É difícil tratar de qualquer assunto relevante que não tenha ligação com as eleições municipais, que monopolizaram a atenção dos brasileiros neste domingo (6/10). Os partidos políticos deveriam olhar e ouvir mais os consumidores. E constatar que já começam a perceber que os impostos comem sua renda, impedindo que morem melhor, comam melhor, tenham mais saúde e educação.
Os cidadãos e cidadãs querem ter mais renda para consumir, mas os salários continuam baixos, mesmo com a melhoria do nível de emprego, e os preços carregam as digitais da imensa carga tributária e fiscal. E a regulamentação da Reforma Agrária, até agora em discussão, nos promete o maior Imposto sobre Valor Agregado (IVA) do mundo.
Ainda é cedo para conclusões, até porque haverá segundo turno em importantes capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Mas já se sobressai que o eleitorado brasileiro 'endireitou', optando, em sua maioria, por candidatos de partidos do centro para a direita.
Não sou cientista político nem escrevo sobre política, mas creio que um dos motivos seja o já citado desalento com o uso da montanha de impostos arrecadados com grande voracidade. Essa fortuna não se reverte em vida melhor para a classe média nem para os mais pobres.
Os terríveis efeitos dos extremos climáticos chegaram antes do tempo, e pioraram a vida nas cidades e no campo. Ou chove demais, ou de menos. O inverno registrou temperaturas de até 40 graus centígrados, o que aponta um caminho muito difícil pela frente.
O eleitor é consumidor, também, e não está nada satisfeito com as relações de consumo. Está assustado com a agressividade do clima, e com a constante perda de poder aquisitivo. Isso aconteceu na República de Weimar, entre 1918 e 1933, e os resultados foram o nazismo e a Segunda Guerra Mundial. Agora, não enfrentamos uma hiperinflação, que martirizava os alemães daquela época, mas continuamos lutando para colocar comida na mesa, pagar a escola e o plano de saúde. A classe política precisa entender isso logo, antes que seja tarde.