Chuvas e menor consumo dão alívio a reservatórios, mas cenário ainda é de cautela


Segundo especialistas, situação das usinas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste é delicada, mas quadro 'despiorou' e risco de racionamento de energia ficou menor; uso das térmicas deverá se estender até 2022

Por Renée Pereira

As chuvas registradas nos últimos dias, combinadas com as medidas de redução de demanda, deram um alívio aos reservatórios do Sul e Sudeste/Centro-Oeste e diminuíram o risco de um novo racionamento nos moldes do de 2001. O cenário, no entanto, ainda é preocupante, uma vez que o período úmido só está no início e ainda não se sabe ao certo qual a intensidade da hidrologia nos próximos meses, dizem especialistas.

De 1.º de outubro até agora, os reservatórios do Sul – que representam 7% do armazenamento do País – tiveram ganho de 5,78 pontos porcentuais no volume de água, de 28,35% para 34,13%. No Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade, a recuperação foi menor, mas pelo menos parou de cair. Em 6 de outubro, as usinas da região registraram o menor patamar de água em seus lagos, de 16,49%. No dia 12, estava em 16,82%.

Reservatório do rio Jacareí, em SP. Situação nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste melhorou, mas não o bastante. Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 17/8/2021
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“A situação de suprimento ainda é desconfortável, mas melhorou na margem, ou seja, não é hora de comemorar o fim da crise hídrica. O cenário só despiorou”, diz o presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso. Segundo ele, a adesão das empresas em relação ao plano de redução voluntária também ajudou bastante na melhora do cenário.

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o programa de redução voluntária de energia elétrica somou 442 megawatts (MW), em setembro, e 600 MW neste mês. Junta-se a isso a antecipação do funcionamento de usinas térmicas e eólicas autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

A combinação de todos esses fatores ajudou a diminuir o nível de tensão sobre o sistema momentaneamente. “Hoje, o cenário é outro. O risco diminuiu sensivelmente. Agora, temos de ver se essa trajetória de chuvas vai continuar nas próximas semanas”, diz o professor da UFRJ Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel)

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Em evento ontem, o ONS descartou o risco de racionamento neste ano, mas destacou que a situação ainda é crítica e que as medidas emergenciais precisam ser mantidas em 2022. Ou seja, as térmicas devem continuar em operação por mais tempo, o que pressiona o preço da energia para o consumidor. “Esse é o ponto crítico que vai perdurar nos próximos meses. A bandeira tarifária não está conseguindo cobrir o preço das térmicas (algumas chegam a R$ 1,6 mil o MWh”, diz Castro.

“Essa chuva vem em boa hora, mas não resolve o problema. É muito cedo para ter a real percepção da estação chuvosa. Essa melhora é fruto das ações que todas as entidades do CMSE [Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico] estão tomando desde outubro do ano passado”, disse o diretor-geral do ONS, Luiz Ciocchi, que participou do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase).

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Segundo ele, ações como o despacho de térmicas e critérios para transmissão de energia, que estão ompletando um ano, trouxeram uma situação mais esperançosa. “As nossas análises mostram bastante preocupação e mobilizamos todos para enfrentar a escassez hídrica. A recomendação do ONS no CMSE é de que não podemos desmobilizar os efeitos de energia termoelétrica para o sistema”, explicou. 

No entanto, o diretor-geral do ONS não descartou uma possível desmobilização das usinas térmicas mais caras ao final do período úmido. “Tendo uma situação mais confortável, as termoelétricas mais caras podem sair, mas a mobilização deve continuar. Ao término desta estação chuvosa vamos avaliar.”

Renovável

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Ao mesmo tempo, há previsão para entrada em operação de uma série de novas – e mais baratas – usinas no mercado, como as solares e as eólicas. Segundo o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos, a eólica foi a grande protagonista durante essa crise elétrica. Em alguns momentos, os parques espalhados pelo País, sobretudo no Nordeste, conseguiram gerar até 21% de toda energia consumida no Brasil inteiro.

A solar chegou a quase 2% do total produzido, mas a tendência é que ela siga a trajetória da eólica. “No futuro, prevemos que ela vai ocupar um espaço ainda maior que a eólica no País. O benefício é que há potencial também no Sudeste”, diz Vlavianos. 

Para o presidente da PSR, Luiz Augusto Barroso, além do volume de chuvas, o abastecimento do ano que vem vai depender da manutenção das térmicas emergenciais em operação atualmente e da entrada de nova capacidade. Segundo ele, há um série de usinas renováveis entrando em operação em 2022, tanto de geração centralizada (parques maiores) quanto distribuída (placas residenciais).

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“Além de reforçar a oferta, isso diversifica a matriz e reduz a nossa dependência à hidrologia.” Além disso, completa o executivo, o governo vai realizar neste mês um leilão para compra de nova oferta de energia para 2022, adicional ao que já está previsto, o que reforça o suprimento do ano. /COLABOROU LEANDRO TAVARES

As chuvas registradas nos últimos dias, combinadas com as medidas de redução de demanda, deram um alívio aos reservatórios do Sul e Sudeste/Centro-Oeste e diminuíram o risco de um novo racionamento nos moldes do de 2001. O cenário, no entanto, ainda é preocupante, uma vez que o período úmido só está no início e ainda não se sabe ao certo qual a intensidade da hidrologia nos próximos meses, dizem especialistas.

De 1.º de outubro até agora, os reservatórios do Sul – que representam 7% do armazenamento do País – tiveram ganho de 5,78 pontos porcentuais no volume de água, de 28,35% para 34,13%. No Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade, a recuperação foi menor, mas pelo menos parou de cair. Em 6 de outubro, as usinas da região registraram o menor patamar de água em seus lagos, de 16,49%. No dia 12, estava em 16,82%.

Reservatório do rio Jacareí, em SP. Situação nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste melhorou, mas não o bastante. Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 17/8/2021

“A situação de suprimento ainda é desconfortável, mas melhorou na margem, ou seja, não é hora de comemorar o fim da crise hídrica. O cenário só despiorou”, diz o presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso. Segundo ele, a adesão das empresas em relação ao plano de redução voluntária também ajudou bastante na melhora do cenário.

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o programa de redução voluntária de energia elétrica somou 442 megawatts (MW), em setembro, e 600 MW neste mês. Junta-se a isso a antecipação do funcionamento de usinas térmicas e eólicas autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

A combinação de todos esses fatores ajudou a diminuir o nível de tensão sobre o sistema momentaneamente. “Hoje, o cenário é outro. O risco diminuiu sensivelmente. Agora, temos de ver se essa trajetória de chuvas vai continuar nas próximas semanas”, diz o professor da UFRJ Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel)

Em evento ontem, o ONS descartou o risco de racionamento neste ano, mas destacou que a situação ainda é crítica e que as medidas emergenciais precisam ser mantidas em 2022. Ou seja, as térmicas devem continuar em operação por mais tempo, o que pressiona o preço da energia para o consumidor. “Esse é o ponto crítico que vai perdurar nos próximos meses. A bandeira tarifária não está conseguindo cobrir o preço das térmicas (algumas chegam a R$ 1,6 mil o MWh”, diz Castro.

“Essa chuva vem em boa hora, mas não resolve o problema. É muito cedo para ter a real percepção da estação chuvosa. Essa melhora é fruto das ações que todas as entidades do CMSE [Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico] estão tomando desde outubro do ano passado”, disse o diretor-geral do ONS, Luiz Ciocchi, que participou do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase).

Segundo ele, ações como o despacho de térmicas e critérios para transmissão de energia, que estão ompletando um ano, trouxeram uma situação mais esperançosa. “As nossas análises mostram bastante preocupação e mobilizamos todos para enfrentar a escassez hídrica. A recomendação do ONS no CMSE é de que não podemos desmobilizar os efeitos de energia termoelétrica para o sistema”, explicou. 

No entanto, o diretor-geral do ONS não descartou uma possível desmobilização das usinas térmicas mais caras ao final do período úmido. “Tendo uma situação mais confortável, as termoelétricas mais caras podem sair, mas a mobilização deve continuar. Ao término desta estação chuvosa vamos avaliar.”

Renovável

Ao mesmo tempo, há previsão para entrada em operação de uma série de novas – e mais baratas – usinas no mercado, como as solares e as eólicas. Segundo o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos, a eólica foi a grande protagonista durante essa crise elétrica. Em alguns momentos, os parques espalhados pelo País, sobretudo no Nordeste, conseguiram gerar até 21% de toda energia consumida no Brasil inteiro.

A solar chegou a quase 2% do total produzido, mas a tendência é que ela siga a trajetória da eólica. “No futuro, prevemos que ela vai ocupar um espaço ainda maior que a eólica no País. O benefício é que há potencial também no Sudeste”, diz Vlavianos. 

Para o presidente da PSR, Luiz Augusto Barroso, além do volume de chuvas, o abastecimento do ano que vem vai depender da manutenção das térmicas emergenciais em operação atualmente e da entrada de nova capacidade. Segundo ele, há um série de usinas renováveis entrando em operação em 2022, tanto de geração centralizada (parques maiores) quanto distribuída (placas residenciais).

“Além de reforçar a oferta, isso diversifica a matriz e reduz a nossa dependência à hidrologia.” Além disso, completa o executivo, o governo vai realizar neste mês um leilão para compra de nova oferta de energia para 2022, adicional ao que já está previsto, o que reforça o suprimento do ano. /COLABOROU LEANDRO TAVARES

As chuvas registradas nos últimos dias, combinadas com as medidas de redução de demanda, deram um alívio aos reservatórios do Sul e Sudeste/Centro-Oeste e diminuíram o risco de um novo racionamento nos moldes do de 2001. O cenário, no entanto, ainda é preocupante, uma vez que o período úmido só está no início e ainda não se sabe ao certo qual a intensidade da hidrologia nos próximos meses, dizem especialistas.

De 1.º de outubro até agora, os reservatórios do Sul – que representam 7% do armazenamento do País – tiveram ganho de 5,78 pontos porcentuais no volume de água, de 28,35% para 34,13%. No Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade, a recuperação foi menor, mas pelo menos parou de cair. Em 6 de outubro, as usinas da região registraram o menor patamar de água em seus lagos, de 16,49%. No dia 12, estava em 16,82%.

Reservatório do rio Jacareí, em SP. Situação nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste melhorou, mas não o bastante. Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 17/8/2021

“A situação de suprimento ainda é desconfortável, mas melhorou na margem, ou seja, não é hora de comemorar o fim da crise hídrica. O cenário só despiorou”, diz o presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso. Segundo ele, a adesão das empresas em relação ao plano de redução voluntária também ajudou bastante na melhora do cenário.

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o programa de redução voluntária de energia elétrica somou 442 megawatts (MW), em setembro, e 600 MW neste mês. Junta-se a isso a antecipação do funcionamento de usinas térmicas e eólicas autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

A combinação de todos esses fatores ajudou a diminuir o nível de tensão sobre o sistema momentaneamente. “Hoje, o cenário é outro. O risco diminuiu sensivelmente. Agora, temos de ver se essa trajetória de chuvas vai continuar nas próximas semanas”, diz o professor da UFRJ Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel)

Em evento ontem, o ONS descartou o risco de racionamento neste ano, mas destacou que a situação ainda é crítica e que as medidas emergenciais precisam ser mantidas em 2022. Ou seja, as térmicas devem continuar em operação por mais tempo, o que pressiona o preço da energia para o consumidor. “Esse é o ponto crítico que vai perdurar nos próximos meses. A bandeira tarifária não está conseguindo cobrir o preço das térmicas (algumas chegam a R$ 1,6 mil o MWh”, diz Castro.

“Essa chuva vem em boa hora, mas não resolve o problema. É muito cedo para ter a real percepção da estação chuvosa. Essa melhora é fruto das ações que todas as entidades do CMSE [Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico] estão tomando desde outubro do ano passado”, disse o diretor-geral do ONS, Luiz Ciocchi, que participou do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase).

Segundo ele, ações como o despacho de térmicas e critérios para transmissão de energia, que estão ompletando um ano, trouxeram uma situação mais esperançosa. “As nossas análises mostram bastante preocupação e mobilizamos todos para enfrentar a escassez hídrica. A recomendação do ONS no CMSE é de que não podemos desmobilizar os efeitos de energia termoelétrica para o sistema”, explicou. 

No entanto, o diretor-geral do ONS não descartou uma possível desmobilização das usinas térmicas mais caras ao final do período úmido. “Tendo uma situação mais confortável, as termoelétricas mais caras podem sair, mas a mobilização deve continuar. Ao término desta estação chuvosa vamos avaliar.”

Renovável

Ao mesmo tempo, há previsão para entrada em operação de uma série de novas – e mais baratas – usinas no mercado, como as solares e as eólicas. Segundo o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos, a eólica foi a grande protagonista durante essa crise elétrica. Em alguns momentos, os parques espalhados pelo País, sobretudo no Nordeste, conseguiram gerar até 21% de toda energia consumida no Brasil inteiro.

A solar chegou a quase 2% do total produzido, mas a tendência é que ela siga a trajetória da eólica. “No futuro, prevemos que ela vai ocupar um espaço ainda maior que a eólica no País. O benefício é que há potencial também no Sudeste”, diz Vlavianos. 

Para o presidente da PSR, Luiz Augusto Barroso, além do volume de chuvas, o abastecimento do ano que vem vai depender da manutenção das térmicas emergenciais em operação atualmente e da entrada de nova capacidade. Segundo ele, há um série de usinas renováveis entrando em operação em 2022, tanto de geração centralizada (parques maiores) quanto distribuída (placas residenciais).

“Além de reforçar a oferta, isso diversifica a matriz e reduz a nossa dependência à hidrologia.” Além disso, completa o executivo, o governo vai realizar neste mês um leilão para compra de nova oferta de energia para 2022, adicional ao que já está previsto, o que reforça o suprimento do ano. /COLABOROU LEANDRO TAVARES

As chuvas registradas nos últimos dias, combinadas com as medidas de redução de demanda, deram um alívio aos reservatórios do Sul e Sudeste/Centro-Oeste e diminuíram o risco de um novo racionamento nos moldes do de 2001. O cenário, no entanto, ainda é preocupante, uma vez que o período úmido só está no início e ainda não se sabe ao certo qual a intensidade da hidrologia nos próximos meses, dizem especialistas.

De 1.º de outubro até agora, os reservatórios do Sul – que representam 7% do armazenamento do País – tiveram ganho de 5,78 pontos porcentuais no volume de água, de 28,35% para 34,13%. No Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade, a recuperação foi menor, mas pelo menos parou de cair. Em 6 de outubro, as usinas da região registraram o menor patamar de água em seus lagos, de 16,49%. No dia 12, estava em 16,82%.

Reservatório do rio Jacareí, em SP. Situação nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste melhorou, mas não o bastante. Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 17/8/2021

“A situação de suprimento ainda é desconfortável, mas melhorou na margem, ou seja, não é hora de comemorar o fim da crise hídrica. O cenário só despiorou”, diz o presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso. Segundo ele, a adesão das empresas em relação ao plano de redução voluntária também ajudou bastante na melhora do cenário.

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o programa de redução voluntária de energia elétrica somou 442 megawatts (MW), em setembro, e 600 MW neste mês. Junta-se a isso a antecipação do funcionamento de usinas térmicas e eólicas autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)

A combinação de todos esses fatores ajudou a diminuir o nível de tensão sobre o sistema momentaneamente. “Hoje, o cenário é outro. O risco diminuiu sensivelmente. Agora, temos de ver se essa trajetória de chuvas vai continuar nas próximas semanas”, diz o professor da UFRJ Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel)

Em evento ontem, o ONS descartou o risco de racionamento neste ano, mas destacou que a situação ainda é crítica e que as medidas emergenciais precisam ser mantidas em 2022. Ou seja, as térmicas devem continuar em operação por mais tempo, o que pressiona o preço da energia para o consumidor. “Esse é o ponto crítico que vai perdurar nos próximos meses. A bandeira tarifária não está conseguindo cobrir o preço das térmicas (algumas chegam a R$ 1,6 mil o MWh”, diz Castro.

“Essa chuva vem em boa hora, mas não resolve o problema. É muito cedo para ter a real percepção da estação chuvosa. Essa melhora é fruto das ações que todas as entidades do CMSE [Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico] estão tomando desde outubro do ano passado”, disse o diretor-geral do ONS, Luiz Ciocchi, que participou do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase).

Segundo ele, ações como o despacho de térmicas e critérios para transmissão de energia, que estão ompletando um ano, trouxeram uma situação mais esperançosa. “As nossas análises mostram bastante preocupação e mobilizamos todos para enfrentar a escassez hídrica. A recomendação do ONS no CMSE é de que não podemos desmobilizar os efeitos de energia termoelétrica para o sistema”, explicou. 

No entanto, o diretor-geral do ONS não descartou uma possível desmobilização das usinas térmicas mais caras ao final do período úmido. “Tendo uma situação mais confortável, as termoelétricas mais caras podem sair, mas a mobilização deve continuar. Ao término desta estação chuvosa vamos avaliar.”

Renovável

Ao mesmo tempo, há previsão para entrada em operação de uma série de novas – e mais baratas – usinas no mercado, como as solares e as eólicas. Segundo o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos, a eólica foi a grande protagonista durante essa crise elétrica. Em alguns momentos, os parques espalhados pelo País, sobretudo no Nordeste, conseguiram gerar até 21% de toda energia consumida no Brasil inteiro.

A solar chegou a quase 2% do total produzido, mas a tendência é que ela siga a trajetória da eólica. “No futuro, prevemos que ela vai ocupar um espaço ainda maior que a eólica no País. O benefício é que há potencial também no Sudeste”, diz Vlavianos. 

Para o presidente da PSR, Luiz Augusto Barroso, além do volume de chuvas, o abastecimento do ano que vem vai depender da manutenção das térmicas emergenciais em operação atualmente e da entrada de nova capacidade. Segundo ele, há um série de usinas renováveis entrando em operação em 2022, tanto de geração centralizada (parques maiores) quanto distribuída (placas residenciais).

“Além de reforçar a oferta, isso diversifica a matriz e reduz a nossa dependência à hidrologia.” Além disso, completa o executivo, o governo vai realizar neste mês um leilão para compra de nova oferta de energia para 2022, adicional ao que já está previsto, o que reforça o suprimento do ano. /COLABOROU LEANDRO TAVARES

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