2030 para alcançar sua meta de produzir 25% de toda a energia a partir de fontes não fósseis. Entre 2020 e 2023, apenas 30% do crescimento no consumo de energia foi alcançado por fontes renováveis, em comparação com a meta de 50%.

Há ainda a dependência da rede elétrica da China do carvão, visto como necessário para reduzir a intermitência da energia renovável. O GEM e o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo descobriram em pesquisas anteriores que as aprovações de novas usinas de carvão aumentaram quatro vezes entre 2022 e 2023 na comparação com o período anterior de cinco anos, de 2016 a 2020.

As tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, que chamou a atenção de muitos países para o fornecimento de energia, e grandes cortes de energia em partes da China nos últimos anos aumentaram as preocupações da segurança energética do país. Os analistas dizem que um armazenamento melhor e uma maior flexibilidade da rede são necessários para usar eficientemente o volume crescente de energia limpa sendo gerada nas fazendas eólicas e solares da China.

Um estudo da Global Energy Monitor (GEM), ONG que analisa a indústria de energia global, divulgado nesta quinta-feira, 11, apontou que o volume de projetos de energia eólica e energia solar em construção na China é quase o dobro que os do resto do mundo combinados. As informações são do The Guardian.

O jornal aponta que o país tem 180 gigawatts (GW) de energia solar em escala de serviço em construção e 159 GW de energia eólica. Os 339 GW em construção das duas fontes somadas estão bem à frente dos 40 GW em construção nos Estados Unidos, que aparecem em segundo lugar no ranking mundial do volume de projetos em construção. O Brasil aparece em terceiro, com 12,9 GW de energia solar e eólica em construção.

O volume total de energia solar na China pode ser ainda maior porque a análise foi feita apenas em fazendas solares com capacidade de 20 megawatts (MW) ou mais e os parques solares de pequena escala representam cerca de 40% da capacidade solar do país.

Os dados reforçam a liderança da China na produção global de energia renovável, diz o The Guardian, em meio à crescente preocupação norte-americana com a grande capacidade chinesa e o dumping, particularmente na indústria solar. O dumping consiste na exportação de produtos a preços abaixo do custo de produção no país de origem para eliminar a concorrência e conquistar uma fatia maior de mercado.

Turbinas eólicas e fazenda solar na província de Shandong, na China; país tem quase o dobro dos projetos de energia solar e eólica em construção em comparação com o resto do mundo.  Foto: Ng Han Guan/AP

O The Guardian destaca que a China experimentou um salto em energias renováveis nos últimos anos, incentivado por um forte apoio governamental. O presidente da China, Xi Jinping, enfatizou a necessidade de “novas forças produtivas de qualidade”, um slogan que significa o desejo de redirecionar a economia chinesa para tecnologia e inovação. O líder também afirmou que “novas forças produtivas de qualidade” incluem o fortalecimento da manufatura verde.

Entre março de 2023 e março de 2024, a China instalou mais energia solar do que o total dos três anos anteriores. As instalações dessa época também superaram as do resto do mundo combinadas para 2023, de acordo com analistas da GEM. O país está a caminho de alcançar 1,2 mil gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia solar e eólica até o final de 2024, seis anos antes da meta do governo.

“A onda inabalável de construção garante que a China continuará liderando na instalação de energia eólica e solar no futuro próximo, muito à frente do resto do mundo”, afirma o relatório do estudo da GEM.

Desafios das energias renováveis na China

Analistas alertam, no entanto, que será necessária ainda mais capacidade renovável se a China quiser cumprir o seu objetivo de reduzir a intensidade de carbono da economia em 18%, o que é um fator importante na redução das emissões. A intensidade de carbono refere-se a quantos gramas de CO2 são liberados para produzir um quilowatt-hora de eletricidade.

Análises anteriores sugerem que o país precisará instalar entre 1.600 GW e 1.800 GW de energia eólica e solar até 2030 para alcançar sua meta de produzir 25% de toda a energia a partir de fontes não fósseis. Entre 2020 e 2023, apenas 30% do crescimento no consumo de energia foi alcançado por fontes renováveis, em comparação com a meta de 50%.

Há ainda a dependência da rede elétrica da China do carvão, visto como necessário para reduzir a intermitência da energia renovável. O GEM e o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo descobriram em pesquisas anteriores que as aprovações de novas usinas de carvão aumentaram quatro vezes entre 2022 e 2023 na comparação com o período anterior de cinco anos, de 2016 a 2020.

As tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia, que chamou a atenção de muitos países para o fornecimento de energia, e grandes cortes de energia em partes da China nos últimos anos aumentaram as preocupações da segurança energética do país. Os analistas dizem que um armazenamento melhor e uma maior flexibilidade da rede são necessários para usar eficientemente o volume crescente de energia limpa sendo gerada nas fazendas eólicas e solares da China.

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