Economista e diretor-presidente da MCM Consultores

Opinião|Aumento dos juros internacionais parece transitório


Fed começou a elevar sua taxa de curto prazo em março de 2022, mas só este ano os rendimentos dos títulos soberanos mais longos passaram a descrever firme trajetória de elevação

Por Claudio Adilson Gonçalez

Sabe-se que há uma relação direta entre os juros dos títulos do tesouro norte-americano (treasuries) e os ativos financeiros brasileiros: tudo o mais constante, quanto mais altos esses juros, maior será a aversão ao risco dos investidores estrangeiros, as ações na Bovespa sofrerão pressão baixista, nossa taxa de câmbio tenderá a se depreciar, causando inflação, e mais difícil será reduzir os juros domésticos.

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começou a elevar sua taxa de curto prazo (FFR, Fed Funds Rate, taxa equivalente à nossa Selic), em março de 2022, mas só recentemente, no segundo semestre do corrente ano, os rendimentos dos títulos soberanos mais longos (de 5 a 30 anos) passaram a descrever firme trajetória de elevação. Por exemplo, o rendimento do título do tesouro americano com prazo de 10 anos (4,86% ao ano, em 27/10) é o mais alto desde junho de 2007 (5,02%).

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Vários fatores explicam a alta dos juros dos treasuries, inclusive os de vencimento mais longos. O Fed não só endureceu o discurso, sinalizando que manterá a FFR elevada por longo período, mas também deixou de ser o grande comprador de treasuries, como era durante a pandemia. E isso acontece exatamente quando o governo necessita tomar mais recursos em função da concentração de vencimentos de títulos e do financiamento do déficit fiscal. Sabe-se também que a China vem reduzindo suas reservas cambiais em dólares.

Mas a grande questão que tem dominado o debate econômico internacional, tanto na academia como no mercado financeiro, é se esse movimento de alta dos juros é temporário, dissipando-se assim que o Fed sinalizar o afrouxamento da política monetária, ou se é estrutural e decorre de elevação da taxa real de juros de equilíbrio, conhecida como juro neutro (R*), ou seja, aquela taxa que leva o PIB efetivo a trabalhar próximo ao seu potencial e mantém a inflação na meta.

Estudos concluíram que nos EUA e nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980. Na foto, a sede do Federal Reserve. Foto: REUTERS/Joshua Roberts/File Photo
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Dois estudos recentes pesquisaram com rigor essa questão. O primeiro foi divulgado pelo Banco Central do Reino Unido (BOE), com o título Global R*. O segundo, Global Natural Rates in The Long Run: Post War Macro Trends and the Market Implied R* in 10 Advanced Economies, de vários pesquisadores, foi publicado pelo National Bureau of Economic Research (Nber), conceituado órgão de pesquisas econômicas norte-americano. Ambos concluíram que não só nos Estados Unidos, como também nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980, encontrando-se atualmente muito próximo de zero.

Fatores demográficos que estimulam a poupança e reduzem R* (menor crescimento populacional e maior longevidade), queda do preço relativo dos bens de capital e redução da produtividade têm mais do que compensado o impacto altista decorrente do aumento do endividamento público. Se for assim, melhor para nós.

Sabe-se que há uma relação direta entre os juros dos títulos do tesouro norte-americano (treasuries) e os ativos financeiros brasileiros: tudo o mais constante, quanto mais altos esses juros, maior será a aversão ao risco dos investidores estrangeiros, as ações na Bovespa sofrerão pressão baixista, nossa taxa de câmbio tenderá a se depreciar, causando inflação, e mais difícil será reduzir os juros domésticos.

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começou a elevar sua taxa de curto prazo (FFR, Fed Funds Rate, taxa equivalente à nossa Selic), em março de 2022, mas só recentemente, no segundo semestre do corrente ano, os rendimentos dos títulos soberanos mais longos (de 5 a 30 anos) passaram a descrever firme trajetória de elevação. Por exemplo, o rendimento do título do tesouro americano com prazo de 10 anos (4,86% ao ano, em 27/10) é o mais alto desde junho de 2007 (5,02%).

Vários fatores explicam a alta dos juros dos treasuries, inclusive os de vencimento mais longos. O Fed não só endureceu o discurso, sinalizando que manterá a FFR elevada por longo período, mas também deixou de ser o grande comprador de treasuries, como era durante a pandemia. E isso acontece exatamente quando o governo necessita tomar mais recursos em função da concentração de vencimentos de títulos e do financiamento do déficit fiscal. Sabe-se também que a China vem reduzindo suas reservas cambiais em dólares.

Mas a grande questão que tem dominado o debate econômico internacional, tanto na academia como no mercado financeiro, é se esse movimento de alta dos juros é temporário, dissipando-se assim que o Fed sinalizar o afrouxamento da política monetária, ou se é estrutural e decorre de elevação da taxa real de juros de equilíbrio, conhecida como juro neutro (R*), ou seja, aquela taxa que leva o PIB efetivo a trabalhar próximo ao seu potencial e mantém a inflação na meta.

Estudos concluíram que nos EUA e nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980. Na foto, a sede do Federal Reserve. Foto: REUTERS/Joshua Roberts/File Photo

Dois estudos recentes pesquisaram com rigor essa questão. O primeiro foi divulgado pelo Banco Central do Reino Unido (BOE), com o título Global R*. O segundo, Global Natural Rates in The Long Run: Post War Macro Trends and the Market Implied R* in 10 Advanced Economies, de vários pesquisadores, foi publicado pelo National Bureau of Economic Research (Nber), conceituado órgão de pesquisas econômicas norte-americano. Ambos concluíram que não só nos Estados Unidos, como também nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980, encontrando-se atualmente muito próximo de zero.

Fatores demográficos que estimulam a poupança e reduzem R* (menor crescimento populacional e maior longevidade), queda do preço relativo dos bens de capital e redução da produtividade têm mais do que compensado o impacto altista decorrente do aumento do endividamento público. Se for assim, melhor para nós.

Sabe-se que há uma relação direta entre os juros dos títulos do tesouro norte-americano (treasuries) e os ativos financeiros brasileiros: tudo o mais constante, quanto mais altos esses juros, maior será a aversão ao risco dos investidores estrangeiros, as ações na Bovespa sofrerão pressão baixista, nossa taxa de câmbio tenderá a se depreciar, causando inflação, e mais difícil será reduzir os juros domésticos.

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começou a elevar sua taxa de curto prazo (FFR, Fed Funds Rate, taxa equivalente à nossa Selic), em março de 2022, mas só recentemente, no segundo semestre do corrente ano, os rendimentos dos títulos soberanos mais longos (de 5 a 30 anos) passaram a descrever firme trajetória de elevação. Por exemplo, o rendimento do título do tesouro americano com prazo de 10 anos (4,86% ao ano, em 27/10) é o mais alto desde junho de 2007 (5,02%).

Vários fatores explicam a alta dos juros dos treasuries, inclusive os de vencimento mais longos. O Fed não só endureceu o discurso, sinalizando que manterá a FFR elevada por longo período, mas também deixou de ser o grande comprador de treasuries, como era durante a pandemia. E isso acontece exatamente quando o governo necessita tomar mais recursos em função da concentração de vencimentos de títulos e do financiamento do déficit fiscal. Sabe-se também que a China vem reduzindo suas reservas cambiais em dólares.

Mas a grande questão que tem dominado o debate econômico internacional, tanto na academia como no mercado financeiro, é se esse movimento de alta dos juros é temporário, dissipando-se assim que o Fed sinalizar o afrouxamento da política monetária, ou se é estrutural e decorre de elevação da taxa real de juros de equilíbrio, conhecida como juro neutro (R*), ou seja, aquela taxa que leva o PIB efetivo a trabalhar próximo ao seu potencial e mantém a inflação na meta.

Estudos concluíram que nos EUA e nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980. Na foto, a sede do Federal Reserve. Foto: REUTERS/Joshua Roberts/File Photo

Dois estudos recentes pesquisaram com rigor essa questão. O primeiro foi divulgado pelo Banco Central do Reino Unido (BOE), com o título Global R*. O segundo, Global Natural Rates in The Long Run: Post War Macro Trends and the Market Implied R* in 10 Advanced Economies, de vários pesquisadores, foi publicado pelo National Bureau of Economic Research (Nber), conceituado órgão de pesquisas econômicas norte-americano. Ambos concluíram que não só nos Estados Unidos, como também nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980, encontrando-se atualmente muito próximo de zero.

Fatores demográficos que estimulam a poupança e reduzem R* (menor crescimento populacional e maior longevidade), queda do preço relativo dos bens de capital e redução da produtividade têm mais do que compensado o impacto altista decorrente do aumento do endividamento público. Se for assim, melhor para nós.

Sabe-se que há uma relação direta entre os juros dos títulos do tesouro norte-americano (treasuries) e os ativos financeiros brasileiros: tudo o mais constante, quanto mais altos esses juros, maior será a aversão ao risco dos investidores estrangeiros, as ações na Bovespa sofrerão pressão baixista, nossa taxa de câmbio tenderá a se depreciar, causando inflação, e mais difícil será reduzir os juros domésticos.

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começou a elevar sua taxa de curto prazo (FFR, Fed Funds Rate, taxa equivalente à nossa Selic), em março de 2022, mas só recentemente, no segundo semestre do corrente ano, os rendimentos dos títulos soberanos mais longos (de 5 a 30 anos) passaram a descrever firme trajetória de elevação. Por exemplo, o rendimento do título do tesouro americano com prazo de 10 anos (4,86% ao ano, em 27/10) é o mais alto desde junho de 2007 (5,02%).

Vários fatores explicam a alta dos juros dos treasuries, inclusive os de vencimento mais longos. O Fed não só endureceu o discurso, sinalizando que manterá a FFR elevada por longo período, mas também deixou de ser o grande comprador de treasuries, como era durante a pandemia. E isso acontece exatamente quando o governo necessita tomar mais recursos em função da concentração de vencimentos de títulos e do financiamento do déficit fiscal. Sabe-se também que a China vem reduzindo suas reservas cambiais em dólares.

Mas a grande questão que tem dominado o debate econômico internacional, tanto na academia como no mercado financeiro, é se esse movimento de alta dos juros é temporário, dissipando-se assim que o Fed sinalizar o afrouxamento da política monetária, ou se é estrutural e decorre de elevação da taxa real de juros de equilíbrio, conhecida como juro neutro (R*), ou seja, aquela taxa que leva o PIB efetivo a trabalhar próximo ao seu potencial e mantém a inflação na meta.

Estudos concluíram que nos EUA e nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980. Na foto, a sede do Federal Reserve. Foto: REUTERS/Joshua Roberts/File Photo

Dois estudos recentes pesquisaram com rigor essa questão. O primeiro foi divulgado pelo Banco Central do Reino Unido (BOE), com o título Global R*. O segundo, Global Natural Rates in The Long Run: Post War Macro Trends and the Market Implied R* in 10 Advanced Economies, de vários pesquisadores, foi publicado pelo National Bureau of Economic Research (Nber), conceituado órgão de pesquisas econômicas norte-americano. Ambos concluíram que não só nos Estados Unidos, como também nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980, encontrando-se atualmente muito próximo de zero.

Fatores demográficos que estimulam a poupança e reduzem R* (menor crescimento populacional e maior longevidade), queda do preço relativo dos bens de capital e redução da produtividade têm mais do que compensado o impacto altista decorrente do aumento do endividamento público. Se for assim, melhor para nós.

Sabe-se que há uma relação direta entre os juros dos títulos do tesouro norte-americano (treasuries) e os ativos financeiros brasileiros: tudo o mais constante, quanto mais altos esses juros, maior será a aversão ao risco dos investidores estrangeiros, as ações na Bovespa sofrerão pressão baixista, nossa taxa de câmbio tenderá a se depreciar, causando inflação, e mais difícil será reduzir os juros domésticos.

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começou a elevar sua taxa de curto prazo (FFR, Fed Funds Rate, taxa equivalente à nossa Selic), em março de 2022, mas só recentemente, no segundo semestre do corrente ano, os rendimentos dos títulos soberanos mais longos (de 5 a 30 anos) passaram a descrever firme trajetória de elevação. Por exemplo, o rendimento do título do tesouro americano com prazo de 10 anos (4,86% ao ano, em 27/10) é o mais alto desde junho de 2007 (5,02%).

Vários fatores explicam a alta dos juros dos treasuries, inclusive os de vencimento mais longos. O Fed não só endureceu o discurso, sinalizando que manterá a FFR elevada por longo período, mas também deixou de ser o grande comprador de treasuries, como era durante a pandemia. E isso acontece exatamente quando o governo necessita tomar mais recursos em função da concentração de vencimentos de títulos e do financiamento do déficit fiscal. Sabe-se também que a China vem reduzindo suas reservas cambiais em dólares.

Mas a grande questão que tem dominado o debate econômico internacional, tanto na academia como no mercado financeiro, é se esse movimento de alta dos juros é temporário, dissipando-se assim que o Fed sinalizar o afrouxamento da política monetária, ou se é estrutural e decorre de elevação da taxa real de juros de equilíbrio, conhecida como juro neutro (R*), ou seja, aquela taxa que leva o PIB efetivo a trabalhar próximo ao seu potencial e mantém a inflação na meta.

Estudos concluíram que nos EUA e nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980. Na foto, a sede do Federal Reserve. Foto: REUTERS/Joshua Roberts/File Photo

Dois estudos recentes pesquisaram com rigor essa questão. O primeiro foi divulgado pelo Banco Central do Reino Unido (BOE), com o título Global R*. O segundo, Global Natural Rates in The Long Run: Post War Macro Trends and the Market Implied R* in 10 Advanced Economies, de vários pesquisadores, foi publicado pelo National Bureau of Economic Research (Nber), conceituado órgão de pesquisas econômicas norte-americano. Ambos concluíram que não só nos Estados Unidos, como também nas principais economias desenvolvidas, o juro neutro vem caindo desde o início dos anos 1980, encontrando-se atualmente muito próximo de zero.

Fatores demográficos que estimulam a poupança e reduzem R* (menor crescimento populacional e maior longevidade), queda do preço relativo dos bens de capital e redução da produtividade têm mais do que compensado o impacto altista decorrente do aumento do endividamento público. Se for assim, melhor para nós.

Opinião por Claudio Adilson Gonçalez

Economista e diretor-presidente da MCM Consultores, foi consultor do Banco Mundial, subsecretário do Tesouro Nacional e chefe da Assessoria Econômica do Ministério da Fazenda

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