Pequim - A China anunciou ajustes em suas políticas de controle de exportação relacionadas a produtos de grafite, por questões de “segurança nacional”. Com isso, três tipos altamente sensíveis de grafite passarão por controles rigorosos de venda para o exterior. A medida entrará em vigor em 1º de dezembro, de acordo com um comunicado divulgado nesta sexta-feira, 20, pelo Ministério do Comércio da China.
A China, que detém o título de maior produtor e exportador de grafite do mundo, disse que esses ajustes visam a equilibrar o desenvolvimento e a proteção do comércio de produtos de grafite, o que contribui para a “salvaguarda e estabilidade da cadeia industrial e de suprimentos global” e garante a “proteção dos interesses de segurança nacional”.
O grafite é essencial para diversas aplicações industriais, incluindo a fabricação de eletrodos necessários para novas baterias elétricas e a produção de fibra de carbono usada em aeronaves e ônibus espaciais.
A medida da China pode estar ligada às tensões comerciais entre o país asiático e os Estados Unidos, que aumentaram as restrições à exportação em setores de alta tecnologia, como inteligência artificial e fabricação de semicondutores.
Analistas citados pelo jornal chinês Global Times sugerem que a medida é uma resposta estratégica da China e busca alavancar suas vantagens em campos específicos.
Em julho passado, a China já havia anunciado restrições à exportação dos metais gálio e germânio e seus derivados, materiais essenciais para a fabricação de semicondutores, o que foi visto como um “aviso” aos Estados Unidos e seus aliados, de acordo com um editorial do Global Times.
O artigo atacou diretamente as iniciativas de “dissociação” econômica de Washington, bem como as sanções e limitações impostas por nações como os EUA e a Holanda sobre a venda de semicondutores ou outros materiais necessários para a China, nos quais o país asiático continua a depender do resto do mundo, apesar de seus esforços para se tornar autossuficiente.